Supernatural escrita por Mabel_Cullen


Capítulo 21
Capítulo 21: Salvation


Notas iniciais do capítulo

Espero que gostem!!!! Bjsss...^.^



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Blue Earth, Minnesota.

Em uma igreja, o padre folheia a bíblia calmamente. Um tempo depois uma moça entra.

- Bom dia. – diz o padre a ela. – Posso ajudá-la?

- Eu meio que... Preciso conversar. – diz Roberta.

- Estou aqui para isso. – diz o padre se aproximando. Roberta senta em um dos bancos e o padre fica de pé a sua frente.

- Eu tenho feito coisas... – começa ela. -... Não muito boas.

- Bem, há sempre perdão para nós se o buscarmos. – diz o padre com um sorriso carinhoso.

- Para todos? Tem certeza? – pergunta Roberta.

- Eu prefiro dizer, ‘’Salvação foi criada para os pecadores.’’. – responde o padre. – Me diga, qual é o seu problema?

- Bem, eu tenho mentido... Muito. – diz Roberta. – Eu roubei, cobicei. E no outro dia eu conheci esse homem. Um cara legal, entende? Tivemos uma boa conversa, parecida com essa. Então, eu cortei sua garganta e arranquei o coração de seu peito.

O padre a olha assustado. Em seguida os olhos de Roberta ficam totalmente pretos.

- Isso me faz uma menina má? – pergunta ela com um sorriso agora maligno.

- Eu sei o que você é. – diz o padre se afastando. Os olhos de Roberta voltam ao normal e ela se levanta. – Você não pode estar aqui, isso é um solo sagrado.

- Me poupe. – diz Roberta. – Talvez isso funcione com as ligas de crianças, mãs não comigo.

O padre se vira e começa a correr, abre uma porta e desce as escadas, mais a dentro da igreja. Abre outra porta com chave e a fecha, colocando uma tábua de madeira. Vai até um ármario, onde se encontram várias armas e facas. Roberta abre a porta com um chute. O padre atira uma das facas nela, mas Roberta a segura antes de chegar a seu rosto.

- Você arremessa feito uma garota. – diz ela nervosa.

- O que você quer? – pergunta o padre recuando mais.

- Os Winchesters. – responde ela em seguida.

- Eu não tenho falado com John Winchester há mais de um ano. – comenta o padre. – Você está perdendo o seu tempo. Mesmo seu eu sobesse onde eles estão, eu nunca falaria para você.

- Eu sei. – diz Roberta e corta a garganta do padre rapidamente. Muito sangue jorra pelo chão. Roberta o olha com um sorriso e o padre morre em seguida.

...

Manning, Colorado.

Nas paredes de um motel há varios papéis sobre demônios e criaturas do mal, mapas, cidades e suas lendas.

- Então, é só isso. Isso é tudo que eu sei. – diz John sentado em uma escrivaninha. – Olhem, nossa vida toda nós procuramos esse demônio, certo? Nenhuma pista. Nada até o ano passado. Pela primeira vez, eu descobri um rastro.

- E isso foi quando você sumiu. – diz Dean.

- Sim. – concorda John.- O demônio deve ter saído do esconderijo ou da hibernação.

- Certo, e qual foi o rastro que você achou? – pergunta Jane. Sam a abraça por trás e dá um beijo em sua cabeça. Dean a olha surpreso. – Eu não quero ler mentes o tempo inteiro, Dean.

- E nem deve. – diz John a ela. – Isso pode tirar suas forças. Enfim, o demônio começou no Arizona, depois New Jersey, Califórnia. Casas foram queimadas, ele está indo atrás de famílias. Igual quando ele foi atrás da nossa.

- Famílias com bebês? – pergunta Sam.

- Sim. É na noite em que as crianças completam seis meses. – comenta John.

- Eu tinha seis meses naquela noite? – pergunta Sam.

- Exatamente seis meses. – concorda John.

- Então, basicamente o demônio está fazendo isso por alguma razão. – diz Sam.

- Para me irritar. – diz John. – Ele vai continuar fazendo isso até nos encontrar. Eu gostaria de ter mais respostas, mas... Eu sempre estive a um passo disso. Olhem, eu nunca cheguei a tempo de salvar.

- Então, como vamos achá-lo antes que ataque de novo? – pergunta Dean.

