Literatura escrita por LiKaHua


Capítulo 9
Capítulo 09 - Perda


Notas iniciais do capítulo

Peço desculpas pela demora tão grande em atualizar, estes últimos dias tenho me dedicado completamente à Bela Adormecida, havia alguns capítulos a serem refeitos, reorganizados e corrigidos, então meu tempo e mente voltaram-se completamente para eles. Mas eis aqui mais um capítulo de Literatura, chegamos na reta final da história, espero que tenham gostado até aqui.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/511269/chapter/9

Eu mal podia esperar para chegar em casa. Os minutos da aula de Rafael pareciam estender-se para me torturar, e eu não conseguia me concentrar nas terminações da terceira declinação e copiava mecanicamente enquanto a voz de Rafael ecoava longe na minha mente que trabalhava no livro ainda sem título.

– Vamos agora, Laura? – Perguntou Ariana quando a aula terminou.

– Ah, sim, sim... Não vejo a hora de chegar em casa!

– Cansada?

– Não... Muito pior: Inspirada!

Ela riu enquanto eu a acompanhava pelo corredor.

– Mas como isso pode ser ruim? – Questionou-me incrédula.

– Quando eu estou inspirada a minha mente desliga completamente, eu fico tão absorta nas ideias que não consigo me concentrar em mais nada. O mundo pode desabar ao meu redor que vai ser como ser acariciada por um anjo! Meu cérebro fica trabalhando a todo vapor e eu não consigo desliga-lo até colocar tudo que ele fabrica no papel.

– Nossa! Então, você está escrevendo um livro?

–É... Outro. Pra variar. Comecei há alguns meses.

– E como se chama?

– Ainda não sei, não o batizei. – Dei de ombros.

– Sobre o que fala? – Ela falou parando diante do carro e desativando o alarme.

– Sobre estar perdido... Dentro de você mesmo. Sobre querer algo que não pode ter e o que fazer com isso. Sobre respostas para perguntas que você nunca deveria fazer.

– Enigmático... Isso é algum tipo de marketing para me deixar completamente obcecada pela sua história?

– Na verdade não. – Eu ri. – Eu só achei que a descreveria bem. É bem isso mesmo.

– E o quanto já escreveu?

– Umas cento e vinte páginas. – Respondi calmamente.

– Nossa, Laura... Você gosta mesmo disso não é?

– Pode-se dizer que eu nasci fazendo isso. Criar é como ser o dono de um mundo onde você pode decidir quem vence no final, o bem ou o mal. Um mundo onde você pode controlar tudo e onde ninguém pode te machucar.

– Mas você sabe que se ficar muito tempo dentro desse novo mundo...

– Não vou conseguir mais sair? – Eu ri zombeteira. – Ah, Ariana, você não tem noção de quantas vezes o meu mundo foi queimado e eu tive que recomeçar do zero. Acha mesmo que se eu pudesse me trancar dentro dele e não sair mais de verdade não teria advertência nenhuma que me impedisse disso.

Quando menos esperei ela já tinha estacionando no ponto em que sempre me deixava quando eu ia com ela para casa, eu sequer tinha visto as ruas. Agradeci e desci do carro colocando os fones de ouvido no volume máximo, a música era a minha poesia, uma das principais molas inspiradoras do que eu fazia juntamente com as minhas monótonas experiências diárias. Apressei o passo enquanto minha mente trabalhava a mil na continuação daquele livro sem nome, quando percebi estava quase correndo tomada pela ansiedade de uma única ação: escrever. Entrei em casa correndo e quase nem falei com meus pais, passei correndo pelo corredor e entrei no meu quarto e larguei a mochila na cama ligando o laptop e me pondo a trabalhar, era a única maneira de aliviar minha mente viciada em criar.

Gabriel ficou olhando para Emma um tempo desconfortável até que finalmente os dois retomaram uma conversa agradável como os bons amigos que sempre foram. Emma tinha Gabriel como um ídolo, um irmão, um herói, ela mal podia imaginar o quão mais era tão real.

