Forever (jakeness) escrita por NiaBlack


Capítulo 33
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Ele rosnou para nós, enquanto se aproximava.


pêlos brancos como a neve e olhos da cor do céu. Em apenas um salto ele estava entre nós. Fazendo com que Seth recuasse, e o afastando do meu lado. Imediatamente puxei a tolha azul que estava sobre uma pedra próxima e enrolei meu corpo nela, me preparando para defender de qualquer ataque.


O que fazem em nossas terras?


Eu e Seth nos assustamos, afinal nenhum dos lobos era capaz de expressar os pensamentos quando outros estavam em forma humana. Além disso, ele não fazia parte da matilha de Jacob.


-Viemos dos Estados Unidos. –respondeu Seth. –Somos amigos, e estamos fugindo um pouco por problemas pessoais.


O lobo rosnou outra vez e me encarou feio enquanto farejava o ar ao meu redor. Meu bebê tornou a se mexer, nossa, será que não ia parar quieto nunca? O lobo branco desceu o focinho, de meus cabelos molhados, até minha barriga, e sua expressão mudou, aquele ódio todo parecia ter dado lugar a inquietação.


O que um de minha raça faz andando ao lado do inimigo?


-Existe uma família de vampiros que só se alimentam de animais, próximo ao lugar onde moramos. Foi feito um pacto para que convivêssemos em paz, e assim estamos há anos. –respondeu o Quileute. -Não sabíamos que existam metamorfos como nós, além dos Quileutes, o povo cujo descendemos.


Mas é claro que existem! Muitos povos pagãos possuem o espírito dos lobos para protegê-los dos frios. Não é apenas nas lendas de seu povo. Mas me responda, rapaz, eu nunca havia visto um ser como ela, não é totalmente vampiro, pois ouço seu coração pulsar.


Ótimo, eu estava totalmente excluída de uma conversa que era sobre mim! Aquilo era ultrajante e desagradável. Respirei fundo, umas dez vezes, já que meu humor estava dos piores. Ouvi seu coração gigante palpitar.


-Ela é metade humana. A Nessie nasceu de um dos Cullens, os “vampiros vegetarianos” e uma humana que agora faz parte da família. Venha aqui Ness, mostre a ele.


O lobo virou a cabeça na minha direção, e encostou o nariz em minha testa. Enquanto eu erguia as mãos para próximo de suas orelhas pontudas. Ele parecia desconfiado, mas ainda assim tinha um ar de superioridade muito acima de qualquer resquício de medo que poderia demonstrar. O pêlo era tão macio, e tinha cheiro de hortelã, imaginei-o como uma bala gigante, e tive que prender um sorriso idiota.


Mostrei-lhe toda a explicação necessária sobre minha família, os Quileutes, e até mesmo coisas sobre minha possível raça. Os Volturi também, com sua mania de regras. Dei detalhes sobre Carlisle, Edward e Bella principalmente. Enquanto ele mexia as orelhas para cima e para baixo, com os olhos desfocados enquanto via cada cena. Enfim o soltei, e ele virou a cabeça de lado e deu um passo para trás.


Interessante. Mas ainda assim não posso colocar meus filhos em perigo. Você virá conosco até que estas crianças nasçam. Para podermos averiguar se são ou não perigosos.


-Hey, espera. Você disse crianças? –estreitei meus olhos.


Sim. São gêmeos.


Meu queixo caiu.


Então isso explicava o porquê eu sentia mexer tanto, são dois bebês e não um só. Deus! Imagine quando Jacob souber! Tive que me controlar quando ouvi meu próprio coração acelerando. Seth ficou animado também, ele me olhou e sorriu separando os dentes. Foi realmente estranho. Ouvi um som estranho, um ladrar, pelo visto o lobo parecia estar rindo de nós dois.


Parece que o pai ficou bastante satisfeito.


O quê?


-Ah! Não, eu não sou o pai! –respondeu Seth imediatamente, completamente sem jeito. Eu não havia mostrado ao “branquelo” absolutamente nada sobre Jacob.


Achei que era, afinal estão sozinhos, e você pareceu tão feliz...


-Ele é meu amigo, meu marido está em Forks ainda.


Venham, crianças, contarei minha história para vocês, vamos ver meus filhos. Ficarão aliviados ao saber que os invasores não são más pessoas.


