InFamous: A Tirania de Rowe escrita por Thuler Teaholic


Capítulo 18
Longe de casa


Notas iniciais do capítulo

I'm back! E, infelizmente, sou portador de más notícias.
As aulas começam segunda, e eu tenho curso técnico, então meu horário de escrita vai ficar meio limitado, e a frequência de postagens vai cair, com toda certeza, mas não se preocupem, hei de retornar
Quanto esse capítulo, ele explica algumas coisas importantíssimas sobre a natureza Rebelde geográfica, a disposição deles no país, uma vaga noção de seus números e um ponto IMPORTANTÍSSIMO que abrange a genética, além de citar a hierarquia. Como o capítulo "Vitrificar" (AKA, Hugo boladão) esse aqui é altamente recomendado de ser lido com uma aba aberta do google maps. Vale dizer também que a missão de Hugo é citada aqui
Como podem perceber, é um capítulo bem denso!
Aproveitem!



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A cidade de Manhattan estava alva pela neve, reluzindo como uma joia na noite enluarada.

Ele estava apoiado na parede do lado da grande porta dupla, nem de longe digno de uma descrição tão poética. Os braços cruzados e a expressão inescrutável davam-lhe um semblante mais gélido do que as brumas que se espalhavam pelas ruas.

Não havia muito que dizer de sua aparência. A touca cobria a metade superior de seu rosto, e o cachecol, a inferior. Suas roupas eram escuras e impecáveis em nível militar, deixando claro que ele não estava ali para bisbilhotar com seus duros olhos negros.

Justamente o contrário, ele estava ali para dar cabo de quaisquer curiosos que ousassem se intrometer.

As ordens que recebera haviam sido claras, claras como a neve que caía lá fora.

“Se alguém aparecer sem ser convidado, mate. Não quero saber qual a desculpa, qual a razão.” Ele aceitara as ordens sem hesitar, uma de suas maiores qualidades era a competência.

Ouviu um ruído baixo vindo da sua direita, mas não virou para olhar, pois sabia de quem se tratava.

Olhou para a esquerda para uma grande janela, onde via a neve rodopiar pela cidade cintilando sob a lua cheia.

Sentiu passos silenciosos se aproximando pelo corredor, vindos da sua direita.

— Ah, era de se esperar. — A voz era de uma mulher. — Royce te colocou aí?

Virou o rosto lentamente para a mulher, ainda com uma expressão ilegível. Ela era alta, com pouco mais de um e oitenta, os cabelos escuros estavam presos em um rabo de cavalo excepcionalmente comprido. Poderia ser tomada por uma adolescente se não fossem as rugas nos cantos dos olhos e pela mecha de cabelo grisalho logo sobre a têmpora, que indicavam um mínimo de trinta anos.

Juliet Foster deu uma risada curta e seca. — É bem a cara dele, deixar um guarda-costas para manter os enxeridos bem longe.

O guardião silencioso não respondeu, permanecendo impassível.

Foster grunhiu baixo e abriu as portas, entrando na sala de reuniões e deixando-as bater às suas costas.

O guardião voltou sua atenção para a noite que se esticava atrás da grande janela, movendo os dedos lentamente, como se ajustasse algo.

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— Royce Dragon em pessoa! — Foster cumprimentou o general do Leste. — Já faz tempo que não te vejo!

Royce Dragon parecia um adulto preso à adolescência. O semblante desleixado era composto por cabelos arrepiados e rebeldes somados às vestes desalinhadas. Um símbolo de juventude ofuscado apenas pelas rugas nos cantos dos olhos e pela mecha de cabelo grisalho que compartilhava com a irmã de criação.

— Tempo demais eu diria, Juliet. —Royce abraçou a velha amiga atenciosamente. ­

Foster riu. — Ainda me trata como se fôssemos crianças, Royce.— Disse retribuindo o abraço. — Quanto tempo faz? Dez, quinze anos?

— Mais ou menos isso. — Dragon concordou, soltando-a. — Mas parece que foi ontem que estávamos lutando ao lado da Sra. Walker. — O tom era saudoso, mas não de forma excessiva.

