Kyouta PVO on

Estava Fazendo cócegas na Mao quando escuto alguém chamar ela, me virei quase que no mesmo instante que ela para ver quem era. Pude logo ver uma cara de quem não estava muito contente...

— Hiroko... — A pequena disse como uma criança que tinha acabado de ser pega fazendo bagunça.

— Eu estava te procurando mas não sabia que estava se divertindo tanto com esse cara...

— Ah, ele... — Puxei-a para mais perto de mim, agora que nossos corpos estavam juntos e ela havia se calado completei o que ela estava falando. — Sou Kyouta, muito próximo da Mao... — Dei ênfase no muito.

— Eu preciso falar com você agora Mao-chan. — O loiro falou o "chan" e logo depois deu um sorriso travesso enquanto se aproximava dela e pegava no seu pulso puxando-a de mim.

— Estou falando com ela agora, me desculpe. — Falei puxando também o pulso da Mao impedindo do garoto levar ela.

— Mas eu sou o namorado dela e preciso falar com ela agora. — O loiro disse com raiva nos olhos que não paravam de me encarar.

— Chega, vocês estão me machucando... — Mao disse soltando os pulsos e cruzando os braços em seguida.

— Mao ! — Disse ao mesmo tempo que o loiro.

— Ah, preciso fazer uma coisa... — A pequena disse se afastando lentamente. Puxei ela e antes que ela fosse embora de novo segurei-a e a botei como uma sacola em meus ombros.

— Me solta, Kyouta.

— Ei, não faça oque quiser com a minha namorada.

— Sério ? Pois já estou fazendo... — Disse indiferente provocando-o mais ainda.
— Largue a minha namorada.

— Você diz tanto da sua namorada, mas se ela fosse minha de princípio não estaria nos braços "desse cara". — Disse e comecei a andar rápido antes que ele pudesse falar algo.

Kyouta PVO off

— AHH, ME LARGA !!!! — Disse batendo no Kyouta sem muita força.

— Para onde ia ?

— Eu... Para a minha sala. — Dei uma desculpa para não dizer que estava apenas fugindo.

Kyouta apenas me respondeu um "hm" e foi me levando assim mesmo para a sala. Todos olhavam para mim, as garotas falavam entre elas mas podia escutar um "Olha só aquele cara...", "Ele é bonito de mais para aquela garota..." e outras coisas que não falavam muito bem de mim. Chegando em sala algumas garotas começaram a olhar fixamente para Kyouta, não era preciso pensar muito para saber oque estavam falando entre si...

— Proonto, está entregue... — Ele segurou entre meus braços me levantando, como se eu fosse uma criança. Quando finalmente me botou no chão se deu conta da multidão de garotas que olhavam para ele e deu uma piscadinha para elas.

— Fofas... Agora vou indo, até Mao. — Ele se abaixou um pouco e me deu um beijo na testa, ele sabia que eu adorava quando ele fazia isso.

— Kyaaah !! — Pude ouvir como um pequeno coro.

Kyouta foi embora junto com as garotas que cercavam ele, depois que saíram os garotos pareciam revoltados. Depois de alguns minutos Nana e o Masaru entraram, junto com mais algumas garotas atrás dele, essas um pouco mais tímidas.

— Oque raios essas meninas vêem neles ? — Ouvi de um garoto que estava algumas cadeiras atrás de mim, mas resolvi não olhar.

— Eles ? — Nana disse se sentando ao meu lado. Ela não parecia brava, que bom.

— Kyouta veio comigo.

— E-eu me sinto estranho com todas elas me olhando. — Masaru falou se sentando duro feito uma pedra e vermelho como um tomate.

— Essas meninas são um inferno. — Nana disse encarando com uma expressão nada agradável as meninas. — "Kyaah, ele é tão fofo.", "Kyah, kyah, kyah". É kyah lá e cá, isso é irritante...

— Nana, você está tão má hoje... — Disse olhando para ela ainda encarando as meninas.

Ficamos conversando sobre coisas aleatórias depois e logo o sinal tocou e o professor de matemática entrou, não ouvi nada o que ele disse a aula inteira. Fiquei observando o céu, estava um dia agradável, tinha algumas nuvens mas ainda podia ver o céu azul como o mar. Passei um tempo admirando tudo por de trás dessa janela, que de vez em quando um vento passava por elas soprando de leve meu cabelo, estava em outro mundo quando ouço o sinal tocar para ir embora.

— Mao, vamos ? — Nana disse se levantando de sua cadeira.

— Ah, desculpa... Acho que vou passar em um lugar antes, pode ir sem mim.

— Ok... Poxa, ia te chamar para comer um lanche e conversar um pouco...

— Desculpe, é algo importante. Vá com Takahashi, ele é uma boa companhia... — Sorri e acenei com a mão andando depressa deixando ela sozinha com Masaru.

