O Vampiro da Minha Vida escrita por konan facinelli


Capítulo 12
Capítulo 12 - Possibilidade




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Passou mais de uma semana desdo acidente. Estou de castigo por sair de casa a noite e não contar o porque dos ferimentos. Tive que engessar a mão. Levei vários pontos na perna, no braço e nas costas. Bom, pelo menos o medico disse que não haverá nenhuma cicatriz.

- Clara me desculpe – dizia Helena desesperada pelo meu perdão pela milésima vez.

- A culpa não foi sua Helena e te perdoo – e pela milésima vez respondi. Já está um saco isso.

Julian agora nem mais encosta em mim, tinha medo de me machucar, de ficar tentado de novo. Quer dizer, quando ele aparece, né? Pois agora quase não o vejo. Aff. O mais estranho de tudo era Nick.

Agora ele parece que está dando uma de protetor. Para onde eu olho, ele está me vigiando de longe. Fora da escola, na rua, em casa. Ele sempre está por perto. Não sei bem o porquê. Se foi Helena que pediu para ele me vigiar ela vai ver... Só sei que isso está me deixando com medo. Mesmo sendo lindo como anjo, seus olhos ainda são de demônio. Parece que quando olho pra ele, eu vejo meu reflexo neles, eu morta... engoli em seco.

- Clara – gritou minha mãe do andar de baixo – você pode ir na padaria pra mim, filha?

Aff.

- Sim mãe! - gritei.

Pausei o filme que estava vendo e desci para falar com minha mãe. Ela anda muito chata... Eu ando chata. Sinto falta de Julian e Helena não passa mais o recreio conosco, e agora Nick.

 

Estava voltando para casa com os pães. Tinham acabado se sair do forno, estavam quentinhos. Estava com vontade de comer um bem ali na rua mesmo.

E lá estava ele me seguindo, uns 20 metros de distancia de mim.

- Nick será que pode ir embora? - sussurrei secamente.

Eu sabia que ele podia ouvir.

Sem resposta.

Parei de andar, esperei ele ficar do meu lado para recomeçar a andar.

Para olhar pare seu rosto, eu tinha que olhar para cima, ele é muito alto. Isso me irrita, geralmente eu que sou a alta entre as pessoas com quem ando.

- Por que está fazendo isso?

Sem resposta, nem se quer olhou para mim.

- Foi Helena que pediu isso, não foi?

Sem resposta.

Com certeza era Helena.

Eu queria conversar com ele, ver se ele tirava aquela cara medonha do rosto, mas era difícil. Nenhum assunto o agrada.

- Você e Helena estão juntos a quanto tempo?

Ele me olhou pelo canto dos olhos. Isso me deu um faixo de esperança.

- Desde que ela é o que é. - disse indiferente. Não olhava para mim, e sim para frente.

Acho que achei uma brecha em sua defesa impenetrável.

- E isso foi quando?

- Durante a independência da América-inglesa, ano de 1774.

- Nossa... você que a transformou?

- Não.

- E você? Quantos anos tem?

Ele olhou para mim e depois voltou a olhar para frente. Bufou e começou a falar:

- Tenho 554. Eu vivia no período da Idade-media. Eu morava com minha família em uma casinha no campo. - suas sobrancelhas se uniram - Até que um dia uma mulher linda apareceu lá, pedindo abrigo e meus pais a acolheram. Eles eram ótimas pessoas, daria tudo para lembrar o nome deles – ele suspirou e continuou - Ela não comia nada, nem bebia. Nossos porcos e galinhas começaram a desaparecer, perdíamos um animal por noite. Um dia, nossa única vaca também desapareceu. Meu pai e eu, depois do desaparecimento da vaca, fomos vigiar o resto de animais que nos restavam. Nada apareceu, então voltamos para casa. Encontramos o corpo de minha mãe no chão, todo ensanguentado, e a linda mulher ao lado do corpo com a boca suja de sangue. Meu pai correu para cima dela... ela o quebrou ao meio. E me atacou, me mordeu e se foi, foi embora... Comecei a sentir frio, muito frio, meu corpo começou a endurecer e acabei desmaiando. Quando acordei, uns 5 dias depois, meu coração não batia... Avancei no corpo da minha mãe, queria o sangue dela, depois a vitima foi o que restou de meu pai. Deixei os dois mais secos que sal. - ele soltou um pequeno rosnado. Depois de trinta anos, eu não envelheci, mas não era nenhuma surpresa. Eu sabia o que era. Procurei a mulher que me matou e a destruí. Depois de anos e anos rondando pelo mundo, matando gente, animais e tudo que encontrava, encontrei Helena. Ela se controlava para não matar pessoas boas... Ela era... é feliz de mais. Helena começou a me seguir para onde eu fosse, por mais que eu rosnasse pra ela, por mais que eu tentasse destruí-la, sem sucesso, ela não ia embora. Então: já que não pode vence-los, junte-se a eles.

Nunca pensei que eu o ouviria falar tanto assim na vida. Isso me deixou feliz. Eu sorri pra ele, mas ele não deu a minima.

- Nos juntamos a esse clã uns cem anos atras. Helena que deu aquela ideia idiota – balançou a cabeça negativamente, ele não falou comigo.

- Ideia? - insisti.

- Esse clã se considera lixeiros, matam apenas pessoas ruins ou inúteis. Psicopatas, assassinos, mendigos, corruptos, e traficantes e usuários de drogas.

Eu gelei... Usuários. De. Drogas.

- Vocês caçam em que regiões?

- Em todo sudeste do Brasil.

- São Paulo? - ardeu a garganta.

- Sim, principalmente.

Lembrei de uma conversa que tive com Matheus alguns dias atras: o corpo de Marcos quando o encontraram estava com uma queimadura enorme do pulso...

- Vocês... matam as pessoas e depois fazem o que? - estava com medo do que ele iria falar.

- Nos os matamos, depois apagamos a prova do nosso ataque.

- Queimaduras?

- As vezes queimamos ou cortamos onde mordemos, para que a morte pareça outra coisa... Em que está pensando?

- Mataram alguem em São Paulo alguns dias atras?

- Eu não. Nós caçamos separadamente.

- Ah. - estava com medo das possibilidades...

- Helena e Juan, Julian as vezes. Eles que mais gostam de caçar por aquela região.

 

Trinquei os dentes, não podia ser...

Julian. Será que ele matou ...?

 

 

 

Enquanto andávamos, eu não tirava os olhos dele, não por que ele é a coisa, acho que esse é o termo certo, mais linda que já vi, mas sim por que ele tem me ajudado muito esses dias. Me alegrando, me amparando, me deixando desabafar e me impedindo da fazer besteiras, como me matar. Senti a obrigação de dizer:

- Obrigada – disse tirando meu olhar dele corada.

Me olhou confuso.

- Pelo o que?

- Por estar comigo nesses momentos difíceis – disse ainda olhando para frete.

- Nossa, que frase profunda! – debochou. Respirou fundo, seu sorriso sumiu – de nada.

Olhei para ele confusa, ele estava com a mesma cara daquele dia no sofá, a mesma expressão de dor, só que não tremia. E, como antes, meu coração apertou por vê-lo assim.

- Julian o que foi?

Ele balançou a cabeça.

- Você está me entendendo errado...

 

 

Será que...

Julian só... estava tentando corrigir...

Parecia que se sentia culpado...

Julian...

 


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Notas finais do capítulo

Vocês estão gostando?
Peço desculpas para quem acha que está parecido com Crepúsculo.
A historia daqui pra frente não irá parecer mais.
Agradeço a todos que leram minha fic.
E que tal reviews? X)



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