Capítulo 7 - Inimiga Publica

Tony aceitou o convite de Natasha de se encontrarem em um restaurante para que ninguém chamasse atenção. Natasha e Steve se aproximaram do balcão onde um homem afeminado os atendeu:

–Boa noite, mesa para dois? – do jeito que ele olhou para Steve com certeza era gay.

–Não – ela falou firme – Temos um encontro com Tony Stark.

–Me acompanhem – ele saiu na frente e os dois o seguiram – Boa noite senhor Stark, seu compromisso – ele apontou a mesa para os dois e se retirou dando mais uma olhada para Steve.

–Você encanta mulheres e homens – Natasha comentou antes de cumprimentar Tony – Boa noite Stark!

–Nachata! – ele se levantou abrindo os dois braços esperando um abraço que não aconteceu – Você ama me deixar no vácuo – ele voltou a se sentar.

–Sem gracinhas Stark, estamos aqui em uma missão e preciso de sua ajuda – ela se sentou e apontou uma cadeira para Steve – Como já deve saber este é Steve Rogers, o Capitão América.

–Claro que sim – Stark estendeu a mão e Steve o cumprimentou com um sorriso amigável – É prazer, ouvi falar o que aconteceu com você, é incrível o que alguns anos não faz com uma pessoa – ele deu uma piscada, mas Steve não entendeu – Claro, no seu caso só fez bem, apesar de agora poder ser chamado de um picolé humano.

–Stark vamos direto ao assunto – Natasha o cortou – Preciso entrar na S.H.I.E.L.D

–Você quer entrar na organização em que trabalha? – ele estreitou os olhos – Se quer fazer qualquer coisa com meus equipamento quero saber o que é.

–Não posso contar, posso coloca-lo em risco e também sua empresa – ela mentiu, não confiava em Stark.

–Ótimo, então procure outra empresa com um gênio no comando e cujo o preparo da empresa consiga entrar em uma unidade que garante a segurança nacional – ele pegou um pão torrado e colocou na boca fazendo um barulho irritante.

–Acho que o senhor ainda não entendeu a gravidade da situação – Steve se pronunciou se ajeitando na cadeira, ele estava desconfortável com a situação.

–Por favor, me chame de Tony, senhor é você que tem a idade da minha vó, literalmente.- Steve o fuzilou com os olhos, pude ver que ele estava controlando sua raiva.

–Ok, Tony – ele enfatizou o Tony – Precisamos entrar no sistema da S.H.I.E.L.D

–Minhas condições não mudam você ter perdido, mesmo sabendo que devo respeito aos mais velhos – Steve bateu com sua mão na mesas quase a quebrando chamando atenção para si.

–Calma Steve – Natasha pediu segurando seu pulso.

–É calma Capicolé! – Stark pegou mais uma torrada e enfiou na boca dando seu meio sorriso irritante.

–Pra mim já chega! – Steve se levantou irritado – Vamos embora, não precisamos desse playboy metido a herói.

–O pior é que precisamos – Natasha disse o contrariando – Sente-se Steve, não diga mais nada, deixa que eu cuido disso – ela sussurrou em seu ouvido – Stark – ela se voltou a Tony – O que você precisa saber é que pode ser que haja outra pessoa se passando pelo Fury, que todos correm perigo por uma organização como a S.H.I.E.L.D estar em mãos que desconhecemos e que se você não nos ajudar ficarei feliz em saber que posso contar com o Capitão para quebrar essa sua cabeça mimada – ela deu um sorrisinho cínico ele ele se endireitou na cadeira e limpou as mãos.

–Está vendo! Conversando tudo dá certo – ele pegou seu notebook em uma maleta que estava no chão, o abriu e começou a digitar, Natasha não conseguia ver, mas em poucos minutos Stark estava infiltrado no sistema da S.H.I.E.L.D, ele estava concentrado, mas com um sorriso no rosto, como uma criança que jogava um vídeo game divertido, porém logo o sorriso se fechou, suas sobrancelhas arquearam e ele olhou para Natasha – A coisa tá feia!

–Como? – Natasha mal havia perguntado e ele virou o notebook para que os dois olhassem para o monitor.

