Pov. Cassie

Já deveria passar de uma hora da manha e meus pés doíam tanto que eu não via a hora de tirar meus saltos. Jason já tinha sumido há horas e eu nem lembro qual foi a ultima vez em que vi o Chad e a Vick.

Eu tava totalmente entretida com Ryan enquanto conversamos despreocupados pela boate, mas alguém tinha que aparecer pra tirar a minha paz. David foi esse alguém! Ele atravessou a porta da boate e como um imã ele logo me encarou.

Ryan passou suas mãos pela minha cintura e sussurrou de forma discreta no meu ouvido.

–O que esse infeliz ta fazendo aqui?

Dava pra ouvir a irritação na voz dele.

–Eu não sei Ryan!

David agora tava do outro lado da boate conversando com um pessoal da faculdade. Ótimo, agora ele já ta se enturmando com esse povo. Vez ou outra ele trocava olhares desconfiados de mim pro Ryan e cochichava alguma coisa no ouvido do garoto ao lado dele. Ele encarava Ryan com certo ressentimento e os dois ficaram assim por alguns segundos numa batalha de olhares.

Ryan virou um copo inteiro de tequila e de repente me puxou pela cintura e me beijou. Eu fiquei meio que sem entender, mas coloquei minhas mãos na sua nuca e deixei que ele me beijasse. Uma de suas mãos estava apertando minhas costas com força me pressionando contra seu corpo como se eu fosse fugir.

Segundos depois ele me soltou pela falta de ar e encostou sua testa na minha respirando fundo.

–Nos temos... Que da realidade ao nosso namoro falso, sabe! - Ele disse.

–Sei. Você tem razão!

Eu me inclinei sobre ele o beijando novamente. É, pois é! Eu gostei dessa coisa de namoro falso.

Eu podia sentir seus dedos puxando meu cabelo com força pra mais perto dele enquanto ele mordia minha boca. Suas mãos descendo das minhas costas pra minha cintura a apertando contra o seu quadril. O beijo estava bem urgente e muito maravilhoso só que de repente, alguém puxou Ryan pra trás nos separando. Era o Jason!

–Amigo, eu preciso de você! - Ele falou.

–Agora Jason? - Ryan perguntou frustrado.

–É serio, é uma emergência! - Ele disse em tom urgente - Preciso falar com você asos! Por favor... É coisa de homem!

Ryan respirou fundo passando as mãos pelo cabelo de forma impaciente e antes de sair disse:

–Eu já volto!

Jason pegou no braço dele e saiu arrastando-o pro outro lado da boate.

Quando virei pra frente percebi que David continuava imóvel no mesmo lugar me encarando com os punhos cerrados. Ele não tinha um olhar muito amigável e aquilo fez eu me encolher lembrando de certas coisas!

Eu comecei a andar ate o banheiro e droga, tava lotado. Mas mesmo assim usei rápido, e retoquei a maquiagem. Quando sai David estava lá fora me esperando encostado na parede. Tentei ignora-lo e passei reto, mas ele agarrou meu braço e me puxou de volta.

–Você é tão mal educada. Me ver e nem fala um oi! - Ele deu um beijo na minha bochecha e eu me soltei dele limpando o rosto.

–Não toca em mim!

–Calma ai! - ele sorriu ajeitando a blusa - Você esta linda nesse vestido, sabia?

–Me esquece David! - Tentei novamente em vão voltar pra festa, mas dessa vez ele agarrou meu braço com força e me prendeu contra a parede de um jeito que eu não consegui escapar.

–Você podia ser um pouquinho mais gentil! - Ele sussurrou no meu ouvido - Cadê aquele trouxa do seu namorado?

–Não fala assim dele!

–Ah qual é. Vai dizer que já ta amando ele? - Ele deu sorriso debochado. -Você só amou um homem na sua vida e eu sei que esse homem sou eu.

–É triste saber que você não sabe sobre mim David. Me solta! - Eu me rebati contra ele que apertou mais suas mãos sobre meus braços. - Eu mandei você me soltar. Ta me machucando!

–Você não pode ter me esquecido assim de repente. - Ele ignorou meu pedido - Eu te dei a melhor época da sua vida. Eu te dei um filho. Você lembra disso? Adjeta que você me amou, ou ainda me ama!

