Feriado Entre Amigos, ou Quase Isso escrita por Anwar Pike


Capítulo 16
Confiança


Notas iniciais do capítulo

Desculpem de novo. Espero que aproveitem, as coisas vao se complicar um pouquinho agora :D



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Confiança

Dentro do quarto, Flynn estava virado de costas para a porta. Elsa, de mãos levantadas, tentava acalmar o namorado. No chão, perto dos pés de ambos, um abajur quebrado explicava a fonte do barulho. As mãos de Flynn estavam machucadas.

– Flynn, eu juro, eu não tenho idéia do que ele esta falando, eu nem falei com ele depois do festival!

O rosto do jovem estava transfigurado pelas emoções. Raiva, mágoa e incredulidade dançavam nos olhos dele sem parar. Merida tentou se recuperar e sair do quarto silenciosamente, mas o casal não parecia ter notado sua chegada.

– Ah não, e por que diabos ele ia mandar uma mensagem como essa? – Flynn chacoalhou o celular na mão e o atirou na cama sem nem mesmo piscar.

– E-eu não sei, por favor você precisa acreditar em mim amor... – Ela fez um movimento para se aproximar mas ele a olhou com tanta raiva que ela parou no meio do passo.

Uma voz na cabeça dele tentava convencê-lo de que talvez estivesse fazendo uma tempestade por algo muito pequeno. Que podia ser um engano. Poderia ser uma brincadeira de mau gosto. Mas suas emoções tomaram o melhor dele e ele saiu tempestuosamente do quarto, sem olhar para trás. Soluço viu marcas de batom no rosto dele quando passou.

Elsa estava ainda de costas para a parede, mão na cabeça e desespero em seu rosto. Merida percebeu que o cabelo de Elsa estava amassado e devagar as coisas começaram a fazer sentido.

Quando Elsa finalmente saiu do quarto e entrou no banheiro, os quatro jovens se aproximaram cautelosos da cama onde o celular estava. O aparelho ainda brilhava branco, uma mensagem piscando na tela.

Jack pegou o celular na mão como se fosse uma bomba prestes a explodir e leu.

A outra noite foi ótima Elsa. Espero que possamos sair logo para aquela bebida que você prometeu. Beijos, até sua próxima “escapada”. – H

Rapunzel levou uma das mãos a boca para abafar o suspiro surpreso. Ela chacoalhava levemente a cabeça. Jack tinha as sobrancelhas cerradas mas não disse nada. Soluço tirou o celular da mão do amigo e viu o numero.

Merida por sua vez foi atrás de Elsa. Ela queria explicações e as teria direto da fonte.

Socando a porta com força, ela começou a chamar Elsa. Tomou um susto quando a porta foi aberta quase imediatamente.

A silhueta de Elsa recortada contra a luz do banheiro lhe dava uma aparência surreal, quase assustadora de mais para ser verdade. Seu rosto estava serio e frio, como um iceberg silencioso.

Quando falou, sua voz mandou calafrios pelos braços de todos, fazendo Merida sacudir o corpo involuntariamente.

– Eu não quero falar com ninguém, ver ninguém ou ouvir ninguém. Fui clara?

Merida, que em circunstancias normais teria retrucado, deu um passo atrás, ainda em choque.

– Clara como gelo. – Jack deu uma risada sem graça e puxou Merida de perto da porta, enquanto Rapunzel, tentando manter a calma, colocava uma mão nas costas da amiga.

A porta bateu contra as dobradiças novamente, fazendo Soluço pular.

Do lado de fora, já dentro do carro, Flynn estava sentado, mãos agarrando o volante e cabeça pendendo de encontro à buzina. Seus pensamentos corriam em uma velocidade insana e ele simplesmente não conseguia concentrar-se em uma explicação lógica para o que acabara de acontecer.

Era verdade que, desde que descobrira a presença de Hans na cidade, ele estava usando o máximo de seu autocontrole para não se importar, para manter o ciúme sob controle.

Talvez tivesse sido o acumulo durante os últimos dias que o fizera explodir daquele jeito. Por um momento considerou subir e conversar de cabeça fria com Elsa. Ele devia a ela pelo menos uma chance de se explicar.

