Take me Back escrita por Sky Hope


Capítulo 13
Capítulo 11 - Torture Me


Notas iniciais do capítulo

Olaaaaaaaaaaaaaa pessoal! Quem ai sentiu minha falta???
Me desculpem pela demora, é que eu fiquei muitooooo enrolada com umas coisas e não deu para escrever.
Mas agora eu estou de volta e não pretendo sumir outra vez! Palavra de escoteira.
Espero que amem esse capítulo. Fiz ele grandinho para compensar vocês!
Boa leitura ;)



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O despertador me arrancou do sono violentamente.

Abri os olhos, um tanto assustada, e os fechei logo em seguida por causa da grande quantidade de luz presente no ambiente. Praguejei furiosa comigo mesma por ter esquecido de fechar as cortinas na madrugada passada.

Ainda piscando por causa da claridade, virei na cama. Dei de cara com uma Caroline apagada, com os cabelos loiros espalhados pelo travesseiro e babando um pouco. Estendi a mão devagar e estava prestes a cutucá-la, quando algo muito peludo pulou em cima da loira, fazendo-a soltar um gritinho de susto.

– Ah meu Deus! O que... Kota! Para! Ah meu Deus, Elenaaaaaaaaaaaaaaaaaa!

Apesar do sono e cansaço, comecei a gargalhar loucamente enquanto observava o pastor lamber o rosto de Caroline, enquanto ela se debatia e gritava.

– N... Na... Não! Kota! KOTA DESCE AGORA!

Kota, ao perceber que Caroline se zangara com ele, sentou em sua barriga e pôs-se a uivar, contrariado.

– Ai minha barriga!

– Acho que você precisa se desculpar...

– Ta legal! Desculpa Kota. – disse, afagando a orelha do cachorro carinhosamente.

Satisfeito com o carinho, o cão deu uma última lambida e depois deitou aos pés da cama novamente.

– Que horas são? – Agora os grandes olhos azuis da minha amiga fitavam meu rosto, completamente tomados pelo sono.

– Hmm... - peguei o celular no criado mudo, ainda um pouco incomodada pela luz e olhei para os números no visor. Levei um susto com o horário e empurrei minha colega da cama - CAROLINE ACORDA! SÃO NOVE E QUARENTA!

Kota, assustado com minha gritaria, se enfiou em baixo da cama e começou a ganir enquanto uma Caroline estendida no chão pôs-se a gemer de dor e a xingar.

– Droga, Elena! Precisava me derrubar?

– Anda logo! E tira o cachorro dali, ele vai com a gente hoje.

– Merda...

Corri para o banheiro e levei outro susto ao me olhar no espelho. Eu havia herdado os cabelos lisos e castanho-avermelhados da minha mãe, e ela sempre dizia que o nosso cabelo era o nosso orgulho, pois ele sempre acordava arrumado.

Mas justo naquela manhã ele estava todo embaraçado e duro por causa do penteado de ontem. Não tinha tempo de lavá-lo, então apenas fiz um rabo, deixando-o o mais apresentável que consegui.

– Kota! Venha cá, seu cachorrinho teimoso! Isso... Isso. Ei... Não! Não volta...

Enquanto escovava os dentes, podia ouvir Caroline tentando tirar meu pastor de seu esconderijo. Apesar da minha irritação, não pude deixar de soltar uma risada.

– VOLTE AQUI AGORA MESMO, SEU CACHORRO DE ARAQUE! QUE DROGA KOTA! VOCÊ É MAIOR QUE UM LOBO, ESTÁ COM MEDO DO QUE AFINAL?!

Pensei em ajudar, mas tinha meus próprios problemas, como a péssima impressão que Damon teria de mim se chegasse atrasada no nosso primeiro ensaio. Ou como diabos não paro de pensar nesse gato de olhos azuis. Argh! Aquilo era no mínimo frustrante!

– Tudo bem. Eu vou contar até dez. Se o senhor não sair daí de baixo, eu chamo o veterinário. ESTOU FALANDO SÉRIO, KOTA!

Conferi minha imagem no espelho novamente, fazendo o possível para ignorar os berros de Caroline, e depois saí do banheiro, passando direto pela minha amiga e seu desespero. Tomei a direção da porta, pronta para sair.

– Elena! Ajude-me com ele aqui!

Bufei e a encarei.

– Pode desistir, ele não vai sair. Uma pena... Justo hoje que eu ia deixá-lo solto por aí o dia inteiro...

Ao ouvir isso, Kota saiu de debaixo da cama com um salto, atropelando Caroline e fazendo-a cair no chão. Passou desesperadamente pela porta e saiu correndo, latindo alegremente. Enquanto meu cachorro passava, as pessoas que estavam por ali o cumprimentavam com um “Eae Kota?” ou um “Bom dia, Kota!”. Ele era a estrela daquele lugar, sem dúvidas.

– Eu MATO esse cachorro.

Olhei para Car novamente, desta vez com uma cara cética.

– Tudo bem... Eu não teria coragem. Agora, me ajuda a levantar porque nós já estamos atrasadíssimas.