–Nunca te amei! Você é um idiota por pensar isso - Deixei escapar um riso sem vida - O tempo que passei com você foi desprezível. Seu nojento, eu te odeio!

Eu consegui soltar uma de minhas mãos e ela foi voar bem no meio da cara dele com um estalo deixando sua bochecha vermelha. Ele fechou a cara e eu sabia o que ele ia fazer em seguida, ele levantou a mão na minha direção e foi nessa hora que ele foi arremessado contra a outra parede.

Ryan se jogou em cima dele parecendo um louco e quando me dei conta os dois começaram a brigar. A boate inteira parou pra ver quando Ryan arremessou David por cima de uma mesa e começou a socá-lo e ele meio desorientado tentava revidar. Ate o DJ parou de tocar a musica e olhava espantado pra eles.

–Ryan, já chega! - Gritei tentando me aproximar, mas eles caíram no chão agora e quase me levaram junto.

Jason me puxou pra trás pra eu não ir parar no meio da briga. Ele agarrou Ryan pela blusa e mesmo estando meio bêbado tentava conte-lo. Um segurança apareceu e fez o mesmo com o David.

[...]

–Você é um otário! - David disse cuspindo as palavras.

–Repete pra você ver se eu não quebro seus dentes! - Ryan rosnou ainda sendo segurado pelo Jason.

Os seguranças tinham nos colocando pra fora como sempre acontecia em uma nova boate que íamos só que David e Ryan pareciam dispostos a ir parar numa delegacia.

David mal conseguia ficar de pé com a boca e o nariz sangrando. Já Ryan tinha o supercílio cortado à bochecha tava meio rocha.

–Eu disse que chega. Vamos pra casa Ryan! - Ele tentou protestar - Agora!

Jason resolveu ir pra sua casa também e seguiu um caminho diferente. Eu e Ryan pegamos um táxi ate em casa e houvesse silencio o caminho todo. Nem eu e nem ele ousamos falar algo. Chegamos em casa por volta das 3 horas da manha.

Ele entrou em seu apartamento sem nem dizer me dizer um Tchau e bateu a porta. Eu entrei logo em seguida indo atrás dele, mas ele se trancou no banheiro.

Eu revirei a casa todinha em busca de uma caixinha de primeiros socorros e achei uma nos armários da cozinha.

–Ryan - Bati na porta do banheiro - Abre a porta. Ryan!!

Eu ouvi uns barulhos de alguma coisa caindo no chão e logo em seguida ele destrancou a porta. Quando eu entrei ele tava encostado na pia sem camisa e com o rosto molhado.

–Você tinha me prometido que não ia arrumar confusão com ele! - Falei e ele revirou os olhos.

–Não começa Cassie!

–Eu já comecei. Disse que não queria você brigando com ele por minha causa...

–Ele ia bater em você, eu vi! - Ele gritou.

Eu engoli em seco lembrando daquela cena. Tinha prometido a mim mesma há anos atrás que não ia deixar mais isso acontecer e hoje, quase que eu quebrei essa promessa. Não que fosse minha culpa né!

–Eu sei, mas...

–Você sabe e ainda quer discutir comigo? Serio? - ele cruzou os braços.

Ryan não estava nos melhores dos seus humores por isso eu não queria prolongar aquela discussão. Abri a caixinha de remédio e tirei as coisas pra fazer um curativo no seu supercílio. Peguei um algodão e passei um remédio e ele me encarou.

–O que você pensa que vai faze? - Ele disse trocando olhares pra mim e pro algodão na minha mão. - Você não vai...

–Vou ter que passar se não vai infeccionar! - Ele fez careta. Quando aproximei o algodão do seu rosto ele segurou minha mão. - Ryan!

–Não Cassie. Não precisa!

–Para com isso. Se não me deixar limpar isso vai ficar horrível! - Ele bufou.

Aproximei o algodão no machucado e ele recuou antes deu se quer encostar nele. Homens viu!

–Ai - ele gemeu.

–Ai o que? Eu nem encostei em você!

Quando ele abriu a boca pra contestar e eu aproveitei seu momento de distração e puis o algodão no machucado.

–Ai porra, agora doeu! - Ele disse e eu sorri.

–Tivesse pensando nisso antes de entrar numa briga!

Ele bufou e fechou os olhos sem falar nada. Limpei todo o seu machucado, inclusive o da bochecha e ele ficou me encarando enquanto eu fazia tudo.

