Altharian: The Resistance escrita por C Blue


Capítulo 6
Capítulo 5 - Despertos


Notas iniciais do capítulo

E aew? Estão gostando? Pf, comentem o que acham e/ou que devo melhorar.
Obg por lerem :)



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Estávamos na sala da casa de Cal, este, estava deitado em seu quarto, descansando. A mulher loira que havia saído de um “portal” estava no de Robert, enquanto a outra se encontrava sentada no meio do sofá. Robert andava para lá e para cá, com movimentos leves e uma expressão pensativa. Andrew também estava no cômodo, sentado ao lado da jovem. Eu olhava a cena encostada na parede ao lado da janela. Fixei os olhos na mulher. Ela tinha um rosto jovem, olhos cor de mel, e cabelos pretos com uma mecha roxa, curto e espetado. Seu corpo era forte, tinha que ser... Ela era uma guerreira da resistência. O grupo rebelde que Cal iria liderar para levar os Altharianos à liberdade.

– A minha missão era tirar os dois da prisão do Império se “os dois” estivessem lá. Mas algo deu errado, “eles” sabiam de alguma forma que estaria lá. No último momento “ela” pegou de mim um portal e nos trouxe para cá. – A voz da jovem era fina, doce até, mas séria. Ela olhou para Robert, que havia parado de andar. Ótimo. Isso estava me irritando. Ele fitou a jovem – Detesto dizer, mas parece que a Resistência tem um espião.

– Ótimo. – Disse Andrew, alguns minutos depois do silêncio que se seguiu.

Pelo olhar trocado por Robert e a jovem, eles sabiam sobre o quê aquele “ótimo” se referia. Eu, que não entendia nada da conversa, me afastei da parede e sentei-me na poltrona perto do sofá. A jovem olhou rapidamente para mim como se tivesse esquecido que estava no cômodo e desviou o olhar para Andrew. Ele olhou para ela.

– Não estamos acusando ninguém. – disse ela, como se isso tivesse que apagar o olhar magoado do rosto do rapaz. O que não fez. Robert disse:

– Não está em nossas mãos tratar de espiões. Estamos aqui para proteger, treinar e levar Caleb para Altharian em segurança. E agora – ele me olhou – temos mais uma humana envolvida.

– Quê? Eu? – falei – Mas eu só queria encontrar Cal...

– E viver com ele a ensino médio todo? A faculdade? Irão casar e ter seus filhos. – Andrew falou. A expressão magoaga misturando-se com outra. Senti minha face queimar e sabia que estava vermelha. Soltei o ar que não sabia que segurava.

– Não! – tentei restabelecer a calma que tinha antes – Eu, não tenho que estar envolvida em tudo isso. Bem, o que eu posso fazer?

– Você está ligada agora Sam. Não é mais normal, por isso conseguiu entrar na linha sobrenatural, encontrar Caleb. – Robert me encarava com o que parecia orgulho. – Você terá um papel nessa missão, isto é, se aceitar.

– Cal precisa de mim. – isso com certeza era algo infantil de se dizer.

– E tem mais algo – a jovem falou – Mesmo que não nos tenham seguido, será questão de tempo para que soldados do Império nos achem. Agora temos menos tempo para treinar O Herdeiro.

Depois de reunião Robert disse que era melhor que descansasse, disse que iria arrumar um quarto, mas recusei. Agora que todo o fogo havia passado, meus músculos gritavam por minha cama, e era lá que devia dormir. Antes de sair para retornar a minha casa, perguntei a Robert o que diria a polícia sobre o aparecimento de Cal. Não podiam dizer que ele simplesmente estava deitado e desacordado em uma clareira, e que havia passado e visto por coincidência. Andrew, que ouviu, me olhou e com um sorriso maldoso disse “a mente humana é o meu forte”. Não sabia direito o que aquilo me dizia, mas pelo sorriso, ele estava acostumado com seja lá o que fosse.

