Always in My Head escrita por Kizimachi


Capítulo 9
Capítulo IX - Masterchef


Notas iniciais do capítulo

Depois do curtíssimo capítulo, vamos voltas às atividades! Agradeço, de corpo, alma, e, principalmente de todo o coração, à Lorena! Você verá isso, kkk



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P.O.V Thalia

A água corrente ajudava a acalmar minha mente. O impacto emocional de ter acordado na cama do Nico foi... delirante. Em qualquer sentido. Paralelamente à isso, vinha um certo receio. Receio de ter perdido a minha virgindade.

Os homens dizem que não entendem as mulheres, mas eles são igualmente complexos; toda aquela... investigação dele foi, de um certo ponto, cômica, mas, de outro ponto, correta. Analisando bem, realmente eu parecia intacta. Crio uma nota mental de agradecer ao di Angelo por isso. Isso se eu não beijar ele antes e... Espera. Por que estou pensando nisso? tá, beijei ele (ou melhor, me joguei nele) hoje, mas aquilo foi uma reação ao seu beijo roubado e... Argh! Não adianta inventar desculpas sofistas... seu beijo é delicioso.

Em meio a todo esse pensamento, eu já tinha terminado meu banho, me secado, enrolado a toalha em mim, e estava penteando meu cabelo em frente ao espelho. E o pior de tudo: me peguei sorrindo enquanto pensava em seu beijo, em seu toque, em seu abraço, em seu cheiro, em seu... nome. E agora, além de estar sorrindo, sinto borboletas no estômago e um leve arrepio na nuca. Eu pensava que esse sentimento estava morto em mim depois do Luke. Mas, eu odeio admitir, Thalia... Você está apaixonada. Suspiro pesadamente, guardo a escova e volto para o quarto do Nico. Eu já pudia sentir um ótimo cheiro vindo da cozinha. Nicolas além de tudo, aparentemente, sabia cozinhar muito bem.

Ele realmente é quase perfeito. Quase. Porque, aparentemente, ele não conhece as mulheres o suficiente para saber que nós odiamos vestir a mesma calcinha. Abro seu armário, e, adivinhem? nenhuma roupa feminina. Óbvio. Dou de ombros quando acho uma cueca um pouco menor que as outras. Visto-a mesmo assim e pego uma camisa qualquer de banda. A camisa era grande o suficiente para me cobrir até a metade da coxa. Resolvo descer para a cozinha.

Passando pela sala, me olho num pequeno espelho, e descubro que a camisa, por acaso, é do Muse. Ótimo. Então, adentro a cozinha, sendo inundada pelo cheiro divino. Nico, assim como eu, gostava de cozinhar ouvindo música (Coldplay, por sinal) alta, então ele não percebeu minha presença.

P.O.V Nico

Não sei do que a Grace gosta, mas resolvi fazer um frango grelhado acompanhado de macarrão ao queijo cottage. Já estava botando o frango na grelha, quando algo me agarra por trás e beija minha nuca, e repousa a cabeça nas minhas costas, balançando ao ritmo de Paradise, que acabava de começar.

– Grace, nunca te disse...

– Me chama de Thalia, porra - ela sussurra no meu ouvido direito, e em seguida, morde meu lóbulo.

– Enfim - falo, me virando e me apoiando no balcão, encarando aqueles lindos olhos - Ia te perguntar se nunca te disseram que beijo na nuca é tortura. Mas eu acrescento mordida no lóbulo nessa pergunta. - Ela dá de ombros, como sempre.

– Não sabia que gostava de Coldplay, di Ange... - Vingança é algo muito bom quando se trata da Thalia. Interrompo sua pergunta, levantando-a e entrelaçando suas pernas na minha cintura. Em seguida, apoio-a na mesa, que fica na cozinha, encaro-a a pouquíssimos centímetros, e sussurro:

– Me chama de Nico, porra. - Quando faço menção para beijá-la, apenas sorrio e solto-a, voltando ao frango.

– Eu te odeio, Nico. - Ela reclama, vindo pro meu lado, observando a comida.

– Eu sei, eu sei, Thalia. Mas se eu gosto de Coldplay? - Paro alguns instantes para olhá-la - Não sei se existe alguém que não goste dessa banda. Veja bem, eles são gênios e únicos. O novo álbum deles, é ótimo. - Ia falando enquanto cozinhava - Ghost Stories. Conhece?

– Sim, sim. Soube que ele é meio que baseado no fim do casamento do Chris Martin.

– É bem por aí mesmo. Digo sem medo que são as músicas mais românticas e dramáticas deles. Olha essa frase de True Love: "Tell me you love me, if you don't then lie to me (Diga que você me ama, se não, minta para mim)". Nossa, garanto à você que derramei algumas lágrimas quando ouvi o álbum. - Ela sorri.

– Garanto à você que derramei vária lágrimas quando ouvi o álbum, Nico. Mas eu também sei cozinhar. Quer que eu faça algo? - Pensando bem, o frango já estava pronto. Então vou deixar o macarrão ao gosto dela.

