Take me Back escrita por Sky Hope


Capítulo 14
Capítulo 12 - Dance and... fell.


Notas iniciais do capítulo

Oi... É seguro por aqui?
Gente, me perdoem meeeesmo pela demora :'( Minha vida está um inferno por causa da volta às aulas, mas assim que eu conseguir organizar tudo direitinho, o ritmo da fic volta ao normal.
Eu queria agradecer as meninas que comentaram o capítulo anterior. Thanks!!
Fiz esse capítulo bem grandinho para compensar vocês, ok?
Saudades de vcs ;)
Boa leitura!



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– Já chega! Eu não aguento mais, Elena... Isso é tortura!

Entornei o resto do líquido contido em minha garrafa d'água e a guardei dentro da bolsa, antes que acabasse por arremessá-la contra a cabeça de Damon.

– Para de ser dramático Damon! Estamos aqui há apenas meia hora.

– Mas eu estou esgotado! Olha para mim! Estou suando mais do que um porco, Elena! Vou morrer desidratado se continuar assim.

Lancei-lhe um olhar cético.

– Damon, você nem está tão cansado assim. Aqueles exercícios que fizemos foram bastante básicos. E ainda tenho que te passar mais alguns para checar sua postura antes que Jeremy chegue para nos ajudar com a coreografia. Vamos admitir. Você dança como um pato.

Damon bufou, sem nem tentar esconder seu desagrado. Não por causa da minha crítica, mas sim pelo nome que mencionei. Jeremy. Ele foi o coreógrafo escolhido para nos ajudar. Damon logo de cara não gostou do rapaz e não fazia a mínima questão nenhuma de disfarçar esse fato.

– Precisamos mesmo daquele saco de músculos ambulante?

Revirei os olhos.

– Damon! Por que essa implicância com o Jer? Eu o conheço muito bem, e ele sempre me pareceu muito legal. Está tentando nos ajudar!

Ele me encarou um tanto contrariado, mas nada respondeu. Deixei minha mochila no chão da sala e caminhei até o aparelho de som, onde meu iPhone lotado com os mais variados tipos de melodias estava conectado. Passei os olhos rapidamente pela lista de músicas, tentando me decidir entre qual escolher, mas perdi toda a concentração na tarefa quando acidentalmente olhei para o lado.

Ah meu Deus.

Damon estava lá, de costas para mim, tirando a camisa suada e passando-a levemente pelo peitoral totalmente sarado. Eu observava a cena através do enorme espelho a sua frente. Sabia que eu estava babando descaradamente naquele peitoral, mas era inevitável não fazê-lo. E nem mencionei os ombros largos, braços incrivelmente fortes, o tanquinho maravilhoso...

– Elena? Hey! Terra chamando!

Pisquei algumas vezes, voltando a realidade. Damon me encarava com um sorriso cafajeste nos lábios e as mãos na cintura. Senti meu rosto arder de vergonha. Ele com certeza havia notado que eu estava secando totalmente seu abdômen divino.

– Ah... Hmm... O q... Que?

Ele deu uma risadinha.

– Gostou da visão, senhorita Gilbert?

Virei-me rapidamente, fazendo o possível para ignorá-lo, e continuei procurando uma música adequada. Tentei me concentrar novamente, mas estava demasiadamente atenta aos movimentos ao meu redor para fazer tal coisa. Percebi Damon se aproximar, até parar poucos centímetros atrás de mim, espiando o que eu estava fazendo. Ele continuava sem camisa e meu corpo se arrepiou por inteiro, reagindo a sua proximidade.

– Vai demorar muito? - sussurrou, próximo demais ao meu ouvido. Senti meu sangue borbulhar de raiva e por algo mais... Afastei esse pensamento.

– Não! Já escolhi. - coloquei uma música aleatória, louca para sair de perto dele, e caminhei apressadamente até o centro da sala. Damon deu uma risada e veio até mim, se posicionando ao meu lado.

