Entre o amor e o crime escrita por Naty Winchester


Capítulo 23
O inimigo dorme ao lado.


Notas iniciais do capítulo

Olá gente... me perdoem pela demora. Tive alguns problemas pessoais e tal. mas enfim, voltei com a nova face da fic.
Lembrando, tudo que acontecer com a Caroline a partir de agora, tem um motivo e vai ser explicado. Não é nada sobrenatural.



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— Eu me arrependo Nick – Um longo suspiro e logo o silencio se instalou – Se você pudesse me perdoar... eu sei que se importa, lembra que não me denunciou?

Os olhos de Carina marejavam diante da indiferença dele, nenhuma das suas palavras pareciam fazer efeito na postura insensível do loiro. Nem suas lagrimas, nem uma sinceridade que nunca possuiu.

— Eu não vejo motivos para essa cena ridícula Carina, podíamos simplesmente fingir que nunca nos conhecemos – Essa era a última sentença, contudo, a loira não estava disposta a desistir tão facilmente, e continuou sentada esperando que ele dissesse algo mais convincente – Você me usou para conseguir informações e salvar seu amante assassino, ele estava ameaçando a sua família, como pode?

— Klaus, você me deixou livre, fingiu que eu não cometi crime nenhum, porque fez isso? No fundo, você sabia que eu tinha um grande motivo.

— Não sei quando resolvi não te denunciar, também não sei como enganei o meu pai pra conseguir isso, mas acabou – Klaus ainda se sentia culpado por ter deixado a garota livre, no entanto, acreditou que saber que Rick estava preso e possivelmente só sairia da cadeia morto, era o castigo perfeito. Omitir um crime é realmente algo justo de uns bons anos em cárcere privado, contudo, essa culpa diminuiu quando soube que ela só fez isso para salvar a sua mãe, no fim, saber o que Celeste fez, aliviou aquele sentimento de remorso que o acompanhava. – Eu era um idiota apaixonado pela primeira vez, hoje não sou mais.

— Claro, eu te entendo – Tentou se aproximar vendo ele se afastar rapidamente – Viu! Ainda sente algo por mim.

— Acabamos por aqui – Klaus se encaminhou para a porta e a abriu, oferecendo a saída. Não queria mais a ver, era perigoso demais.

— Eu te amo – Sussurrou recebendo o silencio como resposta – Eu duvido que você goste mesmo daquela criança.

— Isso não é um assunto seu – Carina correu, levantando sua mão em direção ao rosto do loiro.

— Tenta me entender, era a minha avó – Klaus assentiu sob o desespero da mulher.

.- Eu entendo – admitiu mantendo-se sério – Só... não tem volta Carina.

— Eu vou te reconquistar – A loira ameaçou antes de sair deixando Klaus sozinho.

Bufou fechando a porta com força, antes de se deitar e olhar o teto. Sua vida estava tomando um caminho certo, agora, assumiria o lugar do seu pai com apenas 23 anos e tudo o que fez por ela nunca mais seria lembrado.

Nick sabia que Carina estava certa, no entanto, tinha consciência do seu erro, um erro que hoje não cometeria. Ele não era mais o mesmo jovem terminando o ensino médio e com uma responsabilidade enorme de ser filho do maior investigador do pais. Klaus não era mais movido pelos sentimentos, não poupava mais ninguém, não importava quem essa pessoa era.

— Nick? – Encarou a porta que foi aberta sem aviso – Como está o meu primo gato favorito?

— Aurora, agora não – A ruiva sorriu se aproximando – Eu disse que agora não.

— Ah Klaus! – Resmungou se deitando e apoiando sua cabeça no peito dele que a encarou – Você não se importava antes, só porque tá namorando se esqueceu das inocentes primas virgens.

— Inocente e virgem, duas coisas que você não é – Aurora riu por breves segundos, suspirando logo em seguida – O que aconteceu?

— Nada... só queria ver como você está – Nick sorriu. Sempre teve uma forte amizade com a prima, apesar dos momentos que quase iam além disso, eram comuns dias assim, em que um ouvia os martírios do outro.

— Eu vou ficar bem – Era a verdade, tudo seria como deveria ser – Estou me sentindo bem melhor, pra falar a verdade.

— Ah que bom! – A ruiva sentou encarando o primo e sorrindo maliciosa – Me ajuda com o Damon?

— Ainda Aurora?

[...]

— Lembra daquele dia no parque? – Enzo perguntou, depois de deixar Elena em casa, fazendo Caroline o encarar curiosa – Nosso primeiro beijo.

— Você era famoso... – Refletiu lembrando das meninas que comentavam sobre o moreno – Atração adolescente, isso é tão excitante.

Enzo riu e continuou encarando a estrada, contudo, sabia que Caroline tinha um perfeito sorriso no rosto, mesmo sem olha-la. A garota tocou levemente seu braço, pedindo que ele continuasse o que estava falando a poucos segundos atrás.

