Um mundo além do mundo escrita por Lobo Alado


Capítulo 44
Maior que o poder, maior que o saber, compreensão


Notas iniciais do capítulo

Olá meu amigões, hahahah
Seguimos com os acontecimentos, não?
Vejamos aonde tudo isto levará... Espero que este aqui seja divertido pra vocês como foi para mim.
Entrego-lhes este de um dos meus personagens originais favoritos.
Boa leitura!



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Lemond praguejou quando olhou o fundo de seu copo com apenas uma auréola de vinho. Talvez a coragem já tenha vindo. Pensou antes de se levantar da poltrona.

Era um dia quente e abafado, e ele não arriscava abrir as janelas desde que voltara do túmulo de Brom. Na verdade, não arriscava sair do quarto por mais de cinco minutos, e já não sabia o que fazer. Entregar os ovos à Rainha não era uma opção segura, não com a situação em que se encontravam as estradas do império.

Olhava para os lados freneticamente enquanto abaixava-se diante de seu armário. Talvez o lugar mais óbvio fosse o mais eficaz para esconder nas atuais circunstâncias. Considerando que eles precisariam sumir logo... Lemond não podia passar mais um dia apenas na companhia de seu quarto.

Abriu as portas abruptamente e deu uma última olhada no saco médio, virou-se fechando-as com mesmo impacto que as abriu e seguiu para fora de seu quarto.

Os corredores do castelo eram infernais, aliados ao seu nervosismo, Lemond estava ensopado de suor. Cada porta ficava para trás aproximando-o de seu destino, e ele perguntava-se se deveria fazer isso... nunca fizera isso antes. Talvez eu tenha problemas em fazer a coisa “certa”. Pensou antes de abrir as pesadas portas duplas do salão.

Haddes escondia-se num canto, de braço esticado numa cadeira. Seu olhar abatido voltou-se para Lemond, ignorando a mulher que limpava seu coto agachada junto a uma bacia. O Lorde esforçava-se para manter o maxilar fechado. Seu estado não era dos melhores.

— Já é o suficiente. – Disse ele erguendo o braço.

A mulher segurou-o, mantendo no lugar, com um olhar repreendedor demais para uma criada direcionar ao senhor de Dras-Leona. E ainda assim lá permaneceu Haddes.

— Como se sente? – Perguntou Lemond franzindo as sobrancelhas, um pouco desconfortável com a não habitual pergunta.

Haddes sorriu.

— Me sinto como alguém obedecendo ordens de uma criada... – Ele ergueu a mão que lhe restava fazendo um gesto. – Estou acabado...

Lemond foi até a longa mesa próxima ao janelão à procura de vinho.

— Oh, mais um pouco e eu chorarei, Lorde Haddes. ­– Encheu uma caneca e despejou algum resto de erva da vasilha ao lado. – Estou aqui por que existem coisas que precisa saber... – Virou-se de sobrancelhas erguidas. – Não que eu queira interromper a... a moça das bandagens, mas creio que seja importante.

A mulher olhou-o com a boca franzida e olhos duros.

— Já está limpo. Deixe respirar por algum tempo... venho cobri-la em uma hora. – Ela disse antes de levantar-se e retirar-se seguramente.

Lemond aproximou-se de jarra e caneca em mãos.

— Você dormiu com aquela mulher? ­– Perguntou sentando-se ao lado do pai.

Haddes olhou-o com indiferença.

— Por Deus, você dormiu com ela... Por isso ela age dessa forma. – Ele bebeu o resto do vinho. – E eu me perguntava quem era digna de ser sua amante todos esses anos.

— Lemond! – O homem levantou-se cansado. – O que você veio falar, afinal...

Encheu novamente a caneca, de mãos suadas.

— Bem, você e eu... não fomos as únicas coisas que escaparam das mãos dos rebeldes. – Ele engoliu em seco com o pronunciamento. Agora não tinha mais volta.

A postura do Lorde tornou-se mais ereta e ele caminhou lentamente até o seu cadeirão.

— Continue...

O rapaz levantou-se e a passos largos e rápidos abandonou a caneca e a jarra em cima da mesa.

— Acompanhe-me, você tem que ver algo.

