MAIS TARDE estávamos vendo Os vingadores que por acaso estava dando na TV. Enquanto assistimos a Clarisse e Daniel foram fazer pipoca, mas para variar, eles estavam brigando. O motivo da vez foi “pipoca doce ou salgada?”. Clarisse queria colocar Nutella encima da pipoca ( Nutella é bom mas encima da pipoca?)
Decidi que não iria interromper a briguinha deles, mas 3 minutos depois só escuto um barulho de vidro se quebrando. Vou até a cozinha para ver o que aconteceu.
–TÁ MALUCA?!-Daniel grita indo em direção à sala com a sobrancelha sangrando.
–CLARISSE O QUE ACONTECEU??- Eu disse assim que entrei na cozinha.
Ela abaixou a cabeça percebendo a gravidade do que tinha feito.
–DEIXA QUE EU EXPLICO-Daniel gritou mas depois abaixou o volume de voz ficando um pouco mais calmo.- Essa louca que se estressa por tudo deu um chilique e tacou um prato de vidro em mim!
–Tudo por causa de pipoca?!- eu disse.
–Ele já estava começando a me irritar, e você sabe o quanto eu me irrito fácil!- disse Clarisse na defensiva.
–Precisava tacar um prato em mim?!- disse Daniel.
Ela fez uma cara de raiva, mas não falou nada.
–Okay, qual foi a pipoca que vocês fizeram?- perguntei.
–Nenhuma.- disse Clarisse.
–Passaram todo esse tempo discutindo?
Nenhum dos dois respondeu, então continuei:
–Tudo bem, Clarisse faz um balde de pipoca salgado e outro doce, SEM NUTELLA, se quiser Nutella leva separado e come sozinha. Daniel vem comigo pra cuidar desse corte na sua cabeça.
Subimos as escadas e fomos em direção ao banheiro do segundo andar pois lá tinha uma caixa de remédios e bandaids (pelo menos foi o que Clarisse disse). Chegando lá,peguei a tal maleta e fui em direção ao quarto com ele em meu encalço. Chegamos ao quarto e ele sentou em uma cadeira e eu fiquei em pé mesmo.
–Tá tão ruim assim?- ele perguntou quando viu minha cara de assustada com o ferimento
–Mais ou menos. Mas vai doer.
Comecei a fazer o curativo e ele fazia uma careta de dor a cada vez que eu encostava na ferida.
–Ela é assim com vocês também?- Ele perguntou depois de um tempo.
–Quem? A Clarisse? Não exatamente ela brinca mas implicância é só com você, eu acho.-Depois de uns cinco segundos não resisti e perguntei.
–Falando nisso, porque vocês brigam tanto?
Depois de pensar um pouco ele respondeu:
–Não sei,normalmente é ela que começa a briga.-Depois deu um sorriso e disse.-Essa garota é cismada comigo!
–Ela te ama!-disse em um tom brincalhão e rimos (melhor gargalhamos igual duas hienas demoníacas).
Mas percebi um brilho em seu olhar. depois que disse aquilo ele parecia radiante(humm...ideia fantástica!!)
Continuamos a conversar quando percebi que tinha terminado o curativo.
–Bem, acho que terminei.-disse guardando as coisas na maleta.
–Valeu.- ele disse se levantando.
–Por nada- disse saindo do quarto- Ah, pega leve com ela, daqui a pouco você vai ver que ela vai ser uma das melhores pessoas que você já conheceu.- Eu disse e ele abaixou a cabeça com um sorrisinho de canto levemente corado.
–Ah.-ele disse sem graça.
Sorri fui guardar a maleta com um plano já formado em minha cabeça.

...

Depois de falar com algumas pessoas. Segui em direção ao jardim (que era o lugar marcado) e esperei.
–Só eu que não estou entendendo o motivo da gente estar aqui?-perguntou Carol chegando ao lado de Bia e se sentando ao meu lado formando um semi-circulo.
–Esperem os outros, não quero explicar várias vezes.- eu disse.
Depois de um tempo estávamos todos reunidos(Menos Clarisse e Daniel)
Todos me encaravam com uma cara de interrogação mas o primeiro a perguntar foi Matheus:
–Minha linda, o que que está acontecendo?
Ahhhh ele me chamou de minha linda!! Ah meu Deus! Que vontade de pular em cima dele e enche-lo de beijos!! Mas me limitei apenas a um sorriso.
–Bem primeiro vou fazer uma pergunta.-disse tentando parecer normal, não uma garota que está completamente apaixonada pós-surto de fofura.- Vocês não estão cansados da brigas entre Clarisse e Daniel?- todos assentiram.-Então, acho que todos conhecem aquela antiga frase que diz que quando uma garota é um garoto brigam muito, é porque gostam um do outro. Certo?
–Então, você está insinuando que eles gostam um do outro?- perguntou Jonas.
–Isso, e que se fizermos com que eles fiquem juntos, talvez eles parem de tentar se matar!- eu disse finalizando o pensamento.
–E como exatamente você pretende fazer isso?- perguntou a Carol.
–Por isso que reuni todos vocês aqui, preciso que vocês me ajudem a bolar um plano.
–Você acha que isso vai dar certo?- perguntou Nicolas.- Tipo, eles podem gostar de se irritar naturalmente.
–Então nós podemos fazer um teste.- disse Bia.- se o teste funcionar é porque eles se gostam, se não... Já sabemos a resposta.
–Ótimo.
Começamos a debater sobre várias possibilidades sobre o que iríamos fazer. Ficamos lá por horas até finalmente decidir qual seria o plano. No fim todos já estavam com o plano na cabeça e apenas esperando o momento certo para que coloquemos ele em ação.
Decidimos começar a “operação Clariel” (ideia da Carol, não minha) (aliás eu achei “operação mongusto” melhor, ONCERS entenderão) amanhã. Pois ficaria muito encima.
Quando todos já sabiam o que fazer, foram indo para dentro da casa um a um para disfarçar.
Eu fiquei por último, estava olhando o céu e alguém tapou minha visão com as mãos.
–Advinha quem é -disse uma voz que de longe eu reconheceria.
– hummm deixa eu ver, Jonas!-disse brincando.
–Nossa magoou- disse Matheus, tirando as mãos dos meus olhos fazendo uma voz magoada.
–Eu sabia que era você, bobo -eu disse apertando a bochecha dele.
–Sabe, eu estava pensando. E tive a conclusão que você foi uma das melhores coisas que já aconteceu comigo.- ele diz.
–Eu também estive pensando, como seria quando eu estivesse apaixonada. Eu li em um livro que se apaixonar é a melhor coisa mas também a mais terrível. Acho que entendo o que a autora quis dizer, é maravilhoso quando estou ao seu lado e é terrível passar horas pensando no quando vou te encontrar.-disse meio envergonhada.
Ele me abraçou e me beijou, foi um beijo apaixonado.
Ficar perto do garoto que estou apaixonada, ao luar. Acho que eu não poderia querer outra coisa.