– Emma – Começou ele depois de outra pausa. – a gente precisa conversar.

– Sobre o que? – Ela quis saber curiosa.

– Não, aqui não... Acho que não é uma boa hora.

Gabriel parecia sério e tenso e Emma sabia que esse não era um comportamento habitual seu, o amigo não era nem sério e nem tenso a menos quando estava com um problema sério que não conseguia resolver ou quando algo o havia magoado profundamente.

– Ei... Aconteceu alguma coisa? Você parece chateado.

– Depois falaremos sobre isso, quando você sair daqui e a gente puder se ver em um lugar mais confortável, tudo bem?

– Mas Gabriel... – Começou Emma quando Leandro entrou no quarto.

– A gente se vê logo, Emma.

Gabriel levantou deu um beijo na testa de Emma e saiu do quarto lançando um olhar frio para Leandro. A garota não conseguiu deixar de notar o clima tenso entre os dois e nem mesmo o algo a mais no aparente carinho habitual do amigo, mas decidiu relevar, pois naquele momento estava preocupada demais com Gabriel para ponderar qualquer coisa fora do comum, muita coisa estava de ponta cabeça com ela desde que fora salva por Leandro.

– Como se sente, Emma? – O médico perguntou com uma seriedade que deixou Emma inquieta.

– Melhor, obrigada. – Respondeu ela friamente.

– Emma... – Ele sentou na cama ao lado dela falando com uma voz suave. – Eu sei que está chateada, mas as coisas não são como você pensa.

– Ah, não? – Rebateu ela, furiosa. – E como são? Me explica.

– Olha, essa atração entre nós não é apenas errada é... Uma ilusão. No início eu não sentia nada por você além de preocupação, mas... Você começou a me idealizar como seu herói e eu comecei a me apegar a você de um jeito mais... – Ele fechou os olhos e suspirou. – A gente não pode... Eu não posso.

Emma estava estática. Não sabia o que dizer diante daquela revelação.

Fui vencida pelo cansaço, minha mente ainda trabalhava a mil por hora, mas meus olhos pesavam e meu corpo parecia pesar mais que o normal. Desliguei o computador e fiz algumas anotações importantes no meu caderno de rascunho antes de dormir, trabalharia mais no dia seguinte logo cedo, tinha certeza que a ansiedade não me deixaria dormir mais que o necessário.

Eu caminhava pela praça, era tarde e as ruas estavam desertas. A calma me acompanhava e por alguma razão fora do meu habitual eu não estava com medo, como se algo dentro de mim soubesse que não havia nada a temer, embora Santa Rosa, assim como qualquer lugar, não fosse seguro à noite. Eu ia para lugar algum, apenas seguia a esmo com passos lentos observando o coreto do qual eu não me aproximava mais porque tinha um odor horrível, as árvores dispostas por todo o lugar davam-me uma sensação calmante pelo som suave do balançar das folhas, a grama seca de alguns pedaços abertos no asfalto da praça estava pisada. Mesmo o bar estava fechado, seria assim tão tarde? Minha mãe me mataria quando eu chegasse em casa.

Quando alcancei a esquina esbarrei em alguém que segurou meus braços delicadamente me parando, apressei-me em me desculpar:

– Sinto muito, eu não... – Ergui o olhar e o vi.

– Tudo bem, eu estava procurando por você. – Ele sorriu.

Lá estava Rafael, com seus braços trabalhados acentuados pela camiseta preta de mangas curtas, os olhos castanhos longe dos óculos que lhe davam um ar ainda mais sexy, os cabelos curtos molhados e o sorriso demolidor de sempre. Nós éramos mais ou menos da mesma altura, por mais que fosse meu desejo, eu não conseguia desviar o olhar penetrante dele, principalmente quando vinha acompanhado daquele sorriso de dentes perfeitos.

– Disse que... Estava me procurando? – Balbuciei dando um passo para trás, aturdida.

– Sim. Finalmente te encontrei! – Ele falou animado.

– Como sabia onde eu estava? – Perguntei imediatamente, fora da faculdade ele não era meu professor.