*

Lemond encheu os pulmões de ar, preparando-se para entregar o destino dos ovos nas mãos daquele em que ele deveria confiar por natureza. É meu dever confiar em Haddes Grorvan... Foi um pensamento fugaz e escorregadio, mas o suficiente para conseguir puxar as portas para trás e revelar os preciosos ovos ao pai.

— Preciso que não me pergunte como os consegui... Isto seria... raios, isto seria ótimo!

Haddes, devagar, abriu-o e observou o que guardava. Sua mão congelou enquanto fitava-os com um rosto contrafeito – Lemond quase não reconheceu o pai. – Ele levantou-se com calma lentidão, fechando o armário de Lemond. Virou-se de costas e pôs-se a fitar fora da janela, com um olhar distante e braços cerrados às costas.

— Pergunto-me qual das duas coisas isto nos fará mais... – Ele caminhava lentamente pelo quarto. – Nos atrapalhar ou nos ajudar.

— Bem... por isto eu lhe falei sobre a existência deles. Por que estava sem saídas e acreditava que você poderia resolver isto.

— Manteremos em segredo.

— Por quanto tempo? – Questionou Lemond. – Não tenho como manter isto guardado aqui nem mais um segundo!

— Não aqui... – Haddes fitou o filho nos olhos. – Quem melhor pode manter algo escondido em um castelo é o Senhor do castelo.

Lemond sorriu.

— E o que fará depois? Quer que eu os entregue sem uma certeza de o que pretende fazer a eles?

— Poderia perguntar por que tem tanta relutância em desfazê-los de seus cuidados? – Ele sorriu e ergueu uma sobrancelha. – Eu não posso permanecer em Dras-Leona apenas para manter ovos de Dragão escondidos, Lemond. Tenho uma guerra para resolver em Ilírea. Partirei hoje, levando o prisioneiro Maard. – Ele ergueu o dedo. – E se quiser que os ovos fiquem em segredo, terei de lhe dar meios de fazer isso adequadamente. – Ele abriu as portas do quarto. – Você governará Dras-Leona enquanto eu estiver fora. – e saiu, deixando Lemond com seus pensamentos.

Lemond franziu as sobrancelhas. Ovos... Pensou ele divertido. Quando tiver filhos, direi que de todas as estratégias, a melhor para alcançar o poder é ter ovos de Dragão.

*

As muralhas da cidadela o deixavam elétrico com a perspectiva de que entrassem em seu quarto e descobrissem os ovos enquanto ele observava o pai partir para viagem com seus soldados.

Assim que os portões se fecharam, pôs-se a correr como uma criança desesperada. Passou pelos corredores observando o sol trêmulo devido aos seus passos apressados.

Pulava três degraus de cada vez ao subir a escada em redemoinho. Maldito castelo. Pensou enquanto respirava por um instante em frente à simples porta. Ao abri-la arregalou os olhos. Abaixou a cabeça com tamanha brutalidade que caiu de joelhos no chão, ao esquivar-se da espada de Murtagh.

— Está atrasado. – Proclamou o Cavaleiro.

Levantou-se perplexo.

— Não acredito que não saiba o que eu estava fazendo. – Saiu novamente. – Me acompanhe, agora! Sem perguntas.   

— Não posso simplesmente perambular pelo castelo, Lemond. – Murtagh disse muito calmo.

— Você não simplesmente pode com tem que fazer isso o quanto antes possível! – Ergueu as mãos. – Por favor!

O homem levantou uma sobrancelha. Usava as mesmas vestes dos dias anteriores, e parecia cada vez mais cansado.

— Os ovos estão em segurança, não se preocupe. – Ele voltou ao quarto e num segundo mostrava-se segurando o saco com ovos. – Agora entre para iniciarmos o treinamento, maldito bastardo... – Seu olhar tornou-se momentaneamente crítico. – Quando digo para estar aqui todas tardes, não é como se pudéssemos adiar, Senhor de Dras-Leona. – E atirou uma espada a ele.

Lemond gostava de treinar com Murtagh. O homem era mais de gestos e observação do que de palavras. Isto funcionava bem para ele. Sentia-se pousando numa campo seguro, e avançava bem a cada dia. O treinamento mental mostrava-se completamente interessante. Adentrava aquele mundo com excitação.