— Naquela época, nós éramos felizes e não sabíamos – Ela assentiu vendo o sorriso do moreno desaparecer. Era culpa dela, da Katherine.

Sentiu aquele sentimento tão ruim a atingir pela segunda vez. Seus olhos arderam e ela se controlou. Estava tão confusa, não sabia o que se passava consigo, porém, precisava se manter firme, não podia demonstrar o que sentia.

—Você não pode me deixar, já não basta todos que perdemos? Você simplesmente não pode desistir assim. – Comentou tentando afastar aquele clima tão infeliz que se instalou naquele carro. Enzo riu tentando entender, contudo logo se lembrou que falou a mesma coisa no hospital.

— Você se lembra? – Caroline tinha um sorriso travesso, o que confirmou a pergunta do jovem – Porque não me falou?

— Porque eu me lembro como se tivesse sido um sonho – Soltou uma alta gargalhada antes de encostar sua cabeça no vidro frio da janela do carro – Eu não podia bancar a louca te perguntando se foi real.

— Mas foi... cada palavra – Enzo a olhou serio por breves segundos. Recebendo um toque carinhoso no ombro – Tá tentando me seduzir Caroline? Sabe que eu não nego.

— Vai pro inferno... – Resmungou a loira rindo. Ela voltou a encostar sua cabeça no vidro da janela enquanto o silencio se instalou no carro, o moreno pareceu ser dominado por pensamentos que não precisavam ser compartilhados.

Um vulto ao lado do carro fez Caroline se despertar e encarar a estrada, olhou o amigo que permaneceu distante, diminuindo a velocidade cada vez mais, Enzo não piscava, e por pouco tempo, a loira se perguntou se ele havia parado de respirar também, Lorenzo não parecia estar ali. Tocou seu braço e não recebeu uma resposta, o que a fez olhar para frente tentando entender o que ele observava.

Ela estava distante, no entanto Caroline poderia vê-la, via seu sorriso irônico, talvez perverso. Seus olhos mais escuros do que costumavam ser, a roupa coberta de sangue, era a pior visão que já teve algum dia. Quando o carro chegou perto, aumentando a velocidade, Caroline viu que Enzo não tinha a intenção de parar.

— Enzo – Gritou se jogando para o lado e alcançando o volante, o moreno tentou frear quando o carro foi levado para a esquerda.

— Caroline, tá maluca... você podia ter nos matado – Lorenzo sentiu seu coração extremamente acelerado, encarou a loira em busca de respostas, contudo, ela encarava paralisada a rua, como se algo estive ali, Caroline estava com medo, ele sabia disso – O que aconteceu? – Ela negou quando o encarou implorando para que a tirasse dali, não precisava de palavras.

— A Bonnie, eu vi ela – Confessou assim que o amigo estacionou em frente à sua casa – Você não a viu?

— Caroline, a Bonnie tá morta... você deve ter dormido – Enzo tentou argumentar, fazendo a loira assentir sem questionar, ele sabia que não havia a convencido – Depois de tudo o que você passou... eu acho compreensivo esses pesadelos. Deveria procurar uma psicóloga, sei lá...

— Eu to bem Enzo, foi só uma recaída, não vai acontecer mais – Caroline se preparou para abrir a porta e sair do carro quando o moreno a parou, fazendo-a encara-lo.

— Você tá fingindo, ultimamente é só isso que faz – Ouvir a verdade ser jogada como bombas, destruíram aquela fortaleza rapidamente, seus olhos se encheram de lagrimas e só pode sentir o braços de Enzo a puxarem para si – Vai ficar tudo bem.

Depois de mais alguns minutos, Caroline entrou em casa e acedeu as luzes conformada por não encontrar a mãe. Ao olhar para a sala, sentiu seu coração pular e seu corpo tremer, e logo uma gargalhada encheu o local.

— Sua mãe teve uma emergência – A loira se escorou na parede e colocou uma mão em seu peito – Voltei...

Caroline encarou o moreno a sua frente. A muito tempo não o via, muito tempo mesmo. Sorriu lembrando dos seus momentos com Bryan, por muito tempo foram muitos amigos, aquele que sabia de todos os seus defeitos e brigava tentando repara-los, no fim, sempre teve que ceder ao amigo.

Se lembrava que no dia do seu aniversário, ele não estava. Não conseguia relembrar o motivo, contudo, sabia que ele não havia participado da festa.

— Por onde andou? – Caroline não esperou a resposta, pulou em Bryan o abraçando forte. O corpo do moreno havia mudado, e os seus braços fizeram a loira se sentir pequena, ele estava mais forte do que costuma ser – Quer me sufocar?

— Estava com saudades pequena – Aquele apelido a trazia boas lembranças, a fez lembrar o tempo em que não se preocupava com assassinos e o sofrimento não era nada comparado a dor que sentia agora. Sofrimento se resumia em uma dor de barriga qualquer, desgosto era receber