Crônicas de Mikvar - As Chuvas de Inverno escrita por Aegon


Capítulo 2
Capítulo 2 - Sirius




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Tudo está bem, era o único pensamento de Sirius, para tentar esquecer seu irmão. Exatamente três meses que não o via, o único que restará de sua família, pesava os olhos em pensar que talvez nunca mais visse seu irmão, correr junto a ele, pensou em momentos felizes que passará a três meses antes, mas isso tudo terminará em tristeza e dor. O pátio estará cheio de pessoas a qual Sirius não conhecia, todos chegaram junto á Sirius na ultima noite, foram todos convocados pela Ordem real há três meses. Sirius até conhecia alguns, vieram juntos do norte, Jewren Flyn, Stigin Clayter e Asren “Punho-de-ferro” Merhyn, mesmo assim, isso não deixava Sirius nem um pouco feliz. Ouvirá vagamente um homem cantando algum canto de guerra, e outros praguejando enquanto lutava, isso era o comum dia-a-dia de Novaselik, e Sirius teria que ir se acostumando., não sabia quanto tempo ficaria ali, e quem deveria chamar de amigo, se ao menos seu irmão estivesse ali, ele poderia contar com alguém.

– Thorne! – Sirius reconheceu a voz de desprezo. Era a voz de Cassius Ollun, o mestre-de-armas de Novaselik.

– Sim, senhor? – Disse Sirius. Ganhará certo ódio pelo Ollun, mas fingiria respeito até que saísse daquele lugar.

– O que faz aqui, o treinamento é lá! – Ollun apontou para uma das janelas – Acha que aqui é lugar para mocinhas?

– Senhor, eu peço-lhe a permissão para faltar ao treinamento hoje, estou cansado, a ultima noite exigiu muito de nós todos – Era verdade, Sirius estará fraco. Muita neve entrou em Novaselik na ultima noite, e os próprios recrutas tiveram que limpar, Ollun dissera que era um treinamento, mas zombava de todos durante o ato.

– Maldito, seja, Sirius! – A voz de Cassius tomou um tom de arrogância – Não. Irá comigo, e com os outros para realizar o treinamento, hoje alguns novos recrutas irão chegar, e o Arqui ordenou que todos estivessem preparados.

– Me desculpe à pergunta, mas quem são os novos recrutas? – Tivesse esperança que seu irmão fosse requisitado, talvez a tivesse sorte.

– Isso não o diz respeito, agora vai. – Deu meia volta, e esperou Sirius. Desceram as escadas alguns minutos depois. As escadas eram feitas de tijolos de basalto negro, alguns estavam ficando cinza, outras já eram cinza, eram íngremes e tortas e dava a vários corredores e salas de Novaselik, era a escada que levava a todo o castelo, até as salas dos mestres, até os curandeiros, até a sala dos estudos, até a forja, e por final, a sala do Arqui-comandante. Sirius conhecerá apenas a sala de estudos, e a sala dos mestres, foi o único entusiasmo que conseguiu ter nesses três meses, se porventura realizasse o juramento, deveria escolher o que faria pela sua vida, seguir os mestres, ou patrulheiros. Entrou em um largo corredor, com portas rústicas de carvalho vermelho e ferro cinza, notou as salas especiais, como as de forja especial que trabalhava com os melhores aços, e o armazém, que guardava a comida e os mantimentos do castelo que matinha separada os pertences dos membros, vislumbrou cada porta, cada sinal que estará gravado, e prosseguiu. Quando saiu do corredor, nem perceberá, ficara focado demais nos sinais gravados na porta, por mais que estariam que alguma língua diferente, ele era atraído pelos idiomas, e pretendia aprender aqueles. O dia estará cinzento, a neve era ríspida, e caia dura, e a primeira coisa que viu foi às muralhas do castelo e as árvores que cresciam a seu redor, o olmo, assim como o carvalho, era muito cultivado, assim como os frutos, e folhas que ajudavam a tratar de doenças. Todos já se reunirão no pátio. Jewren, Stigin, Asren, Alruc Slynt, Allor Oakwood, Wyrin Flynt, e todos os outros recrutas estariam no meio do pátio, esperando as ordens do mestre-de-armas. Abriram caminho para Cassius, enquanto Sirius se juntava a eles, todos estariam vestidos de manto negro com couro cinza em protegendo seu peitoral, por sorte, Sirius estará de armadura de couro negro. O Mestre-de-armas parou no meio de todos.

