Novo Mundo escrita por Mi Freire


Capítulo 23
Tempo para a recuperação.


Notas iniciais do capítulo

Esse capítulo é um tanto doloroso e também bastante animador. Acontece umas coisinhas que eu sei que vocês vão gostar. Espero que aproveitem. Ah, eu já estou terminando de escrever a história e tenho quase certeza que iremos até o capítulo trinta. Tudo bem? Eu garanto que tem muita coisa boa até lá. Muitas surpresas! Mas se vocês quiserem me pedir que aconteça alguma coisa em especial ou que falta algo... Não sei. Podem pedir e eu tentarei encaixar.



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Há duas semanas Alison estava na casa dos pais de David, no quarto de hospedes, tentando se recuperar. Há duas semanas Alison não saia daquele quarto e mal se levantava. Há duas semanas ela quase não comia. Há duas semanas ela só chorava e tremia de frio, mesmo com o sol quente de verão lá fora. Há duas semanas ela mal conversava com as pessoas, nem mesmo com os amigos e a família que vinham vê-la.

Alison estava muito mais magra agora, com os ossos do corpo visíveis, parecendo que iam acabar perfurando sua pele a qualquer momento. Os cabelos ruivos já não tinham mais vida ou brilho, viviam amarrados. Seus olhos que costumavam ser de um lindo verde-escuro hipnotizantes, agora estavam vermelhos de tanto chorar, inexpressíveis e opacas. Sua pele rosada estava pálida e ressecada.

Ela já não dormia tão bem. Seus sonhos com James foram substituídos por terríveis pesadelos. Onde ela se via perdendo seu bebê de tantas outras formas horríveis e não podia fazer nada. David acordava todas as noites preocupado com os gritos dela, corriam até o quarto dela em frente ao seu e tentava acalma-la, dizendo que ficaria tudo bem. Ele se deitava com ela, a abraçando forte e a ouvia soluçar de medo até pegar no sono outra vez.

Nada do que ele pudesse fazer poderia mudar aquela situação, já que Alison não estava se esforçando nenhum pouco para melhorar. Ele tentava tira-la do quarto, mas ela só saia mesmo para ir ao hospital e quando voltava pra casa trancava-se de novo. Ele tentava abrir as cortinas para deixar o ar e a luz do sol entrar, mas ela reclamava. Ele também passou a levar as refeições dela na cama, mas Alison se recusava a comer qualquer coisa por mínimo que fosse.

David estava sendo bem paciente no começo e deu um tempo a ela, pois sabia que ela precisava de espaço. Mas não demorou muito para ele perder a paciência e houveram dias em que ele praticamente a forçou a ficar pelo menos de pé para esticar o corpo.

Em momentos assim Alison se dava conta do quanto estava fraca, mal conseguindo manter os pés firmes no chão. As pernas tremiam e ela não conseguia se movimentar sem a ajuda dele. David passou a ajuda-la na hora do banho, sentando-a na banheira e jogando a água morna em seu corpo, tentando ensaboá-la da melhor forma possível.

Os dois nunca estiveram tão próximos.

Susan também fazia sua parte com a ajuda dos empregados, penteados os cabelos de Alison, forçando-a comer um pouco, ajudando-a se levantar, tentando fazer com que ela conversasse ou fosse lá fora pegar ar fresco, ajudando-a se trocar ou substituindo David na hora do banho, quando ele tinha que sair para o trabalho a pedido do pai.

Estava sendo tempos difíceis para todos.

— Quer saber? Eu cansei. – David entrou no quarto como um furacão. Já não conseguia mais ir dormir imaginando que estava fracassando na recuperação de Alison. Ele não queria mais esperar, precisava agir. — Levanta já dessa cama, Alison.

— Não! – ela tentou gritar, mas a garganta estava seca e doía bastante. — Me deixa em paz, David. – ela enfiou o rosto no travesseiro, tentando não chorar dessa vez.

— Eu não estou de brincadeira hoje, Alison. – ele foi até as janelas, abrindo-a e afastando as cortinas. — Seu tempo se esgotou.

— Eu não tenho mais porque viver. – ela tentou dizer, a voz saindo abafada por causa do travesseiro. — Eu nem queria estar aqui ou em qualquer outro lugar. Eu deveria ter morrido!

