Always in My Head escrita por Kizimachi


Capítulo 14
Flashback I - Look, Luke.


Notas iniciais do capítulo

Capítulo 99% feito por minha fã Luh Castellan - obrigado, você é o máximo -, sobre o antigo romance de Thalia e Luke. Boa leitura!



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P.O.V Thalia

Estávamos na LIV, uma das mais badaladas casas noturnas de Miami Beach. Decoração sofisticada e moderna, com direito a vários restaurantes, bares, pistas de dança e muitos outros espaços atrativos. Quando se tratava de diversão, Luke gostava de esbanjar. E não era pra menos, já que o rapaz era filho do dono da maior empresa de comunicação dos Estados Unidos.

Sentei-me num dos sofás de couro da área dos bares, observando as garçonetes seminuas rebolando sobre um dos balcões, enquanto os marmanjos babavam aos seus pés. A música eletrônica preenchia o ambiente, vinda de todos os lados. Luzes em tons de neon e púrpura dançavam do chão ao teto.

Luke aproximou-se sorrindo com dois drinks coloridos nas mãos. Não pude negar que ele estava lindo com aqueles jeans escuros e a regata preta sob um blazer branco, aberto. Seus cabelos loiros estavam bagunçados de forma natural, dando-lhe um ar meio rebelde.

– O que é isso? - perguntei, referindo-me às bebidas.

– Não faço a menor ideia. - respondeu, ainda sorrindo.

O loiro entregou-me uma das taças e virou a sua de uma vez só, engolindo todo o líquido. Não era a primeira vez que ele bebia naquela noite.

Levei minha própria bebida aos lábios, sentindo um gosto doce misturado ao forte e inconfundível sabor do álcool.

Quando enfim esvaziei a taça, Luke arrastou-me para a pista de dança. A música ficou mais alta e as luzes multiplicaram-se. O lugar estava repleto de corpos em movimento, confundidos em meio a névoa causada pela fumaça artificial. Feixes de lazer projetavam-se em direção à grande cúpula azulada do teto.

A energia do álcool em minhas veias praticamente me obrigava a mexer o corpo. Logo, eu e meu namorado nos juntamos à massa de pessoas dançando ao som de Titanium, do David Guetta.

– Já te falei que você tá muito gostosa com essa roupa? - Luke falou ao meu ouvido, roçando os lábios na minha orelha e, consequentemente, ocasionando um arrepio naquela região.

Sorri com malícia. Eu usava uma meia-calça por baixo da saia preta de couro, combinada com uma blusa cinza do Pink Floyd. Escolhi aquela roupa para chamar a atenção dele, e havia alcançado meu objetivo.

– Eu amo essa música! - exclamei, puxando-o para o meio da multidão, assim que Animals começou a tocar.

Comecei a dançar de forma provocante, recebendo um resultado positivo do garoto. Ele me acompanhou. Obrigada, aulas de dança. Estávamos praticamente colados, numa mistura de calores, cheiros e cores. Quando chegou ao refrão, uma pequena roda de pessoas formou-se ao nosso redor.

Depois de mais algumas músicas, Luke finalmente entregou-se aos seus instintos, atacando-me num beijo acalorado. Nos afastamos da multidão, indo para um lugar mais reservado com sofás e luzes roxas. Alguns poucos casais ocupavam o ambiente, uns conversando, outros se engolindo.

O rapaz retirou um chaveiro dourado do bolso e o agitou em minha direção.

– O que acha de subirmos? - convidou, em tom sugestivo.

Um arrepio percorreu minha espinha quando notei o que ele queria. A casa noturna LIV fazia parte do luxuoso hotel Fontainebleau. Aquela chave provavelmente era de um dos lobbys. E descansar numa das enormes camas de dossel, com certeza não era uma das intenções de Luke.

Eu havia programado aquele momento por tanto tempo, o imaginado inúmeras vezes e, agora que a oportunidade estava bem na minha frente, eu sentia como se não estivesse pronta.

Tentei disfarçar a tremedeira da minha voz.

– Hã... A balada tá tão boa... Vamos aproveitar um pouco mais?

Felizmente, o alto nível de álcool no seu organismo o impediu de perceber meu desconforto.

O loiro sorriu.