–Eu não entendo você - Ele sussurrou de repente.

–Por quê?

–Por que... - ele suspirou - Você tem a capacidade de discutir comigo pelo simples fato deu ter impedido que aquele otário batesse em você!

Eu larguei tudo que eu tava fazendo e olhei pra ele.

–É simples Ryan. Já é loucura esse namoro falso pra afastar o David, se você ficar brigando com ele sempre, ele nunca vai nos deixar em paz. Eu não quero mais ele perto de mim por isso não quero vocês se metendo com ele, nenhum de vocês. Entende?

–Não! - bufei - Eu queria matá-lo, mas não posso. Então quando eu puder quebrar a cara dele, eu vou. Sem pensar duas vezes. Porque primeiro ele queria bate em você e segundo ele quer pega a minha namorada!

–Namorada falsa

–Foda-se. É minha namorada de qualquer jeito! E ele quer tirar você de mim, eu sei que quer!

–Você ainda deve ta bêbado...

–Talvez - ele deu de ombros - Mas se eu pudesse, ele não tava mais vivo!

Me peguei sorrindo e droga. Como eu queria que aquilo fosse real e não uma farsa. Como eu queria que o David não tivesse passado de um pesadelo na minha vida e Ryan fosse tudo de mais verdadeiro que eu tinha, que ele fosse algo de concreto que eu tenho agora. Mas as coisas não eram assim...

Peguei-me aproximando instintivamente dele e quando dei por mim já estava a milímetros da sua boca. Dei um selinho de leve nos seus lábios e ele gemeu por causa do machucado no canto da boca.

–O que? Achou que ia arrumar uma briga por mim e eu não ia te beijar? - Ele sorriu - Sou sua namorada de qualquer jeito né!

–Aham! É sim! - Ele passou suas mãos pelas minhas pernas e me pegou no colo.

Sentou-me na pia colocando-se entre minhas pernas. Eu tentei não machuca-lo enquanto o beijava, mas tava difícil, suas mãos pressionando minhas coxas com força suficiente pra me deixar marcada, aquele mármore da pia gelado contra as minhas pernas. Dava pra sentir a excitação vindo dele e tudo aquilo... Meu Deus isso vai dar merda!

[...]

Pov. Katy

Acordei assustada escutando meu celular tocar novamente. Acho que era a terceira vez que eu escutava, mas não tinhas forças suficiente pra levantar. Mas agora o barulho já tava irritante e me dando dor de cabeça.

Levantei-me da cama me enrolando no lençol e procurando por ele no chão no meio das minhas roupas. Assim que o peguei ele parou de tocar.

Oh meu Jesus, tinha 16 chamadas perdidas da minha mãe e Cinco do meu pai. É hoje que eu vou morrer e pra ajuda a porra do celular desligou porque a bateria acabou.

–Tyler! - O cutuquei - Tyler acorda! - ele continuou imóvel dormindo - Pelo amor de Deus moço, acorda!

Bati nele com o travesseiro e ele resmungou alguma coisa e virou pro lado. Foi quase meia hora pra fazê-lo despertar de verdade!

–Que foi? - perguntou coçando os olhos com a voz embargada de sono.

–Eu preciso ir pra casa!

–Mas já?

–Eu fiquei muito tempo sem dar noticia, meus pais devem ta querendo me matar!

Ele olhou o relógio e depois levantou indo direto pro banheiro pegando suas roupas pelo caminho. Arrumei a cama enquanto ele tomava banho e quando ele saiu foi a minha vez. Tomei um banho bem rápido e troquei de roupa.

Eu e Tyler saímos daquela casa já ia dar umas cinco horas da tarde. Nossa noite foi maravilhosa, tipo meu Deus, eu tinha o melhor namorado do mundo. Tudo bem que ele mandou me seqüestrar mais foi por uma boa causa. Esse foi o melhor primeiro dia dos namorados com ele ou sei lá... O melhor dia dos namorados da minha vida e eu não queria que aquele dia acabasse nunca.

–Esta entregue dona Katy! - ele disse quando estacionou o carro na frente da minha casa.

–Obrigada por ontem amor. Eu amei! Tipo muito mesmo, você superou as minhas expectativas! - Disse tirando o cinto e enlaçando o seu pescoço.

