Sol e Lua escrita por Aislyn


Capítulo 23
A Força do Eclipse


Notas iniciais do capítulo

Bem, também na condição de leitora, sei o quanto é terrível quando um autor não atualiza sua fic. Fiquei meses sem aparecer e tenho consciência de que posso ter perdido alguns leitores que estavam curtindo e se dedicando a ler. Peço desculpas, de coração, mas problemas na minha vida pessoal foram maiores do que a minha paixão por escrever.
Como desejo que esta história que tanto amo tenha um fim, estou escrevendo o desfecho e logo, postarei dois ou três capítulos que de certa forma, serão bônus.

Sobre o capítulo, provavelmente o Ukitake pode ter tido um fim trágico no mangá, mas, preferi deixá-lo viver na história. Não sei qual o destino do Byakuya, contudo, não posso esperar o mangá chegar ao fim. Espero que gostem da maneira como finalizarei essa história em breve.



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A paz na Soul Society era efêmera, por vezes não dava tempo sequer de comemorações, pois, logo acontecia algo que fizesse com que os shinigamis empunhassem suas zanpakutous. Normalmente, cada pedacinho destruído voltava a se reerguer em tempo recorde, era como se nada tivesse acontecido... Mas, dificilmente o mesmo podia ser feito com o coração de cada um e a lembrança de cada batalha permaneceria, viva para alguns, superada e símbolo de renascimento para outros. Cada batalha na verdade, significava algo diferente dependendo de quem tivesse lutado e para Kannogi Aiko, tudo o que passou serviu para que pudesse amadurecer, tornar-se forte e ter motivos para seguir em frente a cada dia.
Era impossível não pensar em sua jornada e mais impossível ainda, não recordar o dia em que conheceu Kuchiki Byakuya e nos momentos que se passaram desde então. Tentava não chorar, sobretudo quando já era a segunda vez que Akiko estava retocando a sua maquiagem.

– Aiko, filha... Sei que é difícil, mas, tente não chorar! Deveria ser o dia mais feliz da sua vida, não?

– Mãe, estou chorando de alegria – respondeu Aiko. – E, a senhora está certa... Preciso sorrir e mostrar a todos que eu venci a maior batalha de todas!

– Realmente, levar o Byakuya para o altar deve ter sido mais difícil do que se você tivesse que enfrentar todos os inimigos que já tivemos – Yoruichi riu, estava ajudando Soi-Fon com o buquê de flores que Aiko levaria.

– Acho que você precisa de bons conselhos para a noite de núpcias – Matsumoto aproximou-se de Aiko e piscou para ela. – Primeiro...

– Sua safada! – Nanao beliscou a companheira. – Mais respeito com a senhora Kannogi, ficou louca?

– Está tudo bem, meninas... Eu preciso mesmo voltar para o salão e receber os convidados. Cuidem bem da minha filha e não se atrasem.

Akiko saiu e deixou Aiko aos cuidados das amigas. Isane ajudou a noiva com o vestido, branco e deslumbrante, de corte princesa, decote redondo, bordado e delicado drapeado. Na cintura haviam aplicações de pequenos cristais e a saia era volumosa, franzida.
Rukia entrou apressada pela porta, trazia em suas mãos uma coroa de diamantes e sem demora, entregou para Aiko.

– O nii-sama fez questão de dar isto a você, disse que era da avó dele – informou Rukia seriamente. – Sei que você já havia escolhido uma grinalda, só que ele é bem teimoso.

– Rukia-san, eu sei que não deveria perguntar...

– Fique tranquila, essa coroa não pertenceu a ninguém mais depois da esposa de Kuchiki Ginrei.

Rukia nem precisou esperar Aiko terminar, tinha certeza desde que havia recebido aquela incumbência, de que ela perguntaria se havia pertencido à Hisana. Era bastante estranho saber que o irmão havia tomado uma decisão como aquela, pois, jamais imaginou que ele abriria seu coração para alguém. Desejava do fundo do coração que ele fosse feliz, entretanto, estava preocupada com a relação dele com Aiko.

– Será que vocês podem deixar a Rukia e eu a sós por um momento? Não vou demorar! E saibam que são as damas de honra mais lindas que qualquer noiva já teve – disse Aiko com um sorriso imenso no rosto.

– Vamos aguardar lá fora – Yoruichi fez sinal para que as outras a seguissem. – Rápido, garotas!

– Rukia-chan – Aiko chegou perto da jovem e pegou nas mãos dela. – Vejo dentro dos seus olhos que algo está errado... Sei que não é exatamente pelo fato do Byakuya já ter sido casado com a sua irmã, então, o que é?

