Sol e Lua escrita por Aislyn


Capítulo 13
O Eclipse




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Aiko retornou para o seu quarto pela janela e após um banho, foi falar com a sua taichou. Ela voltou da conversa desolada, sendo obrigada a encontrar conforto em sua cama. O travesseiro seria novamente o seu consolo, queria chorar até não poder mais, entretanto, não conseguia. Ainda podia sentir o toque de Byakuya em seu rosto, o calor de seu abraço e até mesmo ouvir as batidas compassadas do coração dele. Não deixava de amá-lo menos por aquela noite, apesar de estar decepcionada de certa forma. Mudá-lo? Seria impossível... Conviver com ele? Mais impossível ainda.

“Um desafio” – pensou Aiko antes de cair no sono.

Algumas horas depois, ela já estava em sono pesado, tanto que não ouviu o ruído em sua janela. Ele tentava não fazer mais barulho, ajoelhou-se no chão diante da cama dela e ficou zelando seu sono por alguns instantes. Provavelmente não a veria por dias. Hesitou quando foi tocar o rosto dela, não queria que acordasse de forma alguma. O perfume de Aiko estava em tudo, era inebriante. Byakuya admirou-se com a arrumação daquele quarto pequeno, cortinas cor-de-rosa, seus pertences bem organizados, flores em alguns vasinhos. Ela transformou um cômodo simples, colocando a sua personalidade ali, harmonizando o lugar. Ele sabia que estava na hora de ir, antes, pôs um ramo de flores de Cerejeira sobre as roupas que ela usaria no dia seguinte e que já estavam passadas e dobradas, em cima de uma cadeira. Aquilo acalmaria o coração de Aiko. Quando finalmente ia sair, achou que estava faltando algo. Se tivesse sorte, ela não acordaria. Então, inclinou o seu corpo para frente, apoiando-se no colchão e beijou os lábios dela. Em seguida, levantou-se e deu as costas.
Poucos minutos se passaram e Aiko sentiu duas mãos tocando o seu corpo. Preocupada, ela abriu os olhos, acabava de ter sonho mais maravilhoso de sua vida.

– Mizuki, o que foi? – Sua voz quase não saiu. Sempre se assustava quando via a sua zanpakutou materializada daquela forma. Ainda era um mistério o motivo pelo qual somente Mizuki conseguia fazer aquilo. Todas as outras zanpakutous haviam voltado ao normal. Talvez aquele fosse um poder oculto de Mizuki, que Aiko precisava descobrir. – Algum alerta?

– Não... Seu amado Byakuya esteve aqui. Ele vai partir amanhã...

Assim que acendeu a luz e foi beber um copo de água, reparou as flores em cima de seu shihakushou. Seu coração disparou, a janela ainda estava aberta e correu até ela, olhou para todos os lados, jamais poderia alcançá-lo.

– Obrigada, Mizuki-chan! Vou sair... Você pode ficar aqui e me avisar caso aconteça qualquer coisa?

– Claro! Boa sorte...

A shinigami abraçou a zanpakutou com força. Não pensou uma vez sequer, colocou a roupa e saiu usando o máximo que sua velocidade permitia. Demorou um pouco para chegar até o Rokubantai e como não quis ser detectada, pulou pelo muro dos fundos. Após percorrer a área pertencente ao batalhão e não encontrá-lo, algo a parou.

– Aiko-san – imediatamente ela reconheceu a voz de Hanatarou, não sabia o que ele estaria fazendo ali. – Amanhã, quatro taichous irão para o Hueco Mundo, você sabe disto, não?

– Hai – ela falou em voz baixa. – Antes de dormir, falei com a Unohana-taichou e ela não permitiu que eu fosse, sei que tem razão, no entanto...

– Eu entendo, você é bem mais forte que eu e deveria ir em meu lugar.

– Não, Hanatarou-san, a questão nem é força. O Yonbantai irá para desempenhar o seu papel e não para lutar. Você é a melhor opção... O problema é o fato de eu ter perdido a confiança da taichou.

– Você está errada. Ela confia em você, tanto que a deixou responsável pelo Yonbantai também.

– Falarei com ela depois, agora, preciso ir – disse apressada.

– Entendi, espero que não se machuque novamente, Aiko-san.

Ela sentiu um aperto no peito, parecia que o amigo lera os seus pensamentos. Quando estava no jardim da morada de Byakuya, ficou em dúvidas sobre o que fazer, sabia que ele a procurou e quem sabe quisesse dizer algo. Estranhava o fato de não haver guardas em seus postos, quem sabe Buakuya havia preferido aumentar a guarda do Rokubantai dada a sua ausência. Passando pela porta sem problemas, Aiko o encontrou escrevendo na sala.

