Novo Mundo escrita por Mi Freire


Capítulo 26
Aproveitando os últimos dias.


Notas iniciais do capítulo

Estamos na reta final, aproveitem. Esse capítulo é repleto de momentos fofos entre o casal. Eu finalmente atendi o pedido de vocês. Parece que agora vai dar tudo certo entre eles, espero que vocês gostem. Eu estou adorando... Mesmo que já estejamos chegando ao fim.



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Quando Alison acordou no outro dia com a fraca luz do dia entrando pela janela ainda aberta, reparou que estava sozinha. Sorrio consigo mesma ao lembrar de tudo que aconteceu na noite passada entre ela e David. Mas uma parte de seu corpo queixou-se por David não estar mais ali abraçando-a por trás.

Quando ela olhou para o lado viu que ele havia deixado algumas coisinhas para ela. Entre elas uma linda bandeja de café da manhã, com tudo fresquinho. Ao lado um única Camélia vermelha, lindíssima e perfumada. Alison apaixonou-se. Era a primeira vez que ganhava um Camélia. E por fim um bilhetinho escrito por David. Uma caligrafia que nem de longe chegava a ser a mais bonita, mas ainda assim o que valia era a intensão e o esforço que ele fez ao tentar ser romântico.

Eu esperei por você todos esses vinte e seis anos, Alison Harvey. Eu te amo. Eu farei tudo ao meu alcance para protege-la. Eu farei de tudo para magoa-la outra vez. Eu já não posso imaginar a minha vida sem você. ”

Alison passou o resto da manhã na cama, tomando seu café da manhã especial. Relendo diversas vezes o bilhetinho deixado por David, imaginando onde ele estaria naquele momento. E, algumas vezes, sorrindo atoa, enquanto cheirava o perfume de sua flor.

Ele só voltou a aparecer na hora do almoço, dando poucas explicações. Apenas dizendo que precisou de um tempo caminhando na praia, tentando acreditar se estava ou não sonhando acordado. Os dois tomaram banho, trocaram de roupa e saíram para almoçar fora.

Passaram o resto da tarde caminhando pela praia de mãos dadas, conversando sobre diversos assuntos e molhando os pés. O céu aquele dia estava recoberto por nuvens e o ar estava um pouco gelado por conta da chuva forte da noite anterior.

Quando voltaram ao hotel no início daquela noite sem estrelas ou sinal da lua, ficaram deitados juntos na mesma cama enquanto trocavam carinhos e beijos. A atmosfera que os envolvia era de puro amor.

Alison acabou caindo no sono antes das sete da noite com a cabeça apoiada no braço de David. Um cochilo apenas. Acordou assustada, olhou em volta pelo quarto, não viu nada e ninguém, apenas a escuridão.

Onde David havia se metido outra vez?

Ela levantou-se, precisava usar o banheiro. Mas quando abriu a porta levou um baita susto ao flagrar David na banheira.

— Meu Deus do céu, Dave. Pelo menos feche a porta quando for usar o banheiro. – disse ela em tom de brincadeira, voltando-se para o reflexo no espelho, de costas para ele, para escovar os dentes.

— Não seja boba. – ele riu, erguendo a cabeça. Antes dela entrar ali ele estava quase caindo no sono. O corpo relaxado e com a mente vazia. David sentia-se renovado. — Não é como se você nunca tivesse me visto pelado antes, Ali.

Ela riu.

— Vem cá, vem. – ele não tirava os olhos dela, apaixonado. Alison notou isso pelo espelho e sorriu timidamente. — Vem tomar banho comigo. Com você tudo fica mais interessante.

— Você está tentando me seduzir, David Marshall? – ela virou-se para ele tentando segurar o riso, as mãos na cintura. Fazendo posse de séria. — E ainda por cima me chama de fedida na maior cara dura.

Os dois riram juntos.

— Eu adoro o som da sua risada, é tão adorável. – ele estava sério, com um meio sorriso. Ainda olhando para ela. — Vem cá, vem. Antes que eu vá até aí e te pegue no colo.

Alison se deu por vencida, tirando primeiro o jeans sem olhar muito para ele. Sabia que David estava olhando fixamente para ela aquele momento, os olhos presos em seu corpo. Avaliando-a. E isso a deixava um tanto envergonhada as vezes. Depois Alison tirou a blusinha azul-Royal de seda e pôr fim a lingerie cor-de-rosa.

