Missão Garoto Perfeito *Interativa escrita por katnissberry


Capítulo 31
Seria Esse O Nosso Fim?




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*Annie

Ir para as gravações seria obviamente muito chato, então eu, a Serena e a Clarice decidimos dar uma voltinha por NY. Resolvemos ir até a Forever 21, que na minha opinião tem as melhores roupas do universo. No primeiro passo naquela loja, meus olhos encontraram um par de botas pretas incríveis no final da loja. Corri até a última prateleira onde ela estava e então, assim que ia pegar as botas, uma menina loira de mechas rosa arrancou ela da minha frente.

—Oi, querida. Sabe, essas botas são minhas, então... Passa pra cá. –eu falei.

—Fofinha, eu peguei primeiro. –ela disse sem soltar a bota.

—Serena, pega! –falei arrancando a bota da mão dela e então jogando até o outro lado da loja. Logo depois peguei a outra.

—Corre Annie! –ela disse jogando a bota no início da loja.

Corri até a porta, mas a bota foi além daquele aparelho que apita quando a gente passa com um produto que ainda não foi pago, e então o apito fino ecoou pela loja inteira. Todos me olharam, e então eu fui pra cadeia pela primeira vez. Nossa, eu levei uma bronca naquele dia, mas quem me dera aquela fosse a pior coisa que tivesse me acontecido na viagem.

...

*Philip

Era o nosso segundo dia de viagem, e eu, Lucas, Léo e Fred tínhamos saído pra dar uma volta no Central Park. Lucas comprou um saco de pipoca, e nós quatro nos sentamos em um dos bancos pra desfrutar daquela delícia.

—Sabe... Eu acho que vou me declarar pra Catarina. –falou Léo.

—Pensei que você já tivesse feito isso. –riu Fred.

—Não oficialmente, eu só... Insinuei.

—Claro... –disse Lucas ironicamente.

—Bom, e você? Vai me dizer que não gosta mais da Cla... –disse Léo.

—Ok, talvez eu ainda goste... –disse Lucas.

—E eu ainda gosto da Annie. –falou Fred.

—E você, Philip? De quem você gosta?-perguntou Léo.

—Eu... Não sei. –falei.

—Claro que sabe! Tem que ter alguém de quem você goste... Mais. –disse Fred. –Vamos! Qualquer uma!

—Não sei.

—Não sonhou com ninguém, ou se perde em sentimentos quando olha ela nos olhos? –perguntou Léo.

—Até pouco tempo era a Cat, mas sei lá... Eu acho que estou afim da Serena.

—DA SERENA?! –os três perguntaram juntos.

—O que foi? –perguntei assustado.

—Cara, você precisa falar com ela! A Cat disse que ela tava gostando de você! –disse Léo.

—Jura?! –perguntei contente.

—Sim! –disse Léo animado.

...

*Clarice

Era o nosso terceiro dia em NY, e estava tudo muito legal e divertido. Era como se nós morássemos lá, de tão a vontade que nós ficávamos. As lojas, as luzes, os musicais... Tudo tão maravilhoso. Naquela manhã ensolarada, eu resolvi me atualizar, abusando do wifi do hotel. Como eu sempre fui de acordar cedo, enquanto todo mundo dormia, peguei meu notebook e fui para o saguão. “Novo E-Mail”, dizia a página na minha tela. Cliquei. Lá estava, a notícia que eu tinha esquecido que iria receber. Eu tinha me subestimado, subestimado não só a mim mesma, como também subestimei o Lucas. Fazia um mês que eu e o Lucas tínhamos feito um projeto sobre as secas no Brasil e mandado para um concurso nacional. Caso ganhássemos primeiro lugar, representaríamos o Brasil num evento na Europa, o que duraria seis meses. “Parabéns, senhorita Dall’Aglio.” Era isso. Eu tinha que sair da IGF.

Meu telefone tocou. Ligação internacional.

—Alô? –perguntei.

—Maninha! Papai acabou de receber um email! Parabéns!

—Tobias!

