Entre Ruínas escrita por AleixiLady


Capítulo 4
Capítulo 04 - Intocáveis.


Notas iniciais do capítulo

Olá amores, como vão?

Então, cá eu novamente com um capítulo quietinho (não pensem besteiras, ok?). A partir desse capítulo, o romance irá florir.

Para quem ama ou gosta de Tails e Maria, vocês irão gostar muito deles nesse capítulo. Porém a parte de Sonic será revelada no próximo capítulo, caso não tenham entendido, é só ler que vocês veram ;)

Meus agradecimentos mais sinceros as: NekoOujouBaka, Ages Cinos, Miles Manuh Prower e KDS por comentarem e a Mari chan por favoritar. E claro, para todos que estão acompanhando, meus sinceros agradecimentos.


Sem mais delongas, ENJOY!



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By: AleixiLady

ENTRE RUÍNAS

Capítulo 04 — Intocáveis

Perfeito.

É claro que ele era um ser perfeito em todos os sentidos, como fora estúpido ao fazer aquilo. Colocar seu cachecol favorito em um ser que não sentia frio, ah céus, se arrependimento matasse já teria morrido por tal ato.

Sonic estava se reprendendo por envolver o pescoço descoberto de Shadow com seu cachecol, foi um ato impensável admitia, mas sentia a necessidade de fazer aquilo. Precisava se aproximar do seu rival mesmo que fosse por gestos idiotas - segundo Sonic.

Não foi um gesto burro, estúpido ou qualquer coisa relacionada a isso, mas o ouriço azul ficava muito receoso toda a vez que se aproximava de Shadow, ficava com medo de fazer alguma estupidez que acarretasse em um desgosto para o maior.

Parecia que quando se aproximava de seu rival seu metabolismo caia pela metade, sem não mais. Não conseguia pensar direito, ou até mesmo fazer as coisas direitas, e quando lutavam juntos seu coração palpitava ainda mais forte, pois sabia que o outro lhe observava em cada movimento, afinal, segundo Shadow ele era um ouriço falso e precisava ver até onde poderia ir sozinho.

No entanto, até mesmo fora dos campos de batalha seu coração palpitava forte por somente se aproximar do outro, ouvir sua voz rouca e olhar em seus olhos rubros brilhantes que parecia que lia sua alma. Ele era realmente um ser perfeito e lindo.

Um ser intocável.

O ouriço azul suspirou pesadamente, estava sentindo essas sensações estranhas com seu rival e não sabia o que fazer ou simplesmente o que era.

Rival.

Para Sonic essa palavra não passava de uma simples palavra composta por cinco letras sem significado, nunca vira Shadow como um rival realmente no máximo um companheiro de combate, porém ansiava tanto por querer ser mais que um companheiro, um amigo talvez... Um amante.

Tal pensamento fez o menor arregalar os olhos e seu coração palpitou mais forte no peito, o que ele estava pensando? Ter Shadow como um amante? Não, jamais.

Oh céus, o que estava acontecendo consigo?

Estava entrando em um mundo desconhecido e isso estava começando a assusta-lo. Sensações estranhas, sentimentos confusos, pensamentos pecaminosos com seu rival estavam lhe torturando, precisava saber o que estava acontecendo consigo o mais rápido possível, pois sentia que estava morrendo aos poucos por causa disso.

Tinha chegado à casa de Tails, mas não baterá na porta porque começou a pensar no momento que esteve com Shadow e se culpava por ter sido tão estúpido ao colocar o cachecol nele.

E sua distração não teve um tempo muito longo, pois seu amigo raposa avistara sua silhueta na janela por acaso, quando foi para a cozinha pegar um copo d’água e passou pela sala de visita. Sorriu docemente, sabia que algo estava errado com Sonic e queria perguntar o motivo, ou tentar entende-lo, mas acreditava que seria uma invasão de privacidade e isso ele não aceitava.

Foi até a porta rodando suas caldas suavemente e a abriu em um só puxão e se deparou com um olhar confuso e triste de Sonic, logo seu sorriso desmanchou e uma expressão de preocupação ocupou seu rosto e seus olhos.

—Sonic? —Chamou o outro enquanto se aproximava, tocando seu rosto delicadamente. —O que houve?

O ouriço azul o olhou em seus olhos profundamente demostrando sua triste e insegura a um sentimento desconhecido, mesmo que tentasse esconder, afinal não queria que Tails se se preocupa consigo.

—Não houve nada. —Falou sorrindo falsamente, desviando seus olhos das orbes azuis cristalinas do amigo, evitando que ele lê-se sua alma, porque Tails tinha esse dom, ou ele simplesmente era muito transparente.

