Minha Válvula de Escape - Dramione escrita por Starblood


Capítulo 5
Capítulo 5 ❃


Notas iniciais do capítulo

Queria primeiramente agradecer a todos vocês pelo carinho (:, os comentários, os favoritos e os acompanhamentos. Vocês não sabem o quanto vocês estão me motivando com suas palavras. Obrigado mesmo, a todos vocês que me incentivam cada dia mais a escrever essa fanfic. Trazer-me a presença de vocês, vocês não sabem o quanto isso me faz ficar feliz. Posso não estar passando pelo momento mais fácil de minha vida, mas quando eu ligo a internet e venho escrever, faço isso com muito gosto por causa de vocês. Agradeço a todos vocês e é isso que a fic continue com esse bom progresso.
Sem mais delongas (:
desfrutem



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Uma brisa forte no meu rosto , gelada dando-me a sensação de estar espetando minha alma. Mas eu já trajava tudo que era preciso para eu me proteger do frio, um cachecol, várias blusas por baixo do meu casaco de frio, meias de lã e botas. O inverno havia chegado, mas infelizmente não nevara ainda. Caminhei em direção ao rio que havia na minha frente e agachei-me próximo a ele. Encarei-o, vendo meu reflexo na água um pouco turvo. Soltei uma risada e comecei a fazer caretas vendo meu reflexo fazer as mesmas coisas que eu.

_Que divertido! - exclamei abraçando meus próprios joelhos , ainda encarando o reflexo de uma garotinha de 4 anos que encarava-me de volta.

_Mione! - chamou-me uma voz conhecida fazendo-me virar a cabeça para trás.

_Estou aqui!! - exclamei.

Meu melhor amigo apareceu por entre as folhas de um arbusto. Seus cabelos loiros agora cheios de gravetos dando-lhe uma aparência um tanto cômica e seus olhos cinzas transbordando alegria. O que era legal, era o fato dele sempre parecer feliz ao me ver.

_Cadê seu pai e sua mãe ? - perguntou ele olhando para os lados, pelo jeito esperava encontra-los em algum lugar ao nosso redor.

_Não estão aqui. - falei com uma expressão de tristeza.

_Por quê? Brigaram novamente ? - perguntou meu amigo fazendo uma expressão penalizada.

_Brigaram! Mas e daí? Amanhã eles estão de bem! - falei nervosamente. Não gostava daquele tom de pena. Não era tão grave assim a situação. - Papai prometeu que ia brincar comigo e com a mamãe. Eu sei que papai não mentiu! Como papai vai cumprir a promessa se ele está de mal com a mamãe?

_È... - disse meu amigo em tom de total desânimo.

_Você que é um chato! E quer me deixar mal! Quer saber? Aqui para você! - em seguida mostrei minha língua. - Chato! - xinguei em seguida inflando minhas buchechas.

_Haha. - riu ele. - Assim você realmente parece uma criancinha de 4 anos sua bobinha.

_Eu vou fazer 5 anos ainda esse ano! Não sou uma criancinha. Logo, vou ser adulta que nem a mamãe.

Meu amigo aproximou-se de mim e pôs sua mão em minha cabeça afagando-a. Seu sorriso não poderia ser maior e seus olhos expressavam carinho. Ah, mesmo implicando com ele, eu gostava muito do meu amigo, era como se fosse meu irmão mais velho.

_Sim, um dia será. Aí eu vou poder pedir você em casamento, certo? - perguntou ele fazendo-me congelar.

_Eca! Não! Eu nunca vou me casar, meninos são bobos. Preciso ser inteligente e estudar bastante para ser uma bruxa brilhante no futuro.

_Que bonitinha. - comentou meu amigo, fazendo minha face corar.

__Você é bastante inteligente , Mione. Quando crescer poderá ser o que quiser.

Olhei para meu amigo, sua mão agora tirava alguns galhos presos em seu cabelo. Aproveitando que ele não estava prestando atenção em mim, esbocei um sorriso.