Com um grunhido, Lemond defendeu o golpe do adversário, afastando-se e finalmente guardando a espada com arfadas arrastadas.

— Chega de espadas. – Sugeriu o rapaz. – Preciso de um tempo sozinho agora... Murtagh, espero que entenda.

O Cavaleiro guardou sua espada e fez uma reverência rica.

Lemond direcionava-se para a porta quando lembrou-se de não deixar nada para depois.

— Diga-me, Cavaleiro. Por quê? – Ele deu de ombros. – O que o prende à Alagaësia? Qual o motivo de envolver-se nesta guerra? Seu nome causa certo desconforto nas pessoas... por que voltar para um lugar onde não é bem-vindo?

Murtagh abaixou a cabeça com um sorriso.

—Você precisa de um tempo a sozinho. Vá.

Enquanto descia as escadas, pensando no Cavaleiro Vermelho, tentava adquirir a postura de um Lorde. Seus braços cerrados atrás das costas, queixo erguido e o inevitável sorriso. Brincava pelos corredores até chegar ao salão.

Direcionava-se ao cadeirão de seu pai quando a imagem de sua fuga com Harán lhe veio à mente. As arvores esquecidas do lado de fora das muralhas. Está na hora de trabalhar. Pensou sentando-se na cadeira.

— Senhor. ­– Seu pai deixou-os para que observe a situação da cidade. – Um rapaz entregou-lhe pergaminhos.   

O senhor passou os olhos nos papéis.

— Obrigado, rapaz. E... chame Dorâne aqui, tudo bem? Vá.

O rapaz assentiu elétrico e deixou o lugar.

Lemond pôs-se a ler os pergaminhos do pai com um toque de surpresa. Não eram apenas sobre a atual situação da cidade, eram relatos de ações passadas de Haddes e dos governantes anteriores. Assim como a história de Dras-Leona e do Império.

Lemond nunca mostrou-se ausente em tentar compreender as coisas, mas ali havia informações em demasia, histórias que nunca chegariam às mãos de qualquer estudioso, apenas pelo fato de serem destinadas a quem estava no poder. Lemond franziu o cenho quando chegou a essa conclusão. Era repugnante que o poder pudesse manipular áreas que ele achou serem intocáveis, como o controle da sabedoria de uma pessoa.

— Lemond. – Dorâne surgiu na sala acompanhado de um desconforto discreto. Suas botas lamacentas aproximaram-se do cadeirão. – E aqui está você novamente... – Sorriu ele.

Lemond suspirou.

— Chegará o dia em que você confiará em mim, Comandante, confie em mim... – O senhor percebeu o paradoxo que criara e gargalhou.

Dorâne franziu o cenho diante da situação.

— Lemond, por que me chamou aqui?

— Bem, Dorâne... Eu... – Ele levantou-se. – Vamos caminhar um pouco.

*

 – Derrubar as árvores ao redor da muralha, mais patrulhas noturnas, navios de guerra no lago Leona...

— Dar continuidade as colheitas. – Lemond interrompeu Dorâne com alegres mãos agitadas. – Não importa o perigo, precisamos estar abastados. E acredito que Dras-Leona não seja o ponto foco de ataque de Marbrayes. O que conseguiram arrancar de Maard?

Dorâne pigarreou levantando as sobrancelhas.

— Ele mantém a mesma história sobre Orrin ser refém em Surda. Nada mais foi dito.

— Algo está errado... Ele não entregaria esta história de mãos beijadas. Espero que meu pai seja sensato ao dizer isto à Rainha. Temo que todos estejam correspondendo com as expectativas de Marbrayes.

— Por favor, Lemond. – Riu-se o comandante. – Concentre-se em Dras-Leona... Dezenas de pessoas mais experientes e sensatas estão resolvendo esta guerra. Não seja tão prepotente. – Ele segurou seu ombro. – Farei tudo o que pediu... Até mais. – E deixou Lemond sozinho no corredor com seus pensamentos e o cenho franzido.

De volta ao salão, Lemond pôs-se a pensar sobre Murtagh, e em como ele havia pego os ovos de dentro de seu quarto. O Cavaleiro parecia sempre saber o que acontecia. Por que me entregar os ovos se ele precisa vigiá-los ainda? Algo está errado. Existe outro motivo pelo qual Murtagh veio até mim.