David sentou-se dentro da banheira, abrindo um pouco as pernas para que ela se colocasse entre ele. Cuidadosamente Alison apoiou suas costas nuas no peito dele. David começou a beijar seus ombros. Depois ele pegou a esponja e passou pela pele macia dela, perfumando-a.

Rapidamente os dois engataram em uma conversa agradável. Alison deliciando-se com as histórias insanas de David em sua adolescente. Sendo rebelde e dando trabalho com seu grupo de amigos, soltos pela cidade. Isso tudo depois que ele se rebelou contra os pais que o privavam de muitas coisas quando era pequeno. Ele ainda passava sabonete liquido no corpo dela enquanto falava.

Enquanto o ouvia Alison se pôs a imaginar o quanto eles eram diferentes, agora adultos e foram muito mais na adolescência. David não só deu muito trabalho a sua mãe desde que ainda era um garotinho, como também aprontou muito depois que cresceu. Sendo irresponsável e se metendo em encrenca na maior parte do tempo.

Ela, por outro lado, sempre foi calma e tranquila. Depois de ganhar mais maturidade e deixar de brincar livremente na rua com os amigos do bairro, ela começou a passar mais tento trancafiada dentro do quarto. Tentando entender aquela sua face difícil chamada adolescência. Era tudo tão novo e diferente. Seu corpo e sua mente em formação. Tudo isso foi muito difícil para Alison lidar.

Meia hora depois David passou a massagear o couro cabeludo dela, dando-lhe vontade de adormecer novamente. Mas isso ele não permitiria mais, já que não parava de fazer perguntas a ela. Querendo saber quem fora seu primeiro namorado, seu primeiro amor, quando aconteceu seu primeiro beijo e sua primeira vez.

Foi fácil responder as perguntas dele, Alison sentia-se a vontade. Porém, quando tocaram no assunto da primeira vez, ela mudou completamente de expressão. Não queria ter que falar de Bradley, o seu primeiro. Ela calou-se e David imediatamente sentiu que havia feito algo de errado.

— Tudo bem. Não vamos falar sobre isso mais. Eu não quero te ver com essa carinha, Ali. Não agora que estamos tão bem. Me desculpe.

Com cuidado ele girou o corpo dela, colocando-a sobre ele. David segurou seu rosto com as duas mãos cheias de sabão e olhou atentamente dentro dos olhos dela, procurando qualquer resquício de tristeza. Ao perceber, Alison sorriu, tentando desviar o olhar.

— Ei, não. Olha pra mim. – ele pediu com a voz doce. E ela não teve escolhas, voltando a olhar pra ele. — Saiba que você é uma mulher de muita sorte por me ter em suas mãos. Alison, nenhuma outra me teve como você me tem agora.

Carinhosamente ele beijou os lábios dela e aos poucos Alison foi cedendo, correspondendo ao beijo. As mãos de David deslizaram por suas costas, e ela captou na hora o que ele tinha em mente. Puxando-a para mais perto. Alison se encaixou sobre ele e devagar os dois começaram a se movimentar, fazendo amor novamente.

≈≈≈

O dia seguinte amanheceu ensolarado. No céu quase não havia nuvens. E bem cedinho, após tomarem o café da manhã, os dois foram para a praia e nadaram juntos amanhã inteira chamando a atenção das pessoas que estavam por perto. A praia estava bem movimentada.

Quando Alison e David saiam de mãos dadas de dentro do mar, muitas pessoas paravam para olhar para eles. Os dois formavam um belo casal. Ambos bonitos, os corpos esbeltos e sorrisos contagiosos.

Alison definidamente estava se sentindo bem melhor. Evitava ficar pensando em outra coisa que não fosse aquilo. A perfeita sintonia e harmonia que existia entre eles, unindo-os finalmente. David sentia-se realizado, como se tivesse acabado de cumprir uma grande missão.

A alegria de Alison era a sua alegria.

— Você não cansa não? – ela perguntou sorrindo, os olhos verdes cobertos pelos óculos de sol escuros que David lhe deu de presente.

Eles pararam para comer algumas besteiras em um dos muitos quiosques espalhados pela praia. Alison pediu hot-dog e uma Coca-Cola bem gelada. David optou por um X-Bacon e uma Heineken.

— Eu nunca vou me cansar de você. – ele continuou acariciando as coxas expostas dela por baixo da bancada com um sorriso malicioso.

≈≈≈

— Credo, Dave. – Alison protestou com o balde de pipoca em mãos, enquanto ajeitava-se sobre o colchão. — Sempre que a gente vai assistir alguma coisa você escolhe esses filmes horríveis de tiroteio e ação. Eu não entendo nada! Fico perdida.

