Fearless escrita por anna


Capítulo 1
Capítulo 1 - Dia Comum




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Hoje seria nada mais nada menos que um dia normalmente chato e comum.

Acordei com o meu sono constante, minha preguiça diária e com meu cabelo (bem contrário dos outros) super arrumado. Férias é algo que eu realmente amo, por mais que tenha que ficar em Lambeth, lugar que possivelmente eu mais odeie no mundo por ter que voltar para esse lugar que chamam de orfanato.
Meu dia começou assim:
–Rachel, acorde! Temos atividades para fazer -disse Marie (monitora do orfanato) batendo na porta.
–Aaaaaah -bocejei- Eu já fiz o que tinha pra fazer ontem, da pra me deixarem em paz hoje?
–Não é assim que as coisas funcionam, Rachel.
–Ah, qual é? É meu aniversário!
–Eu sei, mas precisamos ajudar com o almoço hoje.
–Mas que droga! -reclamei- Ta, ta. Já vou descer.
–Estarei na cozinha; vá para lá.
–Tá.
Já que eu não tinha escolha, me levantei e andei até um armário com meus pertences -que particularmente não eram muitos. Coloquei meu jeans que está um pouco (talvez muito) surrado e uma camisa preta com o desenho de um raio dourado e um all star preto.Procurei minha escova e quando achei peguei-a é fui para frente do espelho. Prendi meu cabelo ruivo e longo em um rabo de cavalo deixando apenas a franja solta. Sorri para mim mesma em frente ao espelho e disse num tom de sussurro "Ninguém pode estragar hoje. Já foram 13 aniversários estragados, não vão conseguir estragar o 14°". Respirei fundo. "Tudo bem, seus pais te abandonaram. E daí? Saia hoje a tarde, faça algo no seu aniversário. Apesar de sua única amiga morar longe, aproveite".
Ok, hora de descer e me livrar logo do que eu tenho que fazer.
–Feliz aniversário, Rachel - disse Elizabeth, a cozinheira e uma das pessoas que mais gosto daqui.
–Obrigada.
–Olhe só quem já desceu! Parabéns para você...! - disse Marie - Ok, ok. Agora venha cá, preciso lhe passar sua tarefa.
–Beleza - e ando até ela - O que é?
–Você vai ter que ir no mercado comprar as coisas dessa lista - falou enquanto me entregava um papel com várias coisas escritas.
–Mas o mercado é dois quilômetros de distância! -questionei-a
–Sinto muito, eu realmente não posso fazer nada. Mas veja pelo lado positivo: depois terá a tarde para fazer o que quiser.
–Claro, muito divertido. Enfim, já vou indo.
–Até depois Rachel.
Sai da cozinha e fui até a porta de saída. Eu fico realmente feliz em sair dessa prisão que chamam de Orfanato Mystiv Feels (não me pergunte por que), mas andar quatro quilômetros? Não é lá a coisa mais divertida a se fazer. Mas é como Marie disse, vou ver pelo lado positivo. Nem mesmo essa tarefa pode acabar com o meu aniversário. Nada pode.
Eu não tenho muito o que falar porque andar até o mercado e fazer compras não é algo muito interessante. Vou me apresentar: meu nome é Rachel Evans Lewis. Tenho (a partir de hoje) 14 anos. Moro em um orfanato que fica próximo a Londres. Meus pais me deixaram aqui quando eu tinha 1 mês de idade (não, não sei nada sobre eles, não tenho foto deles e nem quero ter ou saber). Estudo em um colégio interno no interior.
Não sou nada tímida, pelo contrário, mas se dizem: "me fale sobre você", da um branco na minha mente. Então, desculpe, realmente deu um branco na minha mente agora e eu não sei mais o que falar de mim.
Como eu já disse, uma ida ao mercado que fica 2 km de onde eu moro não é lá muito interessante. Então vamos pular para a parte em que eu chego em casa e aproveito o meu aniversário.
–Marie, cheguei! - grito da porta de entrada.
–Oi, Rachel. - me cumprimentou Marie em um tom nervoso enquanto tirava as sacolas da minha mão.
–O que houve?– perguntei.
–Han? Não houve nada!
–Tudo bem. Ei, eu vou subir para o meu quarto e depois v...
–Rachel, tem uma mulher no seu quarto querendo falar com você. - me interrompeu Marie.
–Que? Uma mulher? ESPERA! TEM UMA MULHER NO MEU QUARTO? TIPO, NO MEU QUARTO? Eu não deix...
