Forever (jakeness) escrita por NiaBlack


Capítulo 38
Os Mestiços




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Quase um mês depois do nascimento deles. Jackie e Jensen já aparentavam ter quatro anos e corriam pela propriedade dos Cullens o tempo todo, às vezes eles não conseguiam controlar a raiva e se transformavam naqueles filhotinhos de lobo branco, e me faziam derreter completamente. A não ser quando brigavam entre si, aí eu tinha que mostrar quem era a mãe e dar uns gritos com eles. Não que gritar seja difícil pra mim, faço isso o tempo todo não é?! Contudo, a questão é gritar com eles, sentia como se me machucasse fisicamente ao vê-los abaixar a cabeça com a bronca...

Eu estava sentada nos degraus da varanda do chalé, e minha cara não era de poucos amigos, era de pura indignação, irritação, ciúmes, qualquer coisa ruim que vocês puderem imaginar. Jake ficava me vigiando, como se eu fosse ter um segundo ataque de raiva e estivesse prestes a rasgar o pescoço da Leah a qualquer minuto. E bem que eu estava mesmo. Ninguém entende como é difícil pra mim ter que aguentar aquilo... Ver o meu bebezinho lindo no colo daquela garota, a minha única inimiga de verdade. Mas o pior mesmo era saber que ele a amava, aquilo doía em mim com força.

Jacob me via respirar com força, e tentar controlar os tremores que corriam meu corpo quando via os dois juntos. Eu realmente quase tinha o impulso de agarrar os braços dela e arrancá-los fora para que nunca mais tocasse no Jen. Entretanto ele choraria até o fim do mundo se eu fizesse isso, e ia me odiar para sempre, e eu não queria isso, não mesmo...

No fundo eu ainda era aquela Nessie idiota de sempre, mimada, que conseguia tudo o que queria batendo o pé no chão e depois ganhava aquele olhar do Edward... Não vou negar, mesmo tento minha própria vida e família agora, eu morro de medo daquele olhar. Ainda me encolho quando ele chega perto e briga comigo pois estou tratando a Leah muito mal ou qualquer coisa do tipo. Acho que só conseguia manter o controle graças a isso.

Killik continuava com a gente. Eu não cheguei a pedir pra ele ficar nem nada, foi opção dele mesmo e aquilo era meio estranho. Eu sabia que ele estava escondendo algo, só não sabia o quê exatamente. Aquele olhar de preocupação dele me deixava de cabelos em pé. Ele fitava os gêmeos esperando que alguma coisa acontecesse, alguma coisa ruim, entendem? Parecia sentir um peso nos ombros, ou algum tipo de dor sentimental quando via os dois sorrindo. Já cheguei perto dele pra perguntar o que era afinal várias vezes, mas nunca tinha coragem. Eu o respeitava, sabe, como se fosse o Edward ou alguém da família... Na verdade eu o sentia como alguém da família. Respirei fundo e me levantei dali, indo na direção dele, que estava razoavelmente afastado, encostado em uma árvore.

-Pergunte logo. –ele disse quando eu me aproximei.

-Como sabe que eu...? Bom, deixa pra lá. O que foi Killik, o que você tanto olha?

-E se eu te contar um segredo? Você saberia guardar?

-E se eu te disser que é impossível já que meu pai lê mentes?

Ele riu, e eu acabei rindo junto.

-Ele é a pessoa que melhor guarda segredos aqui, afinal lê a mente de todos e nem por isso sai espalhando os pensamentos dos outros por ai.

-Bom, sendo assim então eu sei. –e estiquei a mão para ele, com um pequeno sorriso que não considerei convincente, mas ele aceitou mesmo assim.

O lugar onde estávamos desapareceu, e voltamos há séculos no tempo quando Killik era apenas um menininho de oito anos aparentemente. Estava sentado no chão da sala de uma casa pequena de madeira, parecia um chalé ou algo do tipo, olhando um casal discutir. Uma das mulheres mais lindas que eu já vi, com cabelos castanhos e olhos vermelhos além da pele muito clara. Enquanto o homem tinha aquele mesmo tom avermelhado de pele de todos os lobos, e os cabelos escuros nos ombros.

