Meia Noite escrita por AngelSPN


Capítulo 10
Capítulo 10


Notas iniciais do capítulo

Agradecimento especial para aqueles que comentaram, acompanharam e favoritaram minha fic. É tão bom saber a opinião de você...



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Lá fora, mesmo através da vidraça embaçada, o mundo parecia prestes a desabar sobre os Winchester. Sam e Bobby preparavam-se para o confronto com Inarius. Ruby continuava presa na armadilha do diabo. E Dean, aproveitara a distração dos demais para pensar rapidamente em um plano de fuga para eles. Derrotar o mal cara a cara, não seria fácil. Já lidaram com muitas coisas. Mas esses estavam no topo do mal. Por alguns instantes, pensara em acreditar realmente na loira. Mas seu instinto de caçador o impedia de tal pretensão. Agora, do lado de fora da casa, colocava apressadamente um pó escuro ao redor dela. Suas mãos tremiam, muito mais do que antes. Estava nervoso, apreensivo. Respirou fundo. E antes que pudesse pensar em controlar seu emocional, um estrondo vindo da sala chamou sua atenção. Correu até a outra porta por onde saíra sorrateiramente e adentrou o recinto já com a colt na mão. Viu Sam sendo levantado pela garganta por Inarius, como se fosse um papel. Bobby estava atirado ao chão recompondo-se da pancada que sofrera com o golpe do encapuzado.

Dean não pensou duas vezes. Atirou nas costas do homem, que virou-se com rapidez e sorriu para a perplexidade do loiro ao ver a bala simplesmente parar sua trajetória e cair sem forças ao chão.

— Acha que isso pode me deter? Vocês são mesmo os Winchester ao qual o inferno vive falando? Porque, são amadores! — Inarius tencionou ainda mais os dedos no pescoço de Sam.

Dean presenciava sem conseguir se mexer, o irmão sendo estrangulado pelo ser demoníaco. Que se divertia da incapacidade dos humanos. A cor do moreno de vermelho começou a ficar escura e seus olhos agora estavam perdendo o foco.

— Inarius, não é? — Dean começou, tentando chamar a atenção do homem a sua frente e percebendo que o encapuzado voltara sua atenção para ele, continuou falando — Você era um arcanjo, certo? Porque tornou-se servo do mal? — a pergunta teve o efeito esperado. Inarius largou Sam, que caiu com as mãos no pescoço tentando respirar novamente.

— Sim, eu era. E deve saber o motivo de eu ter me rebelado. Já que sabe quem eu era — Inarius não caminhava, apenas flutuava encostando a ponta dos dedos dos pés no assoalho de madeira.

— Virou o menino rebelde dos céus? — o loiro tranqüilizou-se momentaneamente ao perceber o irmão recobrando a consciência.

Inarius sorriu. Olhou para Ruby com repugnância. Havia muito ódio em seus olhos. E Bobby percebera isso. Talvez, fosse interessante libertar a loira. Quem sabe ela os ajudaria nesse instante, já que sua pele também estava em jogo.

— A guerra entre o céu e o inferno, não me parecia nada lucrativo. Parecia uma guerra entre cabeças duras. E acabei encontrando alguém que compartilhasse comigo minhas teorias.

Dean estava pouco se importando com as lamúrias de Inarius, e viu Bobby movimentando-se em direção de Ruby. No primeiro instante queria que Inarius acabasse com ela, mas o canalha era forte demais para eles. Nem a colt conseguiu sequer encostar no desgraçado. Seria prudente libertar a loira?

“Droga!” — o loiro não tinha muitas opções e continuou a fingir interesse na história do encapuzado, que parecia perdido em suas lembranças milenares.

— E acabou traindo Lilith e fazendo um pacto com Diablo? Nossa, você me surpreende. Mas sabe o que mais me surpreende? — agora Inarius movimentou-se rapidamente para perto do loiro. Tão próximo que Dean sentia o cheiro de putrefação daquele corpo.