–RACHEL! É a sua mãe.
–Minha mãe? - como assim, minha mãe? - Ah Marie, por favor, sem brincadeirinhas.
–Estou falando sério, Rachel. E suba logo, porque ela não tem muito tempo.
–E eu com isso? E dai se ela não tem muito tempo? - Marie me olhou com um olhar suba-logo-ou-você-morre. -Tá, tá. Minha mãe, quem diria. Catorze anos sumida e resolve aparecer agora? Vai me dizer o que? "Só vim lhe dizer olá, tchau"?
Abro a porta do quarto e me surpreendo com a mulher que vejo sentada na ponta da minha cama. Ela é perfeita, sem mais nem menos.
Depois de um tempo encarando ela, fecho a porta e pergunto:
–No que posso ajuda-lá?
–Ah, Rachel, finalmente. Vamos ter uma conversa rápida, porque não tenho tempo, portanto evite me atrapalhar.
–Ok. Mas quem é você?
–Afrodite. Deusa grega da beleza e do amor, sim. Sou sua mãe, agora preciso esclarecer umas coisas. - acenei com a cabeça - Antes de tudo, quero dizer que você não é normal. É especial. Nunca tive um filho ou uma filha assim antes. Naturalmente, por ser filha de uma deusa e de um mortal, você é uma semi-deusa.
–Não acredito que querem que eu acredite nessa besteira. Que tipo de pegadinha é essa?
–Mas seu pai não era um mortal comum, Rachel. Era um bruxo. - continuou Afrodite como se eu nem tivesse falado. -Ta legal, aonde estão as câmeras?
–E, tem sangue de caçador das sombras. Rachel, você é alguém raro. Não existe ninguém como você a dois milênios.
–ISSO É LOUCURA!
–Não tolero crianças mal educadas! Agora, Rachel, me escute. Você precisa ir para Hogwarts, receberá sua carta. O certo era ter entrado aos onze anos, mas achei-a muito nova para isso. Precisa saber que ninguém lá pode saber sobre você, nem mesmo os professores. Se descobrirem, haverá consequências. Até o mais maravilhoso tem seu lado positivo e negativo. Você será capaz de fazer coisas que os outros não podem fazer, Rachel. Arranje desculpas, invente. Mas não deixe que descubram. Qualquer dúvida, procure o diretor.
Concordei com a cabeça. Afinal, não adianta discutir. E se não for verdade? Se não for, não irei receber minha carta, não irei embora daqui. Mas e se for? Discutir não ia mudar.
–Seu pai me pediu catorze anos atrás para eu lhe entregar isso - disse enquanto me passava um objeto parecido com uma caneta se vidro - Sua estela. Ele disse que com o tempo iria aprender sozinha como usa-lá. Se necessário, pesquise nos livros da biblioteca de Hogwarts.
–Resumindo, o que eu sou? - perguntei.
–Não tem um nome certo para isso, porque é extremamente raro, então não tem porque se preocupar em dar nome. Resumido, posso dizer que és uma bruxa semideusa caçadora de sombras.
–Entendi, mas o que são caçadores de s...
–Já está na minha hora de ir, Rachel. Mas preciso esclarecer mais uma coisa: em breve você terá que escolher qual parte do seu sangue predomina e terá que escolher entre dois caminhos. Ninguém pode escolher por você.
–E meu pai? Onde ele está? Ele está vivo?
–Ele ainda está vivo, sim. Mas está preso em uma prisão para bruxos, Azkaban. Talvez você consiga tira-lo de lá. Agora eu tenho que ir. Foi um prazer rever você, Rachel. Aliás, não gosto muito de ruivo, mas fica muito bonito em você. Adeus.
–Tchau, mãe.
E ela desapareceu como se nunca tivesse estado ali.


A parti daí, eu soube: esse não era mais um dia comum, e nem minha vida viria a ser uma vida comum. Nada mais seria igual.


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Notas finais do capítulo

Descrição Rachel: Ruiva (natural), baixinha (1,58 de altura), olhos verdes e pele muito clara. Cabelos muito longos e um pouco cacheado nas pontas.
Marie: cabelos castanhos, alta, pele morena, em torno de 30 anos de idade.
Afrodite: A aparência física de Afrodite é difícil discernir, que constantemente muda ligeiramente para alinhar-se com a percepção de beleza do espectador.



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