– Hoje iremos fazer o mesmo de ontem, e antes de ontem – Olhava de relance para todos enquanto falava – Sirius Thorne, e Stigin Clayter – Saíram da roda e viraram-se um contra o outro. As espadas já estariam em suas mãos. Stigin era esguio, possuía curtos cabelos castanhos, sorria sempre quando duelava a pedido de Ollun, queria mostrar que era um homem-feito, não uma moça como o mestre-de-armas o chamava. Clayter correu contra Sirius e esticou a espada para frente, mas Sirius foi deu um passo para trás. A lâmina desceu em direção ao chão, e o barulho ecoou por todo o castelo, e quebrou o silêncio. Stigin levantou a lâmina em direção ao rosto de Sirius, que levantou a lâmina e debateu ambas fazendo com que Stigin recuasse, Sirius rodou a espada na mão, Stigin fez o mesmo enquanto rodopiava o sempre com o sorriso sarcástico no rosto. Infeliz pensou Sirius. Stigin adiantava-se e voltava para a posição anterior, tudo para provocar Sirius, mas realizou um golpe em falso, seu pé escorregou e o fez adiantar-se muito, Sirius levou o flanco da lamina contra a barriga de Stigin partindo seu manto, sua camisa e depois a carne, um corte muito profundo apareceu em sua barriga. Puxou a espada para cima e desceu-a novamente contra suas costas fazendo-o cair. Ollun fitou Sirius por alguns momentos, cuspiu e disse.

– Alruc, Wyrin – Falou bruscamente – Vão. Mostre para o Thorne que aquilo foi sorte. – Clayter é um grande espadachim, mas perderá para Sirius, o que despertava a súbita raiva de Cassius. Alruc correu até Sirius, Thorne rodopiou com a espada pelo ar, e debateram várias vezes a espada contra a outra, por fim parou e bateu com a lâmina contra o calcanhar de Alruc, o fazendo cair. Sirius esticou-se para dar um golpe no peito de Flynt, mas o oponente recuou e soltou a espada. Cassius deu meia volta e caminhou até o salão principal resmungando. Sirius esticou a outra mão para ajudar Alruc a se levantar, agarrou-lhe a mão com força e pôs-se em pé.

– Você é forte, Thorne – Comentou – Muito prazer, sou Alruc Slynt, do sul, de Lei Porto, e você?

– Sou Sirius Thorne – Respondeu – Do norte, de Castelo Cinza.

