Fire and Ice escrita por Raquel Ferreira


Capítulo 3
Capitulo 2 - James


Notas iniciais do capítulo

Olá galera... ou quem quer que esteja a ler isto :o
Então, apartir de agora, todos os sábados eu posto um novo capitulo, oki?
Espero que gostem da leitura...



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Eu realmente vou matar a Emily!

De onde ela tinha tirado a ideia de convidar a Rainha de Winterland para o seu aniversário? Quer dizer, ninguém em Fireland alguma vez viu a rainha, na realidade, ninguém do reino viu alguém do reino vizinho. Era proibido!

Tudo o que sabíamos é que Winterland era, como o nome indica, a terra do inverno. Neve cobria todo o reino, segundo rumores e histórias, e a sua rainha era tão fria como o gelo!

Existiam lendas sobre Winterland. Lendas que diziam que tinha sido o coração gelado da rainha que trouxera o frio ao reino. Eu achava absurdo! Como é que o coração de alguém poderia mudar um reino inteiro? Mas, de certa forma, os dois reinos, Fireland e Winterland, eram mágicos.

Como não o haviam de ser? Era algo que se respirava no ar, a magia! Eu tinha a prova disso com Emily, rainha de Fireland e minha melhor amiga!

Emily era, o que se podia dizer, de… calorosa!

Se Winterland tinha uma rainha gelada, Fireland tinha uma rainha fogosa! Emily vivia do fogo e este pertencia-lhe…

Contudo, também existiam rumores, pelo reino, sobre Emily. Diziam que a rainha aquecia Fireland da mesma maneira que Winterland tinha sido congelado pela sua rainha. Outros afirmavam que Fireland estaria congelado se não fosse o fogo de Emily…

Talvez essa seja a razão para Fireland não ser frio e gelado como o reino vizinho. Emily aquecia tudo por onde passava.

E, no entanto, mesmo sabendo os rumores sobre a rainha de gelo, ela mandara-me ter com ela. Na realidade, foi mais um pedido mas havia maneira de recusar o pedido de uma rainha?

Não creio!

Então ali estava eu, perto da fronteira entre os dois reinos. Segundo o livro de Conduta, livro onde constam todas as regras dos reinos, era totalmente proibida a aproximação à fronteira para qualquer um dos elementos de Fireland e Winterland.

A fronteira ficava no meio da floresta. Eu não sabia bem o que procurar até vê-la.

Se eu esperava uma tabuleta ou um sinal de qualquer tipo, estava totalmente surpreendido. A Fronteira era basicamente uma linha. Não uma linha desenhada no chão, mas uma linha entre neve e terra.

Abri a boca, surpreso.

Eu sabia que Winterland era frio, ao contrário de Fireland, mas nunca imaginei que a fronteira fosse, exactamente, a passagem de terra para neve. Relva para neve… Verde para branco!

Aproximei-me da fronteira e parei.

Iria mesmo para a frente com isto?

Lembrei-me do sorriso animado de Emily quando me pediu… sim, eu iria!

Levantei um pé, suspirei, e coloquei-o no chão, desta vez, em Winterland!

Dei mais um passo em frente. Não era muito diferente, nada tinha acontecido! Realmente, o que eu esperava? Um monstro de duas cabeças?!

Senti o frio e arrepiei-me, vesti o casaco grosso que tinha trazido e voltei à minha caminhada em direção, do que eu julgava, ser o castelo.

Enquanto andava, observava tudo à minha volta. Tinha que admitir, Winterland tinha um certo encanto. Uma espessa camada de neve cobria tudo por onde eu passava, era lindo! Embora eu tivesse vivido toda a minha vida no calor, eu adorava neve.

Encontrei a aldeia e atravessei-a. Winterland não era nada do que eu esperava. Tudo bem que eu já calculava a parte da neve e do frio, mas eu pensava que todos os habitantes estariam em casa fechados, com a lareira acesa mas a visão á minha frente era diferente disso.

Várias crianças brincavam de guerras de neve e alguns adultos faziam-lhes companhia. As mulheres juntavam-se em grupos para conversar; Passei por uma senhora de alguma idade que agarrava a mão de uma menina de uns doze anos, aparentemente.

– Vovó, achas que eu poderia ser como a rainha Katherine? – Perguntou a menina. Olhei-a surpreendido. – Ela é tão linda – continuou a menina.

A velha riu-se da neta.

– Ora, tu já és linda – argumentou ela. – No entanto, podes sempre aprender a ser carinhosa como ela.

A menina sorriu satisfeita e largou a avó, correndo até á guerra de neve.

Franzi o sobrolho.

Então a rainha não era como as histórias diziam? Katherine?

Encolhi os ombros e encaminhei-me para o castelo. Era realmente lindo, não perdia quando comparado ao castelo de Emily. Eram quase idênticos… O jardim que o rodeava era, naturalmente, branco, no entanto tinha várias estátuas de gelo. Bom gosto!

Aproximei-me dos portões e um jovem veio ter comigo.