***

Eu havia mergulhado em um mar escarlate – a água sem sal, fria segurava em meu corpo nu – não sei exatamente o momento. Dor perfurava minha pele a cada movimento que fazia para sair do lugar. Então não fui vencido e parei, afundando no mar vermelho cada vez mais escuro e frio. Já estava tão escuro quando a pressão que sentia fez meu corpo mudar de alguma maneira. Eu o sentia maior, como se não me pertencesse. Mas a dor não parou. Foi quando ouvi. A voz de Sammy me chamava viva em meus ouvidos. Eu procurei não sabendo ao certo o quê, e vi um rasto de luminosidade. Eu nadei para cima, meus músculos gritavam, doíam como nunca haviam doído antes, mas não parei desta vez. Mãos feitas da própria água vermelha tentavam me impedir, segurando-me nos braços e pernas, algumas rajadas batiam em minha pele e a ardência era como as de cortes em água salgada, mas eu lutei. Seguindo o rasto sai do mar e respirei o ar limpo.

Abrindo meus olhos, encontrei-me em meu quarto. Não sabia o que havia acontecido, como se minhas memórias tivessem sido apagadas. Eu fui para festa com Sammy, encontrei Josh... Não. Eu não lembro. Só, dor. Eu me sentei na cama, virei deixando minhas pernas caírem na borda e meus pés tocarem o chão. Eu fitei minhas mãos. Pereciam as mesmas, os dedos finos, as unhas... Mas algo estava diferente. Levantei-me da cama e fui até a janela de meu quarto. Vi Robert falar com dois policiais e o xerife, ao seu lado um jovem de cabelos castanhos. Não ouvi a conversa. Fui para o banheiro e parei enfrente ao espelho, sem camisa, observei marcas levemente prateadas, como cicatrizes, que agora percorriam meus braços. Isso era novo, assim como as novas massas de músculos visíveis que encontrava em meu corpo.

Depois de um – demorado – banho, desci as escadas. Ouvi os sons e senti o cheiro de um café da manhã sendo preparado. Esperando ver Robert, fui para cozinha, mas ao chegar vi uma garota bonita de cabelo curto e espetado com uma frigideira e uma espátula nas mãos.

– Oi – disse ela, despejou os ovos fritos em um prato na mesa – servido?

– Não... E, quem é você? – tive receio de soar indelicado, mas era a pergunta óbvia a se fazer.

– Isso, é uma longa história – disse – mas para todos os efeitos, Arielle. – ela me olhou dos pés a cabeça. – Hum, você é bonitinho, pena eu não gostar muito.

Nesse momento Robert e o jovem, o qual tinha visto mais cedo com ele, entraram na cozinha.

– Não assuste Cal, Arielle – o jovem falou. Ele olhou para mim, erguendo a mão. – Desculpe. Sou Andrew. – Eu não apertei a mão do jovem, Andrew, então ele a abaixou enquanto eu olhava para Robert com explícitas perguntas na face.

– Caleb...

Mas um som interrompeu o que ele estava prestes a falar. Não um som, mas uma voz, uma mulher chamava o nome da jovem.

– Ela acordou – Disse Arielle.

Todos saíram da cozinha em direção a sala. Primeiro Arielle, Andrew, Robert – com apreensão – e logo me vi os seguindo. Os outros tampavam minha visão, então primeiro ouvi novamente a voz.

– Arielle – veio com um suspiro de conforto. Robert parou e quase esbarrei em suas costas. Ele ficou atrás dos jovens, eu passei por seu lado, a curiosidade me levou a ver uma mulher, talvez da mesma idade dele, com um vestido simples e azulado. Ela era bonita, parecia cansada – mesmo, aparentemente, tendo dormido a noite inteira. Cachos louros longos caiam sobre os ombros brancos. Olhos claros fitaram Arielle – Conseguimos. – Ela segurou e abraçou a garota, que pareceu meio constrangida.

Quando as duas se separaram, a mulher olhou para nós, seus olhos passaram por Andrew, por mim, onde se abriram um pouco mais. E depois sua boca se abriu em um “O” e ela levou as mãos tapando-a.

– Osíris - Eu percebi com confusão que ele olhava para Robert, quando falou esse nome. – Osíris – repetiu, e passou por nós chegando a Robert, a quem deu um abraço apertado. – Você está vivo, você conseguiu. Você... Conseguiu?

No rosto de Robert caia lágrimas. Ele separou-se levemente da mulher e a virou segurando seus braços. Ele me fitou. Guiou a mulher em minha direção e colou-a em minha frente.

– Alicia, este é seu fruto. Seu filho – ele pegou as mãos, minha e da mulher, e colocou uma sobre a outra. – Caleb, esta é sua mãe.


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Notas finais do capítulo

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"– Eu sempre pensei em como falar isso."



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