-Mãe me desculpe... –disse o pequeno Killik.

-Você tem que aprender a se controlar! –ela estava furiosa. –Não pode machucar os humanos assim, nós fizemos uma promessa! Você me fez uma promessa...

-Eu sei, mas é difícil. –ele mordeu o lábio inferior, quando chorando.

-Eu sei que sim. –ela se abaixou na frente dele e passou a mão por seus cabelos. –Mas precisa aprender, caso contrário vai machucar todos que chegarem perto de você e nós não queremos isso, não é?

-É sim... –ele olhou para o pai, que sorriu encorajando.

-Você precisa ser forte Killik, um dia será o líder e vai precisar manter esse seu lado assassino guardado ai dentro. –disse o homem ao filho.

A cena desapareceu e eu estava no presente de novo.

Abri a boca sem saber o que dizer, e pior, devo ter ficado uns trinta segundos olhando pro nada com cara de idiota, pois só voltei mesmo à realidade quando ouvi Killik rir de leve. Virei o rosto pra ele, sentindo um pequeno sorriso aparecer.

-Você... Você...

-Sim, eu sou um mestiço. Eu e os seus bebês somos raros, muito raros, não são todos que conseguem sobreviver a essa mistura explosiva de sangue. Mas os guerreiros que nascem são muito mais fortes do que qualquer outra raça.

-Não são monstros...

-Não se aprenderem a controlar os instintos. Eu aprendi, não tem porque eles não fazerem o mesmo. Graças à sua parte humana, e a parte humana dos lobos nós conseguimos controlar bem o impulso de matar. Na verdade nossa sede de sangue nem é tão grande assim.

Eu sorri meio boba, sentindo lágrimas nos olhos de alívio.

-Porque levou tanto tempo pra me contar tudo isso?

-Estava esperando você voltar a pensar como a garota incrível que é, e não como a Ness mimada que eu conheci no Canadá.

-Preciso perguntar outra coisa...

-Já sei, o porquê eu continuei aqui, não é? É simples e nada bom se quer saber. Tem algo ruim se aproximando, algo muito ruim, e não posso deixar minha própria raça totalmente indefesa, esperando por um ataque... Eles ainda são muito jovens para essa luta.

Cocei os cabelos com tanta força que senti minhas unhas ferirem o couro cabeludo. Aquelas palavras me arrancaram arrepios por todo o corpo e por alguma coincidência (ou não) me lembrei daqueles sonhos que estava tendo. Do vampiro da guerra com os Volturi tentando ajudar... Mas quem ele era?  Queria perguntar a Edward, mas tinha medo do que ele podia tramar pra proteger a própria família, então tentava não pensar nisso na frente dos Cullens.

-Mas é seguro deixar sua matilha desprotegida?

-Josh e Rick estão acostumados a atravessar a fronteira, eles sempre vêm aqui para me informar dos acontecidos pessoalmente. Você não tem os visto, já que estava ocupada cuidando dos branquinhos.

Sim, tanto os Quileutes quanto a tribo de Killik chamavam meus bebês de os branquinhos. Era uma forma carinhosa de apelido, e um jeito de diferenciar também, afinal nenhum outro lobo tinha aquele tom de pelagem tão perfeito. Exceto o próprio Kil, e agora fazia todo o sentido pra mim: eles eram iguais.

-Jacob está com ciúmes. –disse Kil, me deixando confusa por mudar de assunto do nada.

-Ciúmes? Por quê?

-Ele não gosta que eu esteja aqui... Acha que estou invadindo o território dele ou sei lá. –Kil deu uma risada daquelas que sempre me faziam sorrir também. –Mas eu não ligo, estou aqui por um motivo único: proteger seus bebês, além de você mesma e o Seth... Considero os quatro meus filhos também.

Ele sorriu, e me deu um carinhoso beijo na testa. Eu me senti aquecida e protegida, não tinha como ser o contrário. Kil era praticamente um pai para todo mundo ali, ele cuidava dos meus filhos e de mim com carinho, e mesmo na floresta, quando pensava que eu pudesse ser uma ameaça, foi gentil e me ajudou. Claro que a barriga o convenceu a isso, ainda assim ele podia simplesmente ter virado as costas e dito para que eu e Seth desaparecêssemos de perto da vila dele para sempre. Por mais estranho que pareça, eu sinto que ele nunca faria isso. Nunca deixaria de ajudar alguém, mesmo que fosse um vampiro... Até porque agora sei que metade dele é a de um vampiro.

