Sabia o que tinha que fazer, mas eu realmente iria fazer? Sim.
Sabia dos “possíveis riscos”, mesmo assim eu iria fazer? Sim.
Por que me entregaria? Mesmo nunca tendo sentido algo igual, de algum modo sou tentado inimaginavelmente a pró de poder sentir cada fio vermelho na ponta de cada dedo meu.

Agora, o que faria para que tal se cumprisse não importava. Por enquanto, burla as "leis do ridículo" não parece ruim. Mesmo sem permissão só quero ficar aqui, somente admira-la.

– Kakashi-senseii! - tirou-me bruscamente dos meus devaneios. - Esta tudo bem? Deve ser essas continhas afetaram o meu cérebro também - deu uma breve risada.

Voltei meu olhar para tal ruiva que estampava um sorriso lindo em seu rosto, pelo menos para mim.

– Ah essa é Kushina minha mãe, você nunca a conheceu por que normalmente tarefas não demoram tanto...

Kushina ela estendeu a mão para mim. Rapidamente me levantei e toquei sua mão, era surrealmente macia. Admito que senti algo estranho percorrer por todo o meu corpo, se não fosse pela máscara todos saberiam. Vi que as bochechas dela ficaram levemente rosadas, só então percebi que já fazia certo tempo em que segurava sua mão.

– Eu já vou indo senão ficará um pouco tarde, foi um prazer conhecer a senhora - ela assentiu sem palavras. - Tchau Naruto, amanhã eu passo aqui novamente para te ajudar com novas tarefas - saí a pressas antes que ele me questionasse.

Dois meses depois:

– Você é realmente engraçado - falou em meio a risadas. A cada vez me encanto mais.

Com uma mão atrás da cabeça acompanhava sua risada, fazia isso sempre que um momento ficava um tanto embaraçoso para mim. Contar um pouco da minha vida sempre é um pouco embaraçoso.
Sem intenção alguma, tirei minha mão atrás da minha cabeça, “sortudamente” foi para a mão de Senhora Kushina. Sempre que tocava a mesma sentia algo totalmente diferente do normal. A sensação era incrível e indescritível. E todo aquele sonho acabou.

– Deve esta com fome, distração minha, vou preparar algo - ela dirigiu-se rapidamente a cozinha.

Não podia deixar de fitava-la com um sorriso que poderia ser perceptível até por baixo máscara.
Andei até a cozinha e a olhei preparar alguns aperitivos. Era extraordinária sua habilidade mesmo apresentando estar um pouco nervosa. Cortava os alimentos rapidamente.

– Senhora Kushina não precisa se incomodar, não estou com fome alguma - dei uma breve risada. Pude ver um sorriso em seus perfeitos lábios.

– Não é incomodo algum, estamos conversando a um bom tempo e seria um falta de educação minha... – parou de cortar os alimentos.

Um pequeno corte surgira em seu dedo, sem demora sangue saía. Com tanta habilidade com a faca, não pude perceber tal momento. Corri para mais próximo e peguei sua mão na qual tinha o dedo ferido.

– Senhora Kushina está tudo bem? Perdoe-me tirei sua atenção. Culpa minha ter acontecido isso - falei com extrema preocupação e culpa.

– Não foi nada, apenas um cortezinho não precisa se culpar e nem se preocupar – sorria acolhedoramente.

Olhava para o pequeno ferimento. Massageava levemente sua mão, não queria que ela sentisse dor, por isso tentava amenizá-la o máximo possível. Ela me fitou e eu fiquei totalmente sem jeito. Olhava fixamente em seus olhos enquanto lutava com a minha sensatez. Subiu sua mão esquerda ao meu rosto. Ainda por cima da máscara sentia a delicadeza de seu toque até chegar ao fim da máscara.

Normalmente ficaria apavorado se alguém fizesse tal ato, mas dessa vez não. Larguei sua outra mão, já estava sem reação, deixaria ela me guiar. Colocou seus finos e macios dedos um pouco dentro da máscara e foi descendo-a devagar. De tão forte parecia até possível ouvir o meu coração, minha respiração já estava descompactada junto com a dela, era possível ouvir pela proximidade. Era como se voltasse a minha adolescência cheia de incertezas. Continuou descendo a máscara até o final, vi que ficava confusa e admirada ao mesmo tempo. Venci a batalha, 0% de sensatez. Enlacei sua cintura e colei nossos lábios, já estava ansioso faz um bom tempo. Era muito melhor do que eu imaginava, seus lábios eram macios, quentes e parecia ter um doce gosto, se pudesse nunca mais me separaria deles. Nossas línguas circulavam lentamente em nossas bocas em movimentos sincronizados. Subi um pouco minhas mãos que se encontraram com os seus longos cabelos vermelhos, segurei-os levemente, o suficiente para sentir tamanha maciez. Sentia suas leves mãos acariciarem o meu rosto.

– M-mãe?! Kakashi-sensei?! - paramos o beijo rapidamente.

Naruto nos fitava com grandes os olhos azuis que passavam surpresa, dúvida e espanto. Deixou a sacola de compras caírem ao chão em seguida.

– Kakashi-sensei, ta pegando minha mãe?... – teve o que queria com essa pergunta. Não tinha como não rir com essa cena. Coloquei novamente minha máscara.

– Dá para ter um pouco de respeito com sua mãe?! - perguntou aos gritos Kushina, enquanto Naruto massageava o lugar onde apanhou.

– Não estou "pegando" sua mãe. Quero algo mais com a mesma. Desde o primeiro dia em que a vi senti algo em que nunca e nem sonhava em senti na minha vida. Você foi a primeira mulher em que eu me entregaria sem hesitar. Depois desse beijo soube o que eu precisava fazer. Eu sei da nossa diferença de idade, mas 10 para mim não são nada. Kushina aceita, por enquanto, namorar comigo? - falei com um sorriso que se percebia até pela máscara. Suas bochechas tomaram uma cor mais intensa. Adorava vê-la assim.

Ignorava Naruto com os olhos arregalados com as mesmas expressões de antes, mas agora ainda mais.
Meu coração acelerou quase que saindo de meu peito ao vê-la sorrir. Só com esse simples gesto já me sentia realizado.

– K-Kakashi, como poderia recusar? – Aquelas definitivamente foram às melhores palavras que recebi em minha vida.

Aquilo seria um sonho? Se for ou não aproveitarei ao máximo. Abracei-a como se fosse o nosso último abraço, mas seria o primeiro de muitos. Com os braços enlaçados em sua cintura e a cabeça apoiada em seu ombro, parecia que meus braços nunca a largariam. Estava tão bom, aliás, estava perfeito! Sentia nossos corações batendo rápido e sincronizadamente. Seus dedos acariciavam meus cabelos brancos acinzentados.
Esta era a mulher que eu procurava.

Continua...