— Você só não gosta porque não entende. – ele fez uma careta, olhando para ela. — Mas são os melhores, com muitos tiros e ação. Muito melhor que aqueles romances melosos que você gosta.

— Ah, é?- ela se fez de ofendida, deixando a pipoca de lado sobre o criado-mudo. Alison virou-se para ele com os braços cruzados. — Vai dizer que agora você não está apaixonado por mim?

— Sim! Claro que estou! – ele abriu um largo sorriso. Os olhos escuros pareciam sorrir também com essa afirmação. — Mas a nossa história de amor é muito mais interessante que qualquer outra, você não acha? – com aquele sorriso sacana ele queria insinuar alguma coisa. — Por exemplo: eu sou louco por você e nem se quer consigo me conter quando estamos assim, pertinho um do outro.

Dito isso David puxou Alison para cima dele, os dois entre risos. Rapidamente ele enfiou as mãos dentro da blusinha dela, apertando com firmeza sua pele aquecida pelo contato dele.

O céu lá fora ganhava tons de rosa, laranja e azul escuro.

Um lindo fim de tarde.

— Ei, espera. Espera. – ela protestou, sorrindo muito. Enquanto as mãos dele subiam até os seios dela. — Você é exageradamente fogoso, Dave. E o filme? Nós nem terminamos de assistir!

— Ah Ali, deixa isso pra lá. – ele protestou, fazendo beicinho. Os olhos negros brilhando com os últimos raios solares que entravam pela janela naquele fim de tarde. — Vai dizer que você prefere terminar de assistir esse filme que segundo você é horrível a mim?

Antes de responder ela pensou por alguns segundos.

— Não, de jeito nenhum! – ela levou os lábios até os dele. — Esse filme é horrível! Sem dúvidas você tem um péssimo gosto. E como não tenho muitas opções nesse momento, eu prefiro ficar com você.

David se fez de ofendido, rindo alto logo em seguida. O que não durou muito tempo, até ele se desfazer das roupas de Alison e ataca-la com seus beijos apaixonados.

≈≈≈

Aquela noite estava sendo completamente tediosa. Os dois passaram a tarde toda fazendo amor, mal tinham se quer saído lá fora para aproveitar o dia. E agora não tinham muito o que fazer. Ambos sem assunto. Ela tentando terminar um livro em sua cama e ele jogando um joguinho qualquer em seu smartphone na outra cama.

— Eu tive uma ideia! – David levantou-se em um pulo, largando o celular de lado. — Vamos sair.

— Agora? – ela arqueia uma das sobrancelhas ruivas, completamente surpresa pela atitude dele.

— Sim! Agora meu amor. Eu não quero que a nossa vida seja assim tediosa e sem graça. Nós somos jovens, Alison. Tem tanta coisa ainda para se fazer. E o melhor de tudo: a gente se ama. – ele foi até ela, estendo a mão para ajudá-la a levantar. — Coloque aquele seu vestido preto. Eu adoro quando você veste ele. Hoje nós vamos dançar.

Ela realmente colocou o vestido preto que ele pediu. Um vestido que ressaltava todas as curvas de seu corpo. Para os pés Alison também calçou sapatos pretos de salto alto. Deixou os cabelos soltos, sabendo que David também os preferia assim. Passo uma maquiagem leve, perfumou-se, passou seus hidrantes e estava pronta.

David optou por seu típico jeans preto surrado, uma camisa social ¾ cinza-escuro com seus primeiros botões abertos, sapatos pretos e seu típico topete bem penteado pra cima.

Ele a levou a um pub aparentemente mais romântico, que lhe chamou muito a atenção quando ele saiu algumas vezes para conhecer a cidade. Ali os casais só podiam entrar se estivessem trajando roupas sociais, mais formais. O estabelecimento era imenso, os dois logo notaram assim quem entraram após pagarem a entrada. O ambiente se dividia em muitas categorias. E havia também os barzinhos nos cantos, onde serviam bebidas de todos os tipos e alguns petiscos.

O ambiente que David escolheu tinha as luzes mais baixas, os muitos casais presentes dançavam os acordes melodiosos coladinhos com os rostos bem perto um dos outros. O que lembrava uma espécie de baile daqueles filmes de conto de fadas.

Nem em sonho David algum dia se imaginou frequentando um lugar como aquele. Mas em nome do amor por Alison ele acho que algumas vezes o melhor é ceder para que as coisas funcionem. Ela ficou evidentemente encantada, olhando tudo a sua volta. Ele ficou satisfeito, afinal só teve a ideia de ir a aquele lugar porque sabia que tinha tudo a ver com ela. No fundo Alison ainda era uma garotinha sonhadora.