Dando um longo suspiro, ele saiu do carro e se encaminhou para a porta da casa. Ao chegar ao final da escadaria, fechou os olhos e foi de encontro a porta do banheiro. Bateu uma vez e chamou gentilmente o nome da namorada.

Levou um tempo, ate que Elsa finalmente respondeu, ainda sem abrir a porta.

– O que você quer Flynn?

– Eu queria... Pensei que poderíamos, quem sabe... Conversar? – Ele esperou incerto.

– Eu pensei que confiasse em mim Flynn. – E ele foi surpreendido pelo tom monótono e cruel da voz dela. – Parece que eu estava errada. Eu quero ficar só, esta bem?

E com isso, ele sentiu a raiva borbulhar de novo.

– Como você acha que eu deveria reagir? Você ainda tem sentimentos por aquele babaca Elsa, não tente negar. E você não é exatamente a pessoa mais aberta quando se trata dos seus segredos. Isso torna confiar em você complicado pra caramba!

Quando não recebeu nenhuma resposta, ele virou nos calcanhares de e desceu as escadas mais uma vez, bufando. Apenas quando ouviu o som de pneus na grama foi que Elsa deixou os soluços escaparem, um após o outro em um frenesi incontrolável.

No quarto dos garotos, os quatro adolescentes ouviam a tudo, os rostos constrangidos e nervosos. Jack brincava com um fio de cabelo de Rapunzel distraído e Merida descansava a cabeça no peito de Soluço que olhava para o teto preocupado.

– Você acha que eles vão ficar bem? – Rapunzel perguntou, insegura.

– Não sei. Eles já tiveram brigas antes? – Soluço perguntou.

– Uh varias. Mas elas geralmente terminavam com uma seção de amassos. – Merida disse, rindo sem humor.

– Hum. Vocês acham que ela saiu com Hans? – Jack perguntou, perdido em pensamentos.

Rapunzel virou a cabeça de uma vez e Merida se catapultou do peito de Soluço, dizendo em uníssono.

– Não!

– Só checando. – Jack disse, levantando as mãos para acalmar as garotas que estavam olhando zangadas.

– Eu so não entendo por que Elsa não quis conversar com Flynn quando ele bateu na porta. – Soluço disse, pensativo.

– Elsa é... Complicada. – Rapunzel disse, sorrindo minimamente.

– Ela tem problemas para confiar nas pessoas. Mais ainda acreditar que elas confiam nela. – Merida continuou, coçando o rosto. – Saber que Flynn não o faz meio que confirmou os medos dela.

Rapunzel tocou os dedos de Jack suavemente e ele os entrelaçou

– Bom, acho que são vamos saber o resultado desse problema amanha. Vamos dormir.

E dizendo isso, Soluço e Merida deitaram na cama no garoto, ele abraçando-a por trás e enterrando seu rosto nos cachos rubros da garota.

Jack passou um braço ao redor da cintura de Rapunzel e deitou de bruços, enquanto ela abraçava seu pescoço folgadamente.

Longe dali, no bar da cidade, Flynn estava sentado, bebida em mãos e cabeça baixa, uma careta de poucos amigos no rosto. Sentados um pouco afastados o ruivo e a morena trocaram um olhar e ela se levantou, caminhando inocentemente na direção de Rider.

– Ola. Você parece triste, qual o problema? – Heather questionou, um pequeno sorriso em seus lábios. Flynn mal levantou a cabeça.

Ele estava acostumado com flertes. Pelo amor de Cupido, ele era o rei dos flertes e cantadas. Mas seu raciocínio já não estava tão claro e ele estava carente.

Sorrindo de volta para a garota mais nova, ele disse que não se preocupasse.

Quando ela insistiu, ele então contou o que tinha acontecido, aceitando bebida atrás de outra, oferecidas docemente por Heather.

É, aquilo definitivamente não iria acabar bem

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Notas finais do capítulo

Comentem suas opinioes, sao sempre muito apreciadas :D Até!



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