_E você...

_Hm?

_Quer muito ser professor, né?

_Sim, eu quero.

_Um dia você vai ser! Eu sei disso!

_Como eu disse. Bonitinha. - repetiu ele fazendo eu corar.

_Não falo mais nada para você, seu chato!

_Te adoro, baixinha. - em seguida, meu amigo abraçou-me fortemente fazendo eu reclamar em meio a risadas.

De repente, algo gelado caiu em meu nariz. Com a ponta do dedo, toquei no local. Era água, mas uma água bastante gelada. Olhei para o céu e vi a neve cair aos poucos , intensificando-se cada vez mais.

_Olha ! Neve! - exclamei alegremente estendendo minha mão e deixando alguns flocos de neve caírem nela. - Está nevando! Está nevando!

_Sim, está. Gosta da neve, Mione?

_Eu adoro a neve!

_Posso te contar uma coisa?

_Pode.

_Observe o quanto a neve é branca. - disse meu amigo apontando para a neve que acumulara-se em minha mão. - agora se sua inteligência equivalesse ao branco dessa neve? Quão inteligente você se acharia?

_Não entendi.

_Claro que você não iria entender. Você é muito novinha. Não sei por que comecei a falar essas coisas complicadas.

_Eu não sou novinha !

_Ok, mas lembre-se de mim, sempre que a neve cair.

_Não sei o motivo mas... - falei enquanto eu observava da janela de meu quarto de hospital, a neve caindo. - ...a neve, faz eu me sentir um pouco triste.

_Então finalmente você está de alta! - exclamou a voz animada de Luna Lovegood do outro lado do meu celular.

_Sim, finalmente. Estou na minha aconchegante casa. - falei deitada em minha cama, totalmente esparramada. - Bom, agora eu preciso fazer as tarefas que eu não fiz ainda. Vou ter de desligar.

_Espera, Mione. Hoje ás nove e meia, o clube vai se reunir na minha casa. Se você quiser ir lá...

_Sim! Sim! Mil vezes sim! Estou super ansiosa para ver como é esse clube. Me passa seu endereço, por favor.

Enquanto ela me passava o endereço eu anotava em um bloquinho de notas em cima da minha escrivaninha.

_Pronto anotei. Obrigada!

_Disponha. E boa sorte aí se sufocando nos livros.

_Ué?Achei que você curtia livros. - brinquei.

_Não livros de escola, queridinha. - falou Luna rindo. - Beijos, a gente se vê as nove e meia.

_Ok! - falei desligando o celular em seguida.

Deitei-me de bruço na cama com o cobertor por cima de mim. Continuei mexendo no celular enquanto lembrava-me de meu dialogo com o professor:

_Você pediu demissão, por quê? Para que?

_Eu já te disse! Eu te expus ao perigo!

_Ah, que dramático professor. Logo a pessoa que me consolou está chorando agora que nem um bebê?

_Você não entenderia. Eu não queria que nada de mal te acontecesse, Cristal!

_Cristal?

_Quero dizer... senhorita Granger. Não me peça para ser seu professor novamente. Seria tortuoso para mim...

_Não precisa ser meu professor. Você pode, sei lá, ensinar em outra escola. Mas a única coisa que eu não quero é você deixando de ser professor por causa de uma coisa boba, ok?

_Sim...

_ótimo.

_Desculpe-me, você deve estar me achando tão infantil... - murmurou meu professor, colocando a mão na testa, afastando seus cabelos dela.

_Vamos deixar esse assunto de lado e... - comecei, mas interrompi-me ao ver no meio daquele buquê de rosas um lírio azul.

_Não acredito! Como você descobriu?

_O quê?

_Minha paixão por lírios azuis. - falei apaixonadamente.