– Não sabia. – Admitiu dando uma leve risada.

– Então simplesmente saiu à esmo a minha procura? – Zombei. – E o que deseja para fazer tal maluquice.

Ele puxou-me pelo braço e no segundo seguinte seus lábios estavam esmagando os meus de forma possessiva, desesperada e ávida.

Foi nesse momento que eu acordei sem fôlego tentando me orientar. Respirei fundo diversas vezes passando as mãos pelo rosto e cabelos, olhando em volta do quarto ainda escuro uma angústia intensa me dominou, lembrei porque tudo aquilo começou, eu podia perder Rafael a qualquer momento, e se amanhã quando eu fosse para faculdade ele não estivesse mais lá? Apertei o botão do celular e vi que eram quatro da manhã, deitei-me novamente e me forcei a pensar em outra coisa.

*

O dia passou normal, depois do sonho que tive com Rafael eu não consegui fazer mais nada no livro, sabia que por influencia daquele beijo que acontecera na minha mente eu não conseguiria fazer mais nada real naquele livro sem influencia. Enquanto esperava o ônibus no ponto, tentava me concentrar na música em meus ouvidos, mas nada conseguia me tirar da cabeça as imagens e sensações dos lábios de Rafael nos meus, eu nunca havia sido beijada na vida, por mais vergonhoso que isso pareça, mas aquele momento foi tão... mágico que eu só podia tê-lo idealizado em um sonho mesmo, a verdade da realidade seria que provavelmente eu faria algo idiota no meu primeiro beijo e poria tudo a perder. Uma sensação ruim tomou conta de mim, o ônibus estacionou e eu quase não consegui me mover para dentro dele, alguma coisa parecia estranhamente errada ali, e eu não tinha ideia do que era, mas tentava me preparar para o pior. Eu não era dada a intuições e normalmente quando elas apareciam nunca eram bom sinal.

Entrei na faculdade pelo estacionamento, que era um enorme espaço aberto na parte de trás, e fui direto para a sala entrei e fechei a porta sem me preocupar em abrir as janelas, mas ligando os ventiladores numa tentativa inútil de me acalmar. Tudo aconteceu rápido demais... Faltando quinze minutos para minha entrar para a primeira aula que seria de Gramática, Rafael irrompeu na sala vazia e me fitou nervosamente. Eu tremi e senti uma onda de gelo e pavor percorrer o meu corpo, ele me olhava fixamente e por um minuto que pareceu uma hora não disse uma única palavra, depois fechou a porta atrás de si e caminhou em minha direção puxando-me para seus braços e beijando-me acaloradamente, sem nenhuma gentileza ou cuidado. Eu tentava acompanha-lo, mas não tive muito sucesso, mesmo assim ele pressionou-me contra seu corpo apertando-me possessivamente em seus braços, não sei quanto tempo durou aquele contato, mas enquanto eu estava nos braços dele foi como conhecer o paraíso em sua forma mais completa e real. Quando os braços de Rafael me soltaram ele desapareceu pela porta sem dizer uma única palavra e me deixou ali, confusa, trêmula e sem chão.

Podem os sonhos se tornar realidade? Ou serem avisos de algo que vai acontecer? Eu me perguntava tudo aquilo e tentava procurar alguma explicação ou me forçar a crer que aquele momento realmente aconteceu enquanto a sala enchia com as mesmas pessoas de sempre para mais uma noite comum de aula. Ariana chegou e me cumprimentou convidando-me para ir até a praça de alimentação com ela, aceitei o convite, pois precisava de um pouco de água e, se possível fosse, um novo cérebro porque eu me sentia incapaz de raciocinar.

– Tá tudo bem? – Ela questionou-me preocupada.

– Tá sim... – Menti. – Eu tô legal.

– Não parece. Está nervosa.

– Não é nada demais... Não se preocupe.

Eu caminhava tão absorta que esbarrei em alguém, por sorte a pessoa não estava com nada que pudesse entornar e me segurou pelos braços, apressadamente tendo um déjà vu eu ergui o olhar e lá estava Daniel sorrindo docemente para mim.