–Se alguém que não seja o Fury está controlando a S.H.I.E.L.D conseguiu fazer um belo estrago, ele roubou um liquido desconhecido de Cuba e deu seu nome ao ataque, planejou recrutar o Capitão América a força enviando uma espiã russa a sua procura, quer um mandato para espionar a indústria Stark e... – ele fez uma pausa e desceu a tela onde havia minha foto - Ele preparou uma extradição pra você de volta a Rússia e como acordo de paz entre os países, terão de executá-la e se permanecer no país o próprio Estados Unidos irá mata-la, no caso, seu mais novo Capitão irá faze o trabalho sujo.

Natasha sentiu como se uma faca entrasse em seu peito. Naquele momento sabia exatamente que aquele não era o Fury verdadeiro, sabia desde sempre que nunca iriam confiar nela por ser russa e quem que estivesse no lugar de Fury sabia muito bem disso.

–Isso é impossível – Steve falou olhando para o monitor a sua frente – Essa pessoa não pode fazer isso! Ele quer uma terceira guerra mundial.

–Provavelmente – Natasha respondeu friamente.

–Ele tem os olhos, a palma da mão e até o DNA do Fury – Stark disse pesquisando mais um pouco – É o Fury.

–Não, não é! – Natasha se levantou irritada – Tenho certeza disso.

–Mas de qualquer forma o plano dele não deu certo por completo – Steve levantou-se também – Fury me avisou que isso aconteceria, ele sabia de tudo isso Natasha, ele fez com que eu não ficasse contra você, e por virmos procurar o Stark – apontou para Tony – Ele já sabe de tudo e vai poder nos ajudar.

–E quem disse que ele é confiável? – Natasha falou como se Tony nem estivesse ali.

–Bom, querendo ou não eu sou a única pessoa que sabe disso – Tony falou se defendendo – Mas concordo com o Capicolé, vocês juntos podem destruir o plano desse falso Fury, se é que ele é falso mesmo.

–Ele é falso – afirmou Steve – Ouça Natasha, temos de voltar a Nova York e fingir que nada aconteceu, continuemos com o plano até que encontremos o verdadeiro Fury.

–Quanto tempo eu tenho? – Natasha se referia a sua sentença de morte.

–Uma semana até mandarem a extradição ao governo – Stark respondeu.

–Não temos muitas escolhas – Steve completou tentando convencer Natasha.

–Stark – ela despertou de seus pensamentos - Procure o paradeiro do Fury, se ele foi raptado podemos pegar o safado em um piscar de olhos. Seja nossos ouvidos e olhos, pois nessa estaremos correndo do inimigo no escuro.

–Não recebo ordens Natasha, mas dessa vez vou abrir uma exceção – ele tentando deixar seu lado brincalhão de lado – Acho bom vocês se protegerem, e digo isso principalmente para você Natasha – depois virou para Steve – Capitão, agora sem brincadeiras, acho que você é o único que pode protege-la disso.

Steve olhou para Natasha que respirava calmamente, como se sua vida não corresse risco algum, Steve sabia que ela estava com medo, mas que jamais iria admitir pra ninguém que não queria morrer, mesmo sendo irônico que colocasse sua vida em risco todos os dias.

–Não preciso de proteção – ela afirmou.

–Acho que ainda não entendeu a gravidade da situação Natasha – Stark disse com um semblante serio, ela nunc ao havia visto daquela forma – Sua vida está em risco.

–Não é a primeira vez – ela o respondeu orgulhosamente.

–Você é teimosa como uma criança – Stark olhou novamente para Steve ignorando Natasha completamente – Já que não vai mata-la, a proteja.

Apesar da raiva de ser tratada como uma dama indefesa Natasha não disse nada, apenas agradeceu a Stark e os dois saíram do restaurante.

–Esqueça o que ele disse, por favor, já sobrevivi a ameaças piores – Natasha pediu.

–Eu duvido muito.

[...]

A viajem de volta estava sendo mais silenciosa do que a de ida, o único barulho que se ouvia era do motor do carro e do rádio que estava no primeiro volume. Steve olhava fixamente para frente, estava desconcertado depois do ocorrido. Se não fosse por Fury Natasha poderia ter sido morta por ele, porém a vida dela ainda corria perigo.