– Bem, praticamente terminei o frango, e tava pensando em fazer um macarrão ao queijo cottage. O macarrão já está cozido.

– Deixa comigo.

– Tá bem. - Levanto as mãos em rendição e me afasto do balcão. Tiro a camisa e me sento numa das cadeiras, observando-a atentamente.

– Nico, você usou sal no fran... - ela para e fica me encarando.

– Para de babar, Grace. - Falo, rindo. Ela revira os olhos.

– Idiota. Você usou sal no frango? - ela completa a pergunta, mas ainda me percorrendo com os olhos.

– Não. Só orégano em uns e alecrim em outros. Evito ao máximo usar sal em comidas.

– Você é dos meus. Mas sobre o queijo cottage: ele tem uma textura e um gosto meio que de iogurte. Já usei-o antes. Então, o que vou fazer é... - ela para, pegando o orégano, derramando um pouco no queijo - Aquecer o queijo separadamente, já com o orégano. Assim, ela fica mais líquido e pega um bom sabor. - Então ela se vira para mim, sorrindo de lado. Ficamos por uns instantes em silêncio, até que eu aplaudo-a.

– Bravo, Thalia. O Masterchef está perdendo uma ótima candidata. - Ela volta sua atenção pros ingredientes.

– Espere para aplaudir quando estiver pronto, Nico.

Ela preparou tudo conforme me disse, e, enquanto o queijo estava no microondas, ela me encara e fala:

– Ei, mulheres odeiam usar a mesma calcinha. Então peguei a menor cueca que achei. E não reclame. - Dou de ombros.

– É toda sua, Thalia. - Depois de um certo tempo, o microondas apitou, e ela, animadamente, tirou o queijo de lá.

– Joga o queijo no macarrão e misture. Enquanto isso, vou ajeitando a mesa.

Depois de cerca de 5 minutos, toda a "ceia" estava pronta. Fizemos nossos pratos. Deixei ela comer primeiro.

– Porra, está delicioso. Come aí, cara.

Assim faço. Já conhecia o meu frango, mas o macarrão... estava divino! Não formulo algo para dizer, então, simplesmente, encaro-a, no mesmo instante que ele se focava em mim, esperando uma resposta. Depois de um certo tempo de convivência com Thalia, você percebe que a coisa mais paradisíaca do mundo são os olhos dela. Toda sua mente é esvaziada, e apenas uma sensação vem até ela: Tranquilidade. Não posso negar que, mesmo nas vezes que brigamos, eu me sentia feliz. Minha vida monótona mudara no momento que começamos a interagir. Qualquer toque da moça dos olhos azuis elétricos é anestesiante para mim. Sorrio com a possibilidade de estar apaixonado pela moça na minha frente. Baixamos os rostos ruborizados e voltamos a comer. Depois de comermos, levanto o rosto e novamente encontro seu olhar. Novamente minha mente se esvai, e, de repente, tudo o que preciso é segurar a mão dela mais do que já precisei de qualquer outra coisa na vida. Não apenas sentir que ela segura a minha mão, mas segurar a dela também. E assim faço.

– Vem Thalia, vamos dançar. - Ela sorri com a minha ordem e, já nos ajeitamos para dançar. A música? por um acaso, True Love. Ela fica na ponta dos pés, me dá um selinho, e descansa sua cabeça no meu peito.

– Sempre mandão, Nico. - E começamos, no ritmo lento e perfeito da música.

– Ué, e você não quer dançar? - Ela dá um leve tapa nas minhas costas.

– Calado, Nico. Apenas dance.

– Sempre tão mandona, Thalia? - Ela me encara.

– Apenas. Dance.

– Mas eu estou dançando. - Ela revira os olhos e volta a encostar o rosto no meu peito.

Sabe aqueles momentos que você sorri quando se lembra deles e então você tem certeza que estarão num livro sobre sua vida? Pois é. Este é um daqueles momentos. O nome do capítulo seria "O dia mais que perfeito". Como se faz com todo cuidado a pipa que precisa voar cuidar da paixão exige mestria. E esse momento foi feito com toda a maestria do mundo, principalmente quando paramos no refrão da música para nos beijarmos, mesmo da parte do "Tell me you love me". Não foi um beijo de desejo, como os da noite anterior, mas foram beijos de carinho, de paixão. Paramos para respirar e ficamos assim: abraçados, um sentindo o coração e a respiração do outro. Ocasionalmente, nos beijávamos de novo. Foi assim por umas 3 músicas. Todas de Coldplay.


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Notas finais do capítulo

Fiz uma referência à música Léo e Bia, de Oswaldo Montenegro:
"Como se faz com todo cuidado a pipa que precisa voar cuidar de amor exige mestria". Na Fic, troquei "amor" por "paixão". Também parafraseei o livro Se eu ficar:
"E, de repente, tudo o que preciso é segurar a mão dele mais do que já precisei de qualquer outra coisa na vida. Não apenas sentir que ele segura a minha mão, mas segurar a dele também."



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