"Eram tempos de aprendizagem, quando a lua alumbrava a escuridão da noite, iluminando a relva. De encantos, magnífica Nix, deusa das vestes negras e de seus majestosos mistérios... Fantástica personificação da Noite. Em meio as revelações que a lua traz, emergia-se um ponto celeste. De um olhar sereno e confuso, que acompanhado de um pouco notável sorriso repleto de desejos."
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Era uma linda manhã, o sol brilhava como nunca sobre a cidade Hotaru, crianças saíam de suas casas dando um beijo no rosto de suas queridas mães, pareciam alegres ao traçarem um trajeto longo, pelo caminho tortuoso de pedras brancas.

— Sabe, Moon... Eu estava pensando em mais tarde sairmos. — Dizia um jovem de cabelos grisalhos e olhos castanhos, aproximadamente 1,70 de altura... Ele era magro, tinha o rosto fino, utilizava um uniforme escolar: Calça social preta, sapatos pretos e um camisa de manga curta, branca. Sua voz era calma, porém de um tom forte e intimidador.
— Poderíamos levar Haruka e Sakakibara? Eles são nossos amigos, Reiko. — A jovem não tinha mais de 1,60 de altura, seus cabelos loiros estava trançados para os lados enquanto em sua face parda carregava belíssimos olhos azuis, possuidora de uma voz meiga e extrovertida.
— Estava pensando em sairmos apenas nós dois, desta vez...
— Você está me chamando para um encontro? — Ela riu baixinho. — Que doce... Quem sabe.
Moon foi andando a frente de Reiko, ela ia pulando de pedra em pedra abrindo os braços quando precisava se equilibrar.
— Tente não se machucar dessa vez...
— Eu vou ficar b- ... — Uma das pedras rolou pela ladeira fazendo com que Moon perdesse o equilíbrio, por sorte, Reiko conseguira a segurar antes que rolasse pelo penhasco juntamente com a pedra. Ele a segurou fortemente, pressionando-a contra seu peito... Como se acabara de livrar seu mundo, das cruéis e gélidas mãos da Senhorita Morte.
Eles seguiram o caminho até a escola, mas agora permanecia um silêncio que incomodava a ambos.
— Desculpe, por não ter lhe ouvido, eu sou uma idiota. — Reiko não a respondeu, ele estava sério... Isso perturbava a pequena Moon.
Ao chegarem na escola, Reiko permanecia de mesmo modo... Quieto, reservado e extremamente sério. Nem mesmo quando Haruka e Sakakibara alegraram-se em vê-lo, ele não conseguiu abrir um sorriso. Talvez fosse seu jeito natural, ou algo realmente o incomodava.

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— Hey, Reiko, você tá muito quieto hoje. — Sakakibara tinha olhos verde esmeralda, os cabelos era de um tom esverdeado mais escuro, parecia um garoto bem extrovertido.
— Não estou afim de falar com você.
— Nós não somos amigos? — Reiko não o respondeu.

~Sakakibara~

Não sei o que havia acontecido com Reiko, só sei que ele estava me irritando... Moon estava triste pelas atitudes dele, e ver a Moon triste, é o mesmo do que pisar sobre mim. Estressado, o puxei pela gola da blusa encarando-o olho por olho.
— Olha aqui, seu metidinho... E não tenho ideia do que você tem em mente, mas o que seja, está magoando a Moon. Então acho bom mudar esse seu humor. — O soltei com violência e fui me retirando, dei uma virada para olhar para ele, quando me surpreendi com um soco impactante em meu olho. Quase tombei ficando com a cabeça baixa e logo olhei ferozmente em seus olhos.
As pessoas formaram um círculo em nossa volta enquanto gritavam "Briga! Briga! Briga! Briga!"
Revidei, dando outro soco no rosto dele, Reiko estava vindo em minha direção, ele me segurou dos braços e deu um chute em minhas costas, olhei para ele com raiva e fui em sua direção acertando um soco no estômago dele, o via cair no chão sem reações, para completar, dei um chute em seu peito, o que fez ele desmaiar repentinamente... Ainda com raiva, comecei a chutar a cabeça dele, eu não conseguia parar. Até que Haruka e Asuka vieram em minha direção, me parando, eu quase agredi elas, estava fora de mim por completo.
A partir desse dia, todos meus colegas de classe começaram a me olhar torto... Até mesmo Moon, Reiko foi levado para a enfermaria, parece que ele vai ficar bem... Acabei sendo expulso da escola por essa agressão...
Desde então, estou trancado em meu quarto pelo dia, meus pais aparecem de vez em quando para me trazer comida... Eu só saio pela noite, a única que me acolhe... A Noite é minha mãe, nunca me rejeita... Eu vivo me alimentando dela.

Essa noite estava fora do comum... A lua cheia iluminava toda a cidade, comecei a passear pelas ruas movimentadas, estava cabisbaixo e com as mãos nos bolsos da calça jeans. Passei pela frente de minha antiga escola... Todos os alunos estavam lá naquela noite, colação de grau... No terceiro andar, que era uma parte recreativa da escola... Ficavam as criancinhas do pré à quarta série.
— Tsc... — Adentrei a escola pelos enormes portões, vi pessoas todas bem vestidas, mulheres elegantes com vestidos longos e cabelos arrumados [cheios de laquê...] os homens estavam todos de ternos, até crianças... E eu, ali no meio, com um moletom preto e uma calça jeans.
De longe, consegui avistar meus 3 antigos amigos... Haruka, Moon e Reiko... Talvez eles nem se lembrassem de mim. Me direcionei até o terceiro andar, nada havia mudado nesse tempinho que estive fora, a biblioteca ainda tinha cheiro de livros velhos, e a sala de artes ainda estava com cheiro de tinta fresquinha. Fiquei na sala de artes, enquanto observava pela janela de vidro da porta, uma turma tendo aula.

...

Minha cabeça começou a doer fortemente de repente... — Argh! — Cambaleava para os lados, derrubando classes e algumas molduras, a professora da sala ouviu e veio ver o que estava acontecendo, os alunos curiosos todos me encararam. Eu caí de joelhos, sentindo algo me corroer...
— Está tudo bem com você? — Perguntou a professora.
Me levantei cabisbaixo, com um sorriso sádico... Foi quando comecei a rir freneticamente. — Bem...? HAHAHAHA ... Eu estou muito, BEM!

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~Horas Passadas~

— Quem é você? — A escola estava em pedaços, sendo queimada intensamente pelas chamas, crianças sufocavam-se pelos corredores... Sakakibara permanecia parado no corredor do terceiro andar, observando a figura de uma bela jovem... Ela usava um vestido preto frisado bem longo, segurava uma foice avermelhada e deixava exposto somente o seu olho azul celeste.

— Eu? ... Eu sou a Morte.