— Não vim até aqui para lhe entregar ovos, Lemond. – A voz o surpreendeu em um eco ameno do escuro da sala ao crepúsculo.

— Murtagh? – Lemond levantou-se do cadeirão apenas para sentar-se novamente. – Inacreditável. – Ele revirou os olhos, desgostoso com a invasão. – Poderia fazê-lo prisioneiro por isso.

Murtagh gargalhou, mostrando-se das sombras do canto da sala.

— Lemond... Você sabe por que escolhi você? – Seu olhar era um poço profundo de vários significados.

— Eu sou sua peça... A peça de maior alcance. – Disse Lemond friamente. – E não nos esqueçamos... – Continuou ele com um sorriso irônico. – Eu sou jovem, e fácil de ser enganado. Você não contaria com a ajuda de Haddes ou qualquer outro Lorde cheio de interesses. – Cerrou os olhos olhando-o desguarnecidamente. – Não esqueçamos que sou testadamente de fácil manipulação... você pode comprovar isto quando virei-me para o lado dos Rebeldes. – Lemond levantou-se. –Você me escolheu pela minha reputação a seu favor... Cavaleiro. Diga-me que eu estou errado... Caso contrário, suma da minha frente.

Murtagh era uma estátua negra por vários instantes.

Ele virou-se de costas, olhando de canto de olho para o Senhor de Dras-Leona. Sua postura solene mantinha a figura do antigo Renegado naquele homem desgastado. Algumas palavras foram murmuradas, e no mesmo instante um baú surgiu aos pés de Lemond.

— Não posso protegê-los muito mais tempo... Acabarei sendo descoberto. – O Cavaleiro aproximou-se da porta. – Meus dias em Dras-Leona estão contados.

Lemond abriu o baú, encontrando-se mais uma vez em posse dos ovos. 

— Outras preocupações me chamam atenção. – Ele caminhou até o Senhor em posse dos ovos e entregou-lhe um papel com runas élficas. – Se quiser mesmo manter os ovos em segurança, precisará aprender a usar estas palavras. – Olhou uma última vez para o rapaz. – Pense o que quiser, Lemond, eu o escolhi por que você é alguém que pode dar certo.

Lemond bocejou ao ouvir o Cavaleiro fechar a porta da sala. Levantou-se recolhendo os pergaminhos que seu pai lhe dera, escondeu o baú em uma prateleira discreta e deixou a sala seguindo para o quarto. Enquanto caminhava a voz não saia de sua cabeça. “Não vim até aqui para lhe entregar ovos, Lemond.” Isso parecia querer dizer algo para ele... Mas ele nunca saberia.

— Por que veio até aqui, Murtagh? – Sussurrou ele antes de abrir sua porta e deixar todos estes pensamentos para trás.

Foi até a sua estante e retirou o livro com ensinamentos de magia. As runas da língua antiga não eram mais tão familiares como quando ele aprendera com Marbrayes... Mas com paciência ele podia decifrá-las.

— Querendo ou não, devo isto a ele. – Ele murmurou enquanto lia sobre os primórdios da relação do ser com a magia.

“A presença da magia devesse subconscientemente da compreensão do ambiente e das forças ocultas pelo costume carnal do ser.” Ele leu “A compreensão do movimento, da existência, das forças que movem tudo, e do que completa tudo.”

Ele olhou para os lados desnorteado, pensando sobre o que lera.

— Magia é a materialização da nossa certeza e segurança quanto ao que nos cerca e ao mundo além. – Ele pensou, não podendo deixar de fazê-lo em voz alta. Era claro como o sol para ele. – Magia é o preenchimento de nossas dúvidas com a solidez da verdade, é a concretização dos nossos pensamentos.

Ele fechou os olhos por algum tempo, livrando-se das frustrações que não levariam a nada, reunindo suas verdades, conceitos pré-formados, suas dúvidas... permitiu que a mente nadasse por elas e pelo som do ambiente. Abriu os olhos ainda em concentração, sentindo-se leve e em contato com profundo com o meio. Não sabia ao certo quanto tempo tinha passado.

