Angel With a Shotgun escrita por Sabidinha Chase


Capítulo 9
Capítulo 8 - Protegida


Notas iniciais do capítulo

Achou que eu ia parar neh? Que nada só estou esquentando os motores antes de mais ideias. Espero que gostem!!!



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Capítulo 8 – Protegida

Natasha havia terminado seu banho e enxugava seus cabelos ruivos e encaracolado enquanto caminhava nua para seu quarto, pensava no constrangimento que havia Steve sentir, ela riu sozinha pensando no resultado, Steve havia ficado mudo a viagem inteira, e por mais que ela puxasse assunto ele a respondia de forma monossilábica.

Sentou-se em frente ao guarda-roupa tentando focar na roupa que vestiria, porém sua imagem no espelho refletia uma mulher extremamente atraente, mas que nunca havia amado ninguém, seus pensamentos voltaram a Steve e ao que ele havia dito a respeito de amar alguém, era estranho que alguém como Steve estivesse solteiro enquanto acreditava piamente no amor.

–Um monte de besteira – disse pegando uma regata, uma calcinha e uma calça de moletom, odiava usar sutiã.

Se vestiu em um piscar de olhos, colocou um tênis, pegou uma mochila que escondia debaixo da cama e colocou uma toalha, um embrulho delicado e suas luvas de boxe. Sem pensar duas vezes saiu de casa procurando o único lugar onde conseguia colocar a mente no lugar, e agradeceu profundamente que seu novo protetor não a ouviu sair.

[...]

Steve dormia tranquilamente no sofá quando viu a luz automática do corredor acender. Foi até a porta e viu pelo olho mágico apenas um faixo ruivo descer as escadas rapidamente. Sabia muito bem que Natasha não queria que ele ficasse colado nela, porém ele não ligava muito para o que ela queria.

Ele colocou um tênis e jogou um casaco de couro nas costas, por instinto pegou seu escudo. Saiu após alguns minutos para que ela não o visse. Desceu as escadas se certificando que ela já havia saído do prédio. E como um caçador que procura sua presa a seguiu pelas ruas mais movimentadas.

[...]

Natasha estava sentada e se olhava no espelho novamente, porém agora não parecia uma mulher sedutora, nem mesmo alguém que atirasse para matar seu pior inimigo, era uma mulher delicada e com uma postura impecável. Ela terminou o coque em seu cabelo e levantou com toda a suavidade que havia sido ensinada. Desligou algumas luzes da enorme sala espelhada deixando-a numa penumbra tranquilizadora. Ligou o pequeno rádio e respirou fundo enquanto o toque do piano suavemente fazia soar sua música preferida (Our Farewell), uma coreografia ensinada a ela a décadas a trás.

Lentamente a guerreira se tornou em uma donzela, uma bela donzela delicada que flutuava feito uma pluma e que somente um feixe de luz poderia iluminá-la e Steve por sua vez a olhava encantado. Era como uma caixinha de música, a pequena bailarina se movimentava de acordo com a letra suave que eram dedilhadas nota por nota por um pianista qualquer, Steve não se importava em saber.

Natasha fechou seus olhos imaginando-se no palco novamente, há muito tempo atrás ela se exibia e encantava a todos com sua delicadeza e sincronismo, agora o sincronismo lhe era útil para matar, para se esconder do inimigo e para golpes violentos.

Suas pernas retas mostravam seu completo equilíbrio, e quando mudava a nota Natasha erguia perfeitamente uma de suas pernas para traz, apoiando somente em uma e rodopiando lentamente. Steve pensou em quão perfeita Natasha seria, em quais habilidades ela ainda escondia e se repreendeu por pensar em seu corpo se aproximando do seu novamente.

Ao sentir a letra da música Natasha se entregava ainda mais, e com flashs do seu passado que sempre queria esquecer sentiu lágrimas finas que teimavam em escorrer quando dançava, principalmente aquela canção.

Steve ficou surpreso ao vê-la chorar, não era um choro desesperado, mas uma delicada lágrima que escorria, em seu rosto que agora parecia de porcelana. Steve sentiu uma vontade incontrolável de se aproximar, abraça-la e dizer que qualquer coisa que estivesse lembrando ele estaria ao seu lado, mas aquilo era uma tremenda mentira, pois Steve nem sequer conhecia aquela moça, o que conhecia era uma espiã cruel que o mataria se ele fosse seu alvo. Porém com aquela cena era impossível Steve pensar nela como uma assassina, ela era uma flor delicada.