— Pelo amor de Deus, não diga essas bobagens! – ele foi até ela, agarrando-a pela perna. — Não seja egoísta. Você não vê o quanto eu também estou sofrendo com tudo isso? Eu sei que você acha que ninguém entender a sua dor ou pelo que você está passando nesse momento desde o acidente. Você pode até ter razão. Mas eu quero de ajudar, caramba! Então, facilita um pouco.

Com muito esforço ele a ajudou a se sentar.

— Eu amo você, Alison Harvey. – disse ele com convicção. Segurando o rosto dela para que ela pudesse olhar em seus olhos. — Você nunca se amou metade do que eu te amo. Agora, por favor, me ajude. Levanta daí para gente tentar recomeçar. Eu estou aqui, não estou? Lembre-se: eu sempre estarei ao seu lado. Eu sempre estive com você e não vai ser agora que vai ser diferente. Vamos lutar juntos.

Alison gostou de ouvir aquilo, pois sabia que ele estava falando apenas a verdade. David já havia partido de sua vida algumas vezes e se afastado, mas de alguma forma ou de outra ele ainda sempre estava lá em seus pensamentos. Ela quase podia sentir a presença dele, mesmo que algumas vezes indesejadas.

Ela podia confiar nele, somente nele. Porque também o amava, soube disso desde que não conseguiu mais se imaginar vivendo sem ele. Mas agora estava muito mal para ficar dando importância a isso. Seus pensamentos eram negativos, ela só queria ficar sozinha e esperar aquilo passar. Mas David não estava disposto a facilitar para ela e Alison não tinha escolhas a não se permitir que ele agisse por ela.

Ela tomou um banho rápido, agora sozinha. Vestiu uma roupa qualquer, mais leve. Enquanto isso David arrumava o quarto para ela, deixando tudo mais apresentável. Depois, deixou que ele penteasse seus cabelos recém lavados. Calçou os chinelos e desceram juntos.

No jardim David havia preparado uma linda mesa de café da manhã para ela com a ajuda das empregadas. Sobre a mesa havia frutas, cereais, leite, café, suco, pães, bolo, bolachas, ovos e bacon. Mas só de olhar para aquilo tudo ela sentiu um embrulho no estomago.

— A gente não vai sair daqui até você comer pelo menos um pouco de cada coisa dessa mesa. – ele puxou a cadeira para ela sentar. David sentou-se ao seu lado, para ficar de olho nela. — Não é pedir muito, Alison. Já pode começar.

Ela fez uma careta, mostrando a língua para ele de forma infantil. Mas não disse nada em forma de protesto e tentou comer.

David não tirou os olhos dela, orgulhoso por ela estar tentando a pedido dele. Ele tinha quase convicção de que logo ela estaria bem melhor, se ele pegasse mais no pé dela. Alison só precisava de um empurrãozinho. Estava passando por uma fase dolorosa e difícil. Ele por muitas vezes desejou tomar a dor dela para si. Mas como isso não era possível, ele tentaria ajuda-la como podia.

Mais tarde ele a levou para dar uma volta pelo jardim. Segurando sua mão e sorrindo para ela. O sol sobre eles estava forte, iluminando o rosto pálido dela. Os raios solares deixavam seus cabelos ainda mais ruivos, os olhos mais claros e as sardas mais visíveis.

Mesmo não sendo a mesma Alison de antes, aquela que ele conheceu naquela noite de chuva, ela ainda conseguia ser a mulher mais bonita que ele já conheceu. Ela só se esquecera disso.

≈≈≈

Susan estava da janela de seu quarto observando os dois passearam pelo jardim discretamente. Desde que Alison chegou aquela casa, estava dando bastante trabalho. O que lembrava a ela David quando pequeno, fazendo birra para tomar banho mesmo todo sujo de lama ou escovar os dentes após as refeições. Ele era um garotinho danado, deu muito trabalho. Mas Alison tinha motivos de sobra para estar agindo de tal forma. Ela perdeu um filho e Susan não poderia pensar em coisa pior ou dor maior que perder um filho.

Mesmo que David não conversasse diretamente com ela sobre essas coisas, ela sabia que ele estava dando tudo de si para ajudar a amada em sua recuperação. Ele chegou a pedir um tempo ao pai na empresa para cuidar melhor de Alison. Pois sentia-se praticamente obrigado a isso, devia isso a ela. Susan melhor que ninguém sabia o porquê dele estar se esforçando tanto, sempre preocupado, buscando maneiras diferentes de contribuir.

