Stand By Me. escrita por aliciamalicia


Capítulo 2
Capítulo 1




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Quando Kathe estacionou o carro eu saltei para fora buscando um pouco de ar puro, respirei fundo e me preparei para o que poderia ser o começo de uma nova vida. Talvez esse realmente fosse o lugar das respostas e tudo mais, eu até mesmo me senti mais confiante. Max e Liam nos esperavam saltitando pelo jardim e pela primeira vez em dois anos eu notei o quanto eu sentia falta dos gêmeos hiperativos irmãos de Kathe, eles eram como alegria pura derramando por aí, eu poderia ser feliz com isso. Abri a porta do carro e retirei minhas malas de lá, ao ouvirem o barulho da porta se fechando os dois meninos notaram que tínhamos chegado e correram para abraçar minhas pernas enquanto gritavam sobre o quão "fofinha" a Megan era. Ri da brincadeira e abracei os dois, eu sempre quis ter um irmão e Kathe tinha tido a sorte de ter dois.

– Look, é melhor me soltarem ou vão amassar a minha roupa nova. - Eu disse enquanto jogava o cabelo pra trás e arrancava gargalhada dos dois.

– Megan é muito lindinha! - Max gritou e correu pra dentro de casa enquanto Liam ria acompanhado de nós duas.

– Vai Liam, vai dizer pra ele que nós também achamos ele muito lindinho. - Eu disse enquanto acertava minha blusa e puxava a mala pela entrada da casa.

– Você sempre gostou tanto deles, eles falaram sobre você durante dias depois que você foi embora e quando te viam na tv faziam uma confusão. - Kathe disse enquanto trazia minha outra mala e sorria pra mim.

– Eu adoro os seus irmãos. Kathe, quando nós podemos ir visitar o castelo Dunluce? - Perguntei enquanto apoiava minhas malas ao lado da porta e andava para a sala de estar, a casa dos pais de Kathe era simplesmente gigantesca e maravilhosa, tiraria o folego de qualquer um que não fosse acostumado a tanto luxo e sensibilidade.

– No fim de semana, eu já conversei com o papai e ele vai conosco. - Ela sorriu pra mim e eu devolvi o sorriso devagar.

– That's awesome! Vamos, me mostre onde eu vou ficar. - Dei pulinhos animados e agarrei o braço da minha melhor amiga arrastando ela escada acima como se a casa fosse minha e não dela.

Kathe me deixou sozinha pra que eu desfizesse as malas no quarto gigantesco e me acomodasse em paz. Prendi meus cabelos em um coque desajeitado e enrolei as mangas do sweather me preparando para desfazer as malas e guardas as coisas, não era algo que eu fazia quando estava em casa já que tenho alguém que ganha pra fazer essas coisas mas quando comecei a me virar sozinha eu percebi que ninguém além de mim poderia fazer essas coisas bobas, então eu me viro como posso. Conectei meu Ipod no aparelho de som e Phillip Phillips explodiu pelo quarto cantando Home, automaticamente a paz costumeira da canção me invadiu e eu sorri feliz com a sensação. Terminei de organizar tudo e andei de pés descalços até a varanda, abri as portas de vidro e saí para o ar frio que era seriamente agradável.

– Irlanda, eu acho que senti mais falta de você do que imaginava. - Sussurrei enquanto olhava para a paisagem extremamente verde. Agarrei meu celular e procurei o contato da minha mãe, toquei a tecla verde e esperei o sinal de chamada, no terceiro toque eu ouvi a voz da minha mãe.

– Megan Lily onde você está agora? - Minha mãe praticamente gritou no meu ouvido e eu resmunguei irritada.

– Irlanda, mom.

– IRLANDA? Megan, venha pro Brasil e fique conosco. Sinto sua falta, my sweet. - Eu olhei pra cima tentando controlar a vontade absurda e pegar o próximo vôo e ir até a minha mãe pra receber um pouco de carinho e alguns conselhos.

– Eu não posso ainda, talvez em um mês ou dois eu estarei aí mas agora não. - Minha voz saiu falha mas eu ignorei.

– Megan...

– Mom, please! Forget, me conte sobre como as coisas estão aí. - Pedi enquanto voltava para o quarto e procurava por um casaco no closet recém arrumado.

– Oh, Megan, Brasil is so lovely! Eu estou amando e o concurso está sendo um sucesso, a final é acontece em duas semanas. You know, você deveria vir pelo menos para assistir a final. - Mom diz enquanto eu visto o casaco e tento não imaginar como seria reencontrar todos de uma vez só.

– Eu posso pensar sobre isso, mom. Look, preciso desligar. I see you soon, love ya. - Disse apressada e desliguei o celular jogando em cima da cama.

A semana passou extremamente corrida, Kathe e eu nos dividimos trabalhando com seus pais na joalheria da família e em poucos dias eu percebi que amava jóias mas nunca saberia lidar com fabricar as peças. Era metódico e era pacato, eu sou agitada demais para algo tão simples. No sábado pela manhã fui acordada pelos gêmeos que saltaram em cima da minha cama e me deram de presente um mau humor infernal que foi resolvido quando Kathe entrou avisando que sairíamos em dez minutos para ir até as ruínas do castelo dunluce. Rapidamente eu pulei da cama e vesti uma calça jeans preta com uma camiseta também preta, um casaco acinzentado e uma bota própria para estradas cheias de lama arrematavam o look, agarrei meu celular e desci correndo os dois lances de escadas.

– Megan, será que você sabe que nós só estamos indo fazer uma caminhada? - Bruce, o pai de Kathe disse rindo e eu dei de ombros sorrindo pra ele.

– Bom gosto nunca é demais. - Sacudi o cabelo por sobre o ombro e agarrei o braço de Kathe.

Duas horas depois nós pulamos fora do carro e iniciamos a melhor caminhada da minha vida inteira, eu sempre reclamei quando precisei andar demais mas diante da vista de tirar o fôlego tudo que eu podia fazer era fechar os olhos e agradecer por ter tido a chance de ver esse lugar em toda a sua glória decadente. E eu nunca fui muito de agradecer. Bruce nos guiou pela trilha desconhecida e que levava até o topo das ruínas, uma trilha desconhecida por turistas que só um morador local poderia saber da existência, chegamos ao topo depois de longos dez minutos e o que eu vi me tirou do chão. O mar batia contra as pedras lá embaixo, na esquerda a torre se erguia ainda imponente mesmo depois de tanto tempo, o cheio da água salgada e da terra me dava paz e eu lembrei instantaneamente do que Kathe dizia "É como se Deus tivesse desenhado tudo a mão e em seguida deixado lá para que nós soubéssemos que ele existe e que só precisamos olhar nas coisas pequenas.” E eu, que nunca acreditei realmente em Deus, de repente, acreditei.


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