A general do Norte segurou o braço do irmão, em um gesto reconfortante. — Mas agora, nós precisamos carregar esses fardos. — Deu um sorriso caloroso. — Foi pra isso que nós viemos, não foi?

Royce concordou. — Mas nós precisamos esperar que o Harold chegue, só aí nós iremos saber em que pé estamos. — Foi até a mesa no centro da sala semicircular e puxou a cadeira para a irmã.

Ela sentou e convidou-o a fazê-lo também. — Vamos, Roy, precisamos por o papo em dia.

Dragon sorriu para ela e se largou na cadeira, espalhando as mãos pela mesa. — Juntou muitas fofocas nessa década, Junie?

Ela soltou um muxoxo rápido. — Não, o norte é muito parado. — Ela sorriu e se debruçou sobre a mesa. — Mas aposto que as coisas devem ser mais animadas aqui no leste, não é?

Royce revirou os olhos, divertido. — Não muito, só algumas fofocas internas e joguinhos de poder dos oficiais. — Se aproximou dela. — Eles brigam como se fossem meus filhos, os oficiais, e fazem de tudo para terem minha atenção.

— E você por acaso dá atenção para eles. — Foster ergueu uma sobrancelha. — Deve ser por isso que eles querem seu apreço, aposto que você os ignora! — Apontou um dedo acusador para ele, que bufou.

— Eu dou atenção para eles, mas só o suficiente. — Retrucou, um pouco acalorado. — Prefiro que estejam a ponto de comerem o fígado um do outro como um bando de vira-latas do que um bando de cachorrinhos lambe-botas! — Bateu na mesa com o punho fechado, como se um trovão em miniatura.

— Ui! — Ela ergueu as mãos, fingindo uma rendição desdenhosa. — Irritei o generalzinho, foi? — Ela abanou a cabeça como se não acreditasse. — Parece que esse condutor continua muito cabeça-quente. — Inclinou o rosto e sorriu, esperando a provocação atingi-lo.

Dragon resfolegou como um cavalo indócil, baforando uma pequena chama diáfana. — Lembre-se, Junie, eu sou o fogo e você é “as plantas”. —Disse como se fosse um grande insulto. — Posso queimá-la como se fosse uma palha seca.

Ela ficou boquiaberta, mas seus olhos ainda sorriam. Jogou o cabelo discretamente com um “Humph” de descrença. — Quero ver o tamanho do incêndio que você consegue fazer quando eu germinar um carvalho em uma de suas bolas. — Rebateu. — E um freixo na outra. — Sorriu com maldade. — Ou melhor, um junípero!

Dragon bufou, soltando uma faísca das narinas. — Ou eu vou queimá-la feito mato seco. — Se apoiou na mesa com os punhos, se aproximando.

Ela imitou o gesto, socando o tampo da mesa e ficando a centímetros dele. — Ou eu posso apagá-lo que nem um fósforo.

Ambos se encararam por quase um segundo antes de caírem sentados, gargalhando.

— Tem que admitir, Roy, — Ela segredou enquanto tomava fôlego. — eu te venci!

O general emitiu um grunhido de discordância bem humorado. ­— Me venceu? Quando eu comecei a cuspir fogo, você se cagou toda!

— Eu? — Indagou cínica — Quando EU disse que faria crescer um carvalho nas suas bolas, eu vi você cruzando as pernas!

— Por que eu faria isso? Esqueceu que eu já tenho um carvalho crescendo entre as pernas?

— Olha, uma menininhas me contaram que parece mais um pé de morango. Um pé de morango de ponta cabeça!

Royce Dragon ergueu as mãos, admitindo a derrota. — Ok, não consigo rebater essa. Você venceu, Junie. — Ela vibrou, em uma mini comemoração. — Isso deixa o placar como? Sete a um pra mim?

Ela riu em descrença. — Nem daqui mil anos, Roy!

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O guardião silencioso cerrou o punho rapidamente ao ouvir o elevador se aproximando. Olhou para o corredor e cruzou os braços, esperando que os próximos convidados chegassem.