Isso tudo, os sacrifícios, dedicação chama-se amor. É o que fazemos quando amamos muito alguém: nós cuidamos dela, seja na alegria ou na tristeza. Na saúde ou na doença. Já não lhe restava dúvidas de que o amor entre aqueles dois seriam daquele tipo que a gente só sente uma vez na vida.

Só David era capaz de fazer Alison inteiramente feliz. E quando ela estivesse recuperada, mesmo que isso demore um bom tempo, ela irá perceber que ele é homem certo para ela. Pois mesmo com seus defeitos e imperfeições ele esteve ali ao seu lado quando ela mais precisou de alguém. Somente ele, com seu amor intacto e inabalável. E mais ninguém.

Naquele momento Susan fora interrompida por uma visita surpresa. Margo Evans. Amiga de Alison. A loirinha entrou em seu quarto após o seu convite e consentimento. As duas sentaram-se na cama.

— Eu trouxe as coisas dela que o meu irmão empacotou e deixou lá casa, na porta. Eu demorei, mas vim. Eu não sabia se era a coisa certa a fazer, não agora que ela está se recuperando finalmente. – ela tentou explicar, meio confusa. — Ele se foi, mas deixou um bilhete.

— E o que dizia esse bilhete? – perguntou Susan, olhando fixamente para Margo. Elas poucas vezes conversaram. Tiveram a oportunidade de se conhecerem no hospital, mas fora isso, mais nada.

— Ele não quer mais vê-la, disse que não a ama mais e quer viver esse momento só para ele. Eu sei que ele é o meu irmão e deve ter se abalado muito com a notícia do acidente, pois desde então eu não cheguei a vê-lo mais, ele não telefonou, nem atendeu as minhas ligações e mudou completamente. Eu mal o reconheço. Mas pra ser sincera: sei que foi melhor assim. Eu pensei que ele fosse um bom homem para a Alison, mas pelo visto eu estava enganada. Todos estávamos.

Margo pausou por um momento, tentando reunir forçar para continuar. Percebendo seu desconforto, Susan pegou sua mão.

— Nesse momento ela só precisa de alguém que a ame verdadeiramente e esteja ao seu lado em todos os momentos. Bradley não a amava, ele só queria muito ser pai. E quando perdeu isso, ele transformou-se em outro homem. Um homem cruel e frio. Alguém que ama outra pessoa de verdade não a abandonaria em tempos difíceis, pelo contrário, ficaria ainda mais ao seu lado, dando-lhe apoio e conforto até que tudo isso passe e eles pudesse continuar de onde pararam. – ela suspirou, sentindo o calor das mãos de Susan. Era bom poder sentir aquilo. — Eu já deveria ter suspeitado de que o David é o homem da vida dela. Ele sempre esteve ali de alguma forma e os dois, não sei por quais motivos, sempre lutaram contra isso. Como se fosse muito errado amar uma pessoa. – ela por fim sorriu. — Onde ela está? Eu posso vê-la?

— Claro, claro. Os dois estão lá em baixo no jardim.

≈≈≈

A casa estava vazia e em completo silêncio. Alison mantinha os olhos fechados, tentando dormir. Mas não estava conseguindo pegar no sono. Não só por conta do calor, mas também porque enquanto todo o resto da casa parecia calma e tranquila a sua mente falava muito alto.

Ela remexia-se de um lado para o outro sobre a imensa cama, tentando se livrar daquelas terríveis sensações. Por fim acabou desistindo. Não era uma boa ideia dormir, já que acabaria acordando de qualquer forma durante a madrugada com os próprios gritos por causa de mais um de seus terríveis pesadelos.

Ela tento se sentar na cama, ligou o abajur ao lado e encheu um copo com água tentando se tranquilizar.

David por sua vez estava em seu quarto sentado sobre a sua cama em seu próprio quarto, as luzes apagadas e o notebook sobre o colo, ele escutava musica enquanto respondia alguns e-mails de trabalho.

Ele não viu e nem ouviu quando Alison entrou em seu quarto de fininho, tremendo de medo. Desejando não se sentir tão sozinha. Ela se aproximou da cama dele e se enfiou de baixo do lençol fino.

— Ei – ele a chamou baixinho, fechando o computador e deixando de lado para olhar para ela. — o que está fazendo aqui?