– Eu não queria preocupar você, ainda mais quando falta pouco para que a cerimônia comece. Por favor, deixe isso para lá – Rukia apertou as mãos de Aiko e sorriu. – Você está divina, nunca imaginei que um dia veria uma noiva na minha frente...

– Ah, acho que já sei o que pode ser – Aiko foi até sua caixa de jóias na penteadeira e pegou um par de brincos de safira, em seguida, colocou com cuidado nas orelhas de Rukia. – Olha no espelho, ficou lindo e combinou com você. E bem, fique tranquila, o seu irmão e eu já conversamos muito antes de tudo... Nem sempre conseguimos ficar em paz sob o mesmo teto, às vezes brigamos após cinco minutos juntos, mas acredite, nosso amor transcende a isso. É muito maior do que nossas diferenças, brigas, cargos e obrigações. O que sinto por Kuchiki Byakuya é maior do que qualquer coisa que existe, quase que imensurável e sei que à maneira dele, é recíproco. Eu juro, Rukia, vou fazer o seu irmão feliz e já prometi que todos os dias de hoje em diante, arrancarei um sorriso dele... E você sabe o quanto isso é difícil, quase impossível. Só que se eu tivesse certeza de que não conseguiria cumprir essa promessa, sequer passaria por aquela porta agora.

– Você tem o meu apoio e pode contar comigo, irmã!

Rukia abraçou Aiko fortemente, estava mais tranquila após ter ouvido aquelas palavras. As duas se apressaram, pois, os convidados já deveriam estar se perguntando o motivo para tanta demora.

Kuchiki Byakuya esperava por sua amada, imponente, vestia um kimono preto tradicional, com os brasões de sua família bordados em branco e uma faixa igualmente branca atada à cintura. Os cabelos bem penteados e soltos estavam sem nenhum enfeite, pois, achava que apenas Aiko deveria ser o centro das atenções naquela noite. Usava apenas um anel prateado no dedo médio da mão direita, presente há muito tempo dado por seu pai.
Kannogi Masanori estava junto a Akiko, ao lado de Byakuya. Todos os taichous, fukutaichous e oficiais foram convidados, assim como os shinigamis do Yonbantai e Rokubantai. Era algo inédito na Soul Society, o casamento de um taichou com uma oficial, sobretudo quando eram dois nobres de casas tão importantes.

– A noiva está chegando! – Gritou Renji, logo, foi para perto de Byakuya. – Ainda dá tempo de fugir, taichou – falou baixinho.

– Será? – Byakuya respondeu bem-humorado, não parecia o mesmo.

– Acho uma temeridade fugir de uma noiva que lança hadous de nível 90 e tem uma bankai tão poderosa – Ukitake Juushirou surgiu atrás de Byakuya e tocou no ombro dele. – É mais seguro ficar onde está, Kuchiki-san.

– Pela primeira vez vou concordar com você, Ukitake. Agora, vá para o seu lugar.

Byakuya não chegou a dar uma ordem, falou em tom descontraído. Ukitake teria lugar de destaque ao lado dos pais de Aiko, algo que ela fez questão.

– Vou buscar minha filha – Masanori se apressou até a entrada do salão.

Os músicos iniciaram a canção escolhida pela noiva, o som do violino acompanhava o piano enquanto as damas de honra entravam, todas vestidas de vermelho, cada uma escolhera um vestido que combinasse com seu estilo. Yachiru vinha logo atrás, segurando as alianças, em um vestidinho branco.
Masanori ficou estático ao ver a filha mais bela do que nunca, nem em sonhos imaginou que aquele momento se realizaria. Ela beijou a testa do pai e sorriu de forma encantadora, em seguida, encaixou seu braço no dele e ambos seguiram a daminha de honra.
Todos os olhares se voltaram para a direção de Aiko, a maioria encantados com a beleza e sofisticação da noiva. Ela olhou para os lados, sorria para seus convidados, porém, logo seu olhar se ateve para Byakuya. O coração disparou, ele realmente estava lá, esperando-a com a cabeça erguida, visivelmente orgulhoso da visão que estava tendo e do momento.
Pareceu durar uma eternidade aquela caminhada e a cada passo, Aiko ficava mais nervosa, suava frio e a emoção tomava conta. Era quase impossível não chorar, sobretudo quando olhou para Ukitake e sentiu um vazio imenso, Unohana deveria estar ali. Queria que sua taichou estivesse presente de alguma forma, em pensamento, pedia para que lhe desse sus bênçãos.

– Aiko – sussurrou Masanori. – O que houve?