Não tivemos escolha, afinal nenhum dos dois era louco o suficiente para recusar uma ordem direta daquele lobo. Era como se ele fosse o alfa dos alfas. Sua capacidade de comandar era absoluta, e acredito que ninguém consegue desobedecê-lo, não sei explicar, era automático.


Seth se transformou para me carregar em suas costas, de forma que eu não precisasse me desgastar muito, visto que estava grávida, e ainda por cima de gêmeos! Enquanto isso eu parei para observar o misterioso lobo branco à nossa frente. Ele era mesmo grande, eu só o alcançava de cabeça erguida quando estava sentada sobre o dorso de Seth, que choramingava baixo, cada vez que nossos pensamentos entravam em contato.


Você podia parar de pensar o quanto ele mais alto, forte e bonito que eu e os Quileutes, não é? Disse meu amigo, e eu ri.


Desculpe Seth, é que eu ainda estou assustada, eu achava Jake grande, mas ele é muito maior! E eu nunca achei que um lobo podia ter pêlos brancos como a neve. Não sei, de alguma forma algo nele me deixou meio boba. Respondi em meus pensamentos.


Chega Nessie! Acho que ele não lê nossos pensamentos, digo, ele só consegue expor o que quer falar, como se houvesse um microfone dentro da mente dele, não acha? Caso contrário teria falado com a gente agora.


Continuamos caminhando em silêncio por mais algum tempo, enquanto eu observava os passos idênticos do outro lobo. Havia algo nele que me lembrava um príncipe, havia realmente algo por trás daqui tudo, e eu estava morta de curiosidade.


Meu nome é Killik. A voz mental do lobo praticamente ecoou entre os pinheiros.


Uma partícula branca e gelada tocou meu nariz, virando água em seguida, olhei para o céu naquele instante, e vi várias outras caindo. Estava começando a nevar quando Killik voltou a falar.


Eu sou da mesma família que vocês. A tribo Quileute não foi a única a ganhar a dádiva dos espíritos da floresta. Por toda esta região praticamente todos nós descendemos dos lobos, de forma que eles nos protegeram dos frios por séculos. E conforme o tempo, graças aos “caras pálidas”... Ele riu. Acabamos nos espalhando pelo continente.


-E imagino que você deva ser um alfa bem antigo. –falei sem pensar.


Ele ladrou em outra gargalhada.


Pequena, você é mesmo muito perceptiva. Bom, eu sou mesmo dos antigos, decidi me manter vivo por mais de quatrocentos anos, para proteger meus filhos. Afinal aqui é sempre muito frio e vampiros vivem rodeando a cidade.


-Eu não sou tão pequena assim. –reclamei. –É por isso que seu pêlo é branco?


Ele riu de novo, mas a gargalhada de Killik eu podia ouvir, enquanto a de Seth parecia um latido engasgado.


Nessie, você pode parar de me ridicularizar? Reclamou meu lobinho.


Desculpe. Não quis dizer isso... Respondi.


E o que quer dizer com meu lobinho? Daqui a pouco vai jogar o osso para que eu busque, não é, espertinha? Brincou.


Claro que não, mas de fato você é tão meu quanto Jacob. Não no mesmo sentido, mas é. Vocês dois fazem parte de mim, e isso é inevitável Seth.


Tá, tá. Ele bufou.


Seth? Uma terceira voz entrou em nossa conversa. Era uma mulher, Leah, claro, e eu preferi calar a boca.


Mana! Achei que nunca mais ia se transformar.


Idiota, o que pensa que está fazendo tão longe? Volte para casa! E o que é isso que estava conversando com você? Acabei de ouvir um som esquisito.


É a Nessie e os bebês dela.


Ah, claro, a imbecil que deixou o Jacob arrasado daquele jeito. Faça-me o favor de arrancar a cabeça dela quando vê-la novamente.


Fica quieta Leah! Ela está nos ouvindo, graças aos bebês ela consegue se manter em contato com os lobos, não é legal?


Leah rosnou, e eu também. Quem aquela vaca achava que era para se meter na minha vida desse jeito? Ela não sabe nada sobre mim e fica dando ataquezinho porque eu magoei o meu marido!


Não se meta na minha vida com Jacob, você não sabe nada sobre nós. Praticamente gritei em meus pensamentos.


