Ao som dos Violinos escrita por Sra Marker


Capítulo 13
Odiada por Deus...


Notas iniciais do capítulo

Sim eu sei ;-----;
sou uma péssima escritora ;u; eu demorei, sei disso... mas é que tava rolando umas coisas......e tava com preguiça :p
maaaas, ai esta mais um cap!! Não me matem ta?



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–M-mama!!!

Gritei desesperada ao ver minha mãe debruçada sobre a mesa, com vários frascos de remédios vazios e uma faca ao seu lado, sem mover um único dedo... Corri até ela e tentei acorda-la, porém já não dava mais tempo. Seu pulso direito estava cortado e sangrando e havia um fio de sangue escorrendo de seu nariz... Seus olhos lacrados em um sono profundo estavam molhados, por um instante achei que minha mãe já havia ido embora desse mundo...

–Mama! Acorde! Por favor, acorde! Não me deixe aqui... Acorde!

Já desistindo de acorda-la, corri pegar o telefone e ligar rápido para a emergência. Quando me dei conta, já estava falando com uma mulher no telefone.

Alô? Senhora?

A-alô... É uma emergência! Por favor, mandem alguém rápido!

–Senhora qual o caso?

–Uma mulher! Ela... Ela esta com o pulso cortado e ingeriu uma grande quantidade de remédios, por favor me ajudem!

–Sim, qual o nome da vítima e o endereço?

–É Samantha Stanford, moramos em Alpha Grove numero 105... Venham rápido!

Estamos enviando uma ambulância, por favor aguarde.

Desliguei e voltei para a cozinha, estava tentando de tudo para não chorar e gritar desesperada... Tentei estancar o sangue que sai do pulso de minha mãe, de alguma forma dava certo, mas ainda não parava de sangrar...

–M-mama... Acorde... Mama...!

Estava falando com uma voz tremula, meus olhos começaram a se encher de lagrimas, o que mais poderia fazer?! Já havia perdido meu pai, agora perderia minha mãe... Não quero ficar órfã! Não quero... Ficar sozinha...

Comecei a chorar e soluçar como uma criança, como se nada mais no mundo importasse pra mim... Eu gritava o nome de minha mãe enquanto estancava o sangue... Lembrava que, por mais que ela me “rejeitasse” como sua filha, ela ainda poderia me amar, poderia ter se casado novamente para eu ter um exemplo de pai talvez... Mas por que ela fez isso?! Por que tentou se matar?! Eu... Quero pedir perdão... Falar que a amo mesmo depois de tudo... Quero que ela seja minha mãe novamente...

Logo ouvi um bater forte na porta e sirenes altas vindo de fora, não me mexi, apenas fiquei lá, chorando esperando um milagre...

Três homens de branco entraram e correram para a cozinha, um deles me tirou da cozinha e me levou pra fora enquanto os outros dois ficaram com minha mãe.

Lágrimas... Gritos... Desespero... Medo... Tudo isso resumia minha mãe. Logo após a morte de meu pai, raramente via mamãe sorrir... Ela vivia se matando no trabalho, chegava bem tarde em casa e mal olhava para mim. Por mais que eu tentasse chama-la, não conseguia... Apenas a olhava e seguia pela casa.

–O que você quer Layla? Ainda vai ficar sem falar é? –disse ela brava, fitando-me.

“- Mama... Só queria um abraço seu... Abra bem seus olhos e me veja em sua frente, veja meus braços esticados pra você!” – eu pensava, já que era impossível pra mim falar.

–Vá para seu quarto, não quero conversar.

Ela sempre dizia isso pra mim... Mesmo eu não falando nada, como ela queria conversar comigo? Se ela ao menos ela me olhasse...

Corri para meu quarto e desenhei uma borboleta roxa, ela adorava borboletas... Lembro-me de um pingente em formato de borboleta que eu pai havia dado a ela... Porém ela não usa mais.

Voltei para seu quarto e estiquei o desenho para ela, com um enorme sorriso no rosto.

“- Mama... Olhe! É uma borboleta... Você gosta delas não é?”

