A Busca escrita por Lola


Capítulo 3
Não olhe o livro pela capa.


Notas iniciais do capítulo

Então, estou super feliz com os comentários! Continuem acompanhando! Acho que agora vocês vão começar a pegar o ritmo da história!!



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Alex e eu nos sentamos na varanda da casa. Minhas mãos tremiam, e eu me encolhi na poltrona em que nos sentamos juntos, com medo de toca-lo. Estava começando a pensar que Emma estava certa. Eu não servia para ele.

–Você é muito diferente das suas irmãs. - Alex diz, erguendo o canto da sua boca.

–É, nos somos meio que opostos. - respondo, revirando os olhos.

Cruzo minhas pernas e envolvo meu corpo com meus braços. Alex me olha, seus olhos verdes brilhando, e tira sua jaqueta. Ai meu Deus, não acredito que ele vai fazer isto. É como num daqueles filmes americanos idiotas em que a menina é frágil e sensível. Eu não sou nenhum dos dois.

Ele se aproxima um pouco, e eu recuo muito. Vejo seus olhos semicerrando e me amaldiçoo por tê-lo deixado perceber.

–Ei, tá tudo bem. - ele ri, falando levemente.

Deixo-o colocar a jaqueta em volta de mim, com cuidado para ele não me tocar. Não sei por quanto tempo ele poderia tocar em mim sem morrer, depende de pessoa para pessoa. Minhas irmãs conseguem ficar somente alguns segundos sem se sentirem mal ou desmaiarem. Não que eu tenha feito muitas tentativas antes de hoje.

–Você parece ser muito... - Alex começa, inclinando a cabeça.

–Sozinha? -digo, sorrindo.

Ele ri e cruza os braços, posso ver seus músculos se tensionando. Droga.

–Quase isso. Mas sua amiga, Louise, estava bancando um guarda costas para você. - vejo-o sorrir pelo canto do olho.

Claro, penso, ela estava tentando evitar que eu corte sua linha da vida.

–Ela só é... muito protetora. - digo, olhando para o chão.

Alex ri novamente, e me sinto mal por estar o colocando em perigo. Eu não deveria estar fazendo isto. Emma estava certa, eu sou irresponsável e idiota.

Ele não merece isso. Posso não querer encostar nele, mas se acidentalmente... ai meu Deus.

–Você pega uma cerveja para mim? - pergunto, lutando para que minha voz não trema.

Ele assente e se levanta, e posso ver uma tatuagem em seu braço quando ele anda até a casa novamente.

Tiro sua jaqueta e a coloco no banco, enquanto me levanto. A música terrível que toca dentro da casa faz as janelas de vidro tremerem, e por elas, posso ver Alex conversando com Emma.

Ando pelo quintal, passando pela cerca viva que protege a casa. Alex quis a única pessoa da cidade que ele não pode ter.

Acordo no dia seguinte me sentindo uma droga. Tomo banho e deixo a água correr pelo meu corpo, junto com as lágrimas. Não quero me sentir tão frágil, mas não posso evitar. Visto um vestido branco largo e botas. Coloco olhos de Sol para esconder as olheiras. Pareço quase normal.

–Ana, me contaram que você... impressionou ontem. - minha avó diz alegremente quando desço as escadas.

Minha avó é bonita. Têm os cabelos negros como os meus, é magra e alta. Tomou o lugar da minha mãe quando meus pais foram assassinados tentando nos proteger. Muitas pessoas têm o interesse em três irmãs que podem controlar a vida. Muitas.

Emma está sentada no sofá, com cara de funeral, e Liz está na cozinha cozinhando algo que cheira, bom, a queimado. Sento na bancada da cozinha, arrumando meu cabelo com as mãos. Não sei se o silêncio constrangedor que paira na cozinha é impressão minha ou o quê.

–Eu não fiz nada. - digo, a voz chorosa.

–Não? -ouço a voz de Emma, fraca.

Solto um riso contido e pego uma xícara de café. Emma parece que passou por maus bocados.

–Ana! - Liz grita da cozinha.

Ela coloca uma tigela com algo grudento na minha frente, que têm a aparência de panquecas. Faço careta e ignoro o rosto decepcionado de Liz.

–Emma simplesmente se meteu aonde não foi chamada! -murmuro para minha avó, tomando um gole de café.

–Você vai matar o garoto, Ana. Achei que era minha obrigação falar algo. - ouço Emma falar da sala.

–Achou errado. - digo, pulando da bancada.

Saio de casa batendo a porta. Preciso de ficar longe delas. E de todos. Mas antes que eu possa fugir, vejo Alex á minha frente.

–Oi. -ele diz, suas mãos enfiadas nos bolsos.

–Alex, eu...

Alex ri e dá de ombros, como se ele não ligasse que eu tivesse o deixado sozinho na varanda de uma casa desconhecida por medo de matá-lo.

–Está tudo bem, Ana. - ele diz. -Porque nós não saímos juntos?

Sorrio, melancolicamente.

–Não posso Alex. Nós não podemos.

Alex jogo sua cabeça para trás. De repente, ele não é mais o garoto infantil que entrou na sala ontem. Ele não parece inocente ou ridiculamente bonito. Seus olhos brilham, e eu vejo uma pontada de maldade no seu sorriso.

–Você não está entendendo, Ana. Você vai vir comigo. Eu sei quem você é.- ele diz, carregando no sarcasmo.


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Notas finais do capítulo

E então?



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