Chapter 2 Odeio As Leis de Konoha

Horas se passaram. Eu e Riome esperamos impacientes, sem fazer nada além de tentar contatar Hiro que provavelmente havia dormido depois de tudo...

A lua já estava alta no céu quando o Hokage voltou. Riome já estava terminando a barra de chocolate que ele conseguiu importunar o guarda o suficiente para dar a ele.

Levou poucos segundos para eu notar como o Hokage estava pálido.

—É verdade. afirmou ele. Eu assenti solenemente. Ah meus queridos...

Riome olhou para o chão e eu balancei a cabeça.

—Está tudo bem... Eu acho. falei lentamente. Isso não vai mais acontecer.

—Quer mesmo brincar com o destino? perguntou o velho Hokage. Admirei-o por isso. Ele não estava implorando-nos para salva-lo. Na verdade, ele parecia contra a ideia.

Ele era... Incrível. Um Hokage a ser respeitado. Lembrei-me a aura de confiança de meu pai. Ele não chegava à aura que eu sentia do Terceiro Hokage.

Não o chamavam de O Professor para nada, afinal.

—Não acredito em destino, senhor. falei leviana. Pai dizia que é apenas uma forma dos fracos esconderem sua fraqueza.

Os cantos dos lábios dele subiram.

—Muito corajoso de vocês, garotos.

Riome sorriu.

—É claro que somos. ele riu. Eu sou incrível.

Ah, e lá vai ele... Balancei a cabeça, olhando-o com descrença. Ele era mesmo meu melhor amigo?

O Hokage riu, bem humorado.

—Bem, teremos que criar uma história de capa para vocês. Então poderemos lhes introduzir no sistema shinobi... Hm... os olhos dele percorreram meu corpo, analisando meus ferimentos. Você foi abusada.

Meus olhos caíram para o chão.

—Sim senhor. admiti a contra gosto.

Ele balançou a cabeça para si mesmo.

—Certo. Bem... Vocês vieram de uma pequena vila a norte de Nami no Kuni. inclinei a cabeça. Você era uma órfã e Riome era um garoto normal... A pequena vila em questão é Arashi no Sato foi destruída a poucos dias de forma que seu passado está coberto.

Balancei minha cabeça. Fazia sentido. Riome balançou a cabeça para mostrar que tinha entendido.

—Os dois foram os únicos sobreviventes da tragédia. continuou o Hokage. Riome continuará com o Thoranor, porque o clã atualmente não existe e não tem nenhum problema... Mas Haruka-chan, você não pode continuar Uzumaki. Seria ruim se a confederação Uzumaki viesse perguntar sobre isso.

Eu choraminguei um pouco quanto a isso. Meu nome era importante pra mim.

—Você será Uzu Haruka. Pode continuar com esse pequeno pedaço do sobrenome. Será fácil lembrar.

Assenti, desanimada.

O Hokage sorriu para mim antes de continuar.

—Infelizmente, pela lei vocês devem fazer pelo menos um teste da academia para serem considerados Gennin. É a lei.

Riome ergueu a cabeça rápido para isso.

—O que?! exclamou ele afobado. Mas já passamos pela academia!

—Só daqui a uns trinta anos. corrigiu o Hokage. Não agora. Não temos registros e o conselho não aceitaria.

Eu gemi. A academia seria um saco.

—Teremos que arranjar uma casa para vocês, também... ele falou, pensativo. Por hora, fiquem aqui mesmo. Irei designar um Jounnin para ser seu professor particular durante a academia... Para evitar que vocês fiquem sem praticar as habilidades maiores. Mas não se preocupem. O próximo teste é em duas semanas.

Dito isso ele saiu. Eu suspirei, deixando escapar um gemido doloroso.

—Você está bem, Haru? perguntou Riome.

—Não me chame de Haru. silvei, chateada. E estou sim. Só... Hiro não está curando meus machucados, isso é tudo.

Os olhos de Riome se arregalaram.

—Por quê?

—O chakra dele parece baixo para os padrões normais... Ele deve estar desmaiado.

Riome arregalou os olhos.

—Isso é possível? Ele é o Bijuu mais forte!

—É um jutsu de viajem no tempo. Pra uma pessoa já deve ser difícil. E você veio junto.

Ele corou.

—Mas então? Vai ficar ok?

Encolhi meus ombros. Estremecendo com o movimento.

—Vai sim. falei, minha voz tremeu, me denunciando. Eu sou uma Uzumaki. Minha vitalidade é grande.

Riome assentiu, olhando-a com preocupação.

—Certo. falou a contra gosto. Tente não se esforçar demais.

Eu revirei os olhos. Ele se preocupava demais. Nem estava doendo tan- AI!

Minha costela picou como ele me cutucou lá. Eu gemi. Ele ergueu a sobrancelha.