– Tudo bem. Faça exatamente o que eu fizer. - eu disse. Ele assentiu levemente.

Passei os exercícios devagar e Damon imitou sem dificuldades. Eu não iria admitir isso, pelo menos não perto dele, mas sua dança não era tão ruim. Tinha uma ótima postura e um bom ritmo. Um pouco de treino e ele estaria pronto.

Repetimos os exercícios por três músicas seguidas. Já no fim da terceira, Damon desabou no chão dramaticamente, ofegante.

– Ta legal! Tempo!

– Damon! - ralhei com ele, mas logo soltei uma risada, achando graça da cara de cachorrinho perdido que o garoto me lançou. - Ta bom! Cinco minutos. – mostrei minha mão com meus cinco dedos abertos, enfatizando minhas palavras.

– Obrigado! – Damon se esticou e me puxou pela mão em sua direção.

Rindo, cedi ao impulso e deitei-me no chão ao seu lado e fechei os olhos, saboreando a melodia que tocava. Depois de um tempo, virei de lado e olhei para meu parceiro. Seus grandes olhos azuis me encaravam, mas não consegui identificar qualquer emoção neles.

– Você é muito bom nisso.

– Vai ter que ser mais específica, senhorita Gilbert. - respondeu, sorrindo um pouco - Sou bom em muitas coisas.

Lembrei do flagra que dera em Damon e Bonnie mais cedo.

E fui tomada por uma raiva devastadora.

– Claro. Inclusive em dar moral para morenas fúteis e irritantes.

Se estava esperando que o sorriso de Damon sumiria com a alfinetada que lancei, fiquei decepcionada. Por que ele se alagou ainda mais com minhas palavras.

– Elena... Você não faz ideia de como fica sexy quando está com ciúmes...

Desviei o olhar para o teto, tomada de raiva. E tentando controlar o rubor. Não, não, não. Rubor, Elena? Sério, o que estava acontecendo comigo hoje?

Aquele garoto estava acontecendo. Eu estava levando minha vida normal, até que ele apareceu com todo seu mistério, beleza e...bagunçou tudo.

Cara, como ele me tirava do sério. Quantas vezes eu teria que dizer que...

– Eu. Não. Estou. Com. Ciúmes. - falei, entredentes.

– Claro, como quiser.

Encarei-o novamente, com uma carranca.

– E sobre antes, eu quis dizer que você é muito bom em esconder o que está sentindo.

A expressão de Damon endureceu. Logo percebi que havia dito a coisa errada.

– Ah... Desculpa. Eu não quis ofender.

– Não. Tudo bem. - ele deu um sorrisinho fraco - É só que... Com tudo que aconteceu na minha vida, às vezes penso que se fechar para o mundo é a única maneira de não me machucar ainda mais.

Assenti, mostrando que havia compreendido suas palavras. Mas era mais do que isso. Não só havia as entendido, como me identifiquei com elas. Foi como ouvir a mim mesma ali, confessando a dificuldade de me permitir sentir, sem medo. Mas não era. Ao contrário de Damon, eu não tinha a coragem necessária para me abrir daquela maneira, com aquela naturalidade.

Sem conseguir me conter, estendi a mão e acariciei seu rosto com as pontas dos dedos, completamente admirada.

– Sabe... Houve uma época que eu também pensava assim. E é muito difícil carregar tudo sozinha. - minha voz não passava de um sussurro. Damon fechou os olhos com a minha carícia e suspirou - Só que é mais difícil ainda achar uma pessoa na qual você confie para desabafar.

Damon abriu os olhos. Eles estavam escuros e brilhantes.

– É por isso que você dança, não é?

Estava prestes a dizer que sim, mas aquilo não era bem verdade. E por algum motivo, eu não queria mentir para ele. Não parecia ser justo fazê-lo, depois do jeito que havia se aberto comigo.