— O que te surpreende, humano? — Inarius mantinha-se com os olhos fixos naqueles verdes tão brilhantes encarando-o desafiadoramente.

— Me surpreende que você, tenha trazido a megera da Lilith para esse mundo. O que te faz pensar que ela não esteja tramando contra sua vida miserável de trevas? Pensa Inarius, você a trancafiou. Você acabou com os planos dela de procriar os nefilins. E agora acha que estará tudo esquecido? Porque acha que ela te enviou até nós? Porque ela não veio para te ajudar? Você não deve ser tão idiota as....

Inarius apenas levantou a mão e o loiro voara para cima das prateleiras repletas de livros. Dean levantou-se o mais rápido que pôde, no entanto Inarius já lhe desferira fortes socos no rosto. O sangue vivo começou a manchar a camisa xadrez de Dean. O loiro passou a mão pelo nariz, limpando um pouco o sangue e sorriu.

— Porque estás com esse sorriso no rosto idiota? Esqueceu que tem passagem para o inferno daqui a poucas horas? — Inarius começava a se deslocar para frente do loiro.

— É. Pode ser. Mas você vai primeiro para lá! — os olhos de Inarius se arregalaram, acabou entendendo todo aquele interesse por sua história, quando sentiu a lâmina perfurar suas costas.

Inarius sentiu a dor dilacelarar seu corpo. Não pensou que sentiria tanta dor, aquela faca não era uma faca qualquer, e percebeu muito tarde o que estava ocorrendo bem abaixo do seu nariz.

— Sua vadia... o que é seu está guardado! Mas, cumprirei o meu papel nessa história. Já que você não foi capaz de fazê-lo, maldita!

Dizendo essas palavras Inarius seguiu para a porta e tentou sair. Mas algo o impedia de atravessá-la. Sua raiva só aumentou. Seu corpo estremecia de ódio e sem importar-se do sangue negro que escorria do buraco onde a faca havia sido cravada, um forte vento surgira. Jogando os três para lados opostos. Inarius queria muito acabar com Ruby, ali mesmo. Mas em sua mente, a voz de Lilith fora ouvida.

“Traga-me os Winchester, depois cuido dela”

Ele apenas sorriu. Seguindo em direção de Sam que continuava preso a parede pela força do vento. Vários papeis na sala circundavam o recinto, o barulho do vento era ensurdecedor. Bobby, sem perder a oportunidade atirou-lhe água benta sobre o encapuzado. Foi um gesto de desespero, mas que surtiu efeito para sua surpresa. Aquele homem deixara de ser arcanjo a muito tempo. Tomado por um ódio incontrolável, Inarius esqueceu seu verdadeiro objetivo e segurou o velho caçador levantando-o no alto. Para logo em seguida sentir mais uma apunhalada no flanco esquerdo, atravessando sua costela.

— Argghhrrhh... malditos! Malditos! — usando sua agilidade, antes que ela o abandonasse. Inarius segurou firme o pulso do seu agressor, que gritou ao sentir os ossos se quebrando.

— Dean!!! — Sam correu em seu socorro. Mas seu irmão e Inarius haviam sumido da casa de Bobby. Deixando-o em desespero — DEANNNN!!!!

— Sam, acalme-se. Nós vamos encontrá-lo. Bobby tentava se convencer de suas próprias palavras.

— Nãoooo...nãonãonão...não pode ser! — o moreno corria para cada canto dos cômodos passando a mão trêmula sobre os cabelos. Até que a loira caída ao chão levantou-se desajeitadamente, e limpando a boca de sangue, quando fora atirada longe pela lufada de vento.

— Eu sei para onde ele foi levado. Mas seremos todos mortos... — a mulher não esperava uma reação tão imediata do moreno, ao sentir suas mãos fortes segurando seu braço, sacudindo-a.

— Para onde ele o levou, Ruby! Fala! — a loira estava se deliciando com a atual situação. Nada poderia ter sido tão perfeito. Sam estava finalmente em suas mãos.