O acordo entre nós dois no inicio do ano era de nos ligarmos todo dia, mas com o tempo, os dois foram esquecendo de cumprir o combinado.

—Quanto tempo! –suspirei.

—Já estávamos longe, agora vamos ficar mais ainda. –ele falou.

—Eu sei, mas vai ser rápido. Esses seis meses vão voar.

—Tô sabendo, Cla. Ainda mais indo com o Lucas.

—O que quer dizer?

—Clarice, você me liga uma vez por mês, eu sei o que rola nessa sua cabecinha. E nesse seu coração. –ele completou.

—Bom, é melhor eu ir. Um beijo, Tobias.

—Um beijo, Cla. E parabéns.

Assim que ele desligou, fechei o notebook e fiquei olhando para a parede. O que seria de mim naqueles próximos meses? E a Serena? A Annie? A Catarina? O Lucas! Eu não gostava mais dele,né? Tínhamos terminado! Seríamos só amigos. Era o nosso combinado...

—Clarice? –perguntou uma voz suave.

Lucas estava em pé me olhando.

—Eu soube. –ele falou calmo.

—Eu também. –disse, respirando fundo e me levantando.

—Vai ser divertido. E se fomos escolhidos, quer dizer que somos bons. Realmente bons.

—Eu sei disso. Mas, em compensação, não sei de mais nada. Não sei da IGF, não sei do meu irmão, não sei da minha amizade com a Catarina, com a Serena, com a Luize, com a Jennifer, com a Annie, com o Léo, com você...

—Bom, quanto a amizade que você tem comigo... –ele disse chegando mais perto. –Não tenha mais dúvidas. –ele disse me beijando.

—Mas... E quanto nós sermos só amigos? –perguntei confusa.

—Eu não acho que tenha sido uma boa ideia.

—Nem eu. –falei lhe dando outro beijo.

Era isso. Pelo menos sozinha, eu não estava.

...

*Catarina

Sempre sonhei em participar de uma série. De ter várias amigas, como eu tinha agora. Amigas, que posso chamar de irmãs. De ter amigos, que me divertem. De viajar com todos eles pra Nova Iorque. E era nisso que eu pensava enquanto o motorista parava no estúdio de gravações. Era a realização de um sonho.

Saí do carro com o Fred e gravei uma cena. Depois outra. E depois outras cinco. Era tudo tão legal, tão perfeito. Era divertido sabe? Eu amava o que fazia! Isso sem contar que eu ganhava por aquilo! Tava tudo perfeito. Quando finalmente eu e o Fred fomos liberados, nosso empresário nos parou sorrindo.

—Lúcio? O que faz aqui? –perguntou Fred surpreso.

—Trouxe boas notícias a respeito de vocês dois. Não sabe quem me mandou um email e me ligou dez vezes querendo saber da dupla brasileira. –ele falou, causando suspense.

Meu coração foi a boca.

—Desembucha, Lúcio! –gritei.

—Calminha, Catarina. Mas, tudo bem! É o seguinte: querem que os dois participem de um filme de Hollywood! Os produtores, figurinistas e diretores já ganharam ou foram indicados ao Oscar.

—Isso é fantástico! –falei abraçando o Fred.

—Ganharão o triplo do que faturaram com a série, se não mais! É um supermega produção.

—Meu Deus! Precisamos topar! –disse Fred sorrindo.

—Só tem um detalhe. –ele falou sério. –Ficarão um ano afastados do Brasil. Poderão dar umas visitinhas de vez em quando, mas terão que filmar tudo nos Estados Unidos, na Califórnia. Não tem jeito de mudar as gravações para qualquer outro lugar. E depois terão de fazer uma pequena turnê.

Fiquei parada, estática. Eu sairia da IGF. Por um ano. Sem contar que estávamos nas férias entre os semestres. O ano letivo nem tinha acabado. Eu ficaria sem as meninas. Mas isso não era o que preocupava, com certeza não.

—E então? Topam? Nenhum brasileiro da idade de vocês nunca conseguiu algo do tipo. É irrecusável. Já falei com os seus responsáveis. –disse Lúcio.