A garotinha por quem ele se apaixonou intensamente.

— Me concede essa dança, senhorita? – ele fez uma pequena menção ao oferecer a mão para ela, curvando-se um pouco.

Um ato verdadeiramente cavalheiro.

— Com certeza. – Alison segurou sua mão, sorrindo. Sendo guiada por David até o centro da pista de dança.

Ele colocou uma das mãos dela em volta de seu pescoço e as dele em sua cintura. Lentamente os dois balançaram de um lado para o outro, um pouco desajeitados, mas no ritmo da música.

Quando os pés de Alison começaram a protestar, David a levou até um dos bares mais próximos e pediu algo para eles tomarem. Por um tempo os dois ficaram de longe apenas observando os outros.

Mas a noite mal havia começado.

Depois David a arrastou até a pista de samba-rock, onde os dois tentaram ao máximo seguir os passos das pessoas em volta. Se divertindo muito com as inúmeras tentativas frustradas.

Mesmo já cansada por volta das onze da noite, Alison tentou alguns passos de country. Por sorte havia sempre por perto alguns instrutores para auxiliar aqueles que não tinha muito familiaridade com o gênero escolhido pelo casal. David pediu algumas dicas e logo começou a arrebentar, chamando a atenção dos demais.

Alison nunca se divertiu tanto.

≈≈≈

Antes de David acordar, por mais tentadora que fosse a ideia de permanecer ali com ele pelo resto da manhã com pouca roupa e de baixo do mesmo lençol que ela; Alison saiu da cama de fininho, tentando não fazer barulho. Amarrou o cabelo e vestiu algo mais descente antes de descer até a recepção do hotel e pedir um favor.

Depois que tomaram o café da manhã lá em baixo, um senhor que trabalhava no hotel chamou David de canto, com a desculpa de que houvera alguns erros em sua conta para o pagamento. Com os passos muito leves Alison subiu às pressas até o quarto. Duas mulheres que também trabalhavam no hotel trouxeram algumas coisas que ela havia pedido para a decoração: bexigas, enfeites e confetes.

Era o dia do aniversário de David. Ela faria vinte e oito anos e ela só queria fazer algo mais particular para ele, pegando-o de surpresa. Assim pediu a ajuda dos funcionários, que foram totalmente compreensíveis e muito bem educados por sinal.

— Obrigada. – Alison agradeceu as duas mulheres. — Ficou ótimo! Obrigada mesmo. Mas agora só falta o bolo, vocês podem ir pegar pra mim? Daqui a pouco ele já estará de volta.

Elas assentiram e deixaram o quarto, voltando logo em seguida com uma mesa pequena com rodinhas, coberta por um pano fino branco que usavam para servir os quartos e sobre ela um lindo bolo decorado que compraram de última hora, o qual Alison ofereceria a David.

Quase uma hora depois David bateu a porta. Até que ele demorou mais do que ela havia imaginado. Para sua sorte, que teve tempo de dar um último retoque na surpresa, tomar um banho e trocar de roupa.

— Desculpe a demora. – ele foi logo se explicando, parecendo nervoso. Alison não abriu a porta completamente, ainda sem deixa-lo entrar. — Os meus pais me ligaram para me desejar feliz aniversário.

— Ah! É verdade. – ela se fez de desentendida. —Hoje é o seu aniversário. Desculpa... Eu me esqueci. – ela o abraçou, ainda passando-se por mentirosa. — Você me perdoa?

— Claro meu amor. Você não tem culpa. – ele se afastou, mas não estava totalmente convincente. — Nesse seu último aniversário eu nem ser que te liguei para desejar qualquer coisa. Estávamos brigados, lembra? Estamos quites agora. Sem problemas.

— Sendo assim, tudo bem. – ela forçou um sorriso. Lembrando-se do quanto eles perderam sendo tão infantis naquela época. — Mas agora é diferente. Eu quero te recompensar, afinal eu também pisei na bola algumas vezes.

Quando ela finalmente abriu a porta complemente, David entrou e se deu conta do que o esperava. Na parede a sua frente estava escrito em letrinhas coloridas: “Feliz aniversário, Dave! ”. Havia também muitas bexigas amarradas a um barbante por todos os lados, penduradas. Outras espalhadas pelo chão, em movimento. Confetes sobre as duas camas e também o bolo, a vela já acessa, a sua espera.