_Ah, sim. Não sei acho que é intuição. - disse Draco dando-me o buquê de rosas com o lírio. Peguei-o e comecei a admirar a beleza e o cheiro das flores.

_Obrigado. - agradeci.

_Disponha.

_Vou ligar para ele, e pedir para me ajudar com as tarefas. - decidi-me indo para a lista de chamadas recentes. - Onde será que está?– perguntei-me enquanto procurava o número desejado. - Aqui está! - exclamei inciando a chamada.

_Pois não, quem fala por favor?– perguntou a voz de meu professor. Algo em sua voz fez-me sentir um arrepio, pois soava um tanto "atraente."

_Oi professor, sou eu a Hermione.

_Como você conseguiu meu número?

_Bom, eu já recebi uma ligação sua. Seu número ficou marcado em meu celular. Foi só eu procurar em lista de chamadas recebidas. Ficou zangado?– perguntei preocupada.

_Não. De jeito nenhum. Então, você recebeu alta?

_Recebi. - confirmei. - Professor...

_Draco. - corrigiu-me ele.

_Draco. Você poderia vir aqui me ajudar com as tarefas que eu acabei não fazendo?

_Eu não sou mais seu professor, lembra?

_Mas pode me ajudar, como um bom amigo.

_Ah...sim...claro. - falou ele com uma voz um tanto tímida.

_Está certo então eu te espero. È que as nove e meia eu tenho um compromisso com uns amigos.

_Não se preocupe, já estou a caminho de sua casa.

_Ok, eu te vejo daqui a pouco.

Em seguida desliguei o celular.

Agora vinha a complicação.

Que roupa eu deveria vestir?

Espera... que história era essa de eu me preocupar com que roupa usar?

❃ ❃ ❃

A campainha tocara e eu fui atender rapidamente. Infelizmente meu salto alto não me permitia andar muito rápido então, mais ou menos depois de três toques na campainha ( o professor era educado, eu merecia mais era uma bica na minha porta.) eu consegui alcançar a porta. Abria-a e ali estava o professor, só que diferente agora... ele não estava de terno, e sim um casaco de lã masculino (muito elegante por sinal.) , um jeans simples masculino cor branco e uma bota de coturno.

_A senhorita está bonita. - elogiou ele observando-me intensamente fazendo-me corar.

Eu havia escolhido uma blusa branca e calça de sarja e em meus pés havia um salto alto prateado. Ser elogiada assim pelo professor fez, além de meu rosto ficar ainda mais corado, sair um vapor por minhas orelhas.

_O-obrigada. - agradeci timidamente.

_Então, vamos? Onde você quer estudar?– perguntou meu professor olhando a volta. Seus olhos depararam-se com diversos livros em cima de minha mesinha próximo ao sofá da sala. - Ah, aqui! Um lugar bem aconchegante.

Eu tinha o hábito de estudar no quarto. Mas se eu fizesse o professor estudar comigo no quarto, provavelmente ele iria pensar que sou uma oferecida e que eu era uma pessoa com más intenções. Sim, talvez ele pensaria isso mesmo eu não pretendendo realmente ter essas intenções.

Sentei-me no sofá ao lado do professor ( que dispersa como sou não percebi que ele se sentara.)

_Então é na página 130 que estou com dificuldade. - falei pegando meu livro de matemática em cima da mesa.

❃ ❃ ❃

_...assim você obterá o resultado. - disse Draco terminando sua imensa explicação.

_Ah, entendi. - falei contente. - Obrigado você ajudou muito.

Olhei para o relógio que marcava 8:04 e percebi que logo o professor teria de ir embora. Fechei os livros e coloquei-os em cima da mesa sob o olhar intenso que tanto me acanhava. Em seguida, olhei para a janela e vi que nevava lá fora. Soltei um discreto suspiro que não passou despercebido pelo professor.

_Está tudo bem? –perguntou ele preocupado.

_Sim, sempre estou bem! - informei-o com um sorriso confiante que logo murchou-se.