– Eu posso fazer disso um hábito. – Brincou.

– Eu sinto muito mesmo... – Desculpei-me. – Juro que eu não faço de propósito!

– É uma pena que não, pois estou começando a cogitar a ideia de fazer de propósito se isso for me fazer te ver mais vezes.

Como é?! Ele está flertando comigo assim na descarada bem na frente da minha amiga, é isso? Pensei enquanto tentava formular uma resposta plausível para aquela colocação.

– Não está falando sério, né? – Legal, Laura! Mandou bem! Vai concorrer ao troféu de idiota do ano.

– Tão sério quanto possa imaginar pulchra. – Respondeu ele e não vi nenhum tom de brincadeira em sua voz.

– Hum, Laura, eu vou indo na frente e te espero lá, tá bom? – Ariana sorriu conspirativamente e saiu.

– Está tudo bem com você? – Daniel perguntou tomando novamente minha atenção. – Parece nervosa pulchra.

– Quer dizer o que isso significa? Não sou fluente em Latim.

Ele riu. – Significa Linda. – Respondeu calmamente.

Ah, não! Não fica corada agora não... Por favor!

– Acho que o prazo dos seus óculos já venceu, Romeu.

– Isso não é nem um pouco verdade, Laura. Você que não se vê com muita justiça. – Rebateu ele. – Mas falo sério, está tudo bem com você? Parece mesmo muito nervosa.

– Eu... Não sei! Essa é a verdade... – Desabafei. – Preciso ir...

– Se quiser conversar, acho que sabe que eu estudo no bloco G, que por sinal é bem ao lado do H. – Sorriu matreiro e piscou para mim. – Se não me achar, eu acho você.

– Ahn... Tá bom. – Foi o que consegui dizer.

– A gente se esbarra por ai.

Brincou ele enquanto saía em direção ao prédio da faculdade e desaparecia no meio da multidão de alunos. Caminhei até Ariana que me lançou um olhar significativo enquanto sorria:

– Nem começa. – Ri. – Ele é só um amigo.

– Parece que ele ainda não foi informado disso. – Riu ela. – Então, o que vai querer?

– Só água, por favor... – Falei um pouco sem jeito.

– Ora, Laura! Come alguma coisa. – Insistiu.

– Não precisa, Ariana, é sério eu estou bem.

– Água? – Perguntou ironicamente. – Água?!

– É... Água. – Dei de ombros.

– Já volto.

Eu tinha certeza de que ela não ia me ouvir. Sentei em uma mesinha vazia e, ao retornar ela trouxe um pastel, uma garrafinha de água e pipoca. Para ela, comprou café e tapioca.

– Para que ainda pergunta o que quero se nunca me escuta?

– Ah, não vou comer sozinha e além do mais você está pálida. – Falou me passando as coisas. – Tem certeza de que não quer conversar?

– Estou bem... Só um pouco confusa.

– E quem é aquele rapaz?

– O Daniel? Eu conheci no primeiro dia de aula, ele estuda no bloco G... O universo tem um caso de conspiração que me faz esbarrar nele com uma frequência assustadora.

Ela gargalhou entalando-se com a tapioca que mastigava. Não tive como não rir com ela, por mais que eu quisesse partilhar com Ariana o que havia acontecido entre mim e Rafael eu não podia. O que aconteceu foi errado, principalmente dentro do prédio da faculdade, se alguém soubesse disso ele poderia perder o emprego e eu seria responsável por isso, além de ser perseguida para sempre. Tentei desviar o rumo da conversa de Daniel também, por alguma razão falar dele me deixava nervosa.

A aula de gramática seguiu bem, embora eu não tenha conseguido prestar atenção a nada. No segundo tempo teríamos Inglês, mas quem entrou na sala não foi Rafael e embora eu tenha sentido certo alívio com isso confesso que fiquei intrigada, afinal a aula era dele. O novo professor era um senhor pela casa dos 50, alto e com aparência mal humorada que apresentou-se com o nome de Ítalo. Fiquei tentada a perguntar o que acontecera com Rafael, mas não consegui abrir a boca e, para minha sorte, Sabrina abriu a boca dela para algo útil:

– Onde está o professor Rafael?

