Sol e Lua escrita por Aislyn


Capítulo 16
Uma Cena Atípica




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Algumas horas depois...


– Estou cansada de ficar aqui parada! – Aiko já estava com as pernas formigando, não aguentava mais ver Zaraki Kenpachi lutando contra Yammy, era injusto não poder interferir. – Oe, Kurotsuchi-taichou... Kuchiki-taichou, vamos ajudar?

– E acha que vou perder meu tempo? – Mayuri fez pouco caso, continuava sentado numa pedra. – Só estou esperando para iniciar minhas análises.

– Kuchiki...

– Cale-se, Kannogi – disse Byakuya interrompendo a jovem. – Não há nada que possamos fazer, então, arrume algo para se ocupar ou fique quieta aí.

– Que vergonha para dois taichous! – Bradou Aiko olhando para Byakuya. – Vou ver se encontro o Hanatarou... Deve estar perdido para variar.

Ela olhou uma última vez para Byakuya e ele assentiu. Queria mesmo que a garota se ocupasse, afinal, Unohana havia sido clara com seus subordinados quando disse que somente ela e Kurosaki Ichigo voltariam para o campo de batalha contra Aizen e os seus.

– Eu queria estar lutando também, não é justo!

Aiko olhou para trás, ficou sem entender quando sentiu a mudança repentina na reiatsu de Byakuya. Ela correu o quanto pôde e ficou atrás da pedra onde encontrava-se Mayuri, não estava acreditando no que seus olhos viam. Buakuya e Zaraki estavam prestes a se enfrentarem, e a bankai de seu amado já o envolvia.

“Não acredito que o Kuchiki-sama caiu numa provocação do Zaraki-taichou! Será que eu não conheço o homem que amo? Parece até que ele está gostando do que estão prestes a fazer!”

Aiko quase gritou quando viu que Yammy ainda estava em pé, mas, não teve tempo, os dois taichous haviam disparado seus ataques contra o Espada após um sonoro “não atrapalhe”. Era inacreditável, eles estavam ignorando a presença do inimigo para focarem em uma batalha entre egos. Aquilo com certeza era típico do líder do Juichibantai, entretanto, não era do feitio de Byakuya. Os dois se preparavam para o embate, quando algo inesperado aconteceu, Yammy entrou em fúria e lançou um cero de poder assustador.
Aiko saltou e saiu da zona de ataque do Espada, então, chegou à conclusão de que ele ainda daria trabalho, só não esperava que uma nova transformação acontecesse.
Sua forma de Resurrección estava medonha, a massa de seu corpo ganhara proporções gigantescas e os ferimentos feitos por Kenpachi pareciam totalmente curados. Ele estava irado, fulminava Byakuya e Zaraki por terem agido com descaso diante dele.

– Kannogi! – Chamou Byakuya posicionando-se ao lado de Aiko. – Vá ajudar sua fukutaichou e não olhe para trás. Se voltar aqui, vai se arrepender, ouviu bem?

– Não precisa ser tão grosseiro – murmurou Aiko. No fundo, sabia que ele só queria protegê-la. – Nos vemos em breve, Kuchiki-sama.

1 dia depois - Seireitei

Havia muito para ser feito no Yonbantai, os shinigamis do esquadrão estavam muito atarefados e Aiko também tinha tanto trabalho que mal sabia a quem dar atenção. A ordem de Unohana Retsu havia sido para ela verificar como Ukitake estava, mas não o encontrou no bantai. Um dos homens havia dito que ele estaria no Ichibantai, então, apressou o passo para ir até lá. Próxima a uma janela, pôde ver Kuchiki Byakuya, Zaraki Kenpachi e Kyouraku Shunsui diante do comandante. Aquela cena parecia cômica, todavia, o velho Yama estava muito sério questionando os três sobre suas haoris. Eles haviam perdido provavelmente em confronto. Byakuya não abandonou a sua pose e se pronunciou dizendo que não seria problema para ele comprar algo tão barato, despertando a ira do comandante. Os três não estavam levando a sério aquela conversa, tanto que cada um deu a sua opinião sobre o que achavam dos mantos de capitão. Aiko riu ouvindo aquilo tudo, era maravilhoso saber que um pouco de alegria havia voltado para aquele lugar, marcado por tantos acontecimentos tristes.
Ela ouviu a voz de Sentarou, sabia que encontraria Ukitake junto a ele.

– Taichou! Que bom encontrá-lo! – Sorridente, ela fez uma reverência. – Vejo que também estava vendo aquela cena... Ainda não acredito que o Yamamoto-Sama está tão espirituoso!

– Aiko-chan, – chamou Ukitake – se veio ver como estou, pode ficar tranquila! Aliás, tenho um presente para você. Mais tarde mandarei entregar, está bem?

– Ah, taichou... Vou adorar receber um presente do senhor. É muito gentil.

Kiyone cruzou os braços, não gostou de saber que seu taichou daria um presente para Aiko. No fundo, tinha certeza de que ele queria apenas retribuir todo o cuidado que a oficial tinha com sua saúde.
Aiko retirou da bolsa o remédio de Ukitake e entregou para Kiyone.

– Duas vezes por dia, certo, Aiko-san? – Confirmou a jovem.

– Certo, Kiyone-san – respondeu com um largo sorriso. – Após as refeições.

– Obrigado, Aiko-chan – agradeceu Ukitake. Ele aproveitou que os três haviam saído da reunião com o comandante e despediu-se da jovem. – Nos vemos assim que tudo se acalmar.