–To feliz que tenha gostado. Quero me superar a cada ano, porque você merece! - Ele sorriu.

Beijou-me passando suas mãos pelas minhas costas e mordendo meus lábios. Ficamos num beijo lento por segundos até o ar fazer falta e eu lembrar que precisava entrar em casa antes que escurecesse.

–Eu preciso ir! - Ele me deu mais um selinho e sai do carro. - Eu te amo.

–Também te amo!

Fiquei olhando o carro dele se afastar com um sorriso tão largo que quem estivesse atrás de mim enxergaria.

Suspirei entrando em casa. Demorei um tempo pra achar as minhas chaves e quando entrei a casa tava um silencio assustador. Sim, achei que minha mãe estaria surtando e meu pai também, mas não.

Depois de passar pela cozinha os encontrei na sala. Minha mãe tava sentada no sofá com o telefone na mão e meu pai em pé olhando pela janela. Coloquei minha bolsa na poltrona e ela pulou do sofá quando me viu.

–Ah Katyness! - Ela gritou tão alto que os vizinhos deveriam ter escutado - Aonde você tava?

Encolhi-me quando ela cruzou os braços. Meu pai se juntou a ela com a expressão seria e lá estava eu. Enfrentando os dois novamente.

–Calma gente!

–Eu espero que você tenha uma boa explicação mocinha - Disse meu pai.

–Eu tenho - Respirei fundo e dei um sorriso amarelo - Eu fui seqüestrada!

Meus pais não moveram um músculo ou fizeram uma cara de pavor como deveriam ao saber que a única filha deles tinha sido seqüestrada.

–Não caímos, mas nessa Katy. Depois que você sumiu por alguns dias dizendo que tava perdida numa praia deserta, eu não acredito em mais nada - Meu pai falou. Mal sabe ele que eu já passei por coisa pior - E outra eu vi aquele seu namoradinho vim trazer você aqui!

–O nome dele é Tyler! E se você quer saber, eu estava com ele sim, até porque foi dia dos namorados e ele é meu namorado então...

–Não custava nada ter avisado que ia passar a noite fora com esse garoto! - meu pai retrucou.

–Ah pai ta bom, desculpa! - Falei querendo esquecer e evitar uma discussão.

Mas a minha mãe parecia ta com a macaca no corpo, tava disposta a me tirar do serio. Ela deu um passo à frente estufando o peito toda cheia de si pra falar comigo.

–Não vem com essa de desculpa não Katy. Você sempre some com esse cara, não avisa pra onde vai. Isso quando não sai com aqueles seus amigos e volta bêbada ou sei lá, louca. Eu não sei aonde você vai para assim...

–Ah mãe pelo amor de Deus, o que você quer de mim? - Não consegui conter a raiva na voz - Eu ate achei que você tava preocupada comigo por ter sumido, mas já deu pra perceber que não é isso. É o que então. Fala logo!

–Katy para! - Meu pai disse

–Não, não paro não. Vocês tiraram o dia pra me estressar? É isso?

–Eu só estou cansada de você sumindo, não me dando satisfações de pra onde vai com quem vai ou quando volta. Saindo pra festas e ficando bêbada. - Retrucou ela.

–Entende uma coisa. Eu não sou uma criança. Eu tenho 20 anos. Sabe o que isso significa? Significa que eu já sou maior de idade e posso fazer o que eu quiser!

–Não enquanto você morar comigo. Eu sou a sua mãe! - Ela gritou.

Engoli em seco trocando olhares dela para o meu pai. Eu sabia aonde ela queria chegar com aquela conversa.

–É isso que você quer então? Você quer que eu saia daqui? - Perguntei

–Chega vocês duas! - Gritou meu pai e segurou meu braço com força - Vai pro seu quarto!

–Não - me soltei dele e caminhei ate minha mãe - Me responde. É isso que você quer? Você quer que eu vá embora? É só dizer.

–É Katy! Eu quero que você vá embora, que seja uma adolescente inconseqüente longe de mim!

Respirei fundo e dei meia volta pegando a minha bolsa na poltrona.

–Sem problemas eu volto depois pra pegar o resto das minhas coisas - Meu pai arregalou os olhos e abriu a boca pra falar, mas minha mãe o puxou pelo braço com um olhar ameaçador de que se ele dissesse algo ela o colocaria pra fora de casa também. - Agora você pode ter a paz que você quer mãe porque nessa casa eu não moro mais!