– Você gosta mesmo disto...

– Não achei que você viria – comentou Byakuya, suas mãos seguravam o pincel com delicadeza enquanto este deslizava pelo papel. Assim que terminou, ele fez sinal para que a jovem se aproximasse. – Consegue fazer igual?

– Nunca vi meu nome escrito de forma tão perfeita! Acho que posso ao menos tentar...

Ele a observou escrever, balançava a cabeça enquanto ela fazia os traços. Admirava o fato de ela saber escrever daquela forma, já que cresceu em um lugar humilde e não teve aulas o suficiente na academia.

– Você precisa segurar o pincel com um pouco mais de delicadeza – Byakuya trocou o papel e segurou a mão dela, conduzindo-a. – Os traços devem ser como um desenho.

– Ficou bonito, Kuchiki-sama – admirou. O taichou estava atrás dela, que, deixou-se cair para trás e ele a envolveu com os braços. – Gostaria de ter mais lições de caligrafia.

– Dentro em breve – assentiu ele pensativo.

– Você vai ficar bem? – Aiko virou-se e aproximou o seu rosto ao dele. – Tenho medo de...

– Eu não tenho medo de nada – irrompeu, seu olhar distante. – Quando você se torna um shinigami, essa palavra perde seu significado.

– Tememos por quem amamos, isso é universal, mas confio em você. Como sempre confiei.

– Já está tarde, alguém a viu?

– Não – mentiu. – Saí à espreita.

– Preciso ir até o bantai, como soube que eu estaria aqui?

– Intuição – sussurrou Aiko próxima aos lábios dele, mentiu também a respeito de sua ida até o bantai. Ela não resistiu, sentia a respiração quente dele tão próxima, então tomou a iniciativa, beijando-o rapidamente. – Eu quis me despedir como deveria.

Nem mesmo Byakuya sabia o que fazer, não podia agir impulsivamente, porém, seu desejo não poderia ser negado. Ele levantou-se e a levou até seu quarto. O aroma de incenso inebriava os sentidos, ele tocou o rosto dela e acariciou, enquanto fitava-a. Aiko estava enrubescida, seu coração batia um pouco mais rápido. Ela olhava-o com dúvida , tocou o cabelo dele e o enrolou em seus dedos, seu sorriso agora aberto contagiava-o. Imaginava se naquela noite conseguiria preencher o coração dele com alegria e quem sabe aquecê-lo um pouco mais.
Byakuya tinha consciência sobre o que aquilo tudo significava, só esperava que Aiko também tivesse. Ele estava sem o kenseikan, sua haori pendurada em um cabide, usava um kimono nobre, com os brasões de sua família. Apesar de tudo, ainda era um taichou e deveria respeitá-la, caso ela não quisesse o mesmo que ele. Aiko estava mais tranqüila ao vê-lo como um homem normal, desprovido de sua zanpakutou, apesar da altivez, não via mais o semblante carregado de sempre. Ela não sabia mais o que fazer, olhou para a cama bem arrumada, com uma colcha azul, almofadas com capas douradas. Já não era tão inocente, seu coração apontava o caminho certo. Retirou a zanpakutou da cintura, desatou o laço cor de rosa e abriu lentamente o shihakushou. Ele se limitou a olhá-la, reparou as mãos trêmulas da garota e resolveu ajudá-la, retirando o traje que a cobria. Estava surpreso, o corpo bem feito de Aiko ficava muito bem escondido, ela tinha os seios grandes, apesar de ainda cobertos, cintura fina, coxas grossas e bem torneadas por conta dos treinamentos... Uma jovem mulher no auge de sua formosura. Ainda faltava livrá-la do acessório que utilizava para sustentar os seios, agora entendia porquê certas coisas do mundo real eram sensações na Soul Society. Antes disto, a abraçou e iniciou um beijo. Aiko deixou-se levar pelas carícias dele, tão delicadas. Suas mãos passeavam pelas costas dela, a pele lisa e macia. Ela estava um pouco receosa, porém, tentou tocá-lo de alguma forma. Um pouco tímida, abriu o kimono dele e com as duas mãos acariciou seu peito. Foi bom sentir que o coração dele estava quase no ritmo do seu. Ele soltou o sutiã de Aiko e assim que ela retirou seu kimono, trouxe o corpo dela para próximo do seu e a abraçou com mais força. A shinigami sentiu seu rosto arder quando seu olhar chocou-se com o dele, definitivamente, a máscara de seriedade daquele homem havia caído, ele demonstrava satisfação, seus olhos brilhavam.

“O que é isto que estou sentindo por ele? Não consigo controlar...”