Aiko assentiu, queria saber como Byakuya estava. Felizmente não havia quase nenhum arranhão, analisando superficialmente. Ela colocou-se ao lado dele e mesmo sem ser convidada, o acompanhou até a Casa Kuchiki.
Ele tirou as roupas sem cerimônias ao chegar em seu quarto e foi até o ôfuro tomar um banho previamente preparado por um de seus empregados. Estava precisando livrar-se das impurezas do Hueco Mundo. Aiko despejou um líquido perfumado na água sem perguntar nada e sentou-se numa cadeira, estava esperando ele falar algo.

– Você está bem, Aiko? – Ele quebrou o silêncio mais rápido do que ela imaginou.

– Estou... Um pouco triste por não ter ajudado tanto quanto gostaria nesta batalha, mas feliz por tudo ter acabado bem – desabafou. – E você, está bem?

– Uhum – murmurou Byakuya. – Cansado daquele clima desagardável, aliviado por tudo estar em ordem.

– Que bom! – Ela olhou com uma expressão marota. – Eu ouvi a sua conversa com o Yamamoto-soutaichou, e bem, você me surpreendeu... Nunca imaginei que o veria fazendo uma piada daquela forma.

– E quem disse que foi uma piada? – Indagou ele seriamente. – Aquele manto é algo barato e sem esplendor algum... Só uso por causa da obrigação.

– Ora, você podia então fazer como o Shunsui-taichou e usar algo com estilo – aconselhou ela quase rindo.

– Agora você está fazendo uma piada.

Ela riu, não acreditava que Byakuya estava bem. Teve tanto medo de perdê-lo e depois de tudo, concluiu que havia tomado uma atitude muito precipitada. Deveria ter confiado nele quando pediu que ela não fosse até o Hueco Mundo. Havia prometido para si mesma que tentaria não desrespeitar mais uma ordem, sobretudo se fosse dele.
Aiko estranhou ruídos no quarto dele, então, saiu para averiguar. Não era possível, uma massagista do Centro Estético estava colocando seus óleos de massagem em cima do criado mudo dele, aquilo só poderia ser uma brincadeira.

– Hey, o que está fazendo aqui? – Inquiriu com raiva. – Acho que está havendo algum engano.

– Não há engano algum – informou a massagista. – Fui chamada para empregar uma massagem relaxante no Kuchiki-taichou.

– E quem chamou? – Perguntou Aiko, uma veia de sua têmpora estava saltando.

– O Abarai-fukutaichou – respondeu a mulher abaixando a cabeça. Estava vestindo uma roupa sexy demais para alguém que trabalhava no Centro Estético.

Kuchiki Byakuya saiu do banheiro enrolado em uma toalha, ficou sem jeito quando viu que havia uma outra mulher em seu quarto. Não estava entendendo nada, apesar de já ter visto alguém trajando aquelas roupas no alojamento de Renji. Ele foi para trás do biombo e trocou-se rapidamente, colocando um kimono confortável.

– Kuchiki-taichou, deite-se na cama, por favor – começou a massagista. Era muito bonita, loira, com o corpo curvilíneo e um olhar provocante. – Vou começar com um óleo que vai esquentar suas costas e depois iniciarei a massagem.

– Eu vou esquentar sua cara com uns tapas se não der o fora daqui, sua oferecida – esbravejou Aiko. Ela apontou a saída para a massagista. – Vou fazer uma reclamação para o centro... Onde já se viu chegar assim sem nem confirmar as informações com o cliente!

– Ora! Nunca fui tão mal tratada em tantos anos de serviço – queixou-se a mulher fingindo estar magoada. Ela olhava para Byakuya de uma forma que incomodava Aiko. – Aliás, quem é você, garotinha?

– Garotinha uma ova! Meu nome é Kannogi Aiko, hachiseki pertencente ao Yonbantai. Agora, pegue estas porcarias que chama de óleos e saia daqui...

A massagista não ousou encarar Aiko, parecia estar sentindo as paredes tremendo naquele quarto. Rapidamente recolheu seu material e fez uma reverência antes de se retirar. Não retrucou por Aiko ser uma oficial, mas sim por ter reconhecido o sobrenome dela e saber que se tratava de uma família nobre.
Byakuya se pegou sorrindo, nunca vira Aiko tão alterada. Estava claro que se tratava de ciúmes, algo que combinava muito com o jeito dela. Ainda era um pouco infantil, mas, ele havia gostado daquilo. Jamais ousaria questioná-la, talvez por saber que ela tinha direito sobre ele. Ela se portou como dona da casa e aquilo mexeu com Kuchiki Byakuya de um jeito estranho.

– E você seu sem vergonha – continuou Aiko, estava respirando forte, queria matá-lo. – Eu reparei que já ia deitar na cama, não é?

– Eu? Você está louca – respondeu calmamente, tinha ciência que irritaria ela. – E também, quem disse que você dá ordens por aqui e determina quem entra ou sai da minha casa?

– Eu sei que não dou ordens, mas determino sim quem vai tocar no seu corpo da forma que ela se propôs... Massagem relaxante, sei – ela deu de ombros. – Somente eu faço massagem em você, que fique bem claro!

– Ciúmes? – Ele piscou o olho para Aiko e sentou-se na cama.

– Nem sei o que é isso – Aiko deitou-se na cama sem cerimônias e respirou profundamente. – Espero que proíba o Abarai de contratar qualquer tipo de serviço, senão...

– Senão? – Provocou Byakuya.

– Você verá o que farei com a próxima que chegar por aqui... Bankai será pouco!

Byakuya meneou a cabeça negativamente, deitou-se ao lado de Aiko e a envolveu em seus braços. Ela havia alegrado seu dia, mesmo com aquela crise de ciúmes, sem medir suas palavras. Achava que Aiko era seu lado oposto, sentia-se completo ao lado dela e mais do que nunca naquele dia, queria que ela ficasse ali para sempre.


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