O Vampiro da Minha Vida escrita por konan facinelli


Capítulo 5
Capítulo 5 - Ele não virá




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Já tinham passado dois dias desde que fui a casa de Julian. E até hoje não parei de pensar no que aconteceu, foi estranho de mais. O modo como ele sofria estava me enlouquecendo. Helena faltou os dois dias seguintes, espero que ela vá hoje na aula.

Ontem tive o mesmo sonho de algumas noites atras. Eu corria pela ruas de noite. Só que dessa vez o dono da sombra apareceu, era o mesmo homem de antes, o que vestia roupas brancas e com a boca suja de sangue, no meu sonho era sangue, corria atras de mim. Pulava telhado por telhado me perseguindo.

 

Cheguei sedo na escola, Helena estava lá, a única que havia chegado, com a cabeça abaixada, acho que estava dormindo. Fui para minha carteira.

- Oi Clara – disse ela animada, levantando a . Será que existira algum dia que ela não esteva assim?

- Oi. - disse sem parar de olhar pra ela.

Ela revirou os olhos.

- Fala Clara, o que foi?

Fiquei pensando no que dizer. Eram tantas coisas que eu queria falar.

- Como o Julian está? Ele parecia mal...

- Ele está legal – disse tranquilamente.

- Sei... - não estava muito convencida do que ela disse – Aconteceu alguma coisa na sua casa?

Ela pareceu confusa.

- Não, está tudo bem. Por quê?

- Bem.... vocês tem algum vizinho de cabelo branco? Amigo?

- Não. Er.... Ah! Meu avô tem cabelo branco – disse ela muito satisfeita.

Com certeza não estavamos falando da mesma pessoa.

- Sua casa não foi invadida? - perguntei com uma voz mais alta.

Ela olhou para mim com uma cara de “como assim?” risonha.

- O que?

- Eu vi um albino ensanguentado pular seu muro! - disse alto.

Ela me olhou por um grande tempo com uma cara desconfiada.

- Clara, não entrou nenhum estranho lá em casa – disse me olhando com um olhar preocupado. Ela acha que estou louca? Ela começou a rir.

- O que é engraçado?

- Você! Você nervosa é engraçada, principalmente quando é sem motivo – disse rindo.

É, estou nervosa. Não sei bem o por que mas estou. Deve ser pelo fato dela interpretar que sou louca, ou por eu achar que ela está mentindo. Eu sei o que vi!

Sentei na minha carteira sem dizer mais nada. Ela não iria me dizer a verdade.

 

O resto do horário escolar foi bem chato. Tive que rir de alguns comentários de Gina no recreio. Helena estava de casado de capuz e não comeu nada de novo e Estephane não parava de falar do filme que viu no cinema: Lua Nova. Não parava de falar do vampirão do filme.

Na saída da escola, fomos para a esquina como sempre. O que me surpreendeu é que Julian estava lá. Em pé, encostado no muro, com um casaco de couro com capuz vestido. Ele olhou para mim, respirou fundo e andou na minha direção. Eu fiquei sem ação. Parou na minha frente ficamos nos encarando por um tempo. Ele olhou para Helena, que lhe deu um sorriso e voltou a olhar para mim.

- Oi Clara – disse ele sem grassa.

- Oi.

Ele respirou fundo.

- Será que pode falar comigo? Prometo que não te mordo – riu.

Estephane riu, mas não teve nenhuma graça para mim.

- Sem mentiras?

- Foi o nosso trato, não foi? - ele passou a mão no cabelo.

Pensei por um segundo e assenti para mim mesma. Andamos uns 50 metros de distancia de todos, paramos embaixo da sombra de uma arvore. Ele ficou algum tempo de costas para mim. Respirou fundo, tirou o capuz e se virou para mim. Me encarou por um tempo.

- Me... Me desculpe por... - ele estava com dificuldades com as palavras.

- Por tentar me morder? Está desculpado.

Ele arregalou os olhos.

- Como?! Acho que você não intendeu muito bem o que aconteceu – ele mordeu o lábio inferior.

Olhei no fundo de seus olhos vermelhos, eles estavam tremulos e intensos, aparentavam dor, mas mesmo assim eram lindos. Ele por inteiro ela lindo.

