Vejo tudo embaçado e ouço vozes distantes...

— Ela vai precisar de descanço, está apenas com uma gripe mas se ão descansar direito vai acontecer de novo...

— Certo, vou cuidar dela. Obrigado por ajudar !

— Ei. —digo com a voz fraca olhando fixamente para a Nana.— Quero falar com você...

— Ah, você acordou. Parece que está melhor, vou deixar vocês à sós... —Vi a enfermeira alta com cabelos longos ruivo claro dar um sorriso ao fechar a porta lentamente.

— Diga, oque aconteceu, Mao ? —Ela perguntou com uma cara ansiosa.

— ..... —Não conseguia falar, apenas sentia minhas lágrimas quentes rolarem no meu rosto— E-eu sonhei com ele. Eu quero ele agora para me abraçar, eu quero ele agora para cuidar de mim... Eu quero meu irmão de volta, me diz oque fazer, Nana. Ele apareceu do nada e estava com aquele sorriso tão gentil no rosto, pareceu tão real... — Falei aos soluços.

— ... Mao-chan, seja forte ! Já faz um tempo que ele... —Ela parou, parecia analisar oque estava falando. — Fique calma, ele não quer que você chore...

Ela me deu um abraço longo e acolhedor, me acalmou um pouco, mas ainda estava triste.

— Ei, agora eu preciso ir, você precisa descansar e eu preciso ir para a aula — Ela me deu um beijo na testa e forcei um sorriso.

Estava sozinha naquela sala, estava um silêncio matador. Escutei baterem na prota, ouvi uma vouz familiar. Era Hiroko...

— Certo, os curativos estão... — Ele parecia perguntar para si mesmo sussurrando, mas podia escutar ele.

Apontei para a gaveta, ele olhou para minha mão e foi acompanhando até meu rosto, depois sorriu. —Está na segunda gaveta. — Falei um pouco fria.

— Mao-chan, oque faz aqui ? Você está palida de novo...

— Estou matando aula — Falei num tom irônico e respondi antes de dar tempo dele ficar bravo— Passei mal e acabei desmaiando...

— Oh, então naquele dia... — Ele parou de falar e ficou me olhando, corei levemente.

— Huh ? Oque foi ? — perguntei botando a mão no rosto tentando achar alguma coisa de errado.

— Agora estou percebendo que você combina muito com esse uniforme. Fica fofa... (Nota: Não expliquei nada como é o uniforme pq ele está na capa, perdão pelo meu erro...)

Fiquei o encarando e ele a mim, estava um silêncio de novo. Mas acho que ele não teve essa intenção...

— Ah sim, os curativos... Obrigado... Meninas são frágeis, é problemático... — Ele sussurou mas de modo que eu pudesse escutar.— Uma menina caiu na livraria e agora preciso levar esses curativos para ela...

— Hum... — Disse sem saber mais oque falar.— Nem sempre, eu não... — Parei e lembrei que estava na cama da enfermaria por um desmaio.

Nos encaramos um pouco e soltamos uma gargalhada juntos. Alguém entrou na porta e paramos para olhar quem era.

— MAAO — Falou Kyouta entrando sem perceber Hiroko. — Nana me contou tudo, você precisa se cuidar e... — Olhei ele de uma maneira que ele entendesse que não queria sermão.

— Hm, estou indo... Até, Mao. —Disse Hiroko, e percebi Kyouta o olhar de cima em baixo e acompanhar ele com os olhos até a porta, se o conheço bem ele está analisando o Hiroko...

— "Hm, estou indo... Até Mao-sama" — Kyouta disse com a voz num tom de deboche, não consegui segurar o riso. — Que cara sem graça, não aprovo.

Ele só ficou reclamando ao invés de cuidar de mim, mas isso foi bom, me destraiu um pouco... Ficamos falando do Hiroko e das garotas enjoadas que gostam do Kyouta, sim, Kyouta é um pouco popular... Depois o tempo vago do Kyouta acabou e ele foi embora, já estava melhor e aproveitei que quando a enfermeira entrou e parecia estar de bom humor pedi para ir embora logo.

— Hm... Tudo bem, mas você não pode fazer muito esforço, ok ?

— Tudo bem — Dei um sorriso para parecer gentil , já que ela cuidou de mim.

Sai da enfermaria e decidi não ir mais para aula, estava cansada e só queria dormir um pouco. Fui para o pátio e levei um livro que estava no meu armário, já que estava no final dele (era um livro curto terminei de lê-lo, botei minhas duas pernas no banco que estava envolvi meus braços nos joelhos e abaixei minha cabeça, afim de descansar. Depois de alguns minutos ouço o sinal tocar, era hora do almoço. Fui para a cantina procurando Nada mas dou de cara com Hiroko, ele estava com um garota...