Passados dez segundos, a porta do elevador se abriu ruidosamente e da câmara, irromperam o terceiro e o quarto generais.

Wallace Richardson do Sul tinha cabelos curtos e mal cuidados, loiros como palha seca ao sol e trazendo um cheiro forte de maresia. A aparência era magra, quase esquelética, o que fazia com que parecesse mais alto. Como seus companheiros generais, possuía rugas nos cantos dos olhos que emanavam sabedoria e uma mecha grisalha, quase invisível no cabelo claro.

Harold Richardson do Oeste era praticamente idêntico ao gêmeo, mas aparentemente, tentava ser diferente onde possível. Era bem robusto, os músculos dos braços pareciam cordas envoltas em um cabo de aço, o cabelo era mais curto e menos rebelde que o do irmão, estando preso por um elástico. As rugas nos olhos de falcão davam um ar sério, e a mecha grisalha fechava, deixando claro que ele era um cara perigoso.

Wallace parecia um cara tranquilo, enquanto Harold parecia o Diabo preso no corpo de alguém, procurando uma desculpa para se libertar e destruir tudo.

Caminharam na direção das portas e Wallace topou com o homem silencioso postado ali, sorrindo e gesticulando em desculpa.

— Desculpa, chapa, nem te vi aí. Tudo ok?— O guardião se limitou a assentir. — Certo, então. — Parou na frente da porta e virou-se para o guarda-costas. — É aqui?

A resposta foi, novamente, um assentir.

Richardson respirou fundo e empurrou as grandes portas.

Harold ficou um momento a mais do lado de fora, encarando o guardião com desconfiança, mas acabou por entrar.

Quando ele entrou, o guardião silencioso retornou à sua sentinela. Esquadrinhando Manhattan do topo do Empire State.

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—Justamente quem faltava! — Royce os cumprimentou, levantando e mostrando a língua para Juliet.

Wallace foi até o irmão de criação e o abraçou. — Faz muito tempo, Roy. — Se afastou e olhou para Dragon com atenção. — Você parece mais baixo.

Dragon bufou e sorriu. — E você parece mais magro. — Juliet concordou, indo até Harold e o abraçando, sem receber uma retribuição muito animada do general do Oeste.

Terminada a confraternização, Royce tomou a palavra.

—Direto ao ponto. — Foi até sua cadeira e convidou-os a sentarem-se à mesa semicircurlar. Ambos o fizeram. — Como estão as coisas na borda, Harry?

A borda era a linha fictícia que separava o território Rebelde do território Infame. A capital Rebelde mais próxima da borda atual era Omaha.

— Tem havido muito movimento, ultimamente, mais do que estamos acostumados. — Harold começou. — Os Infames têm se agitado muito para lá do Rio Missouri, aparentemente, eles tem postos avançados estabelecidos em Dickinson, na Dakota do Norte; Rapid City na Dakota do Sul e em North Platte, no Nebraska. — Fez uma pausa para que todos processassem.

— Agora, mais ao sul, alguns poucos foram avistados perto de Wichita, no Kansas e em Wichita Falls, no norte do Texas. Fora isso, um pelotão foi interceptado enquanto marchava por Des Moines, no Iowa. Foi a unidade Infame mais avançada em muito tempo.

— Poderiam ser batedores. — Dragon opinou. — Ou até chamarizes, eles devem estar tentando atrair a tropa mais para oeste para flanqueá-los pelo norte e pelo sul.

— Eu também pensei isso, entretanto, a tropa que seguiu pelo norte informou nossa base em Fargo (Dakota do Norte) que uma tropa inimiga foi capturada muito perto da fronteira com o Canadá, em Minnesota. Eles eram, aparentemente, desertores que estavam fugindo para o Norte.

— Mas — Foster objetou, esticando o indicador. — Se eles eram desertores, por que estavam vestidos como os Infames? O norte de Minnesota é território Akulan, e é muito improvável que, mesmo disfarçados de humanos, eles conseguissem passar pela fronteira.