Estava indo em direção do portão quando alguém me puxou por trás
e me abraça.

— Você ia se esquecer de mim aqui ? Você está sendo má comigo hoje, Mao-chan. — Hiroko me larga do abraço mas continua com os braços em mim.

— Desculpe, é que eu vou em um lugar e acabei me esquecendo que me pediu para ir embora contigo...

— Ora, então vamos. — Dessa vez ele me larga.

— Mas... — Ele me encara esperando uma resposta do mas. — Ok, vamos...

— Certo, onde estamos indo ?

— Vou para a floricultura comprar umas flores primeiro e depois fazer uma visita ao meu irmão. — Ele ficou calado por uns minutos.

— Flores para um irmão... — Ele murmurou para si, mas eu pude escutar. — Ei, poderia me falar mais de você ? Eu quero conhecer cada detalhe seu, tudo mesmo...

— ... — Respirei bem fundo e engoli em seco. — Nós... Podemos falar isso depois ? — Finjo um sorriso olhando para o nada.

— Tá...

O silêncio permaneceu até comprar as flores e chegar onde queria... No túmulo do meu irmão. Ele ficou um pouco distante para que eu pudesse ficar à vontade.

— Aqui, são suas favoritas... — Boto o buquê em frente da lápide. Fecho os olhos e faço uma reza para ele. No fim me levanto e me junto ao Hiroko, que tinha comprado uma rosa também que deixou ao lado do meu buquê.

— Você quer falar agora ? — Ele me encara sério e faço que sim com a cabeça.

— Vou contar uma história...

Uma menina tinha um irmão, com olhos verdes e cabelos brancos... Os dois se davam bem, ela era a pequena e indefesa irmã que ele queria proteger. A mãe deles dedicava a sua vida aos filhos cuidando da casa e o pai trabalhava e trabalhava, chegava apenas de noite e ás vezes bêbado. Um dia a mãe descobriu que estava grávida, o marido fugiu no mundo deixando apenas a mãe grávida com seus dois filhos... Alguns anos se passaram, seus filhos já estavam mais crescidos, sendo o mais velho com 20, a única filha com 12 e seu filho mais novo com 8. Eles eram uma família unida e estava tudo finalmente bem, era o que eles achavam... O irmão mais velho descobriu que tinha algum problema com sua saúde apôs acabar em um hospital por desmaio. Ele tinha um grande problema, isso estava o matando. O mundo deles viraram de cabeça para baixo, mas o que poderiam fazer ? Ele tinha uma doença desconhecida, não havia cura, não havia solução... Quando o irmão da menina morreu, ela ficou sem chão, ela apenas se trancava no quarto e chorava. Quando ela voltou para escola obrigada por sua mãe apenas ficava sozinha e calada, os meninos debochavam dela, mas ela não ligava até que...

Flashback on

— Olha lá aquela estranha, está sozinha de novo. —Disse um garoto no meio de outros três. — Ei, estranha. — O grupo de meninos se aproximou da garota.

— ... — Ela permanecia em silêncio, apenas ignorava eles.

— Olha ela, só por não ter mais irmão ela acha que pode ignorar a gen... — Antes do garoto completar a menina jogou o menino no chão dando socos um atrás do outro no rosto do garoto que estava também com algumas lágrimas dela.

— Você... Não f-fale do meu ir-irmão. — Ela dizia aos soluços levantando de cima do garoto, que já estava com os olhos roxos e um pouco de sangue no canto da boca. — Quem mais estava falando do meu onii-chan ? — A menina limpava as lágrimas encarando os outros meninos.

Flashback off

Depois disso, os meninos a provocaram mais vezes que acabaram com eles feridos. Sua mãe já estava cansada de ter que ir para a escola resolver assuntos sobre a sua filha batendo em outros alunos. "Você só me dá problemas, será que perder meu filho não foi o suficiente ? Ter uma filha como você... SAIA DA MINHA FRENTE !"...

— ... — Hiroko me abraça e enquanto esse longo abraço dura deixo algumas lágrimas caírem. — Não me solte... — apertei meus braços sobre ele.

— Pode chorar, eu gosto da Mao que mostra seu eu para mim. — Ele se afasta um pouco e limpa meu olhos. — Mas eu ainda acho que você fica mais bonita quando sorri. — Deixo escapar um sorriso de felicidade, ele percebe e me dá um beijinho. — Minha namorada...

— Meu namorado... — Seguro a mão dele entrelaçando nossos dedos.

— Seu namorado que por acaso estava te procurando e viu ela com outro homem... — Ele fez biquinho.

Rimos daquilo e apertamos mais nossas mãos, que logo tiveram que se separar pois já estava em frente da minha casa. Nos despedimos com um beijo e entrei em casa, deitei na cama e acabei dormindo logo depois que tomei meu banho.