Ordem de Lis escrita por synchro


Capítulo 4
O engenheiro / O revolucionista.


Notas iniciais do capítulo

O nome dos capítulos agora serão divididos para que as diferentes partes se encaixem. Agradeço aos reviews até agora, e prometo postar alguma foto



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O navio que os Lockharts alugaram era um navio de transporte de grandes mares, sendo assim, possuía um mastro principal e dois auxiliares, cada um com três grandes velas decoradas com um símbolo simples, uma moeda de ouro no centro com um leão ao fundo.

A popa e a proa eram em um nível elevado em relação ao convés, assim o capitão teria uma visão melhor do mar e o navio cortaria melhor as ondas. Além disso, abaixo do convés existiam dois andares, um para hospedagem, onde todos dormiam e onde ficava o quarto dos irmãos e um para carregar suprimentos e outros objetos durante a viagem.

De ponta a ponta o navio tinha aproximadamente quarenta metros, e de largura deveria ter em torno de seis a sete metros. A imagem na frente do navio era uma mulher seminua com uma espada na mão, que nomeava o navio, A Deusa Guerreira.

–Você tem alguma mercadoria de valor? Ao menos alguma defesa para o barco?

–Senhor Lockhart, as mercadorias do navio são para uso próprio, e não acredito que nossos quinze homens possam se defender contra dois navios fortemente armados e com homens preparados.

–Você tem pólvora no navio, por acaso tem canhões? -A Lockhart mais velha perguntou.

Elas não esperaram a resposta e se dirigiram à amurada.

–Parecem vindos de Ahne, pelo estilo das velas e localização. – Os navios piratas eram levemente diferentes do navio em que estavam. As proporções eram as mesmas, mas o conjunto de velas negras era disposto de forma ao mastro da frente direcionar o vento para o próximo, assim os navios eram muito mais rápidos que quaisquer outros. Além disso, os navios piratas tinham somente um andar utilizável abaixo do convés, para dormirem, pois o outro era preenchido por canhões.

–Concordo, aqueles filhos da mãe têm incentivado fortemente a pirataria, e outras cidades têm ficado com raiva disso. Não dou a eles três meses para que sejam obrigados a trocar o lorde comandante da área.

Pela primeira vez naquele barco os Lockharts tiraram os capuzes, revelando no centro um jovem com seus vinte e dois anos, forte, pele escura e cabelos arrumados em incontáveis tranças, seu rosto era cortado por uma cicatriz da sombrancelha direita ao lábio esquerdo.

A direita estava uma garota dois anos mais nova, mas de pele clara, alta com seis fartos e quadris largos. Seus olhos escuros casavam com o cabelo negro que corria longo pelas costas.

Por último, na esquerda estava uma adolescente com no máximo quinze anos, baixa, com as mesma proporções que a primeira, pele quase pálida, olhos azuis e cabelos prateados. Sua presença parecia trazer felicidade aonde estivesse, apesar de o capitão saber que nenhum deles tinha mais motivos para serem felizes.

–As nossas armas são apenas as armas comuns e não temos canhões, eles ocupam muito espaço. -O capitão respondeu.

–Então qual o motivo de carregar o navio com pólvora? -Tiemon Lockhart, o garoto, o contestou.

–Na verdade a pólvora é apenas para casos de emergência.

–Me desculpe capitão, mas você não considera essa situação uma emergência? -A mais nova agora olhava sem expressão para ele, seu nome era Jay.

–É claro, acho que sim... -O capitão se virou para a tripulação que esperava alguma ordem. -TRAGAM MEU BRINQUEDO NOVO RAPAZES

Em poucos minutos as peças da nova arma estavam no convés .

Dois marinheiros apareceram segurando um terceiro pelos braços. O jogaram aos pés do capitão e então voltaram ao seu serviço.

–Jägger, Jägger, vejo que está bem hoje. Olhe o que temos aqui pra você. -O capitão apontou para as peças espalhadas, então perdendo o sorriso e exibindo a máscara sem sentimentos, apenas um olhar vazio se destacava. -Monte a arma, você tem vinte minutos.

Ele riu, em uma mistura de medo e histeria.

–E porque eu deveria exatamente ajudá-lo John? Eu passei dois meses preso naquele seu porão nojento seu filho da puta. Eu estava bem em minha oficina trabalhando para o rei. -Ele berrava para o capitão. -Você acha que eu vou ajudá-lo a montar essa arma de destruição em massa? Que morra você e toda sua corja de otários.

Jay se aproximou do homem, se colocou na altura dele e falou em seu ouvido.

–Saiba que não seremos a única corja a morrer. Os que nos perseguem são piratas, eles não diferenciam seus alvos, apenas matam. Se você está afim de morrer hoje, engenheiro, pode se jogar ao mar, mas apenas depois de montar a arma, pois eu quero ver o amanhã. -Ela se levantou e tirou da manga uma adaga, apontando para a testa do homem. -Então, qual vai ser? Você vai ajudar ou quer que eu retire as informações de sua cabeça?

