Amores de Guerra
Capítulo XV:
B-beijo?

A aproximação de Sasuke fora repentina demais para a jovem de madeixas escuras. Ela podia ver bem o rosto de perto do seu, a forma como um biquinho se encontrava naqueles lábios brancos e quebrados, os hálito de menta que vinha de sua boca.

A respiração lenta e misteriosa a fazia se arrepiar mais ainda. Uma sensação nova enchia o seu corpo, enquanto para o moreno só vinha prazer. A dostância entre os dois eram mínimas, quase podia sentir o gosto adocicado do brilho labial usado pela dama... Mas não seria tão fácil, nem tão rápido assim.

Se afastou bruscamente quando havia quase cossumado o ato. Não, aquilo estava errado, seria como força-la a fazer algo contra sua vontade. Não podia agir assim de maneira nenhuma, teria de deixar o tempo tomar conta das coisas.

Hinata, por outro lado voltou a esconder o rosto, este mais que vermelho. A vergonha de alguns instantes atrás não iria passar tão cedo, sentia suas pernas bambas, sem saber como reagir depois disso. O Uchiha havia tentando beija-la! Isso mesmo, beija-la, na cara de pau! Não era assim que ela imaginava que deveria acontecer... Mas se acontecesse não iria reclamar, com certeza.

Naruto, por sua vez, ficara revoltado com aquilo, Sasuke havia jogado uma grande, ou melhor, uma enorme oportunidade fora! Cerrou os punhos, quase babando de raiva, precisou ser segurado por Ino e Hanabi para não surtar e arrancar a cabeça do amigo ali mesmo.

– Sasuke, seu idiota maldito! Por que não beijou logo? - os berros eram altos, chamando a atenção das outras pessoas que se encontravam passeando pelas ruas do festival. - Eu vou arrancar sua cabeça fora com um soco só! Vou te matar!

– Ei, pare com isso! - Ino reclamou, dando-lhe um soco na cabeça. - Eu também estou irritada, mas se eles não estão prontos o que nós podemos fazer? - sussurrou soltando o maior, o deixando se acalmar livre de seus braços.

– Isso foi broxante, Ino. Eu quero eles dois juntos. Jun-tos. J-u-n-t-o-s, entendeu? Ou quer que eu desenhe? - ainda mostava sinais de exaltação, mas mesmo assim tinha de concordar com a moça, ignorando os olhares mortais. - Não podemos fazer nada mesmo? - seus olhos repousaram em Hanabi, que sorria. Retribuiu o gesto. Ah sim, podiam, e não só podiam como iam resolver aquilo.

– Eles vão ficar juntos durante esse festival. - a moreninha tomou a palavra, em seus orbes leitosos existia um brilho determinado, zelando pela felicidade da irmã. - Nem que tenhamos que amarra-los para isso!

[...]

– Hinata... - Sasuke murmurou, via o quão a menina ainda estava vermelha, a aproximação devia ter sido repentina demais. - Você... Está bem?

– A-acho que sim, Sasuke-kun... - a voz dela era tão delicada... Seu rosto tão meigo. Como podia ter agido daquele jeito? A assustara muito. Bem, pelo menos era isso que achava. - D-da próxima vez q-que tentar me b-bei... - essa palavra não ia sair. - Se aproximar de mim... Me a-avise...

Ela não estava olhando na hora, por isso não viu quando Sasuke arregalou seu par de ônix. Para o jovem podia ser um sinal de aceitação, um sinal de que estava pronta. Sentiu imensa felicidade daquele momento, tanto que a falha tentativa de uma troca de carícias não o incomodava mais, jurou estar no Céu.

Com cuidado a pegou pela mão, fazendo-a se voltar para si. A sensação era ótima, a tinha ali, ao seu lado, com a pequena mãozinha na sua. Será que tinha como ficar melhor? Bem, os outros três iriam providenciar isso.

Sorriu de canto, guiando-a pelas ruas, sendo seguido pelos companheiros, estes que sussurravam algo indecifrável, e bastante suspeito, mas resolveu tentar não se incomodar.

Ouvia os suspiros baixos de Hinata, seguia os olhos dela, e eles se encaminhavam para um barraquinha de doces logo a frente, chegava a ser óbvio o desejo que comer algum, sabia o quanto a dama gostava, havia descobrido num dos dias chuvosos de dezembro.

A puxou cuidadosamente até o local, deixando que escolhesse o que quisesse, algo que demorou, a Hyuuga era uma verdadeira apreciadora de coisas adocicadas, tanto que acabou por pegar uma grande quantidade, sem repetir nenhum.