- Então me conte – disse calmamente, me aproximando um passo.

Ele colocou a mão em meu ombro com delicadeza, abaixou a cabeça e fechou os olhos. Depois de alguns segundos ele balançou a cabeça negativamente melancolicamente.

- Não posso.

- Como assim não pode? Não é simplesmente me contra?

- Não.

- É por causa de Helena? - olhei rápido na direção dela e voltei o olhar para ele. - Pode falar, ela não pode nos ouvir daqui.

- É o que você pensa – disse olhando para o chão.

- Ela pode nos ouvir?

- Sim, pode.

Fiquei olhando para ele, ainda olhava para o chão.

- Julian...

Parei de falar porque o carro de Raquel parar no nosso lado.

- Tchau Clara – disse ele levantando a cabeça, tirou a mão do meu ombro e colocando o capuz. - Até mais. - passou por mim uns cinco passos – Ah! - se virou para mim com um sorriso e andou até mim. Tirou do bolso da calça um CD dentro de um plastico – Aqui.

- Um CD virgem? Pra que?

- Gravei minhas musicas favoritas nesse CD. Veja se gosta, se já conhece, sei lá. - todos seus dentes estavam a mostra no sorriso. Assenti com um sorriso e ele foi atras de Helena que estava esperando ele do outro lado da rua da esquina que as meninas estavam.

Entrei no carro e olhei para minha mãe ela que me mandava um olhar malicioso e brincalhão.

- Ele é bonito filha – disse ela.

- Ah mãe! - virei a cara corada.

Ela riu, ligou o motor e o carro partiu.

- Como foi seu dia de escola?

- Foi normal. E seu trabalho.

- Nem me lembre! Hoje meu chefe estava de mal humor.

- O Cláudio é tão legal mãe, não fala assim dele.

- Legal quando não está no horário de trabalho.

Eu ri.

- E quem era aquele garoto?

- É o irmão da Helena. Ele é legal, só um pouco perturbado da cabeça.

Ela riu com ironia.

- Que foi?

- O sujo falando do mal-lavado.

Rimos.

 

De noite liguei o computador e entrei no msn para falar com Marcos. Era hoje que ele e o pai vinham para Belo Horizonte, iriam pegar o ônibus na rodoviária da São Paulo as vinte e duas horas, ele me contou isso anteontem, t inha dito também que antes de ir ele iria malar comigo. Eram oito horas agora.

Fiquei esperando esperando ele por um tempo e ele não aparecia. Eram vinte e uma horas quando ele entrou.

Oi – digitei.

Clara? Você é Clara Soares?

Que pergunta é essa só pode ser uma brincadeirinha dele.

Muito engraçado u_ù.. Fiquei uma hora aqui esperando você entrar ¬¬.estou muito feliz que você vem!! *_*

Clara, aqui quem esta falando é o Matheus, amigo do Marcos.

Matheus era um dos poucos amigos do Marcos que não o influenciava para usar drogas. Ele é muito gente boa.

O que você está fazendo no msn dele?

Ele demorou para responder.

Ele tinha me dado a senha deles para emergências. Só entrei para te dar um recado.

Emergência? Como assim? Comecei a ficar nervosa.

Que recado Matheus?

Ele demorou para responder.

Marcos morreu de overdose ontem a noite.

Fiquei em estado de choque. ELE MORREU. Senti uma lagrima escorrer pelo meu rosto.

- Não – sussurrei e outra lagrima escorreu.

Corri até minha cama e peguei o celular. Disquei seu numero.

Primeiro toquei.

Segundo toque.

Terceiro toque. Comecei a chorar loucamente.

Quarto toque.

- Atende Marcos! - gritei desesperada, desesperada de forma que todo quarteirão pudesse ouvir.

Quinto toque.

Sexto toque. Minhas pernas tremiam de modo descontrolado.

Sétimo toque. Cai de joelhos no chão.

Oitavo toque. Ouvir Isabel e Raquel subir as escadas correndo.

A linha caiu.

Raquel abriu a porta do quarto.

- O que foi filha – disse correndo até mim e me abraçando.

- ELE MORREU MÃE!! – gemi em meio de prantos e roer de dentes. - ELE NÃO VIRÁ! NUNCA MAIS!!

 


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