— Posso ficar aqui essa noite? Não estou conseguindo dormir. – ele mal conseguia vê-la por falta de luz. Mas conseguia ver os contornos do corpo dela, mesmo Alison estando de pijama. — Também não estou nenhum pouco afim de ter pesadelos.

— Tudo bem. – ele sorri consigo mesmo, deitando-se mais próximo a ela. Puxando seu corpo para estar colado ao dele. Ela está quente e fraca. — Você pode ficar. Podemos ficar aqui não fazendo nada ou se você preferir podemos ouvir música ou conversar.

Ela ficou em silencio absoluto antes de responder.

— Que tal você apenas me abraçar?

Ele virou-se de lado, com as mãos firmes nas costas dela. Os rostos muito próximos um do outro. Os dois respiravam o mesmo ar. Com a mão livre ele passou a acarinhar a pele exposta do braço dela, colando suas testas. Ela fechou os olhos e ele também.

— Você se sente melhor?

— Depois de tudo que você me fez passar nos últimos dias...

Ele riu.

David estava agindo quase como se fosse a mãe dela. Não a deixava em paz em nenhum momento. Sempre inventando alguma coisa para fazeres juntos, só para tira-la do quarto e da monotonia. Tentando fazer de tudo para que ela não se sentisse tão deprimida e triste.

— Não seja tão durona. Eu só estou fazendo isso tudo para o seu bem.

— Sim, eu sei. Obrigada, Dave. De verdade.

Ela suspirou baixinho, ainda de olhos fechados. De repente sentiu que o sono se aproximava devagar. Mas agora não estava muito certa de que queria dormir. Para não ter pesadelos e acordar a casa inteira.

— Você está com calor? - ele perguntou de repente.

— Não muito. Porque?

— Estou ficando um pouco com calor.

— Quer afastar o lençol?

— Não. Está bom assim.

Silêncio.

— O que você quer fazer amanhã de diferente?

— Eu não sei. Só queria ficar tranquila, deitada.

— Nem pensar. Isso está fora de cogitação.

— Ah. Porque? Me dá um descanso.

— Mais do que você já tem? Não, nem pensar.

— Você tem sido malvado comigo, David.

— E você tem sido mal agradecida, Alison.

Eles sorriram juntos.

— Vamos ouvir alguma coisa? - ela sugeriu.

— Eu pensei que você não quisesse fazer isso.

— Eu também não queria conversar e você não para de puxar assunto.

— Tudo bem. Agora eu que sou o chato. O que você quer ouvir?

— Não sei.... Você escolhe. Pode ser?

Ele não queria ter que solta-la, mas seria por pouco tempo. David virou um pouco o corpo e pegou seu iPod sobre oo criado-mudo. Depois virou-se para ela novamente, oferecendo-lhe um dos fones. Ele escolheu uma playlist e apertou o play.

Entre tantas músicas começou a tocar I Don’t Want To Miss A Thing do Aerosmith. Uma linda música, com uma bela letra.

Inspirado pelo momento, David passou a acarinhar o rosto de Alison, contornando sua boca com o polegar. Como Alison não disse nada a respeito, ele achou que aquele momento seria perfeito para ir até onde ele queria. Ela estava dando abertura, os dois estavam bem, agora ambos solteiros, passando por momentos difíceis, mas juntos tentavam se recuperar. E naquele momento dar um passo a mais parecia a coisa certa a se fazer.

Ele aproximou lentamente os lábios dos dela, colando-os por um momento eterno. Ela elevou as mãos até a nunca dele, puxando-o para mais perto e abriu a boca, permitindo que a língua dele se encontrasse com a sua. Os dois começaram a se beijar apaixonadamente.

Um beijo lente, calmo e prazeroso.

A música ainda tocava em seus ouvidos.

Quando David segurou a coxa dela, puxando-a para cima dele, Alison ficou receosa e diminuiu o ritmo do beijo. Não era certo. Não parecia certo. Ela deveria estar chorando por James, sua perda e não se agarrando com David na primeira oportunidade. Calmamente ela se afastou de David, recuando. E tirou os fones do ouvido.

— Dave, eu não quero que você crie expectativas quanto a isso. Eu ainda não estou preparada. Eu ainda sinto meu peito arder de dor todas as vezes que eu me lembro que sobrevive a aquele acidente, mas para isso precisei perder o meu maior bem: o meu bebê.