Ela deu uma olhada de soslaio e viu que Steve estava contraindo o maxilar com força, ele parecia irritado com a situação, provavelmente estava se sentindo como ela, usado.

–Pode falar comigo, ainda não estou morta – ela falou cortando o silencio.

–Isso é uma piada? – ele perguntou serio olhando para ela.

–Não – ela olhou pra frente – Só é a verdade.

–Você não entende não é? – ele respirou fundo – Eu poderia ser enganado por você e depois poderia... feri-la – ele não usou a palavra morte.

–Faria o seu trabalho Steve – ela olhou pra ele de forma compreensiva – Se fosse o meu alvo eu faria o mesmo.

–Eu iria matar uma pessoa inocente – ele parecia inconsolável.

–Pode ter certeza Capitão, eu posso ser tudo, menos inocente de algo - ela sorriu de forma bondosa, talvez fosse a primeira vez que sentisse compaixão por alguém, de tudo o que havia ouvido naquele dia o que mais havia ferido sua consciência foi o fato de Steve se sentir culpado por matar alguém inocente, mesmo sabendo que ela não era.

–Compaixão – ele fez o sinal de checado novamente – Você está me surpreendendo.

–Não me analise novamente – ela ordenou.

–Pode deixar – ele não dizia a verdade, e ela sabia disso, talvez ele não fizesse mais aquilo na sua frente, mas faria de todo jeito – O que vamos fazer agora?

–Vamos voltar a nossas vidas “normais” e esperar que o falso Fury o procure para dizer a verdade, enquanto isso ganhamos tempo para Stark.

–Acha que ele vai mesmo nos ajudar?

–Sinceramente – Natasha viu a preocupação de Steve – Acho que ele vai tentar, mas também acho que se Fury descobrir a verdade Stark será o primeiro a nos dar uma apunhalada pelas costas.

–Não confio nele – Steve parecia irritado.

–Está com raiva dos apelidos que ele te deu – ela zombou – Não se importe, quanto mais você se importar mais ele vai torrar sua paciência.

–Como o conheceu? – Steve perguntou.

–Estava em uma missão, na verdade ele era a minha missão.

–Você é muito chamada para espionar homens não é? – ele estava com um sorriso no rosto, mas Natasha não conseguiu decifrar o que era aquilo.

–Isso é um tanto inusitado de sua parte Capitão devo encarar como um elogio ou um insulto? – ela perguntou retoricamente sorrindo também – Acho que tenho o dom de ter o que eu quero dos homens.

–Acho que há exceções – ele estava falando de si, mas Natasha não daria o braço a torcer.

–Sim – ela concordou – Stark foi uma exceção.

–Stark? – ele perguntou surpreso.

–Ele estava perdidamente apaixonado e não ligava para mais ninguém a não ser sua bela assistente Pepper Potts, descobri que ele pode ser mais fiel do que imaginamos – ela finalmente sorriu ao pensar em algo, o que surpreendeu Steve ainda mais.

–Está pensando em algo como amor verdadeiro entre o senhor Stark e a senhorita Potts?

–Lealdade incondicional provavelmente – não era a resposta que ele esperava, mas não podia esperar muito dela.

–Eu também sou uma exceção – Steve afirmou mudando o rumo da conversa.

–Não me fala rir – ela ainda sorria, agora de um jeito orgulhoso – Você ficaria aos meus pés em um dia se não soubesse a verdade.

–Acho que está enganada – Steve começou a rir e Natasha o fitava com os olhos semicerrados – Eu não gosto de ruivas.

–Eu duvido – Steve a olhou e ela estava seria.

Natasha tirou o cinto em volta de sua cintura e se debruçou sobre Steve que estava apavorado e completamente sem folego, não esperava uma atitude daquelas e com certeza não tinha noção do que fazer, devagar ela se aproximou fazendo com que Steve segurasse o volante com força, devagar ela encostou seus lábios na orelha dele e disse em uma voz suave, mas que para Steve era perturbador:

–Eu acho que gosta mais de ruivas do que você imagina – ela se afastou, deu um sorriso sedutor e sentou-se em seu lugar afivelando o cinto novamente – E em minha opinião você deveria voltar para a faixa da direita se não iremos morrer antes do previsto – disse em seu tom frio e mecânico habitual.