- Pelos sinais. – responde John. – Me levou um tempo para descobrir os padrões. Mas, nos dias antes desses incêndios, aparaceram sinais nos locais... Gados mortos, oscilação de temperaturas, tempestades elétricas. Então, eu voltei para dar uma olhada, e...

- Essas coisas aconteceram em Lawrence. – diz Dean.

- Uma semana antes da mãe de vocês morrer. – concorda John. – E em Palo Alto... Antes da Jessica. Esses sinais começaram a aparecer de novo.

- Onde? – pergunta Jane.

- Salvation, Iowa. – responde John.

...

Um tempo depois os quatro entram na cidade de Salvation. Uma placa na entrada diz ‘’Salvation, o coração da América, está pronto para o dia do juízo final?’’

Em seguida, John para no acostamento e sai do carro.

- Droga. – diz ele nervoso.

- O que foi? – pergunta Dean preocupado. Sam e Jane também o olham.

- Desgraçado. – continua John.

- O que foi? – repete Dean.

- Acabei de receber uma ligação de Caleb. – responde John com as mãos no bolso do casaco.

- Ele está bem? – pergunta Dean.

- Está ótimo. – responde John. - Jim Murphy morreu.

- Pastor Jim? – pergunta Sam surpreso. – Como?

- A garganta foi cortada e sangrou até a morte. – responde John. Eles olham para os lados preocupados.

- Caleb disse que eles acharam enxofre na casa do Jim. – comenta John.

- Um demônio. – diz Dean. John não fala nada. – ‘’O demônio?’’

- Não sei. – diz John. – Talvez ele se descuidou e escorregou. Talvez o demônio sabe que estamos chegando perto.

- O que vamos fazer? – pergunta Dean.

- Agora temos que agir como se cada segundo fosse importante. – responde John. – Tem dois hospitais e um posto de saúde nessa cidade. A gente se divide, cobrimos um espaço maior. Eu quero registros. Eu quero uma lista dos bebês que vão completar seis meses na semana que vem.

- Pai, isso pode ser dúzias de crianças. – comenta Sam. – Como vamos saber qual é a certa?

- Iremos olhar todas elas. – diz John. – Alguém tem alguma idéia melhor?

- Não, senhor. – respondem os três a ele.

- Jane, vá com o Sam. É melhor. – diz John. Jane dá um sorriso para ele e em seguida para Sam, que retribui com outro. Este e Dean entram no carro. John se vira para o seu, mas abaixa a cabeça.

- John? – pergunta Jane.

- É o Jim. Sabe, não posso. – diz John se virando para ela. – Isso acaba agora, eu vou terminá-lo. Não me importo o que é preciso.

John se vira novamente para seu carro e entra nele. Jane entra no carro de Dean. Em seguida os quatro partem. John vai até um dos hospitais, pega um crachá falso em uma bolsa no banco de trás e sai do carro. Sam e Jane se encontram em outro hospital, na biblioteca de arquivos.

- Aqui está, oficiais. – diz uma enfermeira lhes entregando um arquivo dos bebês da cidade.

- Obrigado. – agradecem os dois a ela com um sorriso e começam a pesquisar. Dean entra no posto de sáude que o pai indicou.

- Posso ajudá-lo? – pergunta uma moça no balcão de atendimento. Dean se vira para ela e arregala os olhos.

- Minha nossa, pode sim. – responde ele. Ela lhe dá um sorriso. Dean lhe mostra o distintivo de oficial. – Estou apenas trabalhando, então...

...

Com a pesquisa feita, Sam e Jane saem do hospital. De repente, Sam para e fecha os olhos com dor, imagens vem em sua mente. Ele põe a mão na cabeça perdendo o equilíbrio. Jane o olha preocupada.

- Sam? – pergunta ela. Ele não responde. – Sam!

Sam vê uma mulher segurando um bebê e o colocando no berço em seguida com um sorriso. A mulher ouve um barulho, de trem e olha pela janela. Sam sente mais dor. Jane não aguenta vê-lo assim.

- Sam, está tudo bem. – diz ela, beijando-o intensamente e pondo suas mãos na cabeça dele. A dor vai sumindo. Sam põe sua mão no rosto de Jane. – Você está bem?

- Sim. O que você...? – responde ele confuso.

- Eu não sei, mas... – de repente Jane fica fraca e cai. Sam a segura.