Aiko tentou deixar sua mente livre de pensamentos, ainda mais quando ele a deitou na cama e ia se colocando por cima dela. Pensava em várias coisas, temia o que não conhecia e sentia-se insegura.

– Está tudo bem? – Indagou ele ao notar que Aiko estava nervosa.

– Acho que sim...

Ela cerrou os olhos, confiava em Byakuya... Seu amado Byakuya. Apesar da obrigação, ele ignorou o horário, queria dedicar a ela seus últimos momentos na Seireitei antes de partir para o Hueco Mundo. Explorava o corpo de Aiko com carinho, beijava cada canto e arrepiava-se com os gemidos dela. O perfume de sua pele inebriava-o, a visão de seu corpo nu era algo que guardaria com ele em sua memória. Aiko sentia o peso do corpo dele sobre o seu, o coração parecia saltar-lhe pela boca, teve que segurar-se nas bordas da cama quando ele invadiu seu corpo. A dor era intensa, mas a ignorou, concentrava-se em um beijo profundo. Byakuya não queria machucá-la, era doce, tentava fazê-la olhar dentro de seus olhos enquanto movia-se sobre ela. Aquele prazer era indescritível, mesmo querendo dar toda a atenção para Aiko, por vezes deixava-se levar. Demorou pouco para a shinigami acostumar-se àquilo, quanto aconteceu, já o puxava contra si, querendo sentir o máximo possível daquela união.
Kuchiki Byakuya se mostrava um amante atencioso, preocupado com o que fazia e muito diferente do homem frio que parecia ser. Ela estava honrada por conhecê-lo agora tão profundamente, sentia-se a mulher mais feliz do universo. Quando achou que nada mais incrível poderia sentir, apertou os ombros dele, esquecendo as unhas compridas... Suas pernas forçaram-no ainda mais, inúmeras contrações aconteciam. Era como se fosse o início de uma erupção, iniciara do nada e acabara da mesma forma, deixando uma sensação de cansaço repentino, felicidade... A plenitude da sua alma. Ao reparar que o corpo dela quase não respondia mais, Byakuya acelerou os movimentos e em poucos segundos, deitou a cabeça no peito dela. Aiko imaginou se ele sentira o mesmo que ela, ainda mais, vendo que ele estava ofegante. Agora entendia quando diziam que somente um homem poderia completar uma mulher. Ela sentia-se completa e incrivelmente, ele também, depois de tantos anos.
O silêncio que se fez era merecido, Aiko gostou de ouvir a respiração dele tão forte enquanto recuperava o fôlego perdido.
Byakuya a fitava dentro dos olhos, a partir daquele momento ela era sua, somente sua. O sentimento de posse fez com que apertasse o corpo dela contra o seu, se pudesse, não deixaria mais ela sair de perto dele. As coisas aconteceram rápido demais, todavia, para ele tudo estava sendo como tinha que ser. Talvez se não tivesse que partir, aquela noite teria sido ainda mais maravilhosa.
Aiko suspirava, um sorriso teimava em permanecer em seu rosto, involuntário. Tinha consciência de que logo, Byakuya quebraria a magia, mas não imaginou que seria tão rápido.

– Eu sei que pode parecer grosseria, mas...

– Não, Kuchiki... – Ela sacudiu a cabeça e retomou. – Byakuya-sama, entendo perfeitamente, você tem que se preparar para ir logo.

– Aiko, – ele levantou a cabeça e a fitou – eu sinto algo muito forte por você. Não sei se é o momento, mas, quero que saiba... Eu amo você, de um jeito que somente eu entendo.

– Já é o suficiente para fazer o meu coração transbordar de felicidade e contentamento. Também amo você, com todo o meu ser. Mente, coração e alma... Teremos muito tempo para falar sobre nossos sentimentos, agora, não quero mais prendê-lo aqui.

– Quando eu voltar, espero vê-la logo – sussurrou sem jeito.

– Eu também – enquanto ele colocava as suas roupas, ela sentou-se na beirada da cama. – Você vai até a Urahara Shouten?

– Pelo que vejo você está bem informada sobre as ordens... De qualquer forma, ele é o único que pode abrir um portal para o Hueco Mundo, você sabe disso.

– Hai! Agora preciso voltar para o meu quarto. Até logo...

Aiko o beijou mais uma vez, vestiu-se e saiu dali correndo. Em menos de quatro horas amanheceria, ela teria que refletir bem sobre o que faria. Talvez quebrasse a confiança de Byakuya também, ainda mais quando ele sabia que ordens deveriam ser acatadas. A prisão não era uma ideia tão agradável, menos ainda se fosse perpétua. Ficou pensando nos momentos de amor que acabara de ter e também na declaração dele, estava feliz demais.

“Já está decidido!”


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