Sai batendo a porta com força. Inacreditável como um dia perfeito pode virar uma ruína assim... Tão rápido!

[...]

Pov. Cassie

Passei a noite com Ryan no apartamento dele depois de toda aquela confusão. Todo aquele fogo no banheiro foi apagado pelo cansaço, nenhum de nos tinha energia pra levar aquilo alem dos beijos.

Voltei pra casa pela manhã e nem a Lucy e nem a Vick estavam lá. No começo fiquei preocupada, mas quando vi que já eram seis horas e nenhuma das duas me atendia eu ignorei.

Tomei um banho quente e depois me joguei no sofá com um balde de pipoca e a TV só pra mim, mas não deu nem 5 minutos e a campainha tocou. Arrastei-me ate a porta e levei um susto quando abri.

–Katy?

Estranhei ao vê-la parada ali com o rosto inchado com cara de quem tinha chorado uma vida inteira.

–O que aconteceu? - Foi só perguntar que ela definitivamente começou a chorar - Ah meu Deus entra!

Ela entrou e se jogou no sofá com as mãos no rosto soluçando e eu fiquei preocupada, nunca tinha visto ela assim. Sentei-me ao seu lado meio que sem entender o que tava acontecendo.

–O que houve? Foi o Tyler? Vocês terminaram? Não gostou da surpresa dele? - Ela negou com a cabeça.

–Não é isso - Ela enxugou as lagrimas - Eu só queria saber se eu posso morar aqui com vocês temporariamente?

–O que?

[...]

Depois de meia hora a Vick chegou e o estranho foi que dez minutos depois a Lucy apareceu também.

Katy nos contou tudo que aconteceu, a briga que teve com os pais e ela estava muito mal com isso, apesar de ainda estar soltando fogo pelas venta. Todas nos tentávamos ajudar, mas ela realmente não tava bem, só quando Tyler chegou que ela pareceu ficar melhor.

–Vamos mudar de assunto? - ela pediu.

Já fazia um tempo que todo mundo dava conselhos e consolava ela.

–Ta bom. - Eu disse e direcionei meu olhar pra Lucy que tava sentada na minha frente. - E então Lucy, o que tinha naquele presente?

Ela me encarou perdendo a cor. Ela achava que eu tinha esquecido? Claro que não. Lucy anda muito estranha ultimamente, mas eu não disse nada. Nem as minhas suspeitas. E eu sabia que esse tipo de assunto iria animar a Katy.

–Fala logo, que presente era aquele e quem te deu? - Perguntei de novo já que ela não respondeu.

Todo mundo parou o que tava fazendo e olhou pra ela. A vick foi a primeira a dar um sorrisinho já que ela tava no dia e sabia do que eu tava falando.

–Ahn... Eu não descobri ainda. E era um vestido! - Ela disse.

–Ai - Katy gritou de repente sem nem perguntar o assunto. - Você tem um admirador secreto? É isso mesmo?

–Nossa! Melhorou rápido - Tyler falou e ela nem deu atenção pra ele e continuou esperando sua resposta da Lucy.

–Claro que não Katy, ta louca?

–Hum. Alguém te manda um vestido e você não sabe quem é. Ou é um admirador secreto ou... Você ta escondendo alguma coisa!

–Não to escondendo nada! - Lucy disse.

–Mesmo? Porque ta parecendo - Vick a encarou.

–Já disse, não to escondendo nada. - ela disse revirando os olhos - Você pelo contrario, parece que quer dizer alguma coisa dona Victoria!

–Eu? - Ela perguntou e suas bochechas coraram - Talvez eu tenha, talvez não!

–Vocês mulheres são complicadas - Tyler disse observando o assunto como se viéssemos de outro mundo - Vocês em especial, se superam!

–Ah obrigada! - Lucy disse. - Mas não foge Victoria, você ta querendo me contar alguma coisa e eu espero que seja o que to pensando que é!

–Talvez seja, talvez não!

–Vou dar um murro em você se não para com essa porra de talvez! - Lucy gritou fazendo ela rir.

As duas ficaram nessa briguinha por horas e horas, acreditem se quiser. Ate que as duas ficaram sem paciência e cada uma se trancou no seu quarto, a Vick acabou não contando e a Lucy também.