Clayter se levantou olhou de relance para Thorne pelo ombro e saiu praguejando contra Sirius. Um estrondo barulho ecoou por todo o castelo, Alruc e Thorne fitaram a porta levadiça sendo içada, demorou um pouco até que o primeiro cavalo adentrou as muralhas de Novaselik, não demorou muito para que outros cinco homens montados adentrassem a muralha, enquanto o primeiro homem montado segurava um estandarte, Sirius demorou, mas reconheceu, era um Wyvern vermelho em fundo ondulado negro, pertencia aos Tenemur. Sirius perdeu a esperança de que fosse seu irmão, suspirou e viu dois dos homens descerem de seus garanhões negros. Rowan e Lothar Tenemur, os dois filhos gêmeos herdeiros de Wyler Tenemur. Possuíam a mesma idade de Sirius, quatorze anos, Rowan trajava uma longa capa vermelha com as mangas também vermelha e bordas douradas, com o Wyvern da casa Tenemur em fio negro em seu peito, já Lothar trajava colete negro estampado de pequenas flores vermelhas e camisa de mangas negras, e um longo colar dourado com um Wyvern de três cabeças. Rowan fez um sinal com a mão, e os homens que os escoltaram até Novaselik partiram. Lothar colocou-se a caminho do salão principal, logo em seguida Rowan também. Thorne e Slynt olharam fixamente para os Tenemur, Slynt admirava em silêncio os trajes dos rapazes até os seguiu de longe, Sirius suspirou; e seguiu Slynt. A porta do salão era feita de carvalho vermelho, tão grande quanto Punho-de-ferro, e era largo o suficiente para que três pessoas passassem por ela, lado a lado, o salão era imenso, possuía dez mesas de madeira em cada lado, as paredes eram de pedra cinza, não possuía janelas, Sirius recordava de sua casa ao entrar lá, assim como se lembrava da biblioteca quando entrava na sala de estudos de Novaselik. Caminharam até a mesa mais próxima, e sentaram nas cadeiras de madeira reforçada com ferro. O salão possuía em cada canto uma bandeira, um castelo cinza em fundo negro, representava o castelo Novaselik. Um dia ouvirá Ollun dizer para novatos que todos os castelos eram tão antigos quanto os castelos mais antigos, fundados na antiga e próspera ERA também ouvirá que ninguém sabia quem os construiu, e que antigamente, pertencia a Irmandade-Sem-Títulos, que lutava apenas para proteger o reino. As histórias que Sirius ouvirá, todas diziam que a Irmandade lutava pela paz, e não por glórias e títulos, e cada um dos sete senhores da irmandade usavam espadas encantadas que não eram afetadas por magia negra, Sirius sonhará em encontrar ao menos uma espada, mas cresceu, e viu que era tudo baboseira e contos, não passava de lendas. Salazar, um homem pequeno, com barba desgrenhada amarela que tinha a cabeça sem cabelo, serviu mingau de aveia com cevada, e cerveja gelada para Thorne e Slynt, fizeram um sinal com a cabeça para agradecer, e o homem foi para outra mesa. Slynt acabou rápido com sua comida, e a cerveja já não estará mais no corno, já Sirius nem tocou na sua. Não estará com fome, e o cheiro congestionava seu estomago, não estava acostumado com a comida do castelo, e pedia que no café-da-manhã, Salazar servisse apenas pão, e cerveja, mas nem sempre isso acontecia, mas sempre o homem pequeno dava um jeito de fazer algo diferente para Sirius. Eram seus únicos amigos, Salazar, e agora Alruc, pensará bem, e percebia que Novaselik não era tão ruim assim, ao menos ele tinha amigos para compartilhar ideias e conversar durante a noite, envolta de uma fogueira. As espessas paredes providenciavam calor, e silêncio enquanto o pátio era alvo de gritos, e o ressoar de espadas, infelizmente nem sempre todos ficavam felizes.

– O que é isso? – Rowan berrou.

– É-É mingau de aveia, senhor– Respondeu Salazar – Se preferir posso-lhe trazer pão, e algum restante de vinho.

– Não, seu estúpido, quero algo descente! – Atirou Rowan de volta.

A ignorância de Rowan era como todo a Tenemur teria que ter, assim como Wyler Tenemur, e Sirius garantirá que Lothar era semelhante a ambos, o sangue dos Tenemur corria nas veias dos gêmeos, se Rowan mostrara-se agora, Lothar iria berrar igual, ou pior, só faltava esperar; Sirius levantou-se se sua cadeira com firmeza, a cor do manto negro igualava-se a cor dos grandes cabelos de Sirius, o manto servia como camuflagem para seus lisos fios. Pelos Deuses, o que estou a fazendo? Os pensamentos de Sirius eram curtos, e sombrios a cada passo, saberá que era o certo a fazer, defender Salazar, Isso mesmo!, Era a única coisa que poderia fazer naquele miserável e escuro pecador castelo. Levou a mão até o guisado de Rowan e o disparou contra o rosto do Tenemur. O jovem de cabelos dourados cacheado caiu com um barulho estrondoso em forma de Puf no chão, alto. Todos olharão inclusive Sor Cassius, que permaneceu calado. Quando os olhos verdes do Tenemur encontrou com os negros de Sirius, nada sentiu, apenas medo, e Sirius saberá.


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Notas finais do capítulo

Está ae, o segundo capitulo. Lembrando que eu não tenho um fim pensado para os personagens, então, o rumo pode se tornar diferente ao longo dos capítulos.



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