Sweet Nothing escrita por Evye


Capítulo 6
Omen


Notas iniciais do capítulo

Ooooi, olha quem deu as caras again, depois de... Um ano? Seis meses? Três? Por ai? Hohoho, okay nem vou enrolar, nem fazer promessas!
Aproveitem a leitura e... Me desculpem por ter sumido por uma vida e depois aparecer fazendo a francesa. Sorry!!! >



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/507979/chapter/6

"I'm feeling something, something different

When you left, the picture changed

I was blinded, I'd not envisioned

The same face in a different frame"

Alguns dias se passaram desde os conturbados acontecimentos envolvendo Camus, Afrodite e derivados. O francês mantinha sua rotina de visitas, sendo também visitados, ainda estava se acostumando a nova cor de cabelo e... Ao corte. Sim, tinha passado as tesouras nos cabelos de forma um tanto... Radical, por assim dizer. No dia após a amigável conversa com Dohko e o leão intrometido ficara tão irritado com a quantidade de pessoas se metendo em sua vida, que sozinho foi até o banheiro e descontou toda a raiva guardada na própria cabeça, depois de terminado não deixou de engolir em seco, mas... Estava feito.

Riu baixinho passando uma das mãos pelo cabelo agora em corte masculino, ou o que as mulheres chamam de "joãozinho", estava bem repicado e bagunçado, no estilo: acordei agora. E sinceramente?! Nunca estivera tão confortável, se fosse mais aberto, sugeriria a todos cortar o cabelo, o frescor na nuca era impagável.

–Ainda não me acostumei com isso...

Virou-se para trás alargando o sorriso ao ver o pisciano, que na mesma aventura que si, tinha modificado a aparência para o loiro com mechas azuis. Se aproximou bagunçando os cabelos do garoto com um largo sorriso.

–Só não diga que ficou ruim.

–Como se desse... -Revirou os olhos o chamando com um manear de cabeça para a cozinha, onde ambos se sentaram degustando um vinho da região de Saint Emilion, a preferida de Camus, depois de Champagne, é claro. -Você é refinado demais, cubo de gelo.

–Perdão?

–Vinho francês, croissants, escargots.... Refinado demais... Ou seja, fres-co!

–Tsc, olha quem fala... Não vou começar a listar o nome dos produtos que enfeitam o armário do seu banheiro, Afrodite.

–Opa, é melhor não. -Riu divertido apoiando o queixo em ambas as mãos com um sorriso de lado, misterioso, o que na hora despertou a curiosidade do francês. -Sabe guardar segredo, Camus?

–Convivi com o maior fofoqueiro do universo por anos e ninguém sabe dos podres dele além de mim, creio que sei.

O sueco pulou da cadeira dando a volta na mesa lentamente, Camus não pode deixar de prender os olhos nos quadris que praticamente serpentavam em sua direção, seu sexto sentido gritando que Afrodite era perigoso.

O loiro apoiou uma das mãos no joelho direito do ex-ruivo aproximando os lábios rosados da orelha de Camus com a mão formando uma concha e num sussurro baixo segredou o que queria.

–Jag gillar dig.

–O que? -Porém, Camus não era nada fluente em sueco, e tampouco em qualquer outra língua que não fosse inglês, francês e grego. -Deuses, o que você disse? -Começou a se irritar ao ver que Afrodite gargalhava com gosto, ignorando suas exclamações de dúvida. -Afrodite!

–Johan.

–Ahn? -Estava cada vez mais confuso, por que diabos Afrodite estava falando em sueco? Já não bastasse o maldito sotaque que todo mundo no santuário tinha. -Afrodite, não estou entendendo nada.

–É meu nome. -Revirou os olhos com ambas as mãos nos quadris vendo o rapaz arregalar com olhos boquiaberto. -Johan, é meu nome... E se pronuncia Iorram.

–Espere...

–É claro que não me chamo Afrodite... Que mãe maluca daria um nome dessa a um garotinho? -Brincou vendo Camus ficar cada vez mais confuso, sentou-se na mesa o olhando de cima com os lábios curvados de forma gentil. -Eu não me lembro da minha mãe, na verdade, eu só me lembro de me chamarem de Johan o tempo todo, sabe, no orfanato...

–Ah sim... -Baixou o olhar um tanto desconfortável. Afrodite era órfão também, claro.

–Mas eu fugi de lá. -Sorriu de leve agora com o olhar fixo na janela da cozinha, sentindo que era observado com curiosidade pelo mais frio dos homens. -E, fiquei sem rumo, tinha o que... Cinco, seis anos? Por aí... Eu andei por muito muito tempo nas ruas e fiz amizade, na época com um velhinho que morava na rua.

–Isso... Isso é serio?

–Pareço brincar? -Virou o rosto sério, notando que Camus enrijeceu a postura no mesmo instante, o analisando de dentro pra fora. -Ele passou a me chamar de Afrodite, dizia que eu era bonito demais, que um nome simples como o meu não me fazia jus... -Suspirou longamente dando os ombros com um meio sorriso. -Desde então, ficou... Eu gostei mais.

–Johan...

–Sim, olha... Shhh, okay? -Pôs o indicador nos lábios piscando um dos olhos. -Nosso segredo...

Algo naquelas palavras fez Camus estremecer e por um momento não estava reconhecendo mais o homem a frente, quem era Afrodite? Ou Johan, que seja! Defitnitivamente, havia muito mais ali do que gostaria de admitir, mas por dentro, ah... Algo queimava em excitação, seu lado aventureiro praticamente implorava para que explorasse cada cantinho obscuro daquele ser.

–Há mais segredos que devo saber?