— Alison... Você não entende... Eu...

— Não. Escuta. – ela não deixou que ele terminasse. David estava confuso e arrependido. Por não ter pensado melhor antes de ter agido, ele havia, sem querer, complicado as coisas entre eles. — Nós não podemos ficar juntos agora. Eu sou muito agradecida a você, por absolutamente tudo. Mas você merece alguém melhor. Alguém que não tenha tantos problemas sentimentais. Alguém que possa estar ao seu lado inteiramente, sem precisar ficar chorando todo o tempo. Alguém que não seja doente como eu. Eu não tenho mais nada a te oferecer. – ela passou a tocar os cabelos dele. — Eu não quero te machucar também.

— Alison, não. Não diga tantas bobagens! – ele segurou o rosto dela próximo ao seu. — Claro que eu vou te machucar. Claro que você vai me machucar. É claro que nem sempre poderemos evitar de machucar um ao outro. Mas como você ao meu lado eu quero correr esse risco!

— Eu não entendo. – ela se desesperou, sentindo as lágrimas ganharem seus olhos. Tudo estava sendo muito forte para ela. — Eu não entendo porque você ainda está aqui, mesmo depois de tudo que aconteceu. Eu usei você de certa forma, fui estupida, grosseira e ignorante. Eu quase feri você com aqueles objetos. Eu muitas vezes feri você com as minhas palavras e atitudes mal pensadas. Eu fiquei gravida de outro homem, eu quase me casei com ele.

— Você não foi a única a errar comigo, eu também errei muito com você. Você não ficou gravida de outro homem. Aquele filho era nosso e não dele. Vocês quase se casaram, quase tiveram uma família, mas olha só pra você meu amor. – ele encontrou as mãos dela e prendeu dentro das suas. — Você está aqui agora! Eu te amo. É isso. Ou tudo isso. Essa é a minha resposta quando você pergunta porque eu ainda estou aqui. É simples, você não entende? Eu só te amo. E te amar basta. Esse amor me dar forças para continuar e não me deixa desistir de nós dois. Alison – ele apertou suas mãos com mais força. — eu quero ficar com você.

— Não, não, não. – ela levantou-se, friamente afastando-se dele e de todo seu amor e carinho. Chorando mais agora. — Isso não é certo. Eu não entendo! Eu não consigo... Eu não mereço... Eu não posso... Isso tudo é demais pra mim. Eu sinto muito, Dave. Eu sinto muito.

Alison saiu correndo do quarto dele desesperadamente, voltando a se trancar em seu quarto. Em meios as lágrimas e todas as questões que ela não sabia lidar naquele momento.

≈≈≈

No dia seguinte bem cedo, David bateu a porta de seu quarto. Ela que já estava acordada há muito tempo, pois mal conseguira dormir, levantou-se para abrir a porta um tanto receosa.

David deixou escapar um sorriso quando a viu diante de seus olhos já de banho tomado, vestida e penteada. Ele sentia que, mesmo depois de tudo, ela ainda tinha forças para lutar. Agora mais que antes.

— Eu pensei que depois de ontem você nunca mais quisesse me ver.– ela admitiu, dando espaço para ele entrar.

— Eu meio que já estou me acostumando a levar foras seus. – ele riu bem humorada e ela sorriu aliviada. — Alison, querida, não entenda mal. Mas eu não vou desistir de você, mesmo que pra isso eu ainda tenha que levar muito foras pela frente.

Ela o abraçou, agradecida por todos os seus esforços.

— Hoje depois do café da manhã nós vamos aproveitar a amanhã de sol para andar um pouco a cavalo. Você topa?

— E eu tenho escolhas?

Eles sorriram um para o outro.

— Não. Não tem. Vamos descer.


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Notas finais do capítulo

Além de comentarem, eu gostaria que vocês me ajudassem em uma grande dúvida minha. Eu já estou escrevendo duas novas histórias para quando essa terminar. Mas eu ainda não sei qual das duas eu vou escolher. Por isso, mesmo sabendo que muitos de vocês poderão não ler as minhas futuras histórias eu gostaria que mesmo assim vocês me dissessem o que prefeririam ler: sobre um grupo de adolescentes problemáticos e cheios de crises ou um romance mais maduro cheio de reviravoltas? Me ajudem! Digam o que você prefeririam caso fossem ler. Eu estou muito indecisa.