— Hiro-kuun — A menina chamou puxando-o pelo braço. — Vamos sair.

— Desculpe Mi-chan... - Falou para a garota baixa de cabelos loiros até a cintura e olhos da cor mel. — Mas combinei de sair com a... — Ele olha em volta e me avista. — Mao-chan, vou sair com ela. — Ele sorriu, meu rosto pegou fogo, e a tal da "Mi-chan" me fuzilou com os olhos. Sentimentos tão diferentes, em menos de um minuto, quis rir daquilo mas a garota ficaria mais furiosa...

— Vo-você está me dispensando ? — ela forçou lágrimas.

— Não, ele não está. Apenas combinou comigo — Soltei um sorriso irônico. Hiroko olhou para mim com uma cara surpresa, mas aliviada e a menina saiu correndo.

— Ei, agora que você aceitou... — (Céus, oque acabei de fazer ? Ele não vai me convidar, ele não vai me convidar...) — Que tal irmos tomar um café ?

Fico sem palavras, ele me puxa pelo braço. Tive a imprenssão que alguém estava nos observando...

— E-espera, para onde você vai me levar ? — pergunto com meu rosto corado e com uma cara de boba. Ele está na minha frente me levando e para, vira e...

— Mao-chan... —Ele vai se aproximando de mim me deixando sem espaço até eu encostar na parede. — Vamos sair e tomar um café. — ele segura minhas duas mãos e aproxima seu rosto do meu.

— C-Claro, vamos logo então... — me solto dele e vamos andando. Dessa vez, sem ele me puxar pelo braço.

Ficamos calados até o tal do café, tinha outro em frente desse. Ele pareceu se divertir comigo enquanto iamos até ele... Sentamos em uma mesa e pedimos um café com leite e algumas rosquinhas com cobertura. O atendimento era um pouco ruim mas o lanche era bom...

— hm... — disse, comendo várias coisas ao mesmo tempo, até que percebo que estou na frente do Hiroko. — Oh...

— Hahaha você é mesmo divertida, tem diferentes qualidades e até agora, nenhum defeito — ele disse me dando uma piscadinha e deu uma golada no café com leite.

— Como não ? Oque eu mais tenho são defeitos... — Falo sem o encarar. — Você que até agora não mostrou nada de você, Aoko-san... — Dessa vez olho para ele, esperando uma resposta.

— ... — O deixei sem palavras, acho que falei de mais. — Não me chame de Aoko, apenas de Hiroko e se quiser, pode me dar um apelido.

— Não, obrigada. Não quero parecer como a Mi-chan, Hiro-kun. — falei com um sorriso no rosto. Dessa vez sem medo de o deixar bravo...

— Aha, você é rápida, Mao-chan. Mas você acha que eu não sou ruim ? — Sou um humano também, erro como todos os outros — ele deu um sorriso — Quais seus defeitos que disse que tem ?

— Hum... — Pensei um pouco, respirei fundo e... — Bem, eu sou chata, preguiçosa, grudenta, desleixada, burra, um pouquinho carente e muito ansiosa. — Sério, nunca faça oque fiz agora. Uma pessoa finalmente parece se interessar em mim e falo o pior que posso de mim mesma.

— Outra qualidade, sinceridade.

— Você não é normal, Ao-Hiroko. — Me corrigi.

— Oh, você é mesmo fofa. Está um pouco vermelha só por falar meu nome.

Tomei aquele café de uma vez por estar nervosa, parece que engoli um vulcão. Meu rosto pega fogo (Não de nervoso ou vergonha, ainda estava quente...) e começo a suar.

—Aqui está muito frio, vamos embora. Eu te levo até sua casa...

A gente foi conversando sobre diversas coisas, de vez em quando ele me provocava para me deixar sem graça mas tentei me controlar para não ficar tão vermelha. Quando chegamos na porta da minha casa...

— Ei... Desculpe por não falar antes, sua boca está um pouco suja, me deixe tirar — Boto a mão na boca e vejo que não tem nada, mas foi tarde de mais.

Ele segurou minhas duas mãos para baixo e me deu um beijo logo em seguida outro, não um beijo surpresa, um beijo... Nos despedimos e entrei em casa.

— Ahaha, coitado daquele garo— tapo a boca do Ren para a minha mãe não escutar.

— Shhh, calado - falo isso e subo desesperadamente as escadas para o meu quarto, estava muito nervosa...