—Nada? —Sobressaltou com o comentário, como não tinha nada? Estava estampado em seu rosto o abatimento de algo que não compreendia. A raposa suspirou pesadamente, sabia que o amigo iria evitar suas perguntas e mudar de assunto constantemente para não ficar preocupado com ele, mas era inútil, precisava agir em prol de Sonic.

Precisava tirar essa tristeza do coração do ouriço azul e evitar ao máximo que ela corrompa sua alma.

—Entre, Sonic. Precisamos conversar. —Disse sério, dando passagem para o outro enquanto buscava seus olhos para um contato visual.

Tentou protestar, mas ao olhar para a raposa desistiu de tal coisa, pois sua expressão era séria, mas preocupada. Tentou evitar a preocupação do amigo, porém em vão.

Fracassou nessa missão.

Foi encontrar Tails simplesmente porque fazia um tempo que não o via e Amy comentou que ele queria mostrar suas novas invenções então rumou para sua casa, só não imaginava que ao chegar começaria a pensar sobre seus sentimentos em relação ao Shadow e esqueceria sua real intenção naquele lugar.

Em passos vagarosos passou pelo menor e seguiu até o sofá, onde se sentou e fixou seu olhar em um ponto especifico no chão, como se aquilo fosse à coisa mais importante do mundo.

Tails fechou a porta e foi até o amigo, sentando-se afrente dele, visualizando melhor seus traços tristonhos e confusos.

—Sei que serei chato a perguntar isso, não quero invadir seu espaço pessoal, mas você está assim há algum tempo e quero saber o motivo... —Começou meio incerto com suas palavras, queria realmente dar espaço para Sonic, porém não suportava vê-lo assim. —O que tanto lhe atormenta, meu amigo?

Sonic encontrou os olhos preocupados de Tails e se arrependeu por ter sido tão fraco em esconder sua frustação, odiava que seus amigos ficassem preocupados consigo, todavia, precisava de ajuda a entender aquele sentimento desconhecido que crescia a cada estante em seu coração quando ficava perto de Shadow, e quando se distanciavam tal sentimento parecia que lhe sufocava.

O ouriço azul levou uma de suas mãos até seu pescoço, apertando-o em um sinal claro de nervosismo e Tails permaneceu calado, e iria até que o outro escolhesse as palavras que queria para serem ditas.

Não iria exigir muito do mais velho, porque sabia que estava sendo difícil e iria entender caso ele não quisesse contar, no entanto, sua preocupação não iria se acalmar até que ele soubesse da verdade.

Uma verdade imutável.

—Eu... Eu... —Custava-lhe começar aquela conversa constrangedora, simplesmente pelo fato de estar falando sobre seus sentimentos confusos que eram por causa de Shadow.

Tudo que era relacionado ao seu rival deixava seu corpo tenso e duro como pedra, como se uma força maior o prende-se.

—Eu não sei... —Disse em um fio de voz, realmente não sabia como começar ou o que explicar.

Tails suspirou levemente e se levantou e foi até o amigo, abaixando-se ficando pouco mais baixo que ele, olhou fixamente para suas obres esmeraldas e sorriu.

Um sorriso gentil, carinhoso.

Um sorriso que Sonic estava precisando ver; seus olhos começaram a encher de lágrimas, mas não iria permitir que elas se derramassem em seu rosto, Sonic não era de chorar e não iria fazer isso agora, mesmo que sua vontade estivesse lhe dominando.

Shadow estava deitado em sua cama com o cachecol de Sonic em seu peito, olhando para o teto pensativo.

Tentava entender as ações de seu rival nos últimos dias, estava de fato, estranho. O ouriço azul não estava agindo da forma de deveria agir, ou como ele sempre agia, e isso acontecia somente quando estavam próximos.

O que estava havendo com ele?

Porém, esse não era seu único problema, infelizmente o seu jeito de agir também estava mudando, estava ficando mais raiva de Amy quando chegava perto dele e não entendia o motivo daquela raiva repentina.

Nunca gostara da rosada, isso era fato, mas não chegava a odiá-la por um contato maior com seu rival.

Odiar.

Sim, esse era o sentimento que descrevia esse novo jeito de agir perante a rosada.

E ficaria tão contente se fosse somente isso, havia também os sentimentos desconhecidos que lhe envolviam toda a vez que estava perto de Sonic.

Sentia carinho, preocupação e amizade por ele e sentiu tal coisa somente uma vez em toda sua existência e foi com a Maria.

Porém, também sentia desejo, luxuria e tentação pelo corpo e alma de Sonic e isso o assustava, nunca sentira esse sentimento e estava receoso a ponto de cogitar a possibilidade de eles ficarem mais forte.