—Eu sabia que você não estava. acusou. Mentirosa.

Eu mostrei a língua, meus olhos lacrimejando de dor.

—Chato. murmurei fazendo beicinho.

Ele revirou os olhos.

—Durma.

Obedeci emburrada. Fechei meus olhos e percebi que as imagens das memórias que meu corpo tinha não saiam de minha mente. Suspirei mentalmente. Outra noite mal dormida...

<>.<>.<>.<>.<>.<>.<>.<>.<>.<>.<>.<>.<>.<>.<>.<>.<>.<>.<>.<>.<>.<>.<>.<>.<>.<>.<>.<>.<>.<>

POV Narrador

Era tarde da noite quando Sakumo foi chamado a torre Hokage.

—Queria me ver, Hokage-sama?

O Hokage sorriu para ele.

—Ah, sim Sakumo. Você tem um filho de seis anos, não?

—Sim, Hokage-sama. Kashi fará sete em torno do Exame Chunnin desse ano.

O Hokage sorriu. Perfeito.

—Certo Sakumo. Tenho uma missão de longo prazo para você.

<>.<>.<>.<>.<>.<>.<>.<>.<>.<>.<>.<>.<>.<>.<>.<>.<>.<>.<>.<>.<>.<>.<>.<>.<>.<>.<>.<>.<>.<>

Na manha seguinte eu estava sonolenta. Ainda tremendo dos pesadelos da noite eu suspirei e me levantei quando alguém bateu na porta.

—Sim? chamei, minha voz arranhando um pouco.

—Haruka-chan, eu posso entrar?

Era o Hokage. Minha cabeça pendeu para o lado. A vila era dele, ele não precisava pedir permissão. Pequenas coisas como essa foram gravadas em minha mente e admiração por ele.

—Sim senhor. confirmei, decidindo não comentar sobre a educação exagerada dele.

Ele entrou e me olhou. Seus olhos se estreitaram minimamente e ele abriu um sorriso.

—Seus ferimentos não parecem melhores.

Meu rosto ficou branco e eu balancei a cabeça.

—Hiro não está curando-os. murmurei. Acho que a quantidade de Chakra que ele gastou para a viajem no tempo foi muita. Mesmo para ele.

O Hokage assentiu, entendendo.

—Certo. Eu devo dizer que já arranjei um professor particular para vocês, por agora vocês devem ficar com ele.

Eu inclinei minha cabeça para mostrar que tinha entendido.

—Uh... O que o Hokage está fazendo aqui...? murmurou Riome acordando sonolento.

—Ele veio nos falar do nosso professor particular. respondi. Quem é ele?

O Hokage sorriu. Aquele sorriso era meio macabro, sinceramente eu me assustei.

—Ah, vocês vão adorar ele. Ele tem um filho da idade de vocês sabe. O filho dele é um gênio também, então não tem que se preocupar com isso. Ele é um bom homem. Gosta de crianças e doces... os olhos de Riome brilharam nessa parte. Mas é rígido e não vai lhes deixar afrouxar o treinamento, de forma que vocês devem conseguir recuperar boa parte de suas habilidades em pouco tempo.

Ah, sim. Meu controle de chakra também estava horrível, novamente. Não tão ruim como quando eu tinha seis anos, mas muito ruim quando comparado ao eu de dezesseis... Nossas habilidades foram deixadas a um nível próximo a Chunnins novatos, se eu tivesse que adivinhar... Riome também não conseguia convocar sues insetos do mal, e eu não havia sequer tentado convocar minhas raposas. Tecnicamente eu não havia assinado o contrato de qualquer forma.

—Bem, o seu professor particular será Hatake Sakumo.

—Ele não é o pai de Kakashi-sensei? perguntei para Riome, que assentiu. Uou! Isso é incrível. Ele é o nosso sensei temporário é o pai do sensei do meu pai. Isso é divertido! exclamei.

O Hokage riu de minha animação infantil, mas eu senti que ele tinha pena da gente por alguma razão. Será que tinha algo haver com o sorriso macabro de antes? Uh... Isso estava me dando um mau pressentimento...

—Claro. E quanto à academia... Ela vai começar em uma hora então eu sugiro que se apressem. Os materiais estão aqui. ele largou uma sacola no chão e eu olhei com pavor para ela. Eu podia ver o contorno de algo rosa lá dentro. Isso era do mal!

—Espera... Você disse uma hora? perguntou Riome, para confirmar.

O Hokage assentiu sorrindo.

—MERDA! exclamou ele, correndo para achar alguma coisa para vestir. Haviam algumas roupas de doação para o hospital então era ok.

—Sakumo irá busca-los na escola hoje, não se preocupem quanto a isso. falou ele, enquanto assistia Riome com diversão.

Interiormente eu amaldiçoei as leis de Konoha por me obrigarem a ir para a escola novamente...