– O que faz aqui? - Pergunto.

– Uma coisa meio obvia! - Diz ele olhando em volta. - Comprando livros!

– Hum. - Digo me abaixando pra pegar os livros que caíram.

Peeta também se abaixa pra me ajudar. Ele é incrivelmente cheiroso. Ele usava uma jaqueta de couro preta e seu cabelo estava bagunçado. Estava um tanto atraente até mesmo para um nerd.

– E você não sabia que gostava de ler! - Diz ele se levantando.

– Você nunca ...- Digo me levantando.- nunca deve contar isso pra ninguém!

– Porque? - Quis saber ele.

– Porque é super normal uma popular como eu, lendo um livro. Não tem nada a ver. E seria muita humilhação. - Digo.

– Um não, vários! - Diz ele indicando com a cabeça todos os livros na minha mão.

– Vai ficar me zoando? -Pergunto.

– É que eu não entendo, como ler um livro pode ser uma humilhação? - Pergunta ele. - Vocês populares são tão estranhos.

– Aha. - Digo. - Nós é que somos os estranhos? olhe só pra você ?

– O que é que tem de errado comigo ? - Pergunta ele.

– Tudo. - Digo.

– Você se acha superior a qualquer um não é? - Pergunta ele.

– Claro que não. - Digo.

– Não é o que parece. - Afirma ele.

– Eu não me importo com nada que você diz. - Digo.

– Você é uma mimada. - Diz ele.

– E você um retardado. - Digo.

– Infantil. - Diz ele.

– Mané. - Digo.

– Criança. - Diz ele.

Eu vi que isso não ia chegar a nada, Peeta ia continuar a me xingando e eu também ia. Então fiz a única coisa que não deveria ter feito. Algo muito improvável. O beijei.

Meus livros novamente caíram no chão, e os de Peeta também, nosso beijo foi algo que nunca havia sentido, foi calmo e delicioso, foi surpreendentemente bom. E eu gostei. Foi quando tocou a parte do refrão da música que tocava é que voltei a mim.

– Porque fiz isso? Droga. - Digo.

– Calma, foi só um beijo ... - Diz ele.

– Não, eu tenho namorado, droga. - Digo pegando meus livros.

Corro para o caixa, tudo o que preciso é dar o fora daqui antes que mais alguém me veja. Pago e vou em direção á saída, é quando sinto alguém puxar meu braço.

– Não se preocupe, não vou dizer a ninguém sobre nada. - Diz Peeta.

Vi em seus olhos que estava sendo sincero. Peeta tinha todos os motivos do mundo para me chantagear, mas não quis.

– Obrigada. - É só o que consigo dizer, e depois vou embora.

Entro no meu carro e faço o que sempre faço coloco a cabeça no volante. Porque fiz essa idiotice, eu poderia muito bem ter virado e ter ido embora. Mas não, tenho que fazer a coisa mais estupida que vem na minha cabeça. Beija-lo. E porque não usar isso contra mim? Porque ele sempre me ajuda? Mesmo eu sendo sempre grosseira com ele. Não consigo entender.

Estaciono na garagem da minha casa, e entro o mais rápido possível. Já no meu quarto vou até meu closet e abro uma porta de um armário onde não chama tanta atenção é la onde guardo todos os meus livro. Meu cofre, meu mundo, minha imaginação, minha paixão. E deito em minha cama.

– Nossa que dia péssimo. - Digo á mim mesma.

Disse a mim mesma hoje cedo que hoje seria só mais um dia normal, e parece que passou um furacão na minha cabeça. Realmente não foi um dia normal. Num dia normal eu não beijo um garoto nerd da minha escola. E quando eu estava pensando com que cara eu olharia pra ele amanhã na escola, alguém bate na porta. Levo um susto, que caio da cama. Ajeito o cabelo e vou na porta atender.

– Oi. - Diz Cato.

– Oi. - Digo.

– Ta tudo bem? - Pergunta ele, deve ser pelo barulho de eu caindo da cama.

– Ta, ta tudo bem e você? - Pergunto.

– Mais ou menos, é que eu me senti mal por tudo que eu disse hoje cedo. - Diz ele.

– Não, já passou, ta tudo bem! - Digo.

– Que bom. - Diz ele. - É que eu também precisava falar com você, tem alguma coisa pra fazer agora?

– Agora. - O pior que tem, tenho que enfiar juízo na minha cabeça e prensar nas besteiras que fiz hoje, e também tem todos os meus livros para ler. Mas sei que para o meu irmão ter me procurado é porque é sério. - Não, Não vou fazer nada, Porque?

– Bom então vamos em uma sorveteria, podemos ir na sua preferida!- Sugere meu irmão.

– A sorveteria do Snow é a melhor. - Digo. - Então vamos.,

Cato e eu caminhamos em silêncio, uma vez ou outra falávamos de algo que víamos na rua, mas nada realmente importante. Quando chegamos na sorveteria nos sentamos em uma mesa que tinha uma vista maravilhosa. Morar em Michigan tinha lá suas vantagens.

– Boa Tarde minhas jovens crianças. - Diz Snow.

– E ai como vai Snow? - Pergunta Cato. - Quanto tempo ?

– Claro as crianças crescem e esquecem do velho aqui! - Diz Snow.

– Não te como esquecer você Snow! - Digo.

– E então o que vão querer hoje? - Pergunta ele.

– Dois top sundae de chocolate com cobertura de caramelo e amendoim! - Cato e eu dizemos juntos.

– Como nos velhos tempos? - Pergunta Cato.

– Como nos velhos tempos! - Afirmo

Depois que o nosso sorvete chegou, cato e eu fizemos uma bagunça igual quando eramos crianças. Passei sorvete no cabelo de Cato e ele no meu nariz. Rimos a tarde inteira.

– Mas sério, o que você queria falar pra mim? - Pergunto.

– É que hoje cedo você disse que eu nunca ia amar ninguém... - Diz ele e eu interrompo.

– Olha Cato não liga pro que eu disse hoje cedo, foi bobagem.

– Não é que eu queria falar primeiro pra você que eu estou apaixonado por uma garota! - Diz ele.

– Sério?- Pergunto tossindo, e ele concorda com a cabeça. - Mas quem é a garota?

– Então por isso eu quis falar com você porque é... - Ele da uma pausa. - É uma amiga sua.

– CATO! - Digo.

– Katniss é sério eu gosto muito dela. - Diz ele.

– Qual delas? - Pergunto.

– A Clove. - Diz ele.

– Justo a Clove? - Pergunto.

– Katniss ela é diferente das outras garotas da sua idade, ela é madura e inteligente... - Diz ele.

– Porque sou burra? - Pergunto.

– Katniss não é isso, é que ... - Diz ele. - Ela é especial e ela gosta de mim.

A Clove gosta do meu irmão? Como nunca me disse isso? Acho que teremos uma conversinha assim que possível.

– E eu quis dizer pra você primeiro, porque quero saber se você aprova? - Pergunta ele.

– Se eu dizer que não, você vai investir mesmo assim, então porque não. - Digo.

– Uhuuuu você é a melhor irmã do mundo Katniss. - Diz ele me beijando e me abraçando.

– Chega chega de falsidade. - Digo sorrindo.