Não poderia permitir, o que Sonic pensaria dele?

Que era um tremendo pervertido por corpos novinhos.

Sorriu sarcasticamente, desde quando ele se importava com as opiniões alheias? Principalmente com as de Sonic?

Realmente estava ficando louco.

Pegou o cachecol e o levantou, fixando seus olhos naquele pano que continha o cheiro viciante de Sonic, acariciou levemente como se fosse algo muito precioso e deveria proteger com sua vida. Suspirou pesadamente, o que estava acontecendo consigo?

Colocou o pano sobre a cabeça e fechou os olhos, inalando aquele cheiro que deveria ficar longe para não virar um pendente, mas era difícil, aquele cheiro já foi gravado em sua mente no primeiro instante que o sentiu.

Sua cabeça estava começando a doer e isso acontecia quando pensava muito em uma coisa, turbilhões de pensamentos invadiam sua mente e lhe deixava ainda mais confuso do que já estava, e isso o irritava.

Não gostava de ficar confuso, sempre foi de ter todas as mais diversas situações na palma da mão, mas está situação estava saindo de seu controle e isso o frustrava.

Suspirou lentamente, enquanto o sono o abraçava. Precisava de um pouco de paz e talvez se dormisse consegue-se essa pequena paz.

Bem, caso não tivesse pesadelos.

Maria se encontrava sorrindo para ele, como na última vez. Seu sorriso era contagioso que fazia o próprio Shadow sorri da mesma forma, descontraído e sem qualquer sarcasmo nos lábios.

—Como vai Shadow? —Indagou se aproximando vagarosamente o ouriço negro.

—Bem. —Disse somente.

A loira levou uma de suas mãos delicadas até o rosto de Shadow e o acariciou docemente. Tal contato fez o ouriço se assustar, pois seu toque parecia tão real, conseguia sentir o seu calor e a sua paz emanando para ele.

—Não minta para mim, Shadow. —Advertiu ainda com um sorriso meigo nos lábios.

Shadow franziu o cenho, estreitou os olhos interrogativamente pedindo uma explicação plausível.

—O que está querendo dizer? —Indagou desconfiado, Shadow não era de rodeios e Maria sabia disso e esperava, queria esclarecer alguns assuntos que necessitava de sua presença.

A jovem se afastou do ouriço negro e caminhou lentamente até as vidraças contemplando as estrelas ao longe, mas isso foi por apenas por alguns breves segundos, logo ela se virou para ele e começou a dizer de uma forma simples, porém enigmática:

—Quando eu era pequena, pouco antes de você se tornar o que se tornou vovô sempre me contava uma história da terra chamada o fio vermelho do destino. —Comprimiu os lábios, olhando fixamente para Shadow, que ouvia tudo com muita desconfiança e tentando analisar as informações. —Em resumo, essa história abrangia o destino de duas pessoas que foram feita um para o outro, ligadas desde seu nascimento através de um fio vermelho e independente de onde estivesse esse fio jamais se romperia.

Parou de falar, observando as faces confusas do amigo enquanto tentava entender o que ela estava querendo dizer.

—Aonde quer chegar, Maria? —Perguntou cruzando os braços.

—O que estou querendo dizer é simples, todo o ser vivo tem sua outra metade, desde o seu nascimento. —Disse aproximando novamente de Shadow, que ainda permanecia com uma expressão confusa.

Um suspiro pesado por solto por Shadow, aquela conversa estava começando a irrita-lo, pois não sabia que sua amiga estava realmente querendo dizer com aquelas palavras enigmáticas.

—Maria, seja mais clara, por favor. —Pediu docemente, coisa que só fazia com ela. Sua pequena e amada amiga.

A loira levou sua mãe até o rosto do ouriço negro e acariciou meigamente, sorrindo da mesma maneira, porém seus olhos havia um brilho diferente, um brilho que Shadow não conseguiu distinguir.

Como era irritante, estava confuso e agora não conseguia distinguir um “simples” olhar de sua amiga, estava começando a pensar que ele não era um ser tão perfeito como imaginava.

—Shadow, você não sente algo diferente por alguém? —Indagou enigmaticamente, e todo aquele mistério estava passando dos limites.

—Não Maria, não sinto algo diferente por ninguém. —Disse secamente, não estava gostando do rumo daquela conversa desde quando começou.

—Tem certeza? —Levou sua pequena mão até onde se encontrava o coração do amigo e acariciou levemente. —Aqui não bate forte quando você o vê? Você não sente a vontade de protegê-lo? De ficar perto dele?