Alison começou a bater palmas. Um sorriso de orelha a orelha enquanto cantarolava aquela típica música para aniversariantes.

David ficou emocionada, tentando não olhar para ela. Ainda surpreso e impressionado. Ele não conseguia se lembrar da última vez que havia comemorado o aniversário daquela forma. Ainda mais assim ao lado da única pessoa que importava para ele.

Antes que ela terminasse de cantar, ele a abraçou forte. Quase a tirando do chão, beijando seus cabelos.

— Obrigado, Ali. Mas eu não preciso de nada amor, – ele segurou o rosto dela, colando suas testas. — pois eu já tenho tudo. Eu tenho você e isso me faz a cada dia mais feliz.

Os dois se beijaram.

— Eu me sinto muito lisonjeada, Dave. Mas vamos lá. Não estrague a surpresa. Faça um pedido e apague a vela.

Ele inclinou-se em direção ao bolo, fechou os olhos e fez o pedido.

Tê-la comigo todos os dias pelo resto da minha vida.

Por fim soprou a vela, apagando-a e sorriu para Alison.

— Obrigado.

≈≈≈

Os dois estavam calados, deitados sobre a areia macia da praia em frente ao hotel um do lado do outro. Voltados para o céu estrelado. A lua estava cheia no horizonte, parecia maior e ainda mais brilhante refletindo na água. A brisa noturna balançava a pouca vegetação em volta. A praia aquela noite estava praticamente vazia.

— Eu já nem sei mais como agradecer aos Céus por ter conhecido você aquela noite. Seja por consciência, acaso, destino ou por qualquer outra coisa – ele deitou-se de lado, tocando de leve o rosto dela. — você mudou a minha vida Alison, Harvey. Agora eu quero que você faça parte completamente parte da minha vida. Sem brigas, desentendimentos, sem despedidas ou adeus. Não vamos mais perder tempo.

Ela fez o mesmo, virando-se para poder olhar para ele melhor.

Em meio a escuridão da noite Alison mal podia ver o rosto de David, mas sabia que ele era perfeito ao seu modo.

— Quer que faça ainda mais parte da sua vida?

— Quando se trata de você Ali, nada nunca é suficiente.

— O que você quer dizer com isso?

— Quero que você venha morar comigo.

— Onde? Na casa dos seus pais?

— Não, no meu loft. Ou em qualquer outro lugar do mundo.

— Você tem certeza?

— E porque não teria?

— E se a gente estragar tudo?

— Não vamos. Eu prometo. Iremos lutar todos os dias pra isso dar certo.

— E se eu me cansar? Ou você...?

— Eu não vou deixar. Irei lutar por nós dois.

— Mesmo quando eu não tiver mais forças?

— Ainda mais quando você não tiver mais forças.

Ele aproximou o rosto do dela, dando-lhe um rápido beijo.

— Eu amo você, Alison. Isso ainda não é o bastante?

— Eu não sei...

— Como não sabe?

— Eu tenho medo.

— Medo? Medo de... não funcionar?

— Exatamente. Isso ainda parece um sonho pra mim, Dave.

— É, pra mim também. Eu não tenho mais dúvidas quanto a nós dois, Ali. Mas parece que você ainda tem.

Ela sentiu a chateação na voz dele. Sentindo-se culpada ela buscou as mãos dele e pressionou forte de encontro ao seu peito.

— Não, eu não tenho dúvidas. Eu também amo muito você. Mas eu não quero ter que voltar ao mundo real. Você me entende?

— Sim, entendo. Mas é que as vezes quando estou ao seu lado eu sinto que já tenho tudo, não tenho medo, não tenho dúvidas, nem insegurança. E ao mesmo tempo eu sinto que nada disso é o suficiente... Eu preciso de mais. Eu só quero muito que isso funcione de uma vez por todas. Eu esperei por tanto tempo! Eu já não aguento mais...

— Você tem razão. Nós já suportamos muita coisa até chegarmos aqui. Eu que sou tola, insegura e medrosa. Você me protege, cuida de mim, me faz mais forte, me suporta, me aguenta, me ama e, eu aqui, morrendo de medo de perder você. Eu já deveria saber que isso não vai mais acontecer. Não mais. Agora nós somos muito mais fortes que antes.


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Notas finais do capítulo

E aí? Será que ela vai ir morar com ele? Será que isso vai funcionar? A Alison ainda tem motivos para tanta insegurança? O que será que vai acontecer daqui em diante? Comentem!