Ninguém entendia o motivo para ela estar parada diante do altar, não se movia e os olhos voltados para o nada. O pai apertou o ombro dela, preocupado.
Kuchiki Byakuya deu dois passos adiante e pegou a mão de Aiko gentilmente.

– Ela está aqui, Aiko... Tenha certeza disso – disse o taichou com doçura. – Fique em paz.

– Byakuya... – Aiko foi trazida de volta pela voz dele, era inacreditável, ele sabia exatamente o que ela estava sentindo. – Obrigada.

A noiva o beijou no rosto e segurou a mão dele com força, então, se viraram para o altar. Masanori e Akiko ficaram diante deles, não havia ninguém melhor para dar as bênçãos a eles que não fossem os pais da noiva.

– Kuchiki Byakuya, é uma honra imensa recebe-lo em nossa família. A Casa Kannogi sempre teve a Casa Kuchiki em grande estima, e entregar nossa filha única a um homem tão honorável e respeitável como você, enche nosso coração de alegria e satisfação. Confiamos nossa princesa a você e em troca, pedimos para que continue sempre cuidando dela, como faz desde o dia em que a conheceu. Graças a você, hoje temos Aiko conosco e é algo que nunca conseguiremos agradecer o suficiente.
Como pais, queremos o melhor para Aiko e desejamos com a força do nosso amor, que ela seja feliz nesse casamento e que essa felicidade seja plena e dure para toda a eternidade. Que a união de nossas famílias traga muita paz e prosperidade, e que todos possamos brindar a isso! Como um presente, a Casa Kannogi oferece aos noivos e a todos três dias de festejos e que comece assim que os votos sejam feitos...

– Kannogi-dono, gratidão pelas suas palavras. Sei que um homem deve estar pronto para uma resposta diante de tantos elogios e uma acolhida tão respeitosa e sincera, entretanto, não consigo dizer nada a vocês, a não ser agradecer e prometer que seguirei cuidando de Aiko e darei a minha vida para isto sem pensar. E, eu gostaria de pedir permissão para que possamos trocar as alianças neste momento e para que em seguida, eu possa fazer meus votos a ela em particular, se não for ofendê-los.

– É claro que não! – Akiko apressou-se, queria muito que a filha tivesse aquele momento, pois sabia que era algo que ela sempre sonhou. – Cuidaremos de tudo até que voltem para a festa.

Byakuya assentiu, então, abaixou-se diante de Yachiru e pegou as alianças que ela trazia. A fukutaichou sorriu e ele passou a mão nos cabelos rosas dela em forma de carinho, os bagunçando. Muitos homens do Rokubantai começaram a cochichar naquele instante, jamais imaginaram ver seu superior fazendo algo assim.
Aiko suspirou, realmente era um grande sinal de que no fundo, Kuchiki Byakuya sempre foi um homem gentil e que só precisava continuar quebrando o gelo que havia em torno dele.
Assim que Byakuya pôs a aliança de ouro branco no dedo de Aiko, beijou a mão dela e estendeu a sua para que ela pudesse fazer o mesmo. Após a troca de alianças, Renji intrometeu-se e empurrou os noivos um contra o outro para que pudessem dar o beijo que todos aguardavam.
Timidamente, Byakuya pegou Aiko pelo queixo e a beijou. Ela sentiu um arrepio imenso, estava selado e sacramentado, ambos finalmente estavam casados e dividiriam tudo a partir de então.

Byakuya puxava Aiko pela mão, estava apressado para chegar até um lugar bastante especial para ambos. Em poucos minutos, chegavam na cachoeira da Casa Kannogi. Aiko de imediato lembrou-se do dia em que eles quase se beijaram, era estranho voltar lá depois de tanto tempo.
Em pé, diante de Byakuya, olhou nos olhos dele e percebeu o quanto ele a olhava de forma terna e cheia de amor. Queria dizer algo, entretanto, ele segurou as duas mãos dela e manteve os olhos nos dela, fixos. No inicio, não tinha certeza do que diria, mas aos poucos, tudo começou a fluir, de seu coração e do âmago de sua alma.

– Aiko... Minha esposa. Não sabe o quanto me orgulha poder chama-la desta forma! Tentei ensaiar tantas coisas para o momento em que fizesse meus votos diante de todos, mas, não consegui. Me perdoe por esta falta, só que ainda assim, quero tentar. Você sabe que eu não sou uma pessoa perfeita, em verdade, nem um pouco perfeita. São tantas as coisas que eu gostaria de não ter feito, magoei você muitas vezes e me arrependo... Sei que te fiz chorar e agora, e juro que queria ter sido aquele que secaria todas as suas lágrimas e te confortaria, mas havia algo maior que o meu orgulho que não permitiu que eu o fizesse. Aprendi tanto com você, até mesmo a mostrar humildade e pedir o seu perdão e desejo com todas as minhas forças, que se ainda existe alguma mágoa em seu interior, que então me deixe curá-la. Você foi a razão para eu mudar quem eu era e voltar a me encontrar, também é a razão para eu começar tudo de novo e mostrar que posso ter um outro lado. Acredito que você sempre teve esperança de que eu tinha realmente este lado e quero agradecê-la por nunca ter desistido de mim!