— Há uma caverna. Um esconderijo subterrâneo a poucas horas daqui, mas você não está preparado Sam. Lilith estará lá. Ela vai matar seu irmão na sua frente e depois acabar com todos nós. Até chegar sua vez — a loira o encarava seriamente.

— Não me importo, vou arriscar. Já realizamos tarefas mais árduas. Não vou deixar meu irmão ser torturado novamente no inferno! — Sam falava alto, relembrando de quando fora resgatar Dean do inferno, com John e Castiel. As cenas daquele dia estavam penetradas em sua mente.

“Não posso deixar Dean ser torturado daquela forma, não posso pensar que seu corpo fique naquele estado dilacerado, não posso e não vou!”

Sam havia tomado sua decisão. Qualquer que fosse o sacrifício que tivesse que fazer, o faria.

— O que devo fazer, Ruby? — os olhos dela brilharam. Conteve-se para não demonstrar euforia.

— Sam! — Bobby ainda estava lá. Ele não deixaria o garoto se perder. Não ficaria apenas assistindo os irmãos se afundarem ainda mais.

— O que é Bobby? Você quer que Dean seja estraçalhado e jogado no inferno? Lembra de como ele estava quando o resgatamos? Eu o desenterrei, lembra!? Simplesmente não posso ficar parado! Não posso Bobby! — Sam estava desmoronando.

— Ok. Qual seria o plano? — Bobby deixou os ombros caírem. Também não suportaria perder Dean para os demônios.

Ruby pegou a faca que Inarius tirara do corpo e jogara ao chão. Ela limpou o sangue na barra de sua manga e empunhou-a, estendendo-a para Sam.

— Pegue-a. Não ajudará contra Lilith. Mas poderá dar cabo de Inarius se ele ainda for uma ameaça. Se você tivesse me escutado antes, poderia treiná-lo a combater Lilith. Mas...

— Não me venha com essa conversa. O que devo fazer? — Sam estava a beira de um colapso nervoso.

— Agora? Apenas tentar salvar seu irmão. Não há mais tempo para treinar se lado psíquico. Isso leva tempo, requer certos... procedimentos. Acho melhor vocês se prepararem, com todas as armas e feitiços que vocês conhecem. Lilith planeja enfiar uma adaga no peito do seu irmão. Abrindo assim o portal para os três seres malignos superiores, pisarem sobre a terra outra vez.

— Porque ele? — Sam não conseguiu resistir a pergunta.

— Não sei. Mas era para ser vocês, os Winchester — Ruby sabia. Sabia que o que os demônios queriam era romper o selo e trazer Lúcifer de volta a terra. Mas não estava a fim de partilhar essa informação. Não agora.

— Bom... — Bobby começou a se organizar — Não teremos o fator surpresa. Já que Inarius certamente contará que você está do nosso lado. E sabendo disso, Lilith poderá se mandar a qualquer instante dessa caverna e nos deixa ás cegas — Sam reconhecia essa verdade. As chances estavam contra eles.

— Lilith só poderá executar o ritual naquele lugar. Inarius fez sacrifícios e preparou aquele solo com sofrimento e dor dos humanos sacrificados. Ela, pode saber que estamos indo ao seu encontro. Mas Lilith não teme a nenhum de nós— o silencio era avassalador. Saber que as investidas dessa guerra, poderiam ser inúteis era frustrante.

— Prefiro morrer tentando — Sam encontrou os olhos de Bobby em um mudo consentimento.

— Então vamos. É chegada a hora da batalha final — a loira saiu pela porta escancarada. A casa de Bobby estava semi destruída.

***

Dean sentiu um incomodo ao tentar levantar-se. Só então sentiu uma dor muito forte em seus pulsos. Estava preso em uma mesa de pedra, certamente uma daquelas para sacrifícios. Estava ferrado. O loiro fechou os olhos, sentiu o gosto de ferrugem em sua boca. O tão conhecido gosto de sangue. Estava tudo muito escuro. Não lembrava como chegara ali. Tentou virar a cabeça a procura de Sam ou Bobby. Não sabia se eles haviam sido levados também. Até que a voz de uma mulher foi ouvida no que parecia uma caverna.