- Jane, o que foi? – pergunta Sam preocupado.

-  Nada. Hum... Vamos, temos que achar essa mulher da sua visão. – diz ela. – Não sei como, mas quando toquei em você, eu consegui ver o que você viu e também é como seu eu estivesse absorvendo sua dor.

- Vamos nos reunir com os outros, você precisa descansar. – diz Sam a ela ainda confuso.

- Não, Sam. – diz Jane o parando quando ele se vira. – Temos que achar essa mulher.

- Certeza? – pergunta ele. Jane confirma com a cabeça. Em seguida os dois saem a procura da mulher. Depois de um tempo, Sam olha a janela de uma casa, a mesma de sua visão.

- Sam, olha. – diz Jane. A moça da visão, chega com o carrinho do bebê, com um guarda-chuva e uma sacola na mão. Os dois vão até ela.

- Oi, deixa que eu seguro para você. Não vai mais precisar disso. – diz Jane segurando o guarda-chuva e o fechando para ela.

- Obrigada. – agradece a moça com um sorriso para eles.

- Ela é linda. É sua? – pergunta Sam, olhando a bebê no carrinho.

- Sim. – responde a moça.

- Me desculpe, que grosseria a nossa. – diz Sam. – Meu nome é Sam e esta é a Jane.

- Oi. – diz Jane com um sorriso para ela.

- Sou Mônica. – diz a moça. – E essa é a Rosie.

- Oi Rosie. – diz Jane para a bebê.

- Sejam bem-vindos à vizinhança. – diz Monica aos dois.

- Obrigado. – agradece Sam. – Ela parece ser uma ótima criança.

- Eu sei,  ela nunca chora. – comenta Monica. – Ela apenas fica encarando todo mundo. As vezes ela olha para as pessoas de um jeito, parece que lê a mente delas.

- E você Monica? Mora aqui há muito tempo? – pergunta Jane.

- Meu marido e eu compramos nossa casa antes de Rosie nascer. – responde ela.

- Qual a idade da Rosie? – pergunta Jane.

- Ela completa seis meses hoje. – responde Monica com um sorriso.

Jane e Sam se olham preocupados. Monica os olha.

- Monica... – diz Sam.

- Sim? – pergunta ela.

- Apenas se cuida, certo? – pede Sam a ela.

- É, se cuida, e da Rosie também. – diz Jane dando um sorriso para as duas.

- Sim, vocês dois também. – diz Monica com um sorriso para eles. – Nos veremos por aí.

- Com certeza. – diz Jane.

- Aí está o papai. – diz Monica para Rosie. Um carro vermelho entra na garagem da casa. Um homem sai de lá, dá um beijo em Monica. Sam pega na mão de Jane. Mais visões vem em suas cabeças, mas a dor só vem na de Jane. No quarto de Rosie, o relógio de bichinhos para, as luzes começam a  piscar. Monica entra no quarto, lá dentro se encontra um homem, não se vê seu rosto, está tudo preto.

- O que você...? – começa Monica, mas é jogada na parede, uma força a empurra para o teto. – Rosie!

Em seguida sua barriga é aberta e fogo sai do teto, queimando ela e a bebê.

...

No motel, Sam deita Jane em uma das camas, se ajoelha ao seu lado e segura sua mão. Dean e John sentados em suas camas, olham para Sam preocupados.

- Uma premonição? – pergunta John sem entender.

- Sim, eu vi o demônio queimando uma mulher no teto. – diz Sam. – A Jane estava de mãos dadas comigo e viu minhas visões também, só que dessa vez eu não senti dor nenhuma, a Jane sentiu no meu lugar, ela absorveu minha dor para ela.

- É claro que ela não deixaria você sentir dor, Sam. – diz John. – Você é muito importante para ela... Vamos deixá-la descansar. Você acha que vai acontecer com essa mulher que vocês conheceram, por quê?

- Porque essas coisas acontecem. – responde Sam.- Exatamente das formas que eu as vejo.

- Começou como pesadelos e então passou a tê-los enquanto estava acordado. – diz Dean levantando da cama e explicando ao pai.

- Sim, é como se... Eu não sei, mas é como se quanto mais perto eu chego de qualquer coisa que envolva o demônio, mais fortes as visões ficam. – diz Sam.