Ela se virou pra mim, com os olhos cerrados e disse num tom bravo.

–Layla! Já disse! Saia daqui!!

“-Mama...”

–Anda! Saia!

Ela elevava o timbre de sua voz, comecei a chorar e amassei o desenho jogando o mesmo num canto de seu quarto. Era inútil... Inútil tentar fazê-la me amar novamente... Tentar fazê-la sorrir novamente... Mas... Continuei tentando... Até ela dizer que iria se casar.

“-Como...? Se casar?!” – pensava comigo, olhando minha mãe.

–Então lala! Você vai ganhar outro papai! O nome dele é Rafael!

Fiz careta pra minha mãe, afinal, que criança gostaria que sua mãe se casasse de novo?! Ainda mais com alguém que você não conhece. Fui pro meu quarto, extremamente brava, me tranquei e fiquei olhando a janela, eu fiz de tudo pra mama sorrir... E só porque ela vai se casar com um homem, ela fica sorrindo à toa...

Não me lembrava da ultima vez que tinha a visto sorrir... Admito que fiquei alegre por vê-la sorrir.

“-Por falar nisso... Quando foi que ela sorriu por algo que fiz? Quando foi que... Ela brincou comigo? Não me lembro mais... Não me lembro de seu abraço... De seus beijos... De seus carinhos... Só me lembro de suas lágrimas e sua braveza... Tenho saudades da minha antiga mama... A mama que me amava tanto, mais tanto, que mal podia viver sem me dar um beijo... Será que um dia ela vai voltar pra mim..? Espero... Que volte... E nunca mais saia do meu lado...”

Era isso que eu pensava... Até ela se casar e Rafael vier morar conosco...

Então, eu a perdi.”

–Me solte!! Preciso ir com ela!- eu gritava e chorava, me debatendo nos braços do homem de branco.

Ele me segurava fortemente enquanto seus colegas corriam com minha mãe em uma maca, para levar ao hospital. Os vizinhos saiam pra fora, olhando todo o alvoroço e confusão, entretanto eu só queria saber da saúde de minha mãe.

–Garota! Se acalme! –disse o homem que me segurava.

Parei de me debater um pouco, olhando minha mãe entrar na ambulância.

Ainda não acreditava no que estava acontecendo, só queria que tudo isso fosse um pesadelo...

Então ele me soltou... Cai de joelhos no chão pasma com aquela cena, mesmo brigada com Samantha e mesmo não falando mais com ela, trocando carinhos, ela é minha mãe... E foi ela quem me deu vida...

Minhas mãos sujas de sangue, meus olhos marejados, meu coração quase parando... Assim eu estava naquela hora, parecia que cada segundo era uma eternidade, queria poder fechar os olhos e pensar que era apenas um sonho horrível... Porém não daria certo.

–Garota! Hey, esta me ouvindo?

Acordei do transe ao sentir uma mão sobre minhas costas e uma gentil voz falando comigo. Olhei para cima, com os olhos cerrados e minhas bochechas manchadas pelas lagrimas.

–Sua mãe será levada para o hospital, como você é menor de idade não poderá acompanhá-la... Sinto muito.

–M-mas... Sou a filha dela... P-preciso ir... _disse com uma voz tremula e rouca por conta do choro.

–Desculpa, mas não será possível. Quando seu pai chegar, mande-o ir ao hospital. Até logo minha jovem.

Mal pude dizer algo e logo ele se foi... Apenas ouvi as sirenes coando pela rua e suas luzes vermelhas dando cor à noite...

Fiquei sentada no quintal, sem vontade de entrar em casa... Sentia o frio da noite a me envolver em seus braços gélidos, via as estralas se esconderem nas nuvens do céu juntamente com seu brilho...

“-Ah, Deus se o senhor realmente existe... Deve odiar-me...”- pensava comigo.

Um tempo depois, o carro de Rafael havia chego em casa. Levantei-me rapidamente e corri até o carro, estava contente por ele voltar, mesmo parecendo um tanto estranho ele era minha única esperança de ir ver minha mãe.