– Ah meu Deus! – gritei, pegando minha bolsa - Tenho que ir! Te vejo lá, Car.

E saí correndo pela rua, com um sorriso no rosto, ignorando os protestos da minha loira favorita.

..........................................................//

– Sabe... Realmente acho que você fica uma gracinha de sapatilhas.

– Cala boca, Aaron.

Eu estava sentado no chão da enorme sala 9, bloco de ensaios número três, tentando amarrar aquelas sapatilhas idiotas, sem obter sucesso. Aaron até havia oferecido ajuda, mas eu já estava me sentindo gay o suficiente apenas por usar sapatilhas de ballet. Não precisava de ajuda para amarrá-las também.

– Que bicho te mordeu esta manhã? Por que... Meu querido, você acordou com a macaca.

Apenas balancei a cabeça. Aaron tinha razão, meu humor estava péssimo. E o pior é que havia tantos motivos para isso, que eu não sabia qual estava deixando-me daquele jeito. Era o fato de ter dormido apenas vinte minutos na noite passada? Ou por ter recebido uma mensagem anônima e totalmente desanimadora? Ou ainda o fato de estar usando sapatilhas?

Difícil dizer. Talvez fosse tudo isso somado a ansiedade gigantesca em ver Elena novamente.

Cara, eu precisava relaxar.

Por fim, desisti das sapatilhas e olhei em volta. Dizer que aquela sala era grande era eufemismo. Ela era gigantesca. O piso era coberto por um assoalho de madeira bem claro e um espelho cobria uma das paredes completamente. Em cada canto superior havia uma caixa de som pendurada e nas paredes laterais se localizavam barras de ferro. Em um dos cantos estavam amontoados instrumentos musicais e alguns microfones.

Fui tirado de meus devaneios quando a porta que dava entrada a sala se abriu. Peguei-me desejando que fosse a Elena, mas ao invés dela três garotas, muito bonitas por sinal, entraram.

– Xiii... As cobras chegaram.

– Cobras muito gostosas... - Aaron me lançou um olhar de nojo – O que? Estou falando a verdade!

– Heterossexuais... Porque nunca se controlam?

Dei uma risada, ainda observando as meninas, que passaram por nós e foram juntar-se a outro grupinho mais pro canto da sala. Pude estimar que com a chegada delas, havia umas dezenove pessoas ali dentro. Sinceramente esperava que o número fosse menor.

– Cadê a Elena? Já são quase dez horas! – Aaron exclamou, olhando para seu relógio de pulso.

– Eu não sei. Ela não costuma se atrasar?

O garoto revirou os olhos.

– Pare de fingir indiferença! Eu sei que você está ansioso para vê-la. – abri a boca para responder, mas Aaron continuou – e não, ela não costuma se atrasar, mas o tio dela sim. Acho que estão juntos. Não o encontro em lugar nenhum e ele é o único coreógrafo faltando para o ensaio começar.

Mal Aaron havia terminado de falar, a porta se abriu novamente e um homem alto e loiro passou por ela. Logo o reconheci. Era o tio de Elena, Klaus. Um dos meus principais suspeitos.

Não tinha prestado muita atenção no cara na noite anterior, mas havia tido uma madrugada inteira para pensar, e todas as evidências indicavam que fora ele que trouxera Elena para este lugar. E por mais desconfortável que aquilo parecesse, eu precisava ter uma conversinha com aquele coreógrafo.

Logo atrás de Klaus vinha uma garota, que também não era a Elena. Ela era ruiva e muito magra. Deu um beijinho no canto da boca do loiro e correu até o mesmo grupinho onde estavam as três garotas de minutos atrás. Descobri imediatamente a causa de seu atraso. Aaron me cutucou com o cotovelo.

– É isso ai, meu amigo. Klaus é o maior pegador desse lugar. Mas ele só fica com as campistas, que geralmente estão apenas de passagem. Se ficou com essa garota é porque sabe que ela não vai passar no teste. – Aaron sussurrou com desaprovação. – Já vi que a Elena não dormiu em casa esta noite. Onde raios ela está?

Comecei a me preocupar. Não deveria tê-la deixado sozinha na noite passada. Não depois daquela mensagem. Droga! Que tipo de guardião eu era?

Levantei em um sobressalto. Não sabia bem o que ia fazer, já que ainda não havia aprendido a andar por aquele lugar sozinho, mas não podia apenas ficar sentado ali.

Já estava quase alcançando a porta, quando senti um toque suave no ombro. Virei-me devagar e dei de cara com uma garota que reconheci como sendo uma daquelas três que observei entrando na sala momentos antes.

– Damon Salvatore, certo?

Sorriu, exibindo dentes perfeitos e branquíssimos, que formavam um perfeito contraste com a pele morena e os longos cabelos negros, que lhe caiam pelos ombros. Ela era linda e pude perceber pela sua postura que estava flertando comigo. Em outras circunstâncias eu teria adorado toda aquela atenção, mas naquele momento eu só conseguia pensar em uma mulher. E não era aquela que estava na minha frente.