– Não é exatamente por isso... - suspirei - Eu não danço para expressar meus sentimentos, e sim para fugir deles. Quando estou no palco... Eu não sei... É como se todo o resto desaparecesse - baixei ainda mais minha voz - É como se a dor que eu escondo dentro de mim, naquele momento, sumisse.

Pronto. Estava feito. Eu havia acabado de desabafar com um cara que eu havia conhecido há apenas algumas horas. E o pior de tudo era que não me arrependia.

Damon pegou minha mão que estava em sua face e a beijou. Em seguida, levantou-se e me puxou delicadamente.

– Dança comigo?

Fiquei de pé. Sabia que aquele não era um simples pedido. Estava ciente também de que se aceitasse dançar com Damon, estaria deixando que ele ultrapassasse ainda mais todas as barreiras que criei a minha volta por todos esses anos. E era exatamente por isso que eu não conseguia mais dançar em parceria como antes. Havia tentado muito, com certeza, mas simplesmente não conseguia confiar. E sinceramente, não acreditava que dessa vez seria diferente.

– Não acho que é uma boa ideia. Deveríamos ensaiar individualmente por enquanto...

Damon revirou os olhos.

– Pare de me enrolar.

E sem falar mais nada, me puxou contra ele e colocou a mão livre na minha cintura. Summertime Sadness, da Lana Del Rei, tocava ao longe. A tensão tomou conta de todo o meu corpo. Damon começou a me conduzir pela sala e ao sentir minha relutância, olhou em meus olhos.

– Olha para mim. Está tudo bem. Vê? – assenti nervosamente, olhando em seus olhos. De repente, meus movimentos entraram em sintonia com os dele e em poucos segundos, estávamos rodopiando por toda a sala. Ele sorriu. - Às vezes Elena, se permitir sentir é bom. É um risco que vale a pena correr, pois você pode acabar se surpreendendo.

Assenti de novo, desta vez sorrindo também, completamente envolvida pela dança. Eles estavam em perfeita sincronia, ele girando-a e ela deixando-se conduzir graciosamente. Os corpos estavam colados, os narizes a poucos centímetros de se encostarem. Quando a música desacelerou e Damon colocou os braços em volta da minha cintura e eu envolvi seu pescoço com os meus, percebi o que estava acontecendo.

Estava finalmente sentindo. Sentindo a música, as batidas suaves. Estava sentindo Damon, seus braços fortes ao seu redor. Sentindo tudo, sentindo tão intensamente!

– Quem dança como um pato agora? Hein? – indagou Damon, provocador.

Soltei uma risadinha feliz. Ele estava certo. Era muito bom ter toda aquela emoção de volta.

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P.O.V Caroline

Minha manhã estava sendo um fiasco.

Além de ter sido abandonada pela minha própria melhor amiga, cheguei vinte minutos atrasada no ensaio e levei uma batia bronca do diretor Buford. Que não foi nada comparada a bronca que Aaron me deu por tê-lo deixado esperando, fazendo-o ganhar uma ruga de preocupação na testa.

Argh! Bicha fresca. Não sei por que concordei em fazer o teste com ele.

Depois de berrar e espernear comigo, Aaron passou a me explicar o novo jeito que os ensaios passariam a funcionar. Cada dupla teria uma sala e um coreógrafo para auxílio. Segui meu amigo até o nosso lugar, sala 13 bloco de ensaios 4, praguejando e pisando duro, pois Aaron não quis me contar qual era o nosso coreógrafo, com o argumento de que se eu quisesse mesmo saber quem era, teria chego na hora certa.

Eu realmente não sabia como seria minha vida sem Aaron...

Melhor?

Maravilhosa, talvez?

Ou até quem sabe... Perfeita?

Mas de qualquer forma, agora eu estava aqui, deitada e exausta depois de quase uma hora de alongamento pesado, esperando o bendito coreógrafo chegar para acabar com meu tormento. A curiosidade estava me corroendo de dentro para fora.