- Certo, e quando vocês iam me contar sobre isso? – pergunta John nervoso. Dean e Sam o olham.

- Não sabíamos o que isso significava. – diz Dean.

- Quando algo assim começa a acontecer com o seu irmão, pegue o telefone e me ligue. – diz John.

- Ligar para você? Está brincando? – pergunta Dean ficando nervoso também. – Pai, eu te liguei de Lawrence, certo? Sam ligou para você enquanto eu estava morrendo. Temos mais chaces de ganhar na loteria do que você atender o seu celular.

- Você está certo. – concorda John se acalmando. – Ainda que não estou muito feliz com esse seu novo tom, mas você está certo... Me desculpe.

- Com premonições ou sem premonições, o fato é que nós sabemos que o demônio vai vir hoje à noite. – diz Sam. – E essa família vai passar pelo mesmo inferno que a gente passou.

- Não, não vão. – diz John. – Ninguém nunca mais vai.

- Jane. – diz Sam. Ela começa a acordar, Dean pega um copo de água e entrega a ela.

- Obrigada. – ela agradece e bebe em um só gole.

- Você está bem? – pergunta Sam preocupado passando a mão em seu rosto pálido.

- Estou. – responde Jane com um sorriso para ele.

- Nunca mais faça isso, entendeu? Não era para você ter absorvido a minha dor. Olha para você, podia ter morrido. – diz Sam nervoso.

- Se for para te ver bem, eu faço qualquer coisa. – diz Jane com um sorriso cansado. Sam lhe a beija. John lhes dá um sorriso. Dean revira os olhos, mas também com um sorriso. O celular de Sam toca. – Me dá.

Sam entrega seu celular para Jane sem entender a reação dela.

- Que surpresa... Pensei que não a veríamos mais. – diz Jane no celular.

- Jane? – pergunta uma moça do outro lado da linha. – Que pena, queria tanto falar com o Sam.

 - Estava na cara que era você. – diz Jane se levantando da cama, mas ainda fraca. – Sabia que eu não tinha dado fim a você, Roberta.

John, Dean e Sam se levantam assustados.

- Me poupe, só porque eu cai de uma janela não quer dizer que eu ia morrer. – diz Roberta revirando os olhos. – Aquilo, sinceramente feriu meus sentimentos.

- Roberta? – pergunta Sam. – Não pode ser, ela caiu do sétimo andar.

- Deixe-me falar com John. – pede Roberta.

- Você sabe que eu posso ouvir a conversa, fale comigo, eu dou o recado a ele. – diz Jane.

- Jane... Jane... Volte para o seu pai, ele precisa de você. Ele anda tão triste ultimamente, seu eu pudesse tirá-lo daquela casa...

A expressão de Jane muda de repente.

- Corta o papo barato e diga logo o que você tem para dizer. – diz ela nervosa.

- Você não está se comportando como uma boa filha, Jane, mas vamos deixar isso de lado, você vai acabar voltando de qualquer jeito mesmo. Eu a perdôo por ter tentado me matar. – diz Roberta. Jane entrega o celular a John nervosa e senta na cama ao lado de Sam.

- Aqui é o John. – diz ele.

- Oi, John, sou Roberta. – se apresenta ela. – Sou amiga dos seus filhos e da Jane. Também sou a menina que assistiu Jim Murphy se afogar em seu próprio sangue.

John não responde.

- Ainda está aí, John Boy? – pergunta Roberta com um sorriso.

- Estou aqui. – responde ele mordendo os beiços.

- Bem, isso foi ontem. – diz Roberta. – Hoje estou em Lincoln, visitando outro velho amigo seu. Ele quer dizer oi.

Roberta desamarra a boca de um homem e coloca o celular perto de sua boca.

- John, seja o que for que eles fizerem, não dê... – começa o homem, mas Roberta retira o celular.

- Caleb? – pergunta John arregalando os olhos. Dean e Sam o olham surpresos. – Ouça, ele não tem nada a ver com isso. Deixe-o ir.

- Sabemos que você tem a Colt, John. – diz Roberta.

- Não sei do que você está falando. – diz ele.

- Tudo bem. – diz Roberta, pegando uma faca. – Então escute isso.

Roberta corta a garganta de Caleb. Este dá gemidos de dor. A garota põe o celular perto do homem e John ouve.