– Esta noite o Fontainebleau é todo nosso, ma chère - sussurrou, imitando o sotaque francês.

Forcei um sorriso.

Depois de alguns amassos, drinks, risos e danças, minhas tentativas de adiar o inevitável acabaram. Meu coração estava prestes a saltar pela boca. O formigamento na espinha aumentou quando vi as portas prateadas do elevador se fecharem na nossa frente, conduzindo-nos aos andares com dormitórios.

Luke agarrou-me pela cintura e começou a beijar meu pescoço, ali mesmo no elevador. Todo o fogo e desejo que eu sentia antes se dissipara, deixando a ansiedade e o medo em seu lugar. Minha mente trabalhava a todo vapor em possíveis alternativas para me livrar daquela situação.

– Luke... A-acho que eu não estou pronta.

– Não se preocupe, esse elevador desconfortável não vai permanecer conosco por muito tempo. Os travesseiros de plumas nos aguardam - respondeu, com malícia.

O cheiro de bebida estava forte no ar. Afastei-o para encarar direto nos seus olhos azuis.

– Não é isso, é só que... Eu realmente não estou pronta para isso.

Ele parou um segundo, refletindo sobre a situação. Ou pelo menos tentando, visto seu grau de embriaguez.

– É claro que tá, gata - retrucou, sorrindo calmamente.

Nesse momento o elevador parou, contribuindo com o meu desespero. Revelou um largo corredor acarpetado, decorado sofisticadamente. Ele dava acesso a várias portas com números cravados em dourado.

– Não, Luke - rebati, tão firme quanto meu nervosismo permitia. - Eu não estou. E não quero.

Afastei suas mãos de mim. Ele revirou os olhos.

– Pare de pirraça. Estamos perdendo tempo.

Me puxou para fora do elevador, mas eu desvencilhei-me novamente. Estava começando a me estressar.

– Qual a parte de “eu não quero” você ainda não entendeu, porra?!

– Thalia, você é minha namorada. É isso que namorados fazem - gesticulou em volta, impaciente. - Não é um bicho de sete cabeças.

– Não quero namorar um cara que quer me forçar a fazer algo que não estou preparada - cuspi, ríspida.

Ele me empurrou contra a parede. Seu hálito de álcool invadiu minhas narinas. Eu estava começando a sentir nojo daquele cara. Uma de suas mãos apalpava minha cintura e a outra estava firme no meu cabelo. Minha respiração estava pesada. A adrenalina fervia no meu sangue.

– Quer fazer isso por bem ou por mal? Muitas garotas dariam qualquer coisa por essa oportunidade, sair com Luke Castellan. Se eu fosse você, eu entraria nesse quarto sem dar nenhum pio, senão...

Ele não concluiu a frase, pois uma voz feminina o interrompeu.

– Senão o que, senhor Castellan?

Era uma morena, de pele pálida, na casa dos 20 anos. Estava acompanhada de dois seguranças corpulentos trajando smoking.

Luke surpreendeu-se um pouco com os novos visitantes, mas permaneceu me pressionando contra a parede.

– Isso é entre eu e ela. Meta-se na sua vida! - gritou para a mulher.

Empurrei aquele ser repugnante de cima de mim, usando todas as forças que me restaram.

– Me solta, babaca!

Os dois seguranças interviram, cada um segurando um braço do loiro. Só então percebi o quanto minhas pernas estavam bambas.

A morena cruzou os braços e fitou o rapaz, num misto de superioridade e reprovação.

– Nunca lhe ensinaram que o significado da palavra “não”? Não significa “sim”, nem “talvez”. “Não” significa realmente não. Quando um ato sexual não tem o consentimento da vítima, é uma tentativa de estupro.

– Mas que merda é essa? - Luke exasperou-se. - É claro que tinha o consentimento dela! Nós somos namorados!

A mulher balançou a cabeça negativamente.

– Então explique isso e as imagens gravadas naquela câmera - Apontou para o equipamento na extremidade superior de uma das paredes. - Para o juiz.

– E nós éramos namorados - Completei, ainda com ódio na voz. - Porque a partir de agora está tudo acabado.


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Notas finais do capítulo

Mais uma vez, quero deixar meus agradecimentos à Luh. Sem ela, esse capítulo nunca existiria, já que não tenho muita afinidade com Luke.



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