Agora o medo parecia palpável nos olhos de Jägger.

Ele se levantou e se afastou da garota, ainda olhando para a adaga.

–Eu vou precisar de quatro homens para montar isso, fortes.

Assim que os homens estavam ali a montagem começou. Jägger começou a dar detalhes sobre a arma para Tiemon.

–Na verdade isso segue o mesmo padrão de um canhão... Não, essa parte se encaixa do outro lado. Só que com um sistema mais avançado, que permite mais disparos em menor tempo. A estrutura na parte de cima armazena projéteis. Assim que o anterior é disparado, o "breech", que é essa pequena estrutura ao lado, se abre e deixa a cápsula anterior sair, dando espaço para a próxima entrar por força da gravidade. Na ponta da arma, temos uma parte móvel, que permite escolher entre projéteis de alcance e precisão ou com maior destruição, de acordo com o tempo de queima da pólvora na primeira cápsula. Falando nisso, o verdadeiro segredo dessa arma é o que atiramos com ele... Não, não coloque isso ai, você quer que o tiro saia pela culatra? Siga o que eu falei para você, assim, um pouco mais pra direita, pronto.

–Enfim, o projétil é dividido em duas partes, a primeira contém pólvora que causa uma explosão e da força para o projétil que fica na sua frente. Essa parte é feita de chumbo como nas outras armas, mas o interior dela é oco, e carrega uma centena de pequenas bolas espinhadas, e no centro uma segunda cápsula de pólvora, com um pavio que é aceso na primeira explosão. Sendo assim, alguns segundos após o disparo, uma segunda explosão acontece e espalha as bolas para todos os lados, causando danos altos. Eu escolhi que a bola fosse espinhada para que além de contusões ela perfurasse o inimigo e o retirasse da batalha por mais tempo.

Ele sorriu orgulhoso para o Lockhart.

–E ainda diz que não quer que sua arma seja utilizada... Você mesmo a projetou para que matasse o máximo possível, e agora tem medo dela? -Tiemon riu.

Niela, a mais velha, agora estava com medo.

–Isso seria, destruição pura, no mínimo. Você tem certeza que é seguro?

–Para nós ou para eles? É claro que é seguro, eu já testei várias vezes. Se esses imbecis não montaram errado tudo vai ocorrer bem.

Os quatro marujos olharam para ele secamente.

–Ok, eu vou chamar o capitão e avisar que a arma está pronta.

–Tudo bem, Niela, pode ir ao quarto depois e me buscar minha arma e minha espada? -Seu irmão perguntou.

–Tenho cara de criada? Vai você, eu já estou indo falar com John.

Ela subiu para a parte onde o capitão estava.

–Temperamental como sempre... - O irmão falou.

–//-

–Senhor, eu juro, eu não sabia que ela era sua. -A voz vinha da cabeça tão abaixada que quase tocava o chão.

–Então deveria saber. Você acha que pode pegar uma de minhas mulheres, levar para sua tenda a força e abusar dela? -O homem, que usava uma armadura pesada e sentava em uma cadeira alta e estofada, com uma mulher no colo, falou.

–Senhor, eu estava bêbado, não sabia o que estava fazendo.

–E que exemplo eu estaria dando a meus homens se o deixasse impune?

–Homens? Essas criaturas são nojentas, não têm metade da inteligência humana.

O homem na armadura desceu da cadeira, deixando a mulher sentada.

–Eles são o meu exército, e se você não reparou, a inteligência humana não me serviu de nada aqui. Eu não vejo nenhum tipo de armas das quais o exército humano possui, mas vejo guerreiros treinados versados em magia, e vou confiar neles. -Ele abriu a entrada da tenda, maior que as outras no acampamento, e chamou dois guardas para dentro. -Por ordem de John Blackwolf, eu o sentencio a morte por decapitação.

O homem foi levantado pelos guardas e começou a falar novamente.

–NÃO, senhor, por favor, eu imploro... -Sua fala se desatou em choro e então ele já não estava mais na tenda, levando toda a atenção de John para a mulher nua ainda imóvel na cadeira.

–Você sabe que eu prefiro você como você é, e não nessa forma.

Ela hesitou, e logo então sua forma começou a alterar. As orelhas alongaram, os cabelos se tornaram ruivos e o rosto afinou, deixando o nariz mais angular. Seus dedo se tornaram um pouco maiores, e o corpo um pouco menor.

–Isso, apesar de já ter visto isso milhares de vezes, ainda me impressiono com a transformação dos elfos.

O homem a tomou em seus braços, a levou para sua cama, e a teve por aquela tarde.


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Notas finais do capítulo

Fantasminhas, comentem, ajudem um pouco um pobre escritor e deixem seus reviews opinando, me digam qual personagens voces querem ver mais e tals...