- Pode ouvir isso? Esse é o som do seu amigo morrendo. – diz Roberta. – Agora vamos tentar de novo. Sabemos que você tem a arma, John. As nóticias chegam rápido. Então, até onde a gente sabe, você acabou de declarar guerra. E é isso que acontece em uma guerra, há perdas.

- Eu vou matá-la, sabia disso? – diz John.

- John, por favor. Cuidado com sua pressão sanguínea. – diz Roberta com um sorriso. – Então, esse é o acordo, vamos continuar fazendo o que estamos fazendo. E seus amigos, qualquer um, que um dia já ajudou você, que lhe protegeram. Qualquer um que você já amou. Todos morrerão, ao menos que nos entregue a arma.

John não responde, apenas olha para os lados aflito sem saber o que dizer.

- Estou esperando, John. – diz Roberta vendo que ele não responde. – É melhor responder, antes que o tempo acabe.

- Tudo bem. – responde ele finalmente. Jane o olha surpresa.

- Como? Eu não entendi muito bem. – diz Roberta.

- Eu disse tudo bem, eu levo a Colt para você. – repete John a ela. Dean e Sam também o olham surpresos.

- Tem um armazém em Lincoln, esquina da Webash com a Lake. – explica Roberta. – Você vai me encontrar lá.

- Vai levar alguns dias para eu chegar aí. – diz John.

- Me encontre lá hoje, à meia-noite. – diz Roberta.

- Isso é impossível. – diz John. – Não consigo chegar aí a tempo. Eu não posso levar uma arma em um avião.

- Então, sinto muito, mas seus amigos vão morrer. – diz Roberta com um sorriso, adorando tudo. – Se você vier, venha sozinho.

Em seguida ela desliga e olha para Caleb morto na cadeira.

- Para que diabos você está olhando? – ela pergunta.

...

- Então, a Roberta é um demônio? – pergunta Sam.

- Sim. – responde Jane. – Ou pode estar sendo possuída por um.

- Não importa. – diz John.

- O que vamos fazer? – pergunta Dean.

- Eu vou para Lincoln. – responde John.

- O que? – pergunta Dean.

- Parece que não tenho escolha. – diz John. – Se eu não for, muitas pessoas vão morrer. Nossos amigos principalmente.

- Pai, o demônio está vindo hoje à noite. – diz Sam. – Para a Monica e sua família. Essa arma é tudo o que temos. Não pode simplesmente entregá-la.

- Quem disse alguma coisa sobre entregar? – diz John. – Olhem, além da gente e alguns vampiros ninguém nunca viu a arma. Ninguém sabe como ela é.

- Então... Você vai escolher o vencedor em uma casa de penhores? – pergunta Dean.

- Loja de antiguidades. – corrige John. Jane vai até ele e se aproxima bem de seu rosto, a poucos centímetros de distância.

- Você vai entregar uma arma falsa à Roberta e acha que ela não vai notar? – sussurra ela.

- Olha, desde que ela esteja longe, ela não vai ser capaz de notar a diferença. – sussurra John. Jane dá um sorriso sarcástico.

- É? Por quanto tempo? E quando ela descobrir? Vai começar tudo de novo? – pergunta Jane.

- Eu só precio comprá-la em algumas horas. – diz John. Sam e Dean olham os dois surpresos. – Isso é tudo.

- Você quer que a gente fique aqui, não é? – pergunta Sam. John e Jane o olham juntos. – Você quer que nós matemos esse demônio, nós mesmos.

- Não, Sam. – diz John. Jane o olha. – Eu quero parar de perder pessoas que a gente ama. Eu quero que você e a Jane vão para a faculdade. Eu quero que o Dean tenha um lar. Eu quero Mary viva. Eu só... Eu só quero que isso acabe.

Dean, Sam e Jane se olham.

Um tempo depois, Jane, Sam e John se encontram na estrada em um acostamento. Os três arrumam as coisas para John poder partir. Dean chega em seu carro.

- Conseguiu? – pergunta John. Dean tira um saco de dentro do casaco e o entrega. John tira uma arma idêntica à Colt.

- Você sabe que é uma armadilha, não é? – pergunta Dean. – Por isso Roberta quer que você vá sozinho.

- Eu posso lidar com ela. – diz John. – Eu tenho um arsenal cheio e carregado de água benta e amuletos Mandaic.

- Pai. – diz Dean.