— Olha só quem acordou... — as luzes das velas antes apagadas se acenderam fortemente. Iluminando a caverna. Iluminando o sangue que cobria o chão, formando uma lama fétida pelo lugar.

— Então você é a piranha de Lúcifer? Ou daquele infeliz... Inarius? — Dean tentava encontrar uma melhor forma de encarar a mulher de vestido encarnado.

— Seus espinhos não me atingem. Você não passa de um verme, esquecido por Deus. Se é que ele um dia lembrou de você! — Lilith aproximava-se lentamente.

—Senta em cima dos espinhos, sua vaca. E verá se não te atingem — aquele ar zombeteiro dos lábios do loiro a irritaram. Mas ela sabia como deixar as coisas bem piores.

— Ora, ora. Tentando me enganar com esse seu ar superior? Mas olha quem está amarrado! E logo descerei esse punhal em seu coração, então ficarei bem coladinha em você, para ver seu sorriso morrer — Lilith aproximou-se passando o fio da faca totalmente sinuosa e afiada no rosto do loiro. Um filete de sangue escorreu de imediato ao contato com a lâmina afiada.

— Lilith? — Inarius chegou cambaleando — O que faremos com a maldita traidora? — o homem parecia estar se esvaindo em sangue negro.

— Cuidarei dela mais tarde. Agora preciso cuidar de você, meu querido.

Dean franziu o cenho. Ele conseguia ver as faces originais dos demônios. Um era pior que o outro. Mas Lilith parecia emanar algo tão pérfido e maligno que apenas sua presença era o suficiente para abrir as mais profundas fendas das trevas.

Inarius deixou-se embalar pelo abraço da mulher. Suas feridas pareciam não doer tanto ao contato com Lilith. Sentiu os lábios dela nos seus. E deixou-se a inebriante energia percorrer seu corpo novamente.

— Inarius... eu poderia te curar. Mas eu não quero! — Lilith soprou em seu ouvido essas palavra, e logo em seguida estava segurando o coração do homem em suas mãos, enquanto ele ainda sustentava o olhar estupefato e surpreso pelo que a mulher lhe fizera.

— Por.....que?! — balbuciou antes de encontrar o chão lamacento. E sentir o corpo sendo agarrado por garras e dentes afiados dos cães do inferno.

Dean sentiu medo. Sentiu o horror novamente atormentar sua alma. Lembrou das torturas, das mortes, das profecias. Lembrou de Sam, ele estaria preso aqui?

— Seu irmão deve estar a caminho, Dean. Não se preocupe. O matarei rapidamente. Bom... não antes de tirar a pele dele. É claro.

— Maldita! Sua vez vai chegar. Pode ter certeza disso — o loiro gritava enraivecido.

— Não vejo a hora disso acontecer, querido.

Dean calara-se. Parecia que ela queria isso. Mas não entendeu, tal afirmação. Afinal, demônios mentem!

— Vocês demônios são todos loucos! E acabam se matando entre si. São uns parasitas nesse mundo...

— Vai perder essa petulância lá no inferno. Isso eu terei o prazer de assistir. E quanto a Inarius... — ela abaixou-se segurando o resto do coração do homem no chão — merece o eterno sofrimento por ter me trancafiado por todo esses anos. Idiota estúpido, achou que eu o perdoaria por toda a traição. Ele sentirá o verdadeiro sofrimento eterno. Mas agora chega de conversa. Está chegando a hora. Está sentindo, não é? Afinal, você agora consegue ver através do véu.

Dean realmente estava vendo a situação piorar a cada instante. Vultos e coisas indescritíveis saíam de uma fenda na parede. Essa fenda aumentou ainda mais com a morte de Inarius. Dean não conseguia ver direito o que acontecia abaixo de onde ele estava amarrado com as mãos e pernas esticadas. Mas viu nos olhos da mulher a morte se aproximando.