Leah me faça um favor, fique calada, estamos ocupados. Disse Seth, tentando evitar uma possível discução


Como assim ocupados, o que vocês dois estão fazendo hein? Ela estava me irritando.


O que acha que estamos fazendo hein, vê se eu tenho cara de traíra Leah?! Suma com suas desconfianças e nos deixe em paz!


Por mais que o silêncio perdurasse, houve um incômodo total, pois ficávamos ouvindo os pensamentos uns dos outros. E pelo visto Leah estava vindo em nossa direção para salvar o pobre irmão dela das garras da terrível Nessie. Até parece que fui eu quem o beijou...


VOCÊS O QUÊ? Ela gritou e aquilo doía mesmo.


Nada. Não houve nada. Acho que era meio tarde pra falar, mas ainda assim eu tentei.


Nada? Seth explique-se, você anda beijando essa garota mesmo sabendo que ela está casada com Jacob?


Merda Leah, você não sabe de nada, e se quer saber procure nos meus pensamentos porque eu não quero perder tempo com você! Estamos ocupados porque achamos um lobo além dos Quileutes, e vamos conhecer a tribo, então suma da nossa cabeça, ok?


A paz reinou, pelo visto ela ficou tão irritada que voltou a ser humana e nos deixou sem ouvir seus malditos pensamentos. Agora foi Killik quem começou a falar:


Problemas?


-A irmã de Seth me odeia. Na verdade ela odeia todo mundo porque é mal amada. –dei de ombros, estava com tanta raiva que não controlava minha sinceridade. Seth riu.


Não fale assim, ela é uma guerreira, e em breve seu futuro irá mudar para melhor. Tenha paciência com a pequena Leah, pois você não sabe quando precisará dela.


Eu fiquei meio confusa, ninguém citou o nome dela então como ele sabia que seu nome era Leah, essa tal história sobre futuro?


-Hã? Pelo visto não são apenas os vampiros que possuem habilidades especiais.


Mas é claro que não. Tem de haver certa igualdade. Crianças, antigamente as batalhas entre lobos e vampiros eram constantes e ocasionavam muitas mortes de ambas as raças.


-Espere, então você consegue ver o nosso futuro? Minha tia Alice pode ver o futuro das pessoas, mas seus poderes não funcionam quando os lobos estão por perto, e também não funcionam comigo.


Bom, acredito que posso ver todas as pessoas que percorrem meu caminho, sendo vampiros ou não.


Após mais alguns quilômetros de caminhada chegamos em um lugar lindo, com um rio cortando o meio da cidade, várias casas de madeira e muitas árvores ao redor. Eles viviam numa pequena vila, distante de qualquer civilização, plantando e colhendo seus próprios alimentos. Eu continuei sentada sobre o dorso de Seth, quando um grupo de lobos coloridos se aproximou. Marrons, pretos, cinzas, amarelados. Havia mais de quinze, com pelagens diferenciadas e cores misturadas. Achei aquilo bonito. Mas eram todos do tamanho de Seth e da matilha, nenhum era tão grande quanto Killik.


Eles uivaram juntos, talvez fosse algum tipo de boas vindas, pois não senti nada hostil. Os bebês se acalmaram, não sei porque, mas sempre que estou com Seth tenho a sensação que eles se acalmam demais ou se agitam demais, nunca há um meio termo. Talvez pensem que ele é o pai, já que não tiveram contato suficiente com o verdadeiro.


E talvez nunca tenham.


Rapidamente a matilha se espalhou, fugindo para próximos as árvores e moitas, provavelmente voltariam a forma humana. E o lobo branco se juntou a eles. Seth fugiu para um lugar próximo, mas eu fui junto, não queria ficar sozinha, então apenas dei as costas enquanto ele se trocava. Mas, infelizmente a ligação de nossos pensamentos me fez ver coisas além do que eu queria...


Então se eu podia ver...


-É, desculpe... –ele se aproximou, já como humano. –Sabe... Eu acabo pegando algumas coisas da sua mente, como aconteceu agora com você me vendo pelado...


-Estranho, não era pra acontecer, era? Afinal você ao se tornar humano deveria perder o contato comigo... Pense em algo Seth, vamos testar. Pense como se quisesse falar comigo.


Pensar em quê?