Fez perguntas que assustaram Shadow e seu coração passou a bater pouco mais rápido e Maria percebeu, deixando um sorriso maior crescer em seus lábios.

E por que ela estava se referindo a “ele” e não a “ela”, quais eram as verdadeiras intenções de Maria?

—Eu... Eu não sei do que está falando. —Disse com a voz cortada, reprimindo-se mentalmente por sentir tão fraco nesse momento.

—Shadow fugindo? —Disse divertido, descontraindo o clima pesado que estava se formando. —É uma coisa que não vemos todos os dias, não é?

O ouriço negro levou ambas as mãos até o rosto da amiga e as deixou lá, seu semblante era sério, diferente do dela, que estava divertido.

—Eu não estou fugindo e eu não sinto nada por “ele”, seja lá quem for. —Disse seriamente, mas seu coração o denunciava o quanto estava se abalando com aquela conversa.

—Está e sabe disso.

Shadow suspirou forte novamente, Maria só poderia estar ficando louca com aquele tipo de conversa.

Em passos vagarosos, o ouriço negro de afasta de Maria e leva uma de suas mãos até seu pescoço, uma mania que aprendeu com seu rival. Olhava para um ponto fixo do chão, assimilando as informações que a loira havia lhe passado através de enigmas, e tudo o que estava acontecendo com seus sentimentos.

Aqueles sentimentos que estava voltando com força total em seu corpo, que outrora custou para esconder.

—Você fugiu uma vez, lembra-se? —Comentou andando novamente para as vidraças de ARK, olhando o espaço negro.

Os olhos de Shadow se arregalaram pelo comentário, foi pego de surpresa e seu coração deu algumas batidas fortes. Nunca foi de fugir e daquela vez, ele não fugiu apenas se afastou para poder colocar seus pensamentos e sentimentos em ordem, foi apenas por isso e nada mais.

Era isso o que Shadow afirmava para si inacessivelmente, não fugiu, jamais, apenas se afastou para a sua própria segurança.

—Eu... Eu. Como você sabe disso? Aliás, eu não fugi. —Falou pouco descontrolado, estava sendo abalado de uma forma única e nova.

—Shadow, eu disse a você há muito tempo que sempre estaria ao seu lado. Mas isso não é importante agora, nesse momento eu preciso abrir seus olhos. —Disse.

—Abrir meus olhos? Abrir meus olhos para que? Maria, por favor, pare com esses enigmas e seja franca comigo. —Sua voz saiu um pouco suplicante, queria acabar com aquela conversa com o mais rápido possível antes que fosse tarde de mais.

Mas, tarde de mais para o quê? O que tanto Shadow o ouriço teme?

Desta vez foi Maria que suspirou pesadamente, às vezes Shadow era mais bobo do que apresentava ser.

—Está bem, serei clara e franca. —Pausou sua fala, virando-se novamente para o amigo e encarando seus olhos vermelhos brilhantes. —Você está com uma cegueira sentimental em relação ao Sonic. Você sabe o que significa seus sentimentos mas se recusa a deixa-los florir. Por quê?

Shadow engoliu seco e mantinha uma expressão de surpresa; seu olhar ficou atônico e olhou para o chão, evitando contato visual com a loira cogitando que ela pudesse ler sua mente, pois sua alma já foi revelada.

—Eu... —Levou suas mãos até suas têmporas e as massageou, sentindo um leve desconforto em sua cabeça.

Aquilo não poderia estar acontecendo, de maneira nenhuma Maria poderia saber sobre seus sentimentos para com Sonic.

A loira foi novamente para perto do amigo e colocou suas mãos em cima das dele, onde o fez olhar em seus olhos. Doeu vê-lo daquela mineira, Shadow estava vulnerável, porém não comentaria sobre isso.

—Você está apaixonado por Sonic só não quer admitir. Desde o começo, quando se “afastou” dele, você estava com medo que tal sentimento fosse real, mas é meu querido amigo. —Beijou-lhe a testa docemente, tentando acalmar o coração do ouriço negro que estava descompassado.

—Eu não estou apaixonado por ele... Apenas acho que eu vi você nele. Sua bondade, sua doçura... —Disse em sussurros, sabia que aquilo não era verdade, mas não estava pronto para admitir esse sentimento avassalador.

—Será mesmo Shadow? Será que você me viu nele ou será que você viu ele em mim? — Indagou depositando mais um beijo casto em sua testa.

Bingo!

Sorriu em desgosto, estava querendo paz e acabou encontrando um pesadelo. Tudo que mais queria era dormir sem pensar em nada, sem ter medo de pensar aliás, mas viu que o destino gostava de lhe pregar peças.