– Quantos dias você acha que vai demorar para que a Elena e o Damon se peguem? Quer dizer, a tensão sexual entre eles estava horrível hoje de manhã!

Dei uma risada.

– Acho que eles precisam de um empurrãozinho. Pelo menos pela parte da Elena. Ela estava em total negação ontem.

Aaron revirou os olhos azuis, colocando toda sua impaciência no gesto.

– Damon também. - bufou - Heterossexuais! Tão complicados!

Tive que concordar.

– É... - então uma coisa me ocorreu, fazendo-me levantar num sobressalto - Aaron! Tive uma ideia brilhante!

– Ah meu Deus... Lá vem...

– Nós dois vamos ajudar aqueles dois a ficarem juntos!

Aaron me encarou com uma expressão descrente.

– Caroline. Você deve estar chapada.

Revirei os olhos, exasperada.

– Não é nada disso, seu besta! É só que... - gesticulei com as mãos, em busca de uma forma de me expressar - É que... Ontem, quando a Elena apareceu no meu quarto, ela estava sorrindo, Aaron. Não aquele sorriso forçado que ela sempre exibe para não nos preocupar. Ela estava feliz de verdade... De uma maneira que não vejo desde Matt.

Aaron me encarou, muito sério desta vez.

– Eu sei Car, mas... Mal conhecemos esse Damon. Quero dizer, ele é bem legal, mas eu não tenho certeza se é bom bastante para a nossa Elena. Não posso confiar uma coisa tão preciosa a ele, não ainda.

– Credo Aaron! Falando assim você parece o pai da menina...

Ele revirou os olhos.

– Somos os melhores amigos dela, Caroline. - suspirou, passando a mão pelo rosto - A Elena é a pessoa mais forte que já conheci na vida e passar por tantas perdas e decepções fez com que ela tivesse mais dificuldade em confiar nas pessoas. Mas quando escolhe confiar, se entrega totalmente, compreende? Com ela não existe um meio termo, é tudo ou nada.

Assenti levemente, mostrando que havia entendido o que ele dito.

– Se escolhermos ajudá-la com o Damon e ele acabar por machucá-la no final... A culpa não será só dele. Será nossa também. E eu simplesmente não conseguiria lidar com essa culpa.

Abaixei a cabeça, pensativa. Aaron tinha razão, mas...

– E se ele não machucá-la? E se o Damon for o cara que vai tirá-la do torpor constante que ela vive? Você não pode negar Aaron, o jeito que nossa amiga estava antes da chegada desse rapaz. Ela não se entusiasmava com nada, não queria mais ir a festas, começou a dormir agarrada com as fotos dos pais outra vez... Mas ontem, quando ela chegou no dormitório... Meu Deus! Ela estava radiante! Gargalhando por causa daquela coisa com o Klaus, fazendo brincadeiras. E hoje de manhã me colocou louca por causa do horário. Agora me responda Aaron, você já viu a Elena se preocupar com o horário alguma vez na vida dela?

Meu amigo balançou a cabeça baixa, negativamente.

– Pois é. Eu também não. - suspirei e peguei a mão de Aaron, o que fez com que ele me olhasse nos olhos - Se nós ficarmos sentados, bem aqui, apenas observando nossa amiga jogar essa chance de felicidade fora, também seremos culpados pela sua infelicidade, não seremos?

Agora foi a vez de Aaron suspirar, abaixando novamente a cabeça loura. Esperei ansiosamente por alguma resposta da sua parte, mas minha espera durou pouco. Meu amigo havia levantado a cabeça, sorrindo alegremente e me abraçou.

–É por isso que eu te amo sabia? Você é muito danadinha, loira!

– Eu sei! – respondi gargalhando, em meio ao abraço apertado do meu amigo.

– Mas... Por que a Elena estava rindo do Klaus? – Aaron me largou e agora me olhava curioso. Senti meu rosto inteiro esquentar com sua pergunta, relembrando do relato quente que ouvi na noite anterior.

– Ah! É que... A Elena disse que quando ela chegou em casa ela... – me abanei, tentando conter o rubor – ela topou com o tio no alto da escada e... ele...

– Desembucha mulher!

Respirei fundo, ainda me abanando.

– Ela disse que topou com o Klaus e ele estava...

– Pelado.

Sobressaltei-me com a voz grave que veio do canto da sala. Furiosa e pronta para gritar com o engraçadinho que estava ouvindo a nossa conversa por trás da porta, olhei para aquela direção.

Mas ao ver de quem se tratava, tudo que consegui fazer foi engolir em seco.

Aaron também congelou ao meu lado, enquanto eu tentava me recompor.

– Klaus?

Klaus riu e fechou a porta atrás de si.

– Hey, Aaron. - cumprimentou Aaron com um aceno de cabeça e depois, olhando para mim, repetiu o movimento - Loira.

– O que está fazendo aqui? – levantei-me, na esperança de recobrar um pouco da compostura.

– Sou o coreógrafo que vai ajudar vocês! – Klaus, claramente divertido com meu embaraço, chegou perto o suficiente para sussurrar em meu ouvido – Tenho a sensação que vamos nos divertir muito, love.

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P.O.V Elena

– O que? Não assiste a NENHUMA série? Que tipo de adolescente você é?

Damon e eu estávamos sentados no meio da sala, recobrando as energias. Havíamos dançado por vinte minutos sem parar e depois começado a montar os primeiros passos da coreografia. Mas o garoto desta vez não estava reclamando e eu não estava com aquela vontade de matá-lo, como antes. Estávamos ambos exaustos, porém felizes e confortáveis.

– O tipo não solitário o suficiente para ser viciado em programas de TV.

Dei um empurrão em seu ombro e fingi estar brava.

– Está ME chamando de solitária, Sr. Salvatore? Porque eu amo séries.

Damon sorriu e assoviou inocentemente.

– Talvez eu esteja sim... é...

– Ora, seu... – pulei em cima dele, com uma gargalhada, imobilizando ambos os seus braços acima de sua cabeça. Ele pareceu surpreso com meu ataque.

– Onde aprendeu isso?

– Era uma coisa minha e do meu pai. Ele me ensinava autodefesa. – respondi calmamente. Eram raras as ocasiões em que eu falava deles sem sentir uma pontada de dor no peito, mas felizmente aquela era uma delas. Senti-me orgulhosa por poder mostrar o que havia aprendido com meu pai, mesmo não tendo desfrutado de sua presença por muito tempo.

– Incrível, mas... – num movimento impressionante, Damon se soltou do meu aperto e me girou, trocando nossas posições. Agora ele estava em cima de mim, com ambas as mãos espalmadas no chão, uma de cada lado da minha cabeça. Meus braços estavam colados as laterais do meu corpo e os joelhos de Damon prensavam meu quadril, fazendo com que eu ficasse totalmente sem o movimento das pernas.

Encarei seus olhos azuis e ofeguei.

– Meu Deus.

– Eu disse. Sou bom em muitas coisas, Elena – sua voz era um sussurro rouco e desafiador, o que fez com que toda minha atenção fosse voltada para aquela boca sorridente. – Parece que o bandido venceu a mocinha. Como vai escapar agora?

Obriguei-me a desviar os olhos dali e encará-lo novamente, imitando seu sorriso malandro.

– Quer mesmo que eu escape Dam? – ronronei, inclinando um pouco a cabeça, de modo que meu rosto ficava a apenas alguns centímetros do dele.

Algo faiscou nos olhos azuis do rapaz e o aperto de seus joelhos vacilou. Era exatamente daquilo que eu precisava para agir. Chutei uma de suas pernas, fazendo-o tombar para o lado e montei em cima dele novamente, dessa vez apertando um de meus braços em sua garganta.

– Contou vitória cedo demais. Parece que o Sr. Popular não resiste a uma garota indefesa... – sussurrei em seu ouvido, antes de sair de cima dele e oferecer a mão para ajudá-lo a se levantar.