Deixei a boca abrir e ele sorriu abobado, provavelmente tão espantando quanto eu. Não sei o que estava havendo, mas tudo em nós dois parecia muito mais estranho que o comum, que já era bastante esquisito.


-Seth, não gostei disso, não quero você me vendo pelada.


Ele ficou vermelho como um tomate, e eu comecei a gargalhar sem parar. E não consegui evitar imaginar Seth me vendo pelada com essa barriga gigante. Deus me livre, deve ser uma cena terrível. Ele ficou quase roxo, enquanto eu ria ainda mais, tentando esconder a vermelhidão de meu próprio rosto.


-Pare com isso Nessie, está me deixando sem graça.


-Tudo bem Seth, sei que não vai imaginar nada comigo com essa barriga horrível.


-Ela não é horrível. –ele retrucou, unindo as sobrancelhas.


-Tá, vamos fingir que sim... De qualquer forma não é sexy, então evite pensar nisso ou roubar essas cenas de minha própria cabeça, ok?


-Vocês dois são estranhos, parecem namorados, e têm certeza que não são?


Aquela voz rouca me chamou atenção.


Me virei rápido para ver, era a mesma que ecoava na floresta quando o lobo cor de neve apareceu para nós. Assustei-me outra vez. Ele era tão bonito quanto sua voz. Cabelos negros e longos, muito lisos, com o físico exatamente igual ao de Jake, e até a altura semelhante. Entretanto seus olhos eram maiores e azuis, lábios carnudos e o sorriso que todos os lobos tinham. Provavelmente não era totalmente indígena, os olhos mostravam uma descendência branca.


-Seus olhos... –falei. –São bonitos.


E totalmente hipnotizantes, entretanto não ia falar algo do tipo. Não sei o que havia neles, mas eram transparentes, era como se pudesse ver seu espírito através deles. A parte mais pura de sua alma.


-Obrigado. Minha mãe era uma cara pálida como você. –disse ele sorrindo.


Eu fiquei sem graça e senti meu rosto esquentar de novo. Deus que reação infantil era aquela? Há tempos eu não ficava daquele jeito, acredito que da última vez foi quando Jacob decidiu me beijar.


-Pelo amor de Deus, controle esses pensamentos!- Seth reclamou em voz alta.


-Hã? –eu o olhei, confusa, estava tão distraída que me perdi.


-Não agüento ouvir você falando em Jake o tempo todo. –percebi que aquilo era um disfarce, afinal não era nele que eu estava pensando.


Imediatamente fechei os olhos e pensei em qualquer outra coisa, como aprendi a fazer desde pequena quando Edward invadia minha cabeça. Comecei a cantarolar uma música mentalmente.


-Venham, vou apresentar o pessoal a vocês.


Incrível como todos os lobos tem mania de perambular sem camisa por aí. Sem mais nem menos os quinze indígenas estavam ao nosso redor, com seus corpos úmidos pela neve que enchia meus cabelos e ombros, usando apenas bermudas jeans ou pretas. Pessoas demais, nomes demais.


Pouco depois estava um falatório incomum, enquanto estávamos sentados ao redor de uma fogueira preparada por Killik. Os rapazes atacavam salsichas e pedaços de carne, que estavam assando naquele instante.


-Desculpem, acho que não vou gravar o nome de todos. –falei sinceramente.


-Não tem problema não, pode chamar a gente por um, dois, três, quatro... –disse um rapaz de cabelos espetados –Mas de qualquer forma meu nome é Josh.


-Você não tem nome de lobo, por sinal. –respondi.


-Pois é, nem todos carregam nomes das famílias por aqui. Bom, pode nos chamar pelas cores, é como a maioria nos reconhece. –falou outro, com cabelos mais claros. –Mas eu sou o Rick.


-Prometo que vou tentar me lembrar.


-Ah, é fácil gravar nomes Ness, qualquer coisa eu te ajudo.


Disse Seth. Que, por sinal, se tornou amigo de todos com uma facilidade que eu não possuía. Ele gravou o nome e cores de cada um deles em tão pouco tempo, e os ouvi muitas vezes conversando sobre as matilhas e acontecimentos do passado.


 


 


Se passaram três dias inteiros, e a única coisa que eu sabia fazer era comer, dormir e tomar banho. Ninguém me deixava fazer absolutamente nada por culpa da barrigona, e assim eu vivia entediada. Preferia ficar sozinha com Seth, mas não ia dizer, obviamente.