Lilith aproximou-se do altar de pedra onde o loiro tentava sair. Seus pulsos estavam doendo, sentia em um deles os ossos moídos. A mulher empunhou o punhal bem no alto da cabeça com os braços esticados e juntos. Recitou uma espécie de encantamento, olhou para o loiro e desceu o punhal em direção ao peito de Dean.

— Nãoooo!!! — Sam gritara disparando a colt na mulher. As balas fizeram seu corpo vacilar e tombar ao chão. Saindo uma fumaça negra, que circulou a caverna e sumiu. Logo em seguida Bobby e Ruby aparecem em socorro dos irmãos.

Dean suspirou profundamente.

— Nossa cara! Como é bom ver vocês! — Dean sorriu. Sam e Bobby pareciam muito bem. Sentiu o esforço do caçula em controlar a emoção — está tudo bem Sammy. Me desamarre e vamos sair daqui. Ainda vejo as piores coisas nesse lugar. Há uma fenda ainda aberta nessa caverna, por onde criaturas querem sair. Temos que dar o fora daqui! — Sam sentiu a urgência nas palavras do mais velho. Tentou em vão desamarrar as cordas que prendiam Dean. Sentiu a dor do irmão ao puxar uma delas em seu pulso todo retorcido e inchado.

— Droga! — Sam olhou para trás onde vinha Bobby e Ruby correndo — Vamos sair daqui! — o moreno tirou a faca de trás do cós da calça e cortou as cordas que amarravam seu irmão.

— Finalmente! — Dean sorriu, segurando um dos pulsos. Estava muito inchado.

— Vamos, por aqui! — Bobby gritara para os dois.

Dean olhou para o caçador e gritou rapidamente. Evitando que Bobby fosse pego por uma garra que saía da parede.

— Bosta! Essa foi por pouco! — Bobby levantava-se com a ajuda de Sam.

Um som ensurdecedor foi ouvido.

— O que foi isso? — Sam perguntara.

— O cão do inferno. Ele está aqui! — Dean agora via nitidamente o enorme cão negro de olhos vermelhos e dentes afiados a sua frente. Impedindo a saída dos quatro.

— Onde? — perguntou Sam apavorado. Se o cão do inferno estava ali, e Dean o via... significava que o irmão estava correndo perigo.

— Bloqueando a saída — Dean sentiu a morte rondar novamente.

— Sam! Me dê a faca! Posso tentar atrasá-lo enquanto vocês saem daqui! — Ruby gritava para Sam.

Sam olhou a faca. Sentia receio. Seu peito arfava. Tinha que tirar Dean dali. Se Ruby fosse sua única opção. Que fosse!

— Está esperando o que Sam! Seu irmão ser dilacerado!? — a loiro alfinetou o moreno indeciso.

Sam olhou para Dean e estendeu a mão com a faca para Ruby.

— Sam, não! Não é a Ruby, não é ela. É Lilith! — Dean gritara correndo em direção a Sam.

Tudo havia sido rápido demais. Em um momento Sam foi lançado contra a parede e Dean via-se preso por uma força pesada sobre seu corpo. Deixando-o preso em cima do maldito altar.

Enquanto Bobby parecia separado dos garotos por um enorme vidro. Que o separava de todos. Ele apenas assistia impotente, com as mãos batendo violentamente contra aquela força invisível. Nem seus gritos eram ouvidos.

— Droga! Eu devia ter percebido! Mas vocês demônios são tão parecidos! — Dean esforçava-se para falar. Tentando em vão sair do controle daquela força gravitacional que deixava pesado demais para se levantar.

Lilith sorriu.

— Sabe que gostei desse corpo? É mais sexy e bonito que o outro — a mulher se auto avaliou e voltou sua atenção para Sam — Uau, Sam Winchester! Você é mais bonito do que eu imaginava.

