– Quem é louco de me acordar às sete da manhã em pleno sáb... - gritou aquela voz que eu adorava enquanto abria a porta - Sa-sa-sa...

– Samantha ? - conclui - Bom dia, James - sorri.

– O que faz aqui? - indagou coçando os olhos.

– Vim conversar com você sobre...

– Ontem? - arqueou um sobrancelha.

– É - foi o que consegui responder.

– Venha, entre.

Passei por ele seguindo até o sofá da sala. Tudo ali parecia ligeiramente bagunçado, inclusive, havia uma cueca sua pendurada na estante da televisão, e ao notar sua terrível gafe, e que eu a tinha visto, James correu para escondê-la. Quando olhou para mim com a box na mão, riu sem graça, me fazendo rir também.

– Ãn, desculpa pela bagunça - pediu ao mesmo tempo que encolhia os braços desconfortavelmente, fazendo com que seus músculos enrijecessem e seus bíceps ficassem ainda mais perceptíveis. O problema era, só o fato de que ele estivesse sem camisa mostrava boa parte de seu corpo bem cuidado, e quando vi seus braços daquela maneira, perdi toda a concentração - Tudo bem ?

– Tudo - respondi balançando rápido a cabeça para espantar os maus pensamentos.

– Então, eu queria saber, o que houve ontem afinal? - indagou cruzando os braços.

– Eu espero que entenda, o.k?

– Só...acaba logo com isso - respirou fundo.

– A quê você se refere como isso?

– Nós? - sugeriu.

– Ah, então pensa que vou acabar com nosso relacionamento? - perguntei preocupada.

– Bom, foi o que me pareceu, afinal, quem aparece às sete da manhã na casa do namorado? - vociferou fazendo aspas com as mãos na palavra namorado - Deve ter vindo acabar comigo para poder correr para os braços de Kendall.

– Então é isso que acha que vim fazer?

– Aposto que sim - respondeu com desdém.

– Você estava errado - gritei deixando algumas lágrimas banharem meu rosto – Eu estava confusa sim, mas tomei uma decisão, e vim aqui procurando o cara que eu amo, mas achei um idiota.

Vi os olhos de James arregalados, e sua boca estava aberta. Não observei-o por muito tempo, me virei em direção a porta de entrada, cega pela dor e lágrimas que insistiam em cair deliberadamente.

– Espera - falou ele interpondo-se em frente à porta - Vamos conversar.

– Agora quer conversar? Não queria que eu acabasse com tudo?

– Desculpa, só...

– Sai da frente - ordenei.

– Me deixa...

– O quê? O quê você vai fazer?

De súbito, James enlaçou minha cintura e beijou-me os lábios docemente. Automaticamente, meus braços envolveram seu pescoço, ao mesmo tempo que meus dedos percorriam seus couro cabeludo. Eu não esperava, nem queria que aquele beijo envolto em tanto carinho e paixão chegasse ao fim, mas James o partiu e paralisou seus olhos fitando os meus.

– Vai ficar? - indagou, e pude notar o receio e medo que suas palavras carregavam.

– Sem você, não vou a lugar algum - admiti.

Ao ouvir tais palavras, Jay sorriu e logo recomeçou nosso beijo, mas desta vez, ele foi mais urgente, mais voraz. Senti que ele me conduzia à algum lugar, e quando comecei a tropeçar nas coisas, pulei entrelaçando minhas pernas em sua cintura. James tateou o espaço à sua frente com uma mão, e com a outra apertava meu quadril. Eu sabia o que estava por vir, e ansiei por isso. Continuei o beijando, tentando apaziguar minha ansiedade, pouco me importando para onde ele me levava, deixando que ele me tivesse naquele instante.

Ao fim daquela manhã, enquanto sentia a respiração pesada de meu namorado sob mim, e sorria bobamente para os lençóis, imaginei-me passando mais e mais horas ali junto à James, sentindo-o me fazer mulher, casada com ele, sorrindo desta mesma forma triunfante e realizada. Com certeza eu queria que aquele momento se repetisse, e como foi de minha vontade, ele repetiu-se várias vezes durante os dois anos seguintes.

Nosso namoro continuou o mesmo, muitas vezes conturbado pela fama que James e os meninos ganhavam com sua banda, mas ainda assim, eu estava certa de meu amor por ele, certa como as ondas pertencem ao mar. E maior certeza tive numa tarde, enquanto conversava com Thamires e Bruna, e náuseas fortes me atingiram, fazendo com que eu corresse desesperadamente até o banheiro tapando a boca para que não vomitasse precipitadamente.

– Você tá bem ? - indagou Bruna, me analisando assustada pelo reflexo do espelho do banheiro.

– Uhum - murmurei lavando minha boca, que estava com o terrível gosto do recente vômito.

– Não quer ir à um médico? - Thamires gritou de algum lugar atrás de mim.

– Não, não, chega de hospitais - respondi saindo do banheiro - Além do mais, deve ter sido algo que comi.

– James? - Bruna perguntou.

– Como assim James? - fiz uma careta.

– Vocês andam...

– Andam? - instiguei.

– Andam...

– Fazendo sexo - completou Thamires impaciente.

– Nós fazemos na cama, nunca fizemos andando - respondi prendendo uma risada.

– Idiota - gritou Bruna me batendo - Você entendeu.

– Sim, nós estamos sempre fazendo amor, porquê?

– Estão usando camisinha? - indagou Mires.

– Não, nós não usamos, mas eu tomo anticoncepcionais - respondi.

– Parou de tomar alguma vez? - perguntou Bru.

– Mês passado, quando tive aquelas enxaquecas, tive que parar, pois não podia tomar dois medicamentos ao mesmo tempo, onde querem chegar afinal?

– Já pensou que pode estar grávida? - falou Thamires sorrindo.

– Já pensou que você é louca? - arqueei uma sobrancelha.

– Thamires tem razão - incentivou Bruna.

– Beberam ? Não é possível.

– Então faça o teste - sugeriu Bru.

Muito tempo de relutância depois, saímos as três até uma farmácia, compramos um teste de gravidez, e voltamos à meu apartamento. Foi uma tristeza conseguir fazer xixi naquele palitinho com toda aquela tensão no ar. Mas após feito, mal pude conter as lágrimas de felicidade ao ver que realmente, eu estava grávida.