– Byakuya... – Aiko não conseguiu aguentar toda a emoção que sentiu ao ouvir tais palavras. – Eu...

– Tudo bem, você não precisa falar nada agora, só ouça, por favor! – Pediu assim que pôs as mãos no rosto dela e secou suas lágrimas com os polegares. – Lembra quando você entrou em minha vida? Segurei você em meus braços e senti uma vontade irreprimível de protege-la naquele dia em meio ao caos... Tão bela e inocente, com coragem para dizer o que pensava e sem medo de enfrentar alguém como eu. Você me perguntava tantas coisas, às vezes me tirava do sério, mas como eu disse, me ensinou muito mais. Hoje, me vejo diante de uma linda mulher, que acabou desabrochando diante de mim e foi impossível não perceber essa mudança. – Ele suspirou e continuou. – Eu lamento pelo tempo que fechei as portas a você, pois, sei que perdi momentos que não voltam mais. Mas, agora, quero que você segure forte na minha mão e eu prometo que vou leva-la por um caminho ensolarado, onde tudo será novo para nós. E mesmo que haja tempestade, estarei ao seu lado, para apreciar a água caindo sobre nossos rostos, pois sei que mesmo nos momentos difíceis, você irá me ensinar a ver que existe algo de bom em tudo... Como sempre fez. Obrigado, Aiko! Por me mostrar o que é ser feliz e querer dividir a eternidade comigo. Amo você e lembra o que eu disse uma vez? Mais do que achei que me permitiria... Muito mais, infinitamente.

Parecia um sonho, ele tão perfeito diante dela, dizendo palavras repletas de amor. Como conseguiria retribuir? Pensava que já havia falado tanto em outras ocaciões, lutado para conquista-lo e para que aquele dia enfim chegasse. Tudo o que conseguia fazer era olhar para ele, tentando acreditar que finalmente, o coração de Kuchiki Byakuya era seu e que nada mais poderia separá-los. Tomou fôlego, mesmo em meio a alguns soluços, precisava dizer o quanto amava aquele homem.

– Kuchiki Byakuya, meu esposo... Meu, meu, meu! Sabe o que isto significa para mim? Um sonho que se tornou realidade... A Lua finalmente conseguiu ficar ao lado do Sol, algo que parecia impossível. Sabe, algumas vezes eu pensei em desistir, achei que nunca conseguiria alcança-lo... Só que, eu sempre fui teimosa! E hoje, olhando para você, me orgulho por ser cabeça dura, até mesmo de ter tido sempre dificuldade em acatar ordens. Todos os meus erros me conduziram para mais perto de você e hoje, não parecem mais que foram erros e sim grandes acertos. Acho que meu forte nunca foram as palavras, então...

Aiko sorriu de um jeito maroto e pulou na direção de Byakuya, fazendo com que ele caísse desajeitado no chão e caindo em cima dele. Não se importou com o vestido, só queria ser ela mesma e enchê-lo de beijos.

– Acho que foi por isso que me apaixonei por você – disse ele ofegante em meio aos beijos dela.

– Vou beijá-lo tanto agora, a ponto de conseguir cobrar cada um que você me devia desde o dia em que nos conhecemos, Kuchiki Byakuya! – Ela deu ênfase ao falar o nome do taichou, como se o desafiasse.

– Kannogi Aiko, você ainda não conseguiria ter tanto fôlego para isso! Vou ensiná-la ter a resistência necessária – ele entrou na brincadeira e fingiu falar seriamente. – Aliás, uma correção... Agora é Kuchiki Aiko.

– Kuchiki... – Ela encostou a testa na dele e sussurrou. – Não passou pela minha cabeça que eu teria seu nome.

– Não gostou da ideia? – Perguntou preocupado.

– É claro que gostei, seu bobo! É que, seu nome tem um peso imenso... Espero poder fazer jus a isto.

– Se eu não soubesse que faria, jamais teria me casado com você. Agora, termine de cobrar a dívida tão grande que tenho e vamos voltar à festa, pois, muitas pessoas lá desejam nos ver.

Aiko sacudiu a cabeça e tornou a beijá-lo, queria aproveitar um pouco mais antes voltar para o salão de festas.


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