–Além do primeiro? Não. Deixe o passado com os mortos, certo?

–Me pergunto se devemos deixar que os mortos cuidem de nosso passado... Eles costumam voltar para assombrar.

O sueco sorriu de lado, pulando da mesa para a frente de Camus, abriu caminho entre as pernas do francês encaixando o corpo ali e baixando o rosto na mesma altura do homem mais branco do que si. Alargou o sorriso, mordendo o lábio inferior em um movimento distraído.

–Nada que eu matei volta...

–Oh... -Debochou tamborilando os dedos na coxa sem quebrar o contato com Afrodite, que permanecia naquela posição o desafiando a algum jogo do qual não participaria. "Não iria vencer, mesmo... Mas...". Espalmou uma das mãos no peito do loiro o afastando e se levantando com altivez, lançou o mesmo sorriso que recebia do sueco há um tempo. -Não brinque comigo, Peixes. Gelo também queima.

–Não vejo a hora de descobrir se é verdade.

E de repente o clima ficou leve, ambos inflaram as bochechas e começaram a rir como crianças, isso vindo de Camus era muita demonstração emocional e provavelmente o cansaria rápido. Mas, mesmo com toda aquela brincadeira, algo ainda o deixava desconfortável, havia mais ali do que o mostrado e não iria pagar para ver o desfecho.

–Vem vamos fazer algo de útil. -Saíram juntos do templo descendo as escadarias, porém ao chegarem em virgem algo os parou.

O guardião do sexto templo estava prostrado frente sua porta e o cosmo extremamente hostil, para completar o que estava acontecendo de estranho em seu dia, Camus adicionou mais aquilo o Shaka, impassível e indiferente, estava bloqueando sua passagem.

Uniu as sobrancelhas sentindo que o cosmo de Afrodite também se hostilizava aos poucos, o sueco tinha os lábios franzidos e parecia prestes a avançar no indiano, olhou de um para o outro tentando assimilar o que acontecia ali, havia um milhão de palavras não ditas e um milhão de mentiras também, podia sentir, mas de quem?

–Shaka de Virgem... -Ouviu a voz de escárnio do pisciano e do outro lado o loiro apenas cruzando os braços de forma inabalável.

–Não. Você não passa.

–Shaka, nós só....

–Não estou me referindo a você, Aquário. Fique a vontade, Peixes não irá passar.

–Vou ter que te matar para isso? -Afrodite sorriu de lado pondo uma das mãos no quadril e seu peso em uma perna só. -Será divertido....

–Quer ser humilhado novamente, Peixes? Eu teria o prazer de fazer isso. -O tom arrogante do virginiano fazia Zeus ser a personificação da humildade, e ouví-lo tratar Afrodite daquele modo tirava Camus do sério.

–Shaka, não queremos briga, apenas nos deixe passar.

–Você pode passar Camus.

–Ah... -Soltou o ar revirando os olhos e desistindo daquilo, o loiro era teimoso feito uma porta, discutir com ele era o mesmo esperar que uma parede fosse educada. -Vamos embora, Afrodite.

–Não.

–Tsc... -"E essa agora...". -Vamos cuidar do jardim, o inverno está chegando, lembra?

Shaka virou o rosto lentamente para a esquerda, vendo que o sueco ficava cada vez mais irado, sabia o que estava fazendo na cabeça do outro e torcia para que mais alguém no recinto notasse além de si mesmo quem era Afrodite de Peixes.

–Até quando vai continuar essa palhaçada, Peixes?

–O que?

–Seu teatro está se desfazendo aos poucos... Ainda não notou?

–Não há teatro nenhum aqui, Virgem.

–Oh, não mesmo. Há uma farsa. -Virou o rosto em direção ao francês que parecia perdido em toda aquela confusão. -Camus. -O rapaz se virou com a expressão confusa e ainda perdido em tudo que estava acontecendo. -Olhos carnais são cegos. Ainda há muito o que se ver.

Shaka não moveu mais nenhum musculo e nem mesmo disse uma palavras, porém as poucas dirigidas a si, fez Camus engolir em seco e, pela primeira vez em sua vida, sentir-se desprotegido, como se estivesse prestes a levar o bote de uma cascavel ou ser atacado. O calafrio em sua espinha percorreu várias vezes antes de se instalar na desconfiança que sentia, obviamente algo estava errado em tudo aquilo, e a reviravolta em seu estômago apenas afirmava suas dúvidas. "Mas o que...?"

Acompanhou com o olhar quando Afrodite saiu do local a passos brutais e uma expressão nada feliz, voltou a fixar-se em Shaka que relaxou o corpo no momento em que o pisciano saiu, abrindo os olhos aos poucos e um sorriso gentil. Nunca tinha visto Shaka sorrir e aquilo lhe causou mais calafrios do que as palavras ditas pelo indiano.

–Sinto muito Camus.

Deu as costas se retirando do corredor e liberando a saída, Camus ficou boquiaberto tentando de todas as formas compreender o que tinha acontecido ali, mas o que quer que fosse... Não era bom sinal. E fedia a mentiras.

–E eu odeio mentiras.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

E aí, quem vai ser o primeiro a jogar pedra? 8DDD, nem tenho vergonha na cara de reaparecer né... Enfim, espero que tenham gostado e, fiquem ansiosos pelo próximo :33! Obrigada a todos que leram e ainda esperaram por um att nessa fic, me deixar feliz *-*!!
Não deixem de comentar, mesmo que for pra joga pedras, sei que mereço y.y... Anyway, obrigada a todos e nos vemos no próximo!
See ya ~
Tia Evye.



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Sweet Nothing" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.