Lilith aproximou-se forçando um beijo, que foi repudiado pelo moreno.

— Ok. Você já tem a mim. Agora liberta meu irmão do pacto — Sam virou seu rosto encarando-a.

— Ah, qual é Sam. Para isso acontecer, você teria que ter algo que eu queira... — ela fez uma pausa voltando seu olhar para Dean — mas você não tem Sam!

— Então... esse é seu plano? — o loiro voltou a chamar a atenção da mulher — matar Sam, me mandar para o inferno e ser a rainha vadia do inferno? Huh!

Lilith estava cansada dos insultos do loiro.

— Eu não falo com ração de cachorro! — Ela sorriu, e olhando para Sam falou as palavras:

— Pega ele Totó! — Lilith sorriu ao ver os irmãos se entreolharem.

Sam continuava preso a parede, sem poder se mexer. E aterrorizado olhou para o irmão antes que uma lufada de vento passasse por ele, e em seguida percebia impotente, seu irmão ser arrastado para o chão.

— Ahghrrrrrrrrrrrrr...Deus! — Dean gritava a cada garras que rasgavam suas pernas.

— DEAN!!!! — Sam gritava desesperado vendo seu irmão sendo estraçalhado pelo cão do inferno.

Dean ainda tentou inutilmente lutar por sua vida. Mas a próxima investida atingiu seu peito, abrindo grandes fendas em sua pele. Enquanto Lilith assistia saciada com o sofrimento de todos.

Bobby em vão tentava ajudar. Seus punhos ensangüentados de tanto bater o vidro, perdiam as forças ao assistir aquela cena aterrorizante.

— Por favor, POR FAVOR! Pare! Pare! Pelo amor de Deus, pare! Não faça isso! — Sam gritava em lágrimas. Ouvir e ver seu irmão gritar e ser dilacerado estavam acabando com todas suas forças.

Lilith virou-se para Sam. Ergueu a mão e antes que uma forte luz emanasse de sua mão ela respondeu:

— Sim! Eu faço!

O lugar inteiro parecia estar sendo sugado por uma força ameaçadora. Sam apenas conseguiu fechar os olhos. Ao abrir percebeu que nada lhe acontecera e Lilith parecia aterrorizada por tal constatação.

— Você? Como!?

Sam apenas encarou-a com tanto ódio. Que abaixou-se sem medo algum e pegou a faca que deixara cair ao chão e investiu contra ela.

Lilith arregalou os olhos e saiu do corpo de Ruby, saindo pela caverna como uma fumaça negra.

Bobby abaixou-se antes que o atingisse e percebeu que o vidro que havia antes, já não existia mais.

Sam suspirou. Olhou para o chão e aos prantos correu de encontro ao corpo retalhado do irmão mais velho.

— DEAN!!! — o pranto abafava seu grito — Dean... — Sam o chamava, olhando em seus olhos verdes que perdiam o brilho outra vez.

Bobby estava de joelhos, inerte a toda aquela cena. Suas faces banhadas com lágrimas que caiam sem qualquer controle. Foi apenas o som das paredes se desmoronando que o trouxera novamente a realidade. Talvez ser soterrado ali, não fosse tão ruim. Porém lembrou da promessa que fizera ao loiro cabeça dura. Que protegeria Sam, caso o pior acontecesse. Bobby tirou forças que não sabia que a teria. Aproximou-se de Sam e colocou sua mão em seu ombro.

— Temos que sair daqui, filho. Não podemos deixar que o mal vença. Temos trabalho a fazer — Bobby usou toda sua força, para demonstrar um controle que não existia.

Sam olhou-o. Bobby estava certo. Ele encontraria Lilith e a esfolaria viva! Custasse o que fosse para que isso se realizasse. Viveria apenas para isso. Vingar o irmão. E quem sabe trazê-lo de volta!