– Ele não faz mais parte desta instituição senhorita. – Respondeu ele pragmaticamente.

Nesse momento algo dentro de mim fez sentido, Rafael não tinha nada a perder quando me beijou daquela forma dentro da sala correndo o risco de alguém nos ver, ele não fazia mais parte da faculdade, ele havia ido embora. Não entendi o motivo de ele ter me beijado uma vez que nunca demonstrou por mim nada além da relação professor-aluno, mas a notícia e o fato ocorrido não diminuíram em nada o choque que sofri. Eu tentei disfarçar minhas emoções com uma expressão impassível, engoli as lágrimas e permaneci distante e imóvel até que o professor nos dispensou. Eu só tinha uma coisa em mente: Chegar em casa.

– Que coisa estranha essa do professor Rafael, não é? – Ariana me perguntou.

– É...

– O que será que aconteceu?

– Não tenho ideia... – Falei enquanto sentia meu estômago revirar e a dor me consumir, foi rápido demais e eu não estava pronta.

*

Emma estava estática, não sabia o que dizer diante daquela revelação, mas não precisou pensar muito porque em um milésimo de segundo os lábios de Leandro estavam esmagando os seus em um beijo voluptuoso e sem nenhuma gentileza. Ele tomou cuidado para não ferí-la, pois a ferida ainda podia abrir, mas demonstrou sua paixão nos lábios sem nenhum cuidado, pudor ou contenção. Quando se afastou, Emma o fitou incrédula e confusa, sentia cada músculo do seu corpo tremer violentamente.

– Nem tudo é como você pensa que é, Emma. A verdade é muito mais complexa do que seus olhos conseguem ver.

E depois de dizer aquilo desapareceu pela porta.

***

Naquela noite, Emma acordou com o murmúrio de vozes no corredor, ela identificou a voz de Leandro, mas não conseguia distinguir muito bem a da outra pessoa com quem ele conversava:

– Não venha me culpar como se eu estivesse cometendo um crime! – Bradou Leandro em um sussurro. – Foi você mesmo que pediu para não dizer nada a ela.

– Isso não quer dizer que você precise agir como um canalha! Esqueceu da Ashley por acaso?!

– Se está assim tão incomodado então conte a verdade e acabe com a ilusão que ela mesma criou!

***

Levou um mês de recuperação total até que Emma pudesse sair de casa com segurança e sem que o pai ficasse lhe telefonando a cada dois minutos. Sem demorar, ela ligou para Gabriel para marcar o tão aguardado encontro em que ele revelaria o motivo de sua morbidez. Ele a havia visitado todos os dias desde que ela saíra do hospital, mas seu estado de ânimo pouco ou nada mudaram desde a vez que se viram no hospital. Leandro em compensação ela não vira mais, ele passara o caso dela para outro especialista e simplesmente sumiu sem deixar rastros.

Gabriel marcou de encontrar Emma em uma lanchonete familiar para os dois, ele sabia que a garota adorava os nachos que eles serviam lá, mas não era com isso que Emma estava preocupada, ela queria saber o que estava por trás da inquietação do melhor amigo. Chegou com meia hora de antecedência e tentou respirar fundo, tomando uma água com limão enquanto esperava. Gabriel apareceu dez minutos antes do horário combinado, estava muito bonito, os cabelos desalinhados, os jeans de sempre, tênis all star, uma camiseta simples de um preto desbotado e sobre ela uma camisa de flanela xadrez aberta. Emma não tinha percebido como Gabriel tinha ficado mais forte e bonito até agora. Espantou os pensamentos quando ele se aproximou ainda um pouco quieto e cumprimentou-a.

– Gabriel, é sério, eu estou ficando preocupada com você, o que está acontecendo? – Emma quis saber, impaciente.

– Emma, eu preciso que me escute com atenção, mas antes quero saber o que realmente aconteceu naquela noite depois da festa da Karen?


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!