—Eu topo! Claro! –disse Fred.

—Cat? –perguntou Lúcio.

—E-eu não sei. –disse gaguejando.

—Vamos, você NÃO pode recusar. –falou Fred.

—Sim, então... –falei sem pensar.

E agora?

...

As horas se passaram rápido. Tínhamos marcado de nos encontrar as nove numa pizzaria na Times Square. Eu tremia no carro, ao lado de Fred pensando nas milhões de maneiras de contar a todos o que ia acontecer com a gente. Assim que o táxi parou, saímos e Annie, Serena e Clarice me cercaram.

—Precisamos conversar! –disse Cla.

—Verdade. –falei meio triste.

—Cat, eu ganhei uma bolsa de estudos por causa do futebol em outra escola. –disse Serena. –Vou ficar fora por um ano e meio. Eles precisam de mim ainda esse ano para um torneio.

—E eu preciso sair do internato para passar mais tempo com a minha família. Minha tia está grávida. –falou Annie.

—Já eu, vou viajar com o Lucas para representar o Brasil num grande evento de ciências internacional. –disse Clarice.

—E eu vou viajar por um ano pra filmar um filme com Fred. É um grande projeto. –falei meio triste. –E agora? É o fim?

—Claro que não, Cat. Amizades desse tipo não tem fim. Pelo menos não por causa de distância. –disse Annie.

Nos abraçamos. Não conseguia me imaginar sem elas. Deus não podia ter me dado amigas melhores.

As horas passaram. Eu não sabia como nem quando falaria com o Léo. Só tinha certeza de que eu não estava disfarçando muito bem. Não parava de encarar aqueles dois olhos brilhantes castanhos na minha frente. Ele sorria, mas sabia que por dentro estranhava o meu comportamento esquisito.

Assim que começamos a nos levantar para irmos embora, ele parou na minha frente e pediu que eu o acompanhasse. Ele me levou até a Times Square, lugar que eu sempre dizia ser mágico.

—Eu soube. –ele falou sorrindo. –E estou muito feliz por você.

—Como você consegue estar feliz sabendo que vamos nos separar? –falei o encarando.

—Eu fico feliz, sabendo que você está feliz.

—Mas esse é o problema, Léo. Eu não estou!

—Não diga uma besteira dessas, Cat! Eu sei que daqui a pouco você vai estar muito contente! E trate de aceitar, se não eu nunca em perdoaria.

—Então... Isso é um adeus? –perguntei.

—Se tem algo que eu aprendi com a nossa peça do Peter Pan foi: “Nunca diga "adeus", porque dizer "adeus" significa ir embora e ir embora significa esquecer”.

—Léo, eu te amo. Você é o amor da minha vida! –falei deixando uma lágrima cair.

Ele sorriu e me olhou.

—Nós somos muito novos pra saber o que é o amor de uma vida. Mas, se estiver certa, saiba que te esperarei o tempo que for. Estranho... Hoje acordei meio poeta. –ele falou rindo. –O que importa é que eu gosto de você, mais do que gostei de qualquer um na minha vida. E eu não pretendo te esquecer tão cedo. Ou melhor, não pretendo te esquecer nunca.

Ele aproximou seu rosto do meu e me beijou.

Seria esse o fim? O nosso fim? O fim da nossa história? Bom, isso seria algo que dependia do destino decidir.


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Notas finais do capítulo

Eu não sou boa com despedidas, e essa então não estava nem programada. Só acho que fic simplesmente parou de render. Gostaria de agradecer a todas as leitoras que me acompanharam, assim como os diversos personagens até hoje, e um agradecimento especial a quem me enviou o perfil botando essas criaturas lindas na minha vida. Quero mandar um beijo muito grande a todos da IGF, especialmente a Clarice e a Catarina, assim como as leitoras lindas que as criaram! Desculpe por esse último capítulo HORRÍVEL, mas espero que nos encontremos em outras fic o mais rápido possível.
Um grande, beijo, Katnissberry.



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