- O que? – pergunta John.

- Me prometa uma coisa? – pergunta Dean.

- E o que seria? – pergunta John.

- Se der alguma coisa errada, saia daqui. – diz Dean. – Não se mate, certo? Não vai ser nada bom para a gente se você morrer.

- Isso serve para vocês também. – diz John. – Certo, ouçam. Eles fizeram as balas especialmente para essa Colt. Tem somente quatro nela. Sem elas, essa arma é inútil. Façam cada tiro valer a pena.

- Sim, senhor. – respondem os três.

- Eu tenho esperado por muito tempo essa luta. – diz John. – Agora está aqui e eu não vou participar dela. Agora é com vocês. A luta é de vocês, terminem com isso. Terminem o que eu comecei... Entenderam?

- Sim, senhor. – respondem eles.

- Jane, cuide deles, você sabe como eles são, certo? – pede John a ela com um sorriso carinhoso.

- Se for preciso, John... – começa Jane. -... Eu morro por eles.

- Não mesmo. – diz Sam a abraçando por trás e lhe dando um beijo na bochecha, carinhoso.

- Não mesmo. – repete Dean concordando com o irmão. John dá um sorriso para os três. Este entrega a Colt à Dean.

- Nos vemos em breve, pai. – diz Sam.

- Nos vemos em breve, John. – repete Jane.

- Vejo vocês mais tarde. – diz John a eles e entra em sua caminhonete. Os três o vêem partir pela estrada.

- Até mais. – sussurra Dean.

De madrugada, John chega no lugar combinado. Sai da caminhonete, pega a arma falsa e um crucifixo do bolso do casaco. Em seguida entra no depósito e anda pelos corredores.

...

Em Salvation, Dean, Jane e Sam se encontram em frente a casa de Monica  que janta na sala com seu marido.

- Podemos contar que eles tem um vazamento de gás. – diz Sam. – Talvez eles saiam da casa por algumas horas.

- Sim, e quantas vezes isso funcionou com a gente? – pergunta Dean.

- Podemos contá-los a verdade. – diz Sam em seguida. Os três se olham.

- Nããão. – Jane e Dean dizem juntos a ele.

- Eu sei, é que... O que está vindo para essas pessoas... – diz Sam.

- Sam, só temos que fazer uma coisa, e você sabe, certo? – pergunta Dean. – Vamos esperar o demônio aparecer e então... A gente pega ele antes que ele ataque.

- Eu queria saber como o papai está indo. – diz Sam. Jane o olha com um sorriso.

- Ele vai ficar bem. – diz ela. – Apesar de que eu iria me sentir bem melhor se estivéssemos dando cobertura pra ele.

- Eu também. – concorda Dean.

- Eu me sentiria bem melhor se ele estivesse aqui ‘’nos’’ dando cobertura. – diz Sam. Jane e Dean lhe dão um sorriso.

...

No depósito, John sobe no telhado para ter uma vista melhor. Roberta passa ali perto e ele se esconde por trás de caixas d’água que saem vapor. Roberta olha para os lados, não vê nada e continua andando. John abre umas das caixas d’água, fala algumas palavras em outra língua e joga o crucifixo de suas mãos lá dentro.

...

Em Salvation.

- Isso é estranho. – diz Sam.

- O que foi? – pergunta Jane.

- Depois de todos esses anos, finalmente estamos aqui. – responde Sam. – Nem parece verdade.

- Vamos nos focar e completar o trabalho, como sempre. – diz Dean.

- Sim, mas dessa vez não é como sempre. – diz Sam.

- Verdade. – diz Dean.

- Dean, Jane... – diz Sam. – Eu queria lhes agradecer.

- Pelo quê? – perguntam os dois ao mesmo tempo.

- Por tudo. – responde Sam. – Vocês sempre me protegeram, sabe? Mesmo quando não podia contar com ninguém, sempre pude contar com vocês. E agora... Eu não sei... Só queria que vocês soubessem. Em todo o caso, se...

- Espera, ei, ei... Você está brincando? – pergunta Jane sem deixá-lo terminar.

- O que foi? – pergunta Sam sem entender.

- Não diga que em todo o caso alguma coisa vai acontecer com você. – diz Jane nervosa. – Não quero nem sequer ouvir isso, porque não vai acontecer.

