The New Caribbean - New Pirates on Seven Seas escrita por Black


Capítulo 12
Capítulo 11: Segredos Abandonados


Notas iniciais do capítulo

Aqui estou eu mais uma vez!
Espero que gostem e boa leitura!



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Na cabine destinada às capitãs se encontravam Elsa e Elena. A loira estava sentada com os braços cruzados e certa insatisfação enquanto observava a morena de pé girando nos dedos a corrente que as duas pegaram de Anna e que tinha o símbolo do reino de Arendelle.

– Com tantas pessoas para eles trazerem... – Elsa não terminou. Suspirou, deixando a frase inacabada, subentendida.

– E ela esperava que não a reconhecêssemos. – Elena revirou os olhos, ainda girando o colar nos dedos. – É claro que eu não me lembrava mais dela, mas essa corrente. – Parou de brincar com o colar e fitou o mesmo com seriedade, como se estivesse perdida em seus próprios pensamentos. – Fomos nós que demos para ela.

– E a mecha branca no cabelo a entrega. – Elsa abaixou a cabeça, fitando o chão com a sombra de uma tristeza antiga estampada em seu rosto de anjo.

As duas ficaram caladas por mais algum tempo, nenhuma parecendo inclinada a quebrar o silêncio instalado ali, até que foi Elsa a se pronunciar mais uma vez:

– Acha que devemos contar para ela? – Olhou nos olhos da irmã gêmea que eram tão iguais aos seus e arqueou uma sobrancelha.

– E o que vamos dizer? – Elena perguntou num incomum tom de sarcasmo. – “Oi, somos as irmãs que te abandonaram três anos atrás”. – Suspirou e passou a mão pelos cabelos castanho-escuros. – Eu não sei, Elsa.

– Eu pensei que você tivesse respostas para tudo. – A loira tentou animar a irmã, sorrindo levemente para a mesma.

– Ninguém tem respostas para tudo. – A morena respondeu com um sorriso de canto desanimado que não combinava em nada com as feições angelicais que ela tinha. – Eu posso até passar essa impressão, mas isso não é verdade. – Andou a passos lentos até onde Elsa estava e rodeou a cadeira em que a loira se encontrava, ficando atrás da mesma e apoiando-se com os braços no encosto. – Não sei se contar para ela será a melhor escolha. Pelo menos, não agora. Eu não sei como ela irá reagir quando contarmos e nós ainda temos coisas para fazer. – Suspirou.

– E duvido que ela entenderia o porquê de sairmos de casa daquele jeito. – Elsa complementou, também soltando um suspiro pesado.

– É realmente complicado. – Elena assentiu, começando a brincar com uma mecha do cabelo loiro-platina da irmã. – Mas, fica assim? Só contaremos a ela quando terminarmos o que viemos fazer? – Arqueou uma sobrancelha, esperando uma resposta.

As Capitãs do Vingança dos Sete Mares eram uma dupla bastante particular. Nenhuma delas fazia qualquer coisa que não fosse de acordo com as decisões da outra e, por mais que parecesse difícil para alguns acreditar, sempre entravam em um consenso, qualquer que fosse o assunto.

– Sim. – Elsa concordou, levantando-se da cadeira e pegando suas luvas azuis na mesa que havia na cabine, calçando-as logo em seguida.

Ao virar-se para a irmã depois de seu ato, viu o semblante infeliz da outra enquanto olhava para o par de luvas azuis que Elsa insistia em usar.

– Ei. – A loira se aproximou da irmã, colocando a mão em seu ombro em um gesto, no mínimo, reconfortante. – Quando nós acabarmos, isso – Levantou a mão calçada com a luva azul. – Some. Não me olhe com essa cara. – Pediu, afinal detestava aquela expressão infeliz e amargurada tão contrastada com o rosto de anjo que a morena e ela tinham.

– Você sabe que não precisa usar. – Elena respondeu apenas alguns segundos depois, já conseguindo mascarar sua tristeza e amargura com uma expressão completamente vazia.

– Não. Você não precisa. – Elsa contradisse, dando ênfase ao “você”. – Ter a Anna de volta só me fez perceber que eu ainda não me controlo bem e também acho que ando meio ansiosa em completarmos nossa, digamos, tarefa. – Sorriu fracamente ao ver que a outra não demonstrou nenhuma reação. – Vai ser só por enquanto. Quando terminarmos, voltando para casa ou não, eu as jogo fora. – Assegurou na tentativa de ver pelo menos a sombra de um sorriso no rosto da mais velha.

Elena permaneceu calada e impassível por mais alguns segundos. A loira sabia que ela detestava aquelas luvas e que, entre as duas, era a que menos se importava em deixar os outros verem o que sentia, mas que a morena era a melhor “atriz” entre as duas, isso era verdade. Se a mais velha não quisesse que alguém soubesse o que ela sentia, ninguém, exceto Elsa que a conhecia como ninguém, jamais saberia.

– Acho bom. – Elena finalmente disse em meio a um suspiro pesado, desencostando-se da cadeira em que outrora Elsa estivera sentada. Esfregou os olhos e bocejou logo em seguida. – Você vai dormir. Eu subo para ver como está tudo e já volta. – Assegurou.

Elsa não parecia nem um pouco inclinada a fazer o que ela pedira, principalmente vendo o rosto fatigado e as olheiras que começavam a se formar, mas não disse nada quando a morena simplesmente passou por ela sem esperar por uma resposta e saiu da cabine. Tampouco foi dormir como ela pedira. Esperou pacientemente no mesmo lugar até que finalmente, depois de alguns poucos minutos, Elena abrisse a porta e adentrasse mais uma vez na cabine.

– Tudo bem. Tudo bem. – Elena levantou os braços em rendição ao ver os olhos semicerrados, os braços cruzados e a insatisfação estampada no rosto de anjo de Elsa. – Vamos. – Aproximou-se da loira e a puxou para o outro lado da cabine, onde havia duas camas aparentemente quase sem uso. – Agora vá dormir, porque a única pessoa nesse navio mais cansada do que eu é você. – Disse num tom autoritário que sempre lembrava a Elsa de que Elena era mais velha que ela, por mais que apenas por alguns segundos de diferença.

O pensamento fez a loira, até então carrancuda e insatisfeita, rir com vontade, seguindo para sua cama enquanto Elena seguia para a própria. Ambas se deitaram, cada uma virada na direção da outra, entreolhando-se.

– Acha que iremos encontra-lo? – A loira questionou, de repente insegura, algo que não demonstrava havia anos.

– Espero que sim, Elsa. – Elena respondeu com seu melhor sorriso reconfortante, tentando colocar alguma esperança no coração da irmã gêmea mais nova. – E, se não encontrarmos, eu conheço alguém que pode saber. – Completou com um riso baixo.

– Está falando do... – Elsa não conseguiu terminar a frase, pois foi interrompida pela outra, que ria abertamente.

– Estou. – A morena assentiu ainda rindo com vontade. – É nessas horas que eu dou graças a Deus pelas confusões em que a mamãe se meteu quando tinha nossa idade. – Revirou os olhos e Elsa riu. – Mas agora vamos dormir. Alguma coisa que diz que amanhã o dia vai ser bem longo.


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Notas finais do capítulo

E então?
Gostaram? Ficou bom?