The New Caribbean - New Pirates on Seven Seas escrita por Black


Capítulo 16
Capítulo 15: Por Trás de um Anjo


Notas iniciais do capítulo

Pessoas, desculpem pela demora, mas eu estive viajando e não pude postar.
Sem mais delongas, espero que gostem e boa leitura!



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Embora nem morta fosse chegar a admitir, Merida se sentia internamente arrependida de ter atirado contra Elena. A morena, por mais que tivesse sido ela o alvo da ruiva, não parecia dar qualquer verdadeira atenção ao fato e, se estivesse fingindo ignorar sua presença ali, estava fazendo um trabalho excelente. Era a loira que assustava a Princesa de Highland.

Merida passou os olhos azul-céu pela figura de Elsa por um curto espaço de tempo. A postura da loira estava rígida, a boca cerrada numa linha fina e os olhos azuis naturalmente cor de gelo realmente pareciam ter a substância do material gélido, duros e frios. Aquilo era mais que suficiente para fazer com que a ruiva percebesse que havia ultrapassado um limite perigoso na paciência da garota.

– Então, vamos, ruiva, faça o seu pior. – Ouviu-a lhe desafiar e embainhar a espada novamente.

Claro, Merida já havia visto o que ela podia fazer, o que não contribuía em nada para dar à ruiva um pouco de esperança de que talvez tudo pudesse acabar bem.

Percebendo isso, Soluço empunhou sua espada e partiu para cima da loira-platina, no intuito de ataca-la e proteger a princesa da qual era encarregado de cuidar, mas acabou sendo barrado por Elena, que ele nem percebera chegar perto dele dada sua concentração em Elsa.

– Eu não faria isso se fosse você. – Elena sorriu torto por um segundo antes de empurrar Soluço para o outro lado do convés e se virar para Jack, Mirana, Rapunzel e Alice, que haviam permanecido parados e atônitos até então. – A briga de vocês é comigo. – Declarou sorridente antes de começar a andar na direção dos três, que rapidamente se puseram em posições de combate.

Tendo o caminho livre para travar sua pequena batalha contra Merida, Elsa começou a andar elegante e calmamente até onde a ruiva estava, o que fez com que ela recuasse à medida que a loira avançava.

– Ora, quem diria? – Elsa pronunciou as palavras em tom irônico. – Tão valente antes, mas tão covarde agora, não é, ruiva? – Alfinetou.

Merida se enraiveceu. Ninguém a chamava de covarde. Porém, antes que pudesse fazer qualquer movimento com o intuito de fazer Elsa se arrepender por suas palavras, se viu presa por espinhos de gelo contra a porta da cabine das capitãs e um espinho afiado e mortal crescia até sua garganta, porém, parou assim que encostou à pele da Princesa de Highland, fazendo com que uma fina gota de sangue escorresse dali.

– Você passou dos limites. – Elsa declarou, caminhando na direção de Merida, que lhe apontou a pistola ainda em punho, mas antes que a ruiva pudesse atirar, a loira fez um gesto com a mão e a arma se tornou gelo sólido, inútil. – Não sabe o que fez. – A loira-platina continuou falando como se não houvesse percebido a atitude anterior da Princesa. – Você tentou tirar alguém que eu amo. – Massageou as têmporas com a ponta dos dedos num gesto impaciente. – E por isso, eu vou tirar a sua vida. – Merida engoliu em seco.

A ruiva não teve tempo de dizer nada, pois antes que cogitasse a ideia, Elsa fez um gesto com a mão que fez com que Merida se visse presa num bloco de gelo, o que imediatamente fez seus dentes começar a bater dolorosamente por conta do frio.

– Eu poderia apenas deixar aquele espinho furar sua garganta, mas isso seria bom demais para você. – Elsa disse no mesmo tom indiferente e impessoal, ainda com os olhos duros e frios como o gelo que prendia sua oponente. Novamente Merida engoliu em seco. – Não, não vou poupá-la do sofrimento. – Sorriu torto, um sorriso que saiu calculista e frio. – Vou fazê-la sofrer bastante antes que finalmente implore pela morte. – Semicerrou os olhos gélidos. – Vou fazê-la congelar até a morte. – Declarou, por fim.

Os olhos de Merida se arregalaram e a pele já pálida pelo frio pareceu ficar ainda mais pálida, mas desta vez por conta do medo. Seus dentes batiam dolorosamente uns contra os outros e o que restava de seu corpo fora do bloco de gelo tremia.

– T-t-t-t-tud-tudo i-i-is-ss-isso p-por q-q-q-qu-que e-e-eu a-a-ati-atirei n-n-n-na-naque-naquela g-g-g-garota? – A ruiva perguntou com esforço por causa do bater dos dentes, tentando soar o mais clara possível.

Elsa cerrou os punhos com força e se aproximou ainda mais de Merida, segurando-a bruscamente pelo queixo, de modo que pudesse forçar a ruiva a olhá-la.

– Tudo isso porque você tentou tirar uma pessoa que eu amo, a única pessoa que me restou. – A loira-platina respondeu duramente, olhando nos olhos azul-céu de Merida a todo o momento.

Se não fosse pela situação desesperado, Merida se sentiria mal por Elsa. Claramente a Capitão do Vingança dos Sete Mares era uma pessoa solitária e, como a própria loira-platina havia dito, a única pessoa que tinha e que amava era Elena. A ruiva não pôde deixar de se sentir culpada, mas isto logo foi substituído pelo medo de morrer ao perceber que já estava começando a perder os sentidos das pernas e dos braços. Precisava sair logo dali, pois em breve, não haveria mais nada que um corpo morto congelado em seu lugar.

Merida olhou além de onde ela e Elsa estavam, percebendo que os outros cinco estavam ocupados demais com Elena para ajudarem-na. Ela estava completamente sozinha com alguém que queria vingança por seu ato impulsivo mais recente. Definitivamente estava perdida.

Elsa, por outro lado, sentia-se bastante conflitante quanto a seus atos. Claro, já matara centenas de marinheiros que tentaram acabar com ela, sua irmã, seu navio e seus tripulantes, mas aquela ruiva lhe era familiar de um jeito que a fazia se sentir culpada por mata-la, como se outrora ela houvesse sido alguém importante em sua vida, por mais que não conseguisse forçar sua memória ao ponto de conseguir identificar o que seria aquela sensação, mas não se importou muito. Sempre fora uma pessoa neutra em relação aos sentimentos, preferia não deixa-los à mostra para quem quisesse ver, de modo que o tiro que Merida desferira contra Elena fora a gota d’água para fazer tudo transbordar, toda sua frustração, sua raiva, seu medo, sua saudade de casa. Estava descontando tudo em forma de raiva e sabia disso, mas não se moveria para fazer nada a respeito. Se sentiria culpada depois, não importava naquele momento.

Pois naquele momento, tudo o que ela queria era assistir a pessoa que tentara assassinar sua irmã mais velha congelar lentamente até a morte.


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Notas finais do capítulo

E aí? O que acharam? O que acham que vai acontecer? COMENTEM!