– Quanto é? - perguntou calmamente, trouxera dinheiro para pagar tudo o que comprasse, contudo fora interrompida por Sasuke, este que insistia em lhe dar os quitutes como presentes, algo que ele não a deixou recusar.

Voltaram a andar, o moreno observava o quão sua pequena princesa se mostrava bondosa, oferecendo o que havia ganho aos amigos, sentia-se orgulhoso de tentar ser possuidor daquele pequeno coraçãozinho.

Iria lutar por ela, sem dúvida nenhuma.

[...]

No hospital Saskura fitava o lado de fora com melancolia, pensando em como seus amigos deviam estar se divertindo no festival. A garota de cabelos róseos escolhera passar a noite de plantão, sabia que se saísse só ia sofrer vendo Sasuke dar em cima de Hinata, e, mesmo apoiando a relação, doeria.

Ao seu lado estava Karin, tão melancólica quanto. Soubera a pouco tempo que seu amado estava em outra... Se bem que o Uchiha nunca esteve da dela... O problema eram as esperanças que até açguns dias ainda existiam.
Sentadas nas escadas tentavam não chorar, precisavam ser fortes a partir de agora, pois sabiam que depois desse festival os dois ficariam cada vez mais próximos, principalmente se dependesse do moreno, afinal, o rapaz sempre conseguia tudo o que queria. Isto é, com o consentimento de Naruto.

– Essa noite não vai ser nada divertida. - a ruiva reclamou apoiando seu rosto na cabeça, ouvia passos no corredor.
– Eu concordo. - Sakura murmurou, virando-se para os dois que chegavam e abrindo um simples sorriso. Kiba e Shino. - Boa noite meninos, não deviam estar aproveitando?

– Ah, não tinha nada de interessante por lá. Sem contar que a música é muito alta para o Akamaru, dá até para ouvir daqui... Então viemos visitar as crianças internadas. - o Inuzuka coçou a nunca, rebecendo um olhar aprovador da moça.

Bem, pelo menos até ela lembrar que Akamaru era uma cachorro.

– Espera aí Kiba, você colocou um chão aqui dentro? - perguntou, arqueando uma das sobrancelhas - Estamos num hospital, sabia? Nada contra o Akamaru, mas ele pode passar germes aos pacientes.

– Tá, eu sei. É que vão soltar fogos, ele pode ser um cão ninja, mas ainda assim é um cão. O barulho faz mal ao meu cachorrinho.

A Haruno suspirou enquanto olhava de canto para os dois restantes, pareciam estar se dando bem. Ia levar uma bronca de Tsunade por permirtir permanencia de Akamaru ali. Talvez valesse a pena.

[...]

Suspreso? Surpreso era pouco. Como, como a Hyuuga, tendo um corpinho tão magro e pequeno podia comer tanto quanto Naruto... Ou até mais? O moreno estav de queixo caído, sem acreditar. Já haviam sido vinte doces, duas sopas e ainda uma tigela cheia de sorvete de chocolate... E Hina ainda queria beijinhos?

– Por que em vez de comprar você não rouba um meu? - sugeriu com um sorriso... Safado e esperançoso, e como resposta só obteve um resmungo. - Oh, desculpe... Eu tentei... - cruzou os braços.

A garota, por sua parte não deixou que o rapaz pagasse esse seu agradinho, apenas tentou fazer com que comesse, sem sucesso. Tudo bem Sasuke não amar doces, porém não gostar tinha que ser brincadeira.

– Ah, Sasuke-kun, você é um chato!

Ao ver de Hanabi isto não estava dando certo. Olhou para o relógio, ainda faltava uma hora para as onze, quando os fogos de artifício encheriam os Céus noturnos.

Caminhou até Naruto e Ino, passando a últimas informações de seus planos aos dois louros que sorriram com tal ideia. Seria o grande dia... Ou melhor, noite.

– Hinata, Sasuke-kun! - a Yamanaka chamou a atenção de ambos com sua voz aguda. - Que tal irmos até a montanha dos Kages? Dá pra ver os explosivos super bem lá, sem contar que logo vai começar a never. Não querem ser os primeiros a ver isso?

– Na verdade, Ino-chan, seria maravilhoso! - num tom de alegria a azulada juntou as mãos. Era possível ver em suas pérolas que ficara animada com a possibilidade. - Vamos? - perguntou a Sasuke.

O Uchiha não pode esconder o quão contente ficou com tal convite, somente segurou a mão direita de sua dama, assim como seu pai fazia quando vivo. Estaria ao lado dela durante toda a caminhada.

Hanabi havia se negado a ir, o que de certa forma preocupava a irmã mais velha, dando dificuldades para convence-la de que ficaria bem mesmo assim. Fazendo que a mais velha fosse com o coração doendo.