- É, ninguém vai morrer hoje. – diz Dean também nervoso. – Nem nós, nem aquela família...

- Exceto o demônio. – completa Jane. – Esse desgraçado não vai viver por mais uma noite, entendeu?

...

Dentro do depósito, Roberta fica a espera de John. Este entra em seguida e ela o olha.

- John, você veio. – diz ela. – Que pena, mesmo. Eu esperava matar mais alguns amigos seus.

- Desculpe desapontá-la. – diz John com um sorriso sarcástico.

- Eu posso ver de onde seus filhos herdaram sua beleza. – diz Roberta. John olha para os lados. – Agora, eu preciso admitir... Considerando o que eles disseram sobre você, eu pensei que seria mais... Alto. Vejo que você não é de muita conversa. Quer ir direto ao assunto? Certo. Porque você não entrega a arma?

- Se eu te der a arma, como eu saio daqui? – pergunta John.

- Se você for tão bom quanto dizem, vai dar um jeito. – responde Roberta.

- Talvez eu atire em você. – diz John.

- Você quer atirar em mim, querido? – pergunta Roberta com um sorriso. – Vá em frente, não vai adiantar em nada. Existem mais de onde eu vim.

Um homem entra no depósito.

- Quem diabos é ele? – pergunta John.

- Ele não é tão legal como eu, posso lhe garantir isso. – diz Roberta. – Então eu sugiro que você nos dê a arma.

John não se mexe.

- Agora! – manda Roberta irritada. John a entrega a arma.

- Essa é a Colt? – pergunta Roberta. John afirma com a cabeça. – O que você acha?

O outro demônio pega a arma e passa sua mão nela, olha para John e em seguida atira em Roberta.

- Você atirou em mim! – grita Roberta surpresa. Nada acontece. – Não posso acreditar que atirou em mim!

- É falsa. – diz o outro demônio atirando a arma para longe. Roberta olha para John.

- Você está morto, John. – diz ela. – E seus filhos também.

- Eu nunca usei a arma, como poderia saber que ela não funciona. – diz John.

- Eu não estou de bom-humor. – diz Roberta. – Acabei de ser baleada.

- Bem, então, acho que você teve sorte pela arma não ser verdadeira. – diz John.

- Muito engraçado, John. – diz Roberta se aproximando dele. – Nós vamos tirar a pele de seus ossos, mas isso foi engraçado.

Em seguida John sai correndo por uma porta para fora do depósito. Volta pelos mesmos corredores. Neles há vários canos. John tira um deles e água começa a cair deles. Os demônios continuam andando, mas seus pés começam a queimar e voltam.

- Água benta, John. Muito esperto. – diz Roberta. John lhes dá um sorriso e continua a correr.

...

 Em Salvation, Dean tenta ligar para o pai.

- Ele não atende. – diz ele.

- Talvez Roberta esteja atrasada. Talvez o sinal esteja ruim. – diz Sam.

- É, talvez... – diz Dean.

- Esperem, escutem. – diz Jane. O rádio liga sozinho, o vento lá fora aumenta e as luzes da casa de Monica começam a apagar e a acender. – Está vindo.

...

John vai até à caminhonete e vê os pneus furados.

- Droga. – diz ele e corre para outro lugar.

...

Jane estica seu braço para a porta da casa e a abre facilmente. Os três entram silenciosamente. Está tudo muito quieto.

- Saiam da minha casa. – grita o marido de Monica atacando os três. Jane estica o braço para ele e o prende na parede com a força do vento. Ele se espanta.

- Sr. Holt, me escuta. – diz ela se aproximando dele. – Estamos tentando ajudar o senhor e sua família, entendeu?

- Charlie, está tudo bem aí em baixo? – pergunta Monica lá em cima.

- Monica, pegue o bebê! – grita Charlie.

- Não vá para o berçário. – grita Sam.

- Fique longe dela! – grita Charlie. Dean lhe dá um soco e ele desmaia. Jane o desprende da parede. Monica entra no quarto de Rosie. Há um homem lá dentro, mas não se vê seu rosto.

- O que você...? – começa Monica, mas uma força a empurra para a parede. Ela começa a subir até o teto. Sam e Jane vão até quarto de Rosie e vêem o demônio.  Este lhes mostra seus olhos,  são totalmente amarelos. Sam atira com a Colt, mas o demônio desaparece no ar antes. Monica cai do teto e Jane a segura.