A música foi parando lentamente e como em câmera lenta Natasha foi diminuindo seus pequenos passos de bailarina, foi ao chão e abaixou a cabeça, a transformando em uma pequena rosa cor-de-rosa e seu cabelo parecia nada menos que uma gota de sangue.

Natasha logo despertou como se alguém a houvesse tocado, não havia mais nenhuma música apenas um estrondo na janela a quebrando em centenas de fragmentos cortantes. Natasha se protegeu dos vidros, uma moto bmw 1000 atravessou a vidraça com um motoqueiro completamente de preto, seu rosto estava escondido por um capacete que se quer mostrava seus olhos, ele freou bruscamente e apontou sua arma para Natasha que correu até sua mochila, porém antes mesmo dela se aproximar ele disparou três tiros seguidos, Natasha não sentiu os tiros, muito pelo contrário ouviu os tiros ricochetar em algo metálico.

–Pensa rápido Capitão – ela jogou uma de suas armas para Steve que pegou no ar logo atirando contra o inimigo.

O inimigo desviou das balas com facilidade acelerando a moto, mirou novamente e atirou, Steve os protegeu com o escudo.

–Temos que sair daqui – ele gritou para Natasha que apenas jogou seu tutu e colocou a calça de moletom.

–Vamos! – ela apontou a saída, e mesmo de sapatilha corria sem que nada a atrapalhasse.

Os dois deixaram o estúdio e foram seguidos pelo seu inimigo desconhecido , passaram pela porta grande de vidro e logo atrás veio seu inimigo. Natasha avistou um carro parado em frente e quebrou o vidro disparando o alarme.

–Você vai roubar um carro? – Steve perguntou atônito.

–Tem uma ideia melhor? – ele entrou a seguindo e fazendo uma ligação direta rapidamente Natasha acelerou o carro fritando os pneus.

Ela dirigia como um piloto de formula 1, Steve ficava cada vez mais impressionado com suas habilidades. Ela fez uma curva sendo seguida por seu adversário incansável.

–Qual é seu plano? – Steve perguntou se segurando na porta com a força que foi jogado.

–Raramente tenho um plano Capitão – ela olhou para traz vendo seu inimigo se aproximar – Segure-se!

Ela deu um cavalinho de pau fazendo ficar de frente com seu inimigo que não estava preparado e mirou a arma com dificuldade, com uma precisão milimétrica Natasha mirou sua arma e atirou no pneu da frente fazendo com que a moto perdesse o controle e jogasse seu piloto a mais de três metros de distancia.

–Esse é meu plano – Natasha acelerou novamente olhando no retrovisor e vendo que seu novo inimigo estava caído e nem tentava se levantar.

Natasha pegou muita distancia até decidir abandonar o carro perto do Central Park, Steve ainda estava impressionado e por isso não havia dito nada.

–Por que me seguiu? – Natasha perguntou acida enquanto batia a porta do carro com força.

–Para te proteger – Steve falou como se fosse algo obvio.

–Vocês homens são todos iguais – ela deu um soco no capô do carro o amassando, Steve deu a volta e ficou a menos de um metro de distancia – Acha que não sei me proteger?

–Acho – ele respondeu novamente como algo obvio – Se não fosse por mim você teria levado um tiro nas costas.

–Já sobrevivi a doze tiros, não um e muito menos a dois, mas a doze – ela estava ficando irritada – Não sou uma donzela em perigo que precisa de proteção.

–Não é o que me parece – ela não sabia se ele estava se referindo ao fato dela quase ser atingida, ou pelo fato de ainda estar vestida de bailarina e parecer uma boneca, uma frágil boneca de porcelana.

–Entenda uma coisa Steve – ela respirou fundo, homens já são complicados, homens do século passado seriam milhões de vezes pior – Isso que sou por fora é uma capa, só um modelinho bonito para que as pessoas acreditem que eu sou perfeita, que sou graciosa e delicada. Eu sou bruta, sou uma guerreira, eu sobrevivi a guerras iguais a você Steve – pela primeira vez Natasha percebeu que tinha muita coisa em comum com Steve, só que um lado oposto.

–Por que você é tão teimosa? Por que não consegue aceitar que estou aqui para te ajudar? Não pode confiar em mim? – Steve perguntou quase gritando.

–Sinto muito Steve – ela pegou em seu braço e se aproximou dando-lhe um leve beijo no rosto –Eu não posso confiar em ninguém – ela deu as costas para ele caminhando o deixando com uma expressão indignada e um pouco engraçada no rosto.