O general do Oeste apoiou os cotovelos na mesa. — Eu pensei a mesma coisa, não faz sentido algum.

Wallace sentou-se reto, passando as mãos pelo cabelo salgado. — Pode ter sido um plano que deu errado. — Tentou, não soando muito convincente. — Ou talvez, eles estivessem sendo punidos, enviados usando as cores Infames para território Akulan. —Ficou pensativo. — Não, nenhuma das opções faz muito sentido.

Um silêncio cheio de dúvidas caiu sobre os quatro generais, cada um tentando decifrar este enigma.

Harold foi quem quebrou o silêncio.

— O nosso lado da borda foi muito reforçado, por via das dúvidas. — Declarou. — Praticamente três milhões de condutores estão empenhados em defendê-la, sendo que mais dez milhões estão sendo enviados para as guarnições.

Todos assentiram.

— Eu tenho uma boa notícia, então! — Foster disse, animada. — Cerca de seis milhões de condutores cruzaram a fronteira, vindos do Canadá.

Wallace ficou boquiaberto. — Seis milhões?!

Juliet sorriu triunfante. — Isso mesmo, parece que eles não são apenas do Canadá, mas navios do mundo inteiro chegam trazendo mais e mais condutores para lá.

— Eles estão sendo exilados de seus países? — Royce perguntou, espalmando as mãos na mesa.

A general do Norte concordou com um aceno. — Aparentemente, todos os condutores que são capturados lá fora são enviados para lá. — Apontou para Royce. — Como um exílio, e isso faz uns trinta anos, já. Agora, as colônias condutoras de Nova Scotia e Anticosti se uniram e decidiram unir-se à causa! — Ela estava exultante. — É um exército de exilados. — Sorriu torto. — E estão longe de casa

— Exército de exilados, gostei! — Dragon comentou.

— Mas nem tudo são flores. — Harold interveio. — Vamos precisar de mais alimentos, mais abrigo, mas material para treiná-los.

— Isso não é problema, Harry! — Royce levantou, acompanhando a excitação da irmã. — Só aqui, em Mahattan, temos centenas, se não, milhares de prédios e casas vagos. — Gargalhou. — Além do mais, sempre podemos estabelecer mais centros de treinameto.

Wallace ergueu o dedo, lembrando de algo. — Isso me lembrou, não sei se contei pra vocês. — Todos se voltaram para ele, curiosos. — Existem muitos humanos no Sul, e recentemente descobrimos que se um condutor herbocinético tiver um filho com um humano, o filho será herbocinético. — A expressão deles não foi muito animada, Wallace era o único a não possuir preconceito contra os humanos. — Vocês podem não gostar disso, mas é uma descoberta e tanto, podemos ampliar nosso estoque de alimento indefinidamente!

Foster acabou concordando. — Precisamos concordar, isso vai ser de grandessíssima ajuda. — O general do Sul sorriu para a irmã de criação, grato pelo apoio.

Royce acabou cedendo também. — Isso pede uma comemoração! — Foi até um pequeno armário de madeira no canto e tirou uma garrafa de whiskey de lá. — E o bom e velho Johnny vai nos ajudar a comemorar! — Destampou a garrafa e a pousou na mesa, onde Foster tratou de pegá-la rapidamente e dar um longo gole.

O único que não parecia muito satisfeito era Harold, que continuava com os braços cruzados e a expressão impassível.

— Vocês estão fazendo muito barulho. — Comentou, ranzinza.

Dragon pegou alguns copos e serviu todos. — Não se preocupe, essa sala é totalmente isolada acusticamente, nem se alguém estivesse encostado na porta com um estetoscópio, conseguiria distinguir o que nós estamos falando!

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O guardião silencioso descruzou os braços e afastou a orelha do buraco na parede, por onde escutava a conversa e caminhou a passos largos até a grande janela, abrindo-a não mais do que quinze centímetros e deixando com que o vento invernal entrasse, resfriando o corredor.

Esticou a mão para fora e tentou alcançar algo, mas não conseguiu.