- Meu bebê, Rosie! – grita Monica se levantando.

- Não. – diz Jane a impedindo de se aproximar do berço.

- Tirem-na daqui. Eu pego o bebê. – diz Dean entrando no quarto.

- Meu bebê! – grita Monica enquanto Sam e Jane a tiram do quarto e a levam para fora da casa.

- Dean a pegou. – diz Sam. Dean pega Rosie e sai do quarto. Em seguida o berço pega fogo.

...

John pára de correr, pega seu celular, mas de repente uma força o prende na parede e o faz sentir dor. O homem que estava junto de Roberta vem até ele.

...

O quarto de Rosie explode.

Todos saem da casa a salvo.

- Fiquem longe da minha família. – diz Charlie a eles nervoso.

- Não, Charlie, não! – diz Monica. – Eles nos salvaram! Eles nos salvaram...

Dean entrega Rosie a Monica. Charlie as abraça.

- Obrigado. – agradece Monica. Sam olha o quarto lá em cima e vê o demônio os olhando com um sorriso.

- Ele ainda está lá. – diz Sam começando a correr.

- Sam, não. – diz Dean o puxando.

- Dean, me deixe ir! Ele ainda está lá. – diz Sam.

- O lugar está queimando, é suicídio. – diz Jane.

- Eu não me importo. – diz Sam.

- Mas, eu sim! – grita Jane nervosa a ele. Eles olham lá em cima de novo, e vêem o demônio mais uma vez antes dele desaparecer.

Um tempo depois, no motel.

- Vamos, pai. Atenda o seu telefone, droga. – diz Dean andando de um lado para o outro. John não atende e Dean desliga o celular. – Tem alguma coisa errada.

Nem Sam, nem Jane respondem.

- Vocês me ouviram? – pergunta Dean. – Alguma coisa aconteceu.

- Se você tivesse me deixado ir até lá, eu podia ter acabado com tudo isso. – diz Sam.

- Sam, a única coisa com que você acabaria é com sua vida. – diz Jane virando o rosto dele para ela.

- Como você sabe? – pergunta ele.

- Você está querendo se sacrificar, é isso? – pergunta Dean nervoso.

- Sim, sim, você está certo, eu estou. – responde Sam. Jane fica nervosa, ergue seu braço, empurra Sam para uma parede com uma força enorme e vai até ele.

- É? Bom, isso não vai acontecer... – diz Jane com lágrimas caindo de seus olhos. Sam a olha surpreso – Não enquanto eu estiver por perto.

- Que diabos você está falando, Jane? – pergunta Sam. – Estivemos procurando esse demônio há muito tempo. Essa é a única coisa que a gente sempre se preocupou.

- Sam, eu quero acabar com isso. Eu quero, certo? – diz Jane. – Mas não vou deixar que nenhum de vocês morra por isso. Estou falando sério, se encontrar esse demônio significa você se matar, então eu não quero encontrá-lo nunca. Se for para alguém morrer, essa pessoa vai ser eu. Mas vocês dois, não. Vocês já sofreram demais.

- O que? – pergunta Sam nervoso a ela.

- Isso tudo tem a ver comigo, então sou eu que deve morrer. – repete Jane. Em seguida, por alguma razão, Sam consegue se soltar do poder de Jane e a empurra para a parede.

- Como...? – começa Jane, mas é interrompida.

- Nunca mais fale isso. – diz Sam nervoso. – Nunca. Eu não suportaria perder você também.

- Nem eu você. – diz Jane. Sam a beija. – Vocês três, é tudo o que eu tenho e com o que eu me importo. As vezes eu acho que não vou aguentar. Sem vocês três eu não sou nada... John já deveria ter ligado, tente de novo, Dean.

Dean pega seu celular e tenta ligar de novo. No depósito, Roberta pega o celular e atende.

- Vocês fracassaram dessa vez. – diz ela com um sorriso.

- Onde ele está? – pergunta Dean assustado. Jane e Sam o olham.

- Vocês nunca vão ver seu pai de novo. – diz Roberta. Dean olha para Sam e Jane com uma expressão de choro.

- Não. – diz Sam. Jane olha para o chão com ódio.

Fim do Vigésimo Primeiro Capítulo


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Notas finais do capítulo

Reviews??? Continuem lendo, obrigada...^.^



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