Draco encarou-me seriamente.

_Que foi? De verdade.

_A neve. Me faz ficar triste... não sei nem o motivo.

_Para mim é o contrário a neve me traz lembranças felizes. Acho que você devia dar uma chance a neve. Ela tem o lado bom dela também.

_È...eu acho que sim. - murmurei.

_Você ainda está triste, né? Por ter de voltar para a escola.

_Sabe, professor...

_Sim?

_Eu não me entristeço muito não. Sabe, eu tenho minha válvula de escape... uma forma de fazer eu fugir das coisas ruins que surgem dentro de mim. De minha alma.

_Qual é sua válvula de escape?

_Minha válvula de escape são as coisas boas que surgem em minha vida.

_Por exemplo?

_O senhor.

_Eu?

_Sim, de certa forma você me ajudou. Me fortaleceu de alguma forma.

_Mas o que eu fiz para fortalece-la?

_Ficou ao meu lado, quando não tinha mais ninguém. Obrigado. - falei com uma lágrima caindo de meu olho. - Obrigado, de verdade.

A expressão de Draco era de surpresa. Mas surpresa mesmo, foi quando o rapaz inclinou-se encostando seus lábios nos meus. No momento, eu não soube como reagir. Era inesperado. Era errado, era... espera mas ele não era mais meu professor... então...

Retribui o beijo, levando umas de minhas mãos a sua nuca acariciando-a carinhosamente. Logo, separamo-nos ambos com os rostos corados e a respiração pesada.

_Bom, eu acho melhor eu ir para meu compromisso... - falei tentando disfarçar o momento constrangedor.

_Acho melhor eu ir, também. - disse ele erguendo-se repentinamente, como se tivesse uma tachinha ali que o estava incomodando muito.

_Eu te levo até a porta. - disse. Desta vez ele não fez nenhuma objeção.

Abri a porta para Draco, o rapaz despediu-se com um aceno de cabeça e eu retribui. Fechei a porta mas não antes de ver um doce sorriso aparecer em seus lábios. Em seguida, fiquei de costas para a porta e encostei-me nela e escorrei até o chão.

_Uau... - murmurei surpresa.

❃ ❃ ❃

Lá estava eu no túmulo "dela" segurando em minhas mãos um lírio azul. Era a flor favorita dela, eu não poderia deixar de leva-la. Estava nevando e a neve se acumulava em cima de seu túmulo. Maldita neve. Por quê? Por que tinha de nevar justo neste dia tão triste. Olhei a minha volta procurando o papai mas eu não o via. Devia ter um motivo para ele não ter vindo. Ele amava ela. Lágrimas brotaram de meu rosto e caíram no chão gelado. Era meu aniversário e eu queria um presente. Minha mãe viva. Mas era impossível tê-la. Caí no pranto, nem ligando se eu parecia um bebê. Naquele momento eu não ligava para o que eu parecia.

_Aqui. - disse meu amigo estendendo-me um lenço.

_Obrigado... -agradeci.

_Disponha.

_Ei. Será que no céu tem um castelo?

_Um castelo eu não sei mas deve estar repleto de lírios azuis.

_Mamãe adora!

_Então ela está feliz.

Coloquei a flor em cima do túmulo dela e mandei em seguida um beijo assoprado. Meu amigo olhou para o túmulo e falou com uma voz confiante:

_Cuidarei dela para você.

_Ah?

Antes de qualquer coisa ele me abraçou, mesmo sem entender retribui-lhe o abraço.

_Te amo. - murmurou ele sem soltar-me do abraço.

_Também te amo! Você é o melhor amigo que alguém poderia ter. Obrigado. - agradeci chorando.

Eu conseguia sentir, as lágrimas quentes de meu amigo caírem em meu pescoço. Não sei quanto tempo ficamos abraçados, mas meu ódio pela neve pareceu ter se dissipado.


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