— Ládrin... – Disse ele suavemente.

E como se sempre tivesse compreendido, a porta de seu armário abriu-se. Lemond ergueu as sobrancelhas. Devemos todos compreender que não é apenas nosso corpo que habita o ambiente, mas também a mente. Ele pensou, satisfeito com o progresso do dia. Feliz por perceber claramente a área que adentrava, e principalmente por provar não ser um tolo qualquer.

Fechou o livro e deixou o quarto para uma noite de muitas tochas e pouco vento. O rapaz olhou pelas janelas do corredor, para além das muralhas da cidadela. A cidade enoitecida seguia para o fim de mais um dia. Como posso protege-los de tudo o que carrego em minhas mãos?  Ele escondeu as mãos atrás das costas e seguiu seu caminho. Maldito Murtagh.  

Seu pai, Murtagh e todos o haviam abandonado, deixando todas as responsabilidades em suas mãos. Não soava como um castigo... sova como aproveitamento. Lemond estava disposto a fazer o seu melhor, e isto começava naquele dia.

O rapaz seguiu para fora do castelo, selou ele mesmo um cavalo e caiu cidade a dentro. As pessoas paravam seu caminho em meio às ruas para observá-lo em trote rápido.

As tochas tornaram-se raras quando chegou ao seu destino. Prendeu o cavalo na entrada da Taverna e adentrou-a. O ambiente trouxe-lhe sentimentos de uma época passada.

Os bêbados e os sóbrios olharam-no com espanto e alguma irritação, mas não ousaram dizer nada. Este não é mais um ambiente para mim. Pensou seguindo mais para dentro. Cerrou os olhos e passou a vista por todo o estabelecimento.

E lá estava ela...

O rapaz aproximou-se da mesa e sentou-se teatralmente ao lado da garota com a caneca de cerveja.

— Não posso acreditar. – Disse ele chamando a atenção dela. – Depois de todo este tempo, ainda sou capaz de encontrá-la aqui...

Ela ergueu as sobrancelhas olhando-o com grandes olhos negros, surpresos e acusadores.

 – Então o Lorde Lemond Grorvan deixou seu castelo? – Ela bateu com a caneca na mesa, pedindo mais cerveja. – E por que meus hábitos noturnos deveriam mudar?

Lemond sorriu arteiramente.

— Deveria tentar... – Ele aproximou sua cadeira da dela. – Sabe, aventurar-se mais.

— A embriaguez é aventura o suficiente para mim, obrigada. – Disse a garota. Seus cabelos negros em trança caiam até a cintura e os braços firmes estavam à mostra, ela vestia calças verdes cinzas que ressaltavam seus membros belos e saudáveis. O rosto intenso e atrevido era o mesmo que Lemond lembrava. Era estranho que as pessoas continuassem as mesmas enquanto ele havia mudado tanto. – O vi pelas ruas da cidade um tempo atrás... você estava bem apressado. – Ela deu um belo sorriso seguro, de quem não queria demonstrar curiosidade.

— Minha vida encontra-se mais apressada... – Ele devolveu o sorriso. – Domma, Domma... Se você soubesse como foram meus últimos meses.

— E ainda assim, aqui está você. – Disse ela virando a sua cadeira na direção dele.

Ele inclinou-se para frente e beijou-a, puxando seu lábio inferior com os dentes. Ele enterrou a mão em meio as suas tranças e voltou a sentar-se.

— Eu lhe trouxe um presente. – Disse ele retirando de dentro de sua túnica os pergaminhos que o pai lhe dera. Depois de ler todos aqueles relatos, ele estava disposto a fazer tudo diferente. Começando por deixar os cidadãos em familiaridade com a cidade. E aproximá-los dele.

Lemond colocou os papéis em cima da mesa e levantou-se.

— E o que seria isto? – Domma perguntou quando ele virou-se.

— Leia... – Ele respondeu com um sorriso. – Leia e espalhe por aí... faça o que quiser, é seu. – E seguiu para fora da Taverna.    


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Notas finais do capítulo

É... estou realizado. Mal posso esperar para postar outro. As férias são um grande presente!
E é com esta tipica felicidade que eu posto este...
Até mais, meus caros.
19/07/16



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