–Rafael!

Ele me olhou levemente e logo saiu do carro, ele estava desarrumado e com um rosto cansado...

–Ora, a docinho finalmente decidiu falar comigo uma vez na vida?

–Cale-se! Precisamos ir ao hospital! E agora!

–Por que eu deveria fazer isso?

–Porque sua mulher esta lá!

Ele ficou sério, mas logo começou a rir... Fiquei pasma ao vê-lo rir assim, será que ele não amava minha mãe mesmo?! Que homem estúpido!

–Pare de me zuar docinho! Por que ela iria para o hospital? –ele riu sinicamente, dando-me as costas.

–Porque ela quase se matou seu babaca! Tua mulher quase morreu e você esta pouco se ligando?! –gritei alto de raiva, quase chorando novamente.

–E daí? Não é da minha conta...

Ele me deu os ombros e entrou em casa. Mal podia acreditar o que ele havia feito... Simplesmente ignorou o fato de minha mãe estar com o pé na cova! Não podia deixar isso em branco, realmente não podia! Pela primeira vez na minha vida, iria perder minha paciência de vez.

Entrei em casa e Rafael estava vendo TV, então corri até o quarto de minha mãe. Ela tinha uma foto no dia que se casou com Rafael, sempre odiei essa foto... Porém, ela seria “útil” agora. Peguei o retrado ao lado da cama de Samantha e logo desci as escadas.

Ver Rafael vendo TV sem se importar me dava nojo e ódio, porque então se casou com minha mãe? Foi por amor mesmo, ou por dinheiro? Ah! Já não me importava mais, só queria que ele parasse de ser um completo babaca. Fui até a tomada onde o cabo da TV estava plugado e o desliguei, com o retrato em mãos.

–Hey! Que porra é essa, docinho?! É falta de educação fazer isso! - disse ele irritado.

Fiquei na frente da TV e estiquei o retrato, mostrando-o a foto.

–Lembra-se?! Lembra porque você casou com minha mãe?! LEMBRA?! – ficava cada vez mais irritada e equivocada, fitando-o com desgosto.

Ele bufou e se levantou, pegando o retrato da minha mãe e olhando.

–Lembro. Casei por pena.

–P-pena? –fiquei perplexa.

–Sim, uma mulher viúva, triste e com uma filha. Deveria ser podre de rica por conta do marido falecido. Sem contar que eu teria alguém pra cuidar das coisas pra mim, como cozinhar, passar... Nunca amei Samantha na verdade, mas ela é boa na cozinha e na cama, sem contar que tem uma grana guardada no banco.

–Você... É UM CRETINO! Sempre estive certa que você era sujo, um rato! Agora o que você mais quer é que ela morra pra ficar com o dinheiro que ela pode ter?! É ISSO?!

–Isso mesmo. Não me importo se ela morrer, fico com dinheiro e sumo! É simples.

Fiquei tão brava, que pensei que iria explodir, não pensei duas vezes e meti um soco forte no rosto de Rafael, fazendo o retrato cair da mão dele e se partir no chão.

–FILHO DA PUTA! COMO OUSA FAZER ESSAS COISAS COM MINHA MÃE?! –gritei mega nervosa.

Ele ficou realmente bravo e me revidou com um tapa no rosto, fazendo-me cair.

–Cale a boca, quem vai acreditar em você hein? Sua mão não fala por medo. E ninguém vai acreditar numa pirralha feito você.

Antes de eu me levantar, ele me agarrou pelo cabelo e ficou com o rosto próximo ao meu.

–Você é uma putinha mesmo, bater em mim como se você fosse alguém... Pff, você é patética.

Ele me olhou com desprezo e levou a mão até minha intimidade, acariciando-a por cima da calça.

Nessa hora tive vontade de vomitar, seu toque me enojava e me dava medo... Não conseguia me soltar dele... Será... Que ninguém mais pode me ajudar?


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Notas finais do capítulo

OMG! Oq vai acontecer??
Será que a lay vai se livrar dessa? E sua mãe? Vai viver?? vejo vcs no próx cap



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