Ouvi alguém resmungar alguns palavrões ao longe. Sabia que era Jacob reclamando sobre o beijo fraternal que ganhei, mas ele era bobo. Jake não mudava nunca, ia continuar ciumento e possessivo para sempre e era eu quem devia ser mais tranqüila e tinha que tentar parar de gritar e dar ataque por qualquer bobeirinha. Isso era amadurecer? Bom se era ou não eu realmente não sabia, mas tinha certeza de que devia mudar algumas coisas para que nossa convivência voltasse ao que era quando nos declaramos um para o outro.

-Vai, vai atender o lobinho mimado. –disse Kil sorrindo.

Eu ri de leve e saí caminhando na direção de Jacob. Estávamos apenas os três ali agora, pois Seth e Leah haviam levado os gêmeos para caçar um pouco na floresta quando eu me levantei para conversar com o chefe da matilha do Canadá.

-Que foi amor? –perguntei ao me aproximar dele.

-Não gosto de você perto dele. –resmungou Jake, fazendo bico daquela forma infantil que eu tanto amava.

-Não seja tolo, Kil tem quatrocentos anos, não vou ficar com ninguém tão velho assim. –brinquei, tentando descontrair um pouco. Mas aquilo não pareceu ajudar muito.

-Mesmo assim...

-Jake... –respirei fundo, mudando o tom de voz. -Nós precisamos conversar sobre algo sério agora...

Aqueles olhos amendoados me fitaram, preocupados, e aquela ruga costumeira apareceu em sua testa franzida. Eu teria sorrido, sentia falta de ver as expressões de Jacob depois de tanto tempo longe dele. Mas o assunto era apavorante demais para que eu conseguisse deixar um sorrisinho sequer escapar. Ele nem perguntou o que era, ficou me olhando daquele jeito, esperando a continuação.

-Acho que algo ruim vai acontecer... Eu andei tendo uns sonhos estranhos, envolvendo os Volturi, mas achei que fossem só pesadelos. –Suspirei. –Mas nada em mim é tão simples assim... Killik sente que algo ruim está se aproximando, e temo que sejam eles de novo.

Os olhos de Jacob hesitaram, dos meus, para Killik há alguns metros de nós, e depois aos meus de novo. Ele entreabriu os lábios, todavia as palavras não escaparam. Reconheci aquela expressão na hora: desespero. E me senti sem chão, quando o lobo mais corajoso ficava assustado, era impossível que eu não tivesse medo. Foi a minha vez de olhar para o lobo branco encostado na árvore. Meu coração nunca bateu tão forte quanto naquela hora. Senti meus músculos tremerem com certa força pois a expressão de Kil dizia os meus maiores medos, os pesadelos que me atormentavam por semanas estavam para acontecer em breve.

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Notas finais do capítulo

UM ANO DEPOIS!!!Oi gente, sei que vcs todos querem me matar pq eu sumi, mas se eu contar que o HD do meu notebook queimou e eu perdi a fic inteira vocês acreditam? É doloroso tá... E completamente desanimador.Nem sei se ainda existem leitoras já que a fic ficou completamente abandonada aqui, mas graças a uma menina que falou comigo no orkut eu acabei de escrever esse cap, em uma hora já estava postando. Não entendam errado, não é falta de consideração com vcs e nem abandono. É que eu sou uma pessoa comum, tenho que estudar, tenho problemas, tenho falta de idéias, tenho desanimo, qualquer coisa que vcs também têm e isso afeta muito minha capacidade de escrever.Vou ser sincera, eu postei esse cap correndo e não gostei dele, podenm reparar que no início eles tinham muitos detalhes e agora estão corridos e eu não gosto disso, mas vou tentar continuar mesmo assim.Sei que um capítulo só não vai animar muito vocês, mas pelo menos é alguma notícia de que a fic não morreu.Beijos.



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