A caminha foi fácil até um ponto, depois o terreno começava a ficar ingrime, os pés chegaram a afundar algumas vezes, por isso eram obrigado a seguir de mãos dadas, para que um segurasse o outro, o que tornaria o resgate mais rápido - no entanto, para Hinata, isso poderia levar os dois a uma buraco -.

Ao chegar a hora de subir foi necessário usar Chakra, o que levou os garotos a desobedecerem as ordens da Haruno quanto a isso. Contudo, no momento nada mais importava, apenas atingir o topo.

– Naruto! - Ino gritou quando o parceiro afundo, os outros dois, um poucop mais avançados, voltaram-se assustados. O moreno até deu uns passos a frente para ajuda-la a puxar. - Consegui. - suspirou, aliviada. - Tudo bem?

– Eu acho que si... Aii! - grunhiu de dor, colocando a mão sobre o tornozelo. - Acho que torci.

– E-eh? O que?

– Naruto-kun? - a vontade da azulada de correr ao encontro dos amigos era grande, tanto que quase escorregou fazendo isso, por sorte sendo segurada por Sasuke. - Está bem? - sequer se importou com o fato de quase ter caído também, a preocupação enchia seu corpo.

– Não sei se vamos poder continuar agora! - foi a resposta de Ino, levando-a a arregalar os olhos. - Vão na frente!

– Não podemos fazer isso... - sibilou, o moreno podia tê-la contestado, mas o sentimentos sobre o assunto eram os mesmos.

– Pode sim! - o Uzumaki insistiu, sorriso calorosamente, no entanto tal sorriso não causava na flor branca a mesma reação que antes. - Nós logo vamos chegar, então vão! Leve a Hinata em segurança, Sasuke!

Ainda meio contrariados os seguiram em frente. Voltavam-se para trás as vezes, queriam conferir como os que ficaram estavam. Na terceira tentativa de faze-lo já não viram mais ninguém, provavelmente resolveram descer. Talvez fosse a melhor coisa se fazer.

A Hyuuga apertava com força a mão do companheiro, ele podia sentir sua afliação naquele simples toque. A vontade de vê-la tornava-se grande a cada segundo passado. O rosto deveria estar tão vermelhinho... Do jeito que gostava.

Cada passo dado era um pouco da força que sentia se esvair. Parar não se tornaria uma opção, tudo o que queria era chegar com sua doce dama no topo, e mostrar-lhe tal vista impressionante.

Não se via qualquer estrela no Céu tão escuro, somente nuvens negras e carregadas. Ou iria chover, ou a neve logo começaria a cair. Não importava qual fosse, seria perigoso do mesmo jeito.

O esforço fazia seu corpo pesar, nem por isso passou por sua cabeça desistir, estava quase no topo, não valeria a pena. O alívio pelo termino da caminhada o fez suspirar e a primeira coisa feita foi sentar-se recostado numa árvore, seguido pela dama que o acompanhara.

Só queria descansar.

Hinata, por outro lado, deixou que seu olhar se perdesse na visão que estava tendo lá de cima. Tantas pessoas com tantos kimonos diferentes caminhando, comendo, rindo, acompanhando seus filhos, todas as luzes de cores diferentes... A Folha parecia outro lugar!

Evitar umas ou duas lágrimas? Impossível. Sentia-se tão feliz... Sorria mesmo chorando, recebendo a retribuição do gesto por Sasuke, que a abraçou por trás, sentindo seu perfume doce.

Os flocos de neve vinham ao chão lentamente, tocando a pele delicada de ambos, os fazendo estrecemecer com o frio e procurar calor no outro. A azulada se viu tentada a se virar, deixando que suas pérolas encontrassem as ônix tão frias, mas que ao encara-la se tornavam tudo o que precisava.

Ergueu um pouco o pequeno corpo, encontrando seu nariz com o dele, esfregando-os. Deixou que os lábios se tocassem, roçavam-se. O desejo vinha de ambos os lados, os braços fortes do garoto envolviam a cintura dela, a trazendo para mais perto de si. Tê-la naquele momento era tudo o queria.

– Hinata, posso te beijar? - perguntou suavemente, sua voz e seus toques faziam cada pelo do corpinho se arrepiar. Viu a cabeça da companheira se mover nagativamente, destruindo suas esperanças de clima, decepcionando-o. - E... Por que não?

– Por que, Sasuke-kun... - murmurou, apoiando suas mãos no peitoral do jovem, o coração dele estava acelerada com tudo. - Por que eu vou te beijar... - tais palavras o deixaram pasmo, só não mais do que a ação feita pela moça logo em seguida, que, com cuidado e ternura selou os lábios tão brancos e quebrados dele, dando uma sensação única aos dois.

Será que podia ficar melhor?