Seth continuava me cedendo sangue todas as noites, até que os outros lobos perceberam a estranha fraqueza e palidez que tomara o rapaz repentinamente. Para ser sincera foi um acidente de percurso, não consegui parar e acabei sugando demais para que ele conseguisse repor com facilidade. Desta forma os meninos se ofereceram para revezar com ele. Mas Killik não deixou que todos fossem mordidos, e escolheu apenas os mais próximos de mim. Ele mesmo, Josh e Rick.


Estava dormindo quando meu celular tocou de repente, até no meio da floresta aquela coisa tinha sinal! Como podia ser? Eu me levantei, largando Seth roncando de baixo da cobertas e me afastei um pouco da vila para atender.


-Alô. –falei sonolenta


-Nessie, graças a Deus! –a voz da tia Alice me assustou, senti sua preocupação de longe.


-O que houve? –perguntei.


-Tive uma visão, não sei como, mas eu tive, tenha cuidado Nessie, tem vampiros rodeando conhecidos rodeando você e Seth, e acredito que irão atacar!


-Tia, é meio tarde pra essa visão, na verdade era Nahuel, ele já atacou e eu o matei... Ele não me deu escolha e...


-VOCÊ O QUÊ?


Várias vozes gritaram ao mesmo tempo, acredito que todos os Cullen e Jacob estavam colados no telefone ao lado de Alice. Nem preciso dizer que levei trinta minutos para explicar com todos os detalhes mínimos do acontecido.


-Estamos indo buscar você agora! –foi Edward quem tomou o telefone.


-Faça isso e todos vão acabar mortos! –rebati.


-Isso é uma ameaça? –sua voz ficou seca.


-Não pai, é um aviso. Estamos em uma aldeia de pessoas-lobo. Eles se transformam como os Quileutes, mas por sorte eu estava com Seth, e não me viram como uma ameaça. De qualquer forma querem averiguar a situação dos bebês.


-Bebês? –outra pessoa tomou o telefone. Rosalie.


-Sim tia, são gêmeos. –respondi sorrindo.


-MEU DEUS! –Alice pegou-o outra vez, estavam fazendo uma favela do outro lado da linha. -São gêmeos? Terei que duplicar o número de compras agora! Nessie, eu tinha comprado um enxoval todinho branco, porque assim não ficaria ruim para nenhum dos sexos. Mas pelo visto vou ter que voltar pra comprar mais.


“Não!” Ouvi uma voz rouca discutindo com alguém do outro lado.


Controle-se Jacob. Não force nada, vai ser pior. Respondeu tio Jasper.


Me dê o telefone, os filhos são meus! Me dê essa droga de telefone! Jacob estava perdendo a noção e gritava feito louco.


-Nessie, responda! –a voz de Bella me acordou. –Droga, Renesmee, eu estou te chamando há séculos.


-Desculpe mãe, eu o ouvi... Er...


-Tudo bem. Só me explique esta história.


-Deixe que todos ouçam, eu não quero ter que repetir. Chame Jacob, ele tem direito de saber dos próprios filhos.


Ouvi um burburinho do outro lado, e passos, provavelmente todos já estavam ao redor do telefone quando recomecei a falar.


-Encontramos uma matilha de lobos, e agora eu e Seth estamos aqui na vila onde eles moram. É bem afastada de tudo, mas tem luz, água portável e as pessoas são simpáticas. O alfa se chama Killik, é um lobo branco, pelo menos duas vezes maior que o próprio Jacob. Contudo, por mais que pareça assustador ele é uma ótima pessoa e vai cuidar bem da gente. Killik conseguiu ver os bebês e...


Fiquei em silêncio, quando virei, dando de cara com o lobo o qual eu estava falando. Senti meu rosto corar, enquanto sorria abobalhada, ouvindo um monte de vozes me chamando do outro lado do telefone.


-Desculpe, não posso falar de você? –perguntei, tirando o celular do rosto, mas ainda escutando os Cullens falando.


-Claro que pode, afinal nada mais seria justo, pois você também me contou sobre sua família e seus respectivos poderes.


-Senhor, eu não quero incomodar e...