– Quem és tu? – Perguntou. – Nunca te tinha visto.

Fiz um aceno com a cabeça.

– O meu nome é James Melark – apresentei-me. – Trago uma mensagem da rainha de Fireland.

A reação às minhas palavras foi uniforme. O rapaz e os dois guardas atrás dele arregalaram os olhos.

– Will, queres que vá avisar a rainha? – Perguntou um dos guardas receoso.

O tal Will não retirou os olhos de mim.

– Não – afirmou. – Eu vou, afinal alguém tem de domar a fera – brincou, virando-se para os guardas que sorriram. Olhou para mim. – Vem, James. Vais esperar pela Kate no salão principal.

Virou-se com a intenção de que eu o seguisse. Ele levou-me pelos corredores do castelo, dando-me a oportunidade de admirar o sitio. Era sofisticado e frio. E não estou a falar da temperatura.

O castelo de Winterland era lindo, por dentro e fora, mas faltava-lhe algo que indicasse que vivia ali alguém. Não havia objetos pessoais da rainha.

Ups, enganei-me. Ao chegar á sala do trono, franzi o sobrolho. Depois, um pequeno sorriso apareceu. Sério? Um trono de gelo?

Se aquilo não era pessoal, eu não sei o que mais seria.

Emily sempre dizia que o trono de uma rainha era a sua alma. Eu esperava que ela estivesse errada, afinal o trono era de gelo!

O homem fez-me sinal que esperasse e saiu por uma porta.

Passados alguns segundos, comecei a ouvir o som de saltos a bater no chão.

– Vossa alteza Katherine, rainha de Winterland – informou um dos guardas que abriu a porta para ela passar.

Observei-a.

Usava uma roupa justa, toda preta, assim como as botas de cano baixo. A roupa delineava-lhe o corpo, as calças alongavam as suas pernas e a camisola, só de uma manga, mostrava a cintura fina. Tinha os cabelos pretos soltos até meio das costas e usava, apenas um pouco de lápis delineando os olhos azuis. A única peça de joalharia que usava era o anel prateado com uma pedra azul, que condizia com a cor dos seus olhos.

Agora percebia o que a menina queria dizer. Katherine era linda mas fria.

Fiz uma vénia.

– Levanta-te – ouvi uma voz feminina dizer, sem emoção. – Qual o teu nome?

– James Mellark, senhora – apresentei-me, vendo-a analisar-me dos pés á cabeça. Não gostei da sensação.

Vi-lhe um pequeno sorriso aparecer, no entanto não lhe chegou aos olhos. Era forçado!

– Diz-me, James – deu ênfase ao meu nome, sabes que estás a quebrar uma das regras, certo?

A conversa foi-se desenvolvendo e eu fui percebendo certas coisas sobre Katherine. Primeira, ela falava sem emoção na voz, como se não se interessasse, minimamente, pela conversa. Segunda, os seus olhos eram tão frios quanto uma manhã de inverno.

Quando lhe expliquei o real motivo de estar ali, vi Will sobressaltar-se como se estivesse chocado. Ele colocou-se a meu lado enquanto a sua rainha me olhava desinteressada.

– Diz á tua rainha que não vou – afirmou ela. Assenti.

– Como assim não vais? – Perguntou o homem, depressa. – Kate, é uma oportunidade única!

Foi a minha vez de o olhar surpreendido. Ele, realmente, tinha falado assim com ela? A rainha do gelo? Katherine? Aquela mulher à minha frente que parecia que gelava só com os olhos.

Katherine olhou-o friamente, até eu me arrepiei.

– Eu sei – admitiu ela. – Mas não posso, lembras-te? Este sábado não.

– Eu sei – afirmou o rapaz. – Mas eu quero conhecer o reino de Fireland.

Como assim este sábado não? Ela por acaso já tinha planos? Ri, mentalmente, do meu comentário.

Sem perceber como, senti o ar à minha volta, ficar mais frio. O que se passava? Olhei para William que encarava Katherine com medo.

– Nós-não-vamos – disse ela, com a voz gelada. Depois, algo mudou; Katherine paralisou por um segundo. – Eu…desculpa – pediu a Will. Vi-a suspirar e olhar para mim. – Diz a Emily que nós vamos até à fronteira, apenas isso. Se ela quiser a minha presença, terá de celebrar lá.

– Sim, senhora. Posso perguntar porque não pode sair do reino no sábado?

Era uma pergunta ousada para se fazer, eu sabia. Mas estava curioso sobre isso, e por algum motivo ela respondeu.

– Acontece que eu também faço anos neste sábado, vinte e um para ser exacta. – Arregalei os olhos. - E tenho uma celebração para fazer, pelo que não posso abandonar Winterland.

– Com certeza – eu disse, depois fiz uma vénia e fui-me embora.

No caminho até casa, várias coisas se passavam na minha cabeça.

Primeira, Katherine e Emily nasceram no mesmo dia.

Segunda, Katherine não era chamada de rainha do gelo à toa.


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Notas finais do capítulo

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