Abriu um pouco mais a janela e o inverno inteiro pareceu se meter ali dentro, passou o braço todo pela abertura, até o ombro, mas ainda assim, não conseguia alcançar aquilo que desejava.

Sem paciência, escancarou a janela e sentiu o vento congelante endurecendo a face, a ponto de imaginar que ela se estilhaçaria ao menor movimento. Suspendeu o corpo para fora, apoiando as mãos no parapeito nevado, sentindo os dedos dormentes e enrijecidos quase que instantaneamente. Esticou-se e estendeu uma mão rente a parede, tentando alcançar um pequeno espelho que estava Fora do ângulo ideal, logo, não cumprindo sua função.

Tentou ajeitar o espelho com os dedos dormentes sem sucesso, e viu que o ponto onde o espelho deveria girar estava congelado.

O homem silencioso bufou, exalando uma nuvem densa de condensação e começou a chacoalhar o espelho, tentando quebrar o gelo. Conseguiu depois de algumas sacudidelas enérgicas e, com o máximo de delicadeza que seus dedos gelados conseguiam.

Ao achar um ângulo mais ou menos bom, encolheu-se de volta para dentro, mas não sentiu a mão esquerda deslizando lentamente pela neve compactada por conta de seu rápido e avançado estado de insensibilidade.

Pelo menos, não até senti-la escorregando pela beirada e agarrando-se ao vazio.

Enquanto processava o que estava acontecendo, o vento soprou mais forte por um instante, como se Deus houvesse espirrado, soprando a touca preta para dentro do prédio e fazendo com que os cabelos longos chicoteassem enquanto Lee despencava no abismo.

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O condutor de fumaça conseguiu se agarrar ao batente da janela, sentindo o coração martelando no peito.

Conseguiu subir de volta, lentamente e com um esforço considerável.

Caiu no chão, em cima de um montinho de neve, tentando acalmar a respiração. Quando finalmente conseguiu, correu até o pequeno buraco na parede e grudou a orelha nele.

“... cara lá fora?” Entreouviu.

“É, o Royce pôs ele lá pra manter os enxeridos longe.”

“Calma aí, eu não pus ninguém lá.”

Ouviu um estrondo como se alguém estivesse batendo na mesa.

“Filho da puta! Deve ser um intrometido”.

“Se acalme, Roy, você mesmo disse que esse lugar é a prova de intrometidos.”

“Se aquele cara acha que vai tentar espionar os quatro condutores mais poderosos que existem, está muito enganado.”

Lee presumiu a última parte enquanto descia as escadas, sabendo que se pulasse pela janela, iria congelar antes de chegar no chão.

O jovem correu como o vento, desfazendo-se e entrando em um duto de ar. Sacolejou lá dentro por cerca de dois minutos antes que fosse cuspido na calçada, onde deslizou por alguns segundos.

Correu até um beco sombrio e despiu-se das roupas escuras, pegando um casacão e um moletom com o símbolo dos Rebeldes dentro de uma caçamba de lixo. Fechou o zíper até o queixo e queimou as outras roupas com um bom disparo de fumaça.

Subiu o capuz com um sorriso no rosto e seguiu até os alojamentos.

Ele sabia que a sala era acusticamente segura, então havia se infiltrado lá alguns dias atrás e feito um buraco em forma de cone na parede ligado ao corredor, por onde podia escutar tudo com clareza caso encostasse a orelha. Além disso, instalou dois espelhos na parede do lado de fora, que quando alinhados corretamente, mostravam o que estava acontecendo na sala através da janela, e possuíam uma série de fios presos aos dedos de Lee, para que fossem ajustados. Os espelhos se provaram mais um estorvo que uma ajuda, mas foi de certa forma, gratificante.

O sistema foi bem simples, mas conseguiu enganar os quatro generais.

— Quatro generais — Disse para si mesmo. — feitos de trouxas!

Pegou os óculos no bolso do casaco e os colocou, sorrindo ao ver a beleza da cidade congelada entrar em um foco perfeito.


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Notas finais do capítulo

espero que vc tenha gostado, se gostou, comente, estou com saudades!
Sério, comente, e recomende também!
Seeya soon