Destino...

Nunca imaginou que estaria enfrentando ele de perto.

—Você está em ruínas, mas Sonic é a pessoa que lhe fara ficar forte novamente. Confia no fio vermelho do destino, afinal, vocês sempre foram ligados só não se deram conta... Até agora. —Disse beijando sua bochecha docemente, enquanto se afasta pela última vez.

Shadow pensou em perguntar como ela sabia da existência de Sonic e como ela sabia de seus sentimentos, pois nada que pensava encontrava uma resposta para isso, porém teria que fazer isso em outra hora porque aquele clarão estava envolvendo seu corpo e limitando sua visão.

—Admitia seus sentimentos e seja feliz, você merece. Aliás, não se preocupe, estarei sempre ao seu lado, Shadow. —Ouviu sua voz ficar fraca e baixa enquanto era envolvido pelo clarão.

Abriu seus olhos e se encontrou novamente em sua casa, o cachecol ainda estava envolto na sua mão, onde apertava fortemente.

—Admitir meus sentimentos? Que grande bobagem. —Murmurou desgostoso, aquilo foi somente um sonho e lhe deixou naquele estado, fragilizado e com o coração batendo a mil.

Não, não foi um sonho, foi um grande pesadelo.

Aquele era o pesadelo que temia viver e evitada ao máximo, mas que grande irônica, acabou por vivencia-lo.

Sem muito animo, Shadow se levantou e foi até a pia do banheiro, lavando seu rosto abatido e receoso. Ficou se olhando para o espelho por alguns minutos, tentando ainda se convencer que não estava apaixonado por Sonic, mas era inútil, seu coração lutava com sua razão e ela estava perdendo.

Que grande piada, Shadow o ouriço, estava apaixonado por seu rival e faker.

E não sabia se Sonic sentia o mesmo — infelizmente—, agora que tinha a plena noção de seus sentimentos como iria encara-lo sem pensar besteiras, sem ansiar por beijos, abraços, carinhos?

Shadow estava com medo de ser recusado.

Saiu do banheiro em passos lentos, com seu animo mais baixo de quando entrou e encarou aquele cachecol felpudo sobre sua cama. Engoliu seco quando se pegou imaginando indecências com seu rival; sorriu em sarcasmo, estava ficando louco.

Louco de paixão.

Seguiu até sua cama e pegou o cachecol e enrolou em seu pescoço, iria devolvê-lo ao seu verdadeiro dono e depois sumir novamente, precisava ficar longe de Sonic para tais sentimentos não dominassem seu corpo e fizesse algo que se arrependeria futuramente.

Saiu de sua casa e constatou que estava entrando na madrugada, a neve que caia estava pouca para seu alivio pois assim chegaria na casa do ouriço azul mais rápido.

A toda velocidade seguiu rumo à casa do rival e quando chegou lá a encontrou escura e silenciosa. Adentrou sorrateiramente na residência e prosseguiu até seu quarto, abriu silenciosamente a porta e adentrou no cômodo, onde visualizou Sonic em posição fetal tremendo muito.

Aproximou-se do menor e colocou sua mão em seu ombro, observou seu rosto e viu que ele estava inchado e havia caminhos de lagrimas em suas bochechas.

Ele havia chorado por qual motivo?

Aquele jeito frágil de Sonic acendeu todos os seus sentidos protetores, mas não sabia o que fazer realmente, nunca fora carinhoso então não sabia como era ser e como deveria agir.

Mas seu coração deu um sobressalto enorme quando ouviu seu nome ser pronunciado pelos lábios finos de seu rival.

—Shadow... Não me abandone...

O ouriço negro não soube como reagir, estava petrificado com aquelas palavras sofridas do menor. Deixando seu orgulho de lado, deitou-se atrás de Sonic, trazendo ele para si, aconchegando em seu peito enquanto suas mãos vagavam em sua cintura possessivamente.

Que Sonic odiasse Shadow pelo seu atrevimento, mas sentia que ele precisava de sua proteção para poder se reerguer novamente na manhã seguinte.

—Eu não irei te abandonar, Sonic. Não novamente. —Sussurrou fechando os olhos, deixando o sono se apoderar de seu corpo descansando-o para arcar com as consequências de um novo dia.


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Notas finais do capítulo

E aí gostaram? Mereço comentários? Favoritos? Recomendações?

Enfim, Shadow tomou conta de seus verdadeiros sentimentos, só falta Sonic saber os seus.

Vocês acham que Sonic irá odiar Shadow pelo sue atrevimento? Eu acredito que não, mas vá entender o que se passa na mente dele XD

Enfim, até o próximo meus amores!!!!
~sweet