–Quem fez isso com você? – Steve gritou quando despertou de seu transe, ela já estava a uma distancia mais parou e se virou.

–Um capitão – ela respondeu voltando a caminhar.

Steve observava ela se afastar sem poder muito a respeito, era como se por mais que tenta-se ajuda-la, mas ela queria se afastar. Ele acreditava que ela nunca havia amado ninguém, mas também havia aprendido a odiar desde pequena

[...]

Natasha fechou a porta do apartamento sentindo um peso em suas costas, estava rodando na cidade a horas. Steve não era mau, um pouco inocente e machista, mas conseguia ler seus atos, e a maldade não existia em se quer um decimo de seu olhar, entretanto Natasha se pudesse ser lida por Steve teria noventa por cento de maldade, o resto até ela desconhecia.

Natasha foi para seu quarto, tirou as sapatilhas rosa que estavam sujas e rasgadas, embrulhou e guardou embaixo da cama, havia perdido suas coisas, menos a sapatilha, apesar de agora não poder usá-las queria guardá-las. Colocou um pijama leve de seda, apesar da noite não estar quente. Soltou seus cabelos que caíram desfazendo um pouco de seus cachos.

Natasha andava como se houvesse em um transe, ficou imaginando há quanto tempo Steve estava observando, se a viu chorar, provavelmente. Abriu a geladeira e tomou quase o litro inteiro de água. Alguns minutos se passaram enquanto ela olhava para a porta encostada na pia, queria de alguma forma que Steve batesse na porta e perguntasse por ela, e apesar de ver a luz automática se acender e passos no hall a única coisa que bateu foi a porta do apartamento dele que se fechava.

Ela colocou a garrafa vazia na pia e pegou seu notebook, tentando afastar seus pensamentos de Steve. Logo em seguida seu comunicador tocou.

–Natasha? – era a voz de Fury.

–Natasha na escuta – ela respondeu.

–Preciso de alguma coisa – ele disse profissionalmente.

–Steve está trabalhando para uma organização secreta, consegui segui-lo, mas ele é discreto.

–E a escuta telefônica? – Fury perguntou já ansioso.

–Está correndo bem, consegui intercepta-lo e provavelmente tem mais alguém envolvido – ela mentia como ninguém – Só preciso do nome.

–Ótimo, vou precisar que fique nisso até semana que vem – a extradição viria em uma semana, ela se lembrou – Consegue fazer isso sem matar ninguém?

–Com certeza – ela desligou o comunicador já enojada daquela pessoa, seja ela quem for.

Ela ouviu a porta de Steve abrindo e automaticamente olhou para a porta, em seguida duas batidas fez um sorriso brotar em seu rosto, e não sabia o real motivo daquilo. Ela abriu a porta e Steve estava parado com uma caixinha de presente rosa com um laço vermelho estendida para ela.

–Eu lhe devo desculpas – ele falou antes que ela falasse qualquer coisa – Você é mais forte, mais esperta e dirige muito melhor que qualquer homem que conheci e por isso achei que você merecia um presente com a sua cara – ele ofereceu o presente.

–Não é um charuto não é? – ela brincou pegando o presente da mão de Steve.

–Não – ele riu e ela deu espaço indicando para que ele entrasse.

Steve entrou e pela primeira vez pensou naquele apartamento como algo completamente fictício. Conhecera a verdadeira Natasha e havia percebido que ela não tinha nada haver com aquele espaço, talvez a falsa Natasha, mas a original jamais.

–Posso abrir agora ou terei que esperar você ir embora para não mata-lo? – ela continuou brincando sacudindo o presente para tentar adivinhar.

–Você não pode duvidar de tudo e todos Natasha – ela iria responder, mas ele foi mais rápido – Não peço para que confie em mim, mas me dê o beneficio da dúvida.

Ela suspirou tentando ignorar os olhos lindos e inocentes de Steve sob os seus, mas era impossível.

–Abra – ele indicou o presente.

Assim como ele pediu ela abriu, o laço se desfez e tampa caiu no chão. Um sorriso mais do que verdadeiro brotou nos lábios de Natasha, fazendo com que Steve pela primeira vez percebesse o quão encantadora ela poderia ser.


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Notas finais do capítulo

O QUE SERÁ??? Bom, pra isso preciso de mais comentários, sim isso é uma chantagem, afinal o ultimo capitulo tive vários fantasmas aqui.
Agora levanta a mão quem vai assistir Os Vingadores na estréia!!! EUUUU o/
Estou pensando em voltar a escrever Lonely Minds, alguém quer de volta?