-Senhor? Pelo amor de Deus, Ness. Eu tenho a idade do seu amigo ali, pelo menos aparentemente. Então pode me chamar de Kil, como todo mundo aqui. Além disso, você e o Seth não estão incomodando nada, trouxe vocês aqui porque também acho totalmente inconseqüente e perigoso deixá-los sozinhos naquela floresta.


Eu sorri gentilmente, e o homem retribuiu.


-Então obrigada por tudo, Kil.


-Não me agradeça... Bom, se eu fosse você colocava esse celular de volta no ouvido antes que seus pais decidam vir aqui me arrancar a cabeça.


-Ah! Claro... Eu...


Virei novamente e dei alguns passos para entre os pinheiros. Ouvindo um falatório incômodo. Tive de dizer alô umas quatro vezes, até precisar gritar para que calassem a boca e me escutassem.


-Droga, foi o Kil que apareceu de repente e...


-Quem? –Alice parecia confusa.


-Killik... Ah, deixa pra lá. Enfim. Ele consegue ver o nosso futuro, digo, de todas as pessoas, vampiros, lobos ou mestiços, e foi assim que ele viu os bebês.


-Ele te contou algo sobre seu futuro?


-Não tia. Acho que ele geralmente não fala sobre as coisas que vê, ou pelo menos foi o que pareceu estes dias. Mas de qualquer forma ele enxergou alguma coisa, talvez algum perigo, para tirar eu e Seth da floresta.


-Deve ser algo com os seus filhos. –foi a vez de Carlisle.


-Talvez. Mas de qualquer forma estamos seguros aqui, eles me dão toda a assistência possível, inclusive sangue quando eu preciso.


-Volte para casa, querida, deixe-me cuidar de você.


-Não posso vovô, não consigo, não ainda. Aquelas visões me atormentam toda noite, e a última coisa que eu quero é...


“Me ver... Eu sei, mas espero que um dia possa me perdoar. Eu adoraria estar ao seu lado e ver nossas crianças crescendo.”


“Jake, não fale nada, é melhor para você. Renesmee herdou toda a teimosia de Edward, então de nada vai adiantar você pedir perdão, ela só vai voltar quando sentir vontade.” Ouvi Bella acalmá-lo. E senti raiva outra vez.


-Tchau, amo vocês.


E desliguei sem esperar resposta.


Imediatamente senti aquele líquido transparente, símbolo de minha fraqueza escorrer de olhos, enquanto meu corpo inteiro tremia de raiva, enquanto partículas de neve cobriam meus ombros cabelos. Foi aí que a pessoa que cheirava como grama fresca me tomou confortou. Colando minhas costas em seu tórax, enquanto eu segurei seus braços, que envolviam meus ombros num abraço caloroso. Abaixei o rosto.


-Não, chore, por favor. Não chore mais.


-Não estou chorando. –foi a minha pior mentira.


-Nessie, volte pra ele, eu não agüento mais te ouvir chorar de saudade de noite!


-Não posso, não ainda. E minha barriga está pesada demais pra eu correr por aí. Seth, são seis semanas já, e daqui a pouco entrará a sétima, e não sei como as coisas serão daí em diante.


-Não e venha com desculpas Renesmee. –como eu disse, Seth está cada vez mais parecido com Jacob, e isso me assustava. –Sabe que isso não é motivo, eu posso te carregar até lá


-Eu não quero. Estou cansada de viver na aba dos Cullens, e pior, quantas mentiras será que não escondem de mim?


-Nessie, sua boba, eu estava entre eles, esqueceu? Se tem alguma dúvida pode me perguntar! Venha, você sabe que não pode ficar nesse estado de nervos. Vem Ness, vamos deitar, vou te ninar igual quando era pequenininha.


Eu ri de leve, enxugando as lágrimas.


Era impossível não me sentir melhor por ter o melhor amigo mais perfeito do mundo ao meu nado. Eu estava fazendo uma tempestade por algo não tão grande, entretanto os meus sentimentos foram muito mais que feridos. Eles mentiram pra mim, me esconderam o passado, e agora queriam que eu simplesmente esquecesse isto em três semanas? Não. Não era de meu feitio aceitar notícias bombásticas com tanta naturalidade.


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Notas finais do capítulo

Desculpem a demora, mas eu fiquei triste pela falta de comentários /cry. Gostaram da surpresa do cap? Lobos novos rsrsrs

Acho que é só.
Beijos amores.



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