O moreno assentiu. Bobby respirou profundamente. E sentiu as próprias pernas vacilarem. Controlou o desejo de desistir de tudo e acompanhou o moreno. Sam carregava o irmão nos braços, protegendo-o das pedras que caiam. Como se ele fosse se machucar ainda mais.

Minutos depois estavam fora daquele lugar maligno, e virado em escombros.

Sam olhava o rosto sofrido do irmão. Apertando-o contra seu peito. Sam sentia o sangue quente ensopar sua camisa. E um ódio incontrolável, tomava conta de sua alma.

Bobby apenas assistia. Rezou mentalmente. Pediu ajuda aos céus, chamou por Castiel, mas nada aparentemente resolvia naquele momento.

Tudo parecia perdido. Acabado.

E em um lugar sombrio, e amaldiçoado Dean gritava pelo irmão. O loiro estava suspenso por correntes que transpassavam sua pele. Seus gritos apenas chamavam o irmão. Sua garganta a cada grito parecia ser cortada por arames farpados. Lágrimas se misturavam com sangue, e todo o terror havia voltado em dobro em sua tão dilacerada e sensível alma.

Não havia resposta. Só vazio. Apenas sofrimento eterno. Mas a palavra Sammy, ecoou mais uma vez. Até ser abafada pela dor.

***

Sam Winchester ainda estava sentado ao lado do túmulo do irmão e palavras saiam deliberadamente de seus lábios.

Sabe irmão, vendo-o partir mais uma vez, meu coração estilhaçou-se, tudo me veio à mente naquela maldita hora. Talvez se eu tivesse poderes... se as coisas não tivessem saído do controle...

E agora? Não consigo sem você, não consigo! Não dá.

Você me ensinou tudo o que sei, me ensinou a crescer, a lutar, a sorrir, a chorar, a saber quando parar. Mesmo que para que eu aprendesse, você sofresse.

Tem dor maior que o arrependimento de não ter demonstrado o quanto o amo? O quanto você foi e é importante para mim?

E como posso... como posso consertar isso? Em nossa ultima discussão, você me disse para continuar, para trilhar o caminho do bem, e não cair na tentação do mal em minhas veias.

Prometo, que se eu tiver outra chance... Jamais irei decepcioná-lo. JAMAIS! Só que essa promessa não irá se sustentar, essa promessa irá desmoronar junto com minhas lágrimas, porque a cada centímetro de terra que coloco sobre você... meu peito parece explodir. Minha mente só pensa em uma saída, em um único objetivo: A Cabeça de Lilith! Nem que para isso eu tenha que quebrar minha promessa, perdoe-me Dean. Irei até onde for preciso para tirá-lo daí, para resgatá-lo e se por algum infortúnio eu cair, estarei ao seu lado. Pois o que estou prestes a fazer, nem você e Deus me perdoariam.

Adeus Dean, o irmão caçula morreu com você, nasce agora um novo homem, algo que você não aprovaria, mas para conseguir minha vingança, aceito o desafio. Aceito meu destino, nem que para isso... os planos de Azazel se tornem realidade, mas terei a cabeça de Lilith em uma bandeja. Guarde minhas palavras, aquela vadia vai se ver comigo “.

Sam colocou o último punhado de terra sobre o túmulo do irmão. Segurou firmemente em seus dedos o colar de Dean. E saiu.

A uma distância estava um homem de sobretudo. Acompanhando com o olhar aquele homem sair cabisbaixo. Queria ter podido evitar tal profecia. E tentaria, pois descobrira tardiamente os planos dos demônios com os Winchester. Agora não sabia como chegar a tempo de evitar o apocalipse. Castiel desapareceu, acharia uma forma de evitar os planos do mal. Mas isso só aconteceria meses depois. Talvez tarde demais!


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Notas finais do capítulo

Então mereço um último review?? Espero que sim. Pois quero muito saber a opinião de vocês.

Nesse capítulo tem muito spoiler da fic O erro de John Winchester, se quiser ler, será uma honra ter você! Beijos!



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