– Certo. – dei meu melhor sorriso falso e me virei, com a intenção de continuar andando. Mas a garota me segurou pelo braço, obrigando-me a olhar para ela novamente.

– Sou a Bonnie.

Continuei encarando seu belo rosto por alguns segundos, esperando que falasse mais alguma coisa. Mas sua expressão me dizia que a vez de se pronunciar era minha. Suspirei.

– Tá legal. Olha, se não se importa... – apontei para a porta atrás de mim – tem uma coisa que preciso resolver...

– Que coisa é essa?

– É só... – bufei. Aquela garota era persistente – Olha Bonnie, você parece ser legal, mas eu realmente tenho que...

– Se fazendo de difícil – envolveu meu pescoço com os braços e sussurrou – gosto disso.

Fechei os olhos, contando até três. Estava pronto para responder quando uma terceira voz falou atrás de mim.

– Damon?

Desvencilhei-me do abraço de Bonnie e olhei para trás. Elena me encarava com um misto de surpresa e desaprovação. Eu, por outro lado, fui tomado por um alívio enorme ao vê-la.

– Vejo que já está fazendo amigos – disse num tom irritado, cruzando os braços.

Olhei de relance para Bonnie e depois para Elena novamente.

– Não... Não é is...

– Tudo bem Damon. Você não me deve explicações. – e saiu pisando duro, esbarrando com força em meu ombro ao passar por mim.

Corri atrás dela e segurei seu braço, impedindo-a de continuar marchando.

– Está com ciúmes Gilbert? – perguntei com um sorriso torto.

– O que? Ciúmes de você? – revirou os olhos, mas notei o rubor em suas bochechas - Ficou maluco, só pode.

– Então porque está brava?

Ela soltou minha mão de seu braço e me encarou.

– Nada. Só não esperava te ver agarrado com a maior piranha dessa escola.

Abri a boca para responder, mas fui interrompido por alguém falando no meio da sala. Virei e vi Klaus segurando um microfone, com os outros coreógrafos parados ao seu lado.

– Bom dia pessoal! Eu sei que isso era para ser uma aula de dança de salão normal, mas... O grande teste está chegando e nós decidimos abrir as salas para que vocês pudessem ensaiar. E devido a algumas confusões no ano passado, estabelecemos algumas regras. Agora cada sala terá um coreógrafo responsável, então se precisarem de alguma dica ou ajuda, estaremos à disposição de vocês.

Senti Elena ficar tensa ao meu lado. Olhei para ela, mas não fui correspondido.

– Outro lembrete importante é que essa sala é destinada apenas aos casais. Os ensaios individuais estão acontecendo na sala ao lado. Obrigado.

Então Klaus passou o microfone para o homem ao seu lado, que reconheci de prontidão. Era o Sr. Buford.

– Eu os dividirei entre os cinco coreógrafos aqui presentes. Pelas minhas contas, hoje serão dois casais para cada coreógrafo – fez uma pausa, pegando uma prancheta que estava no chão – Vou dizer o nome das duplas, o coreógrafo responsável e a sala que vocês utilizarão. Depois disso, cada um irá para seus respectivos lugares e poderão começar. Agora vou pedir para que cada um segure na mão de sua dupla para que eu possa dividi-los.

Um burburinho baixo se instalou na sala enquanto o diretor escrevia em sua prancheta, parando de vez em quando para perguntar algum nome que lhe fugira da mente. Olhei para Elena novamente, notando que ela torcia as mãos nervosamente. Peguei uma delas e apertei suavemente.

– O que foi? – indaguei num sussurro.

A única resposta que recebi de Elena foi uma carranca. Não consegui segurar um riso baixo.

– Qual é... Vai ficar brava comigo agora?

– Vou.

– Sabe... Não pode ter ciúmes de uma pessoa que conheceu a menos de vinte quatro horas, Elena...

– EU NÃO ESTOU COM CIÚMES, PORRA!

Ela imediatamente tapou a boca com a mão livre. Aquilo tinha saído alto. Todos os ali presentes agora nos encaravam, incluindo o diretor, que estava com uma das sobrancelhas erguidas. Elena ficou roxa de vergonha.

– Eu te odeio! – sussurrou furiosa.

– Claro que sim.

– Saiba que eu não vou dar mole, Sr. Salvatore. Esses dez dias serão os piores e mais cansativos da sua vida. Quase uma tortura – Elena disse, me fuzilando com os olhos.

Dei um sorriso e ergui sua mão entrelaçada na minha, depositando um beijo no local.

– Me torture a vontade, Srta. Gilbert.


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Notas finais do capítulo

Eae? Como vocês acham que vai ser essa conversa do Damon e do Klaus ein? E será que o titio vai ficar de boa com a amizade dele e da Elena?
Me contem o que vocês acham e se estão gostando. O ritmo dessa fic é meio slow, eu sei... Mas a partir de agora as coisas vão começar a ferver.
Nos próximos capítulos vou procurar colocar a Car e o Klaus narrando também.
Bom, é isso. Até a próxima! Amo vcs.
Xoxo
Sky Hope