Damon riu e aceitou a minha ajuda.

– Isso não vai ficar assim, Srta. Gilbert. Quero uma revanche.

Ri também, prestes a responder quando ouvi uma porta se abrindo às minhas costas. Girei e vi um rapaz com cabelos crespos e morenos entrando na sala.

– Jeremy! – corri até ele e o abracei. Jer era o coreógrafo mais novo do lugar, com apenas 23 anos, e também um dos melhores amigos do meu tio. Passava um tempo enorme na nossa casa e já havia me ajudado com diversas coreografias. Era como um irmão para mim.

– Hey, Lena! Está cada dia mais bonita, ein?

Separei-me dele, dando alguns passos para trás para analisá-lo melhor.

– Obrigada. Você também não está nada mal, Jer. – respondi com um sorriso.

– Hã-Hã. – ouvi Damon pigarrear. Revirei os olhos e apontei na sua direção.

– Aquele é o Damon, Jer, meu novo parceiro. Não ligue para as atitudes brutas dele. No fundo, é um bom sujeito.

Jeremy olhou na direção em que eu apontava.

E congelou.

Ficou ali parado, encarando o outro sem reação nenhuma. Apenas abrindo e fechando a boca. Mas por fim, recuperou-se e caminhou ainda relutante até Damon, estendendo-lhe a mão.

– Jeremy. Muito prazer.

Se a reação do coreógrafo havia sido estranha, a do meu parceiro foi pior. Ele ficou ali olhando para a mão do meu amigo, como se soubesse que ao apertá-la, contrairia uma doença terrível.

– Damon. E é... eu não sou muito de formalidades. Desculpe. – disse por fim, cruzando os braços.

Jeremy assentiu e olhou na minha direção.

– Lena, preciso fazer uma ligação rápida. Volto num instante. – e desapareceu pela porta, sem esperar por resposta.

Olhei para Damon, totalmente confusa. Mas o rapaz sequer olhava para mim. Seu olhar estava cravado na porta por onde Jer havia acabado de passar e parecia quase... assassino.

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P.O.V Klaus

Eu estava ali, assistindo Caroline dançar com Aaron e pensando em como eu não ainda havia mostrado para aquela loira o caminho para o meu quarto, quando meu celular vibrou.

Olhei para o visor. Droga, eu precisava atender.

– Pessoal! Com licença. Voltou em um minuto.

Caminhei para fora e atendi ao telefone.

– Jeremy! O que é? Espero que seja importante, porque estou meio ocupado e...

– Você estava certo Klaus! Sobre tudo o que disse ontem.

Gelei, já imaginando o que ele havia querido dizer. Mas tive que confirmar, mesmo assim.

– Do que você está falando, Jeremy?

– Você estava certo. Eu o reconheceria em qualquer lugar, mesmo que agora ele esteja bem mais velho. Mas são os mesmo olhos azuis, os mesmos cabelos negros. E também tem a mesma tatuagem no pulso. Quer dizer, não pude ver com clareza, pois ele não quis apertar minha mão, mas...

Senti minha respiração falhar. Não, não, não!

– Então... Quer dizer que...

– É. Isso mesmo. Damon Salvatore é um infiltrado. E é melhor você agir, Klaus. Ou estamos todos perdidos.

Fechei os olhos e o desespero tomou conta de mim. Haviam nos encontrado.


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Notas finais do capítulo

Então... Vou mudar um pouco as coisas.
Estou pensando em todo o começo dos capítulos, colocar uma imagem relacionada com o assunto. Se vcs gostarem da ideia ou quiserem que eu pare, digam nos coments ok? Se eu receber bastaaaante comentários positivos sobre isso, coloco imagens nos capítulos anteriores também.
Amo vcs! Comentem pleeeease. Se puderem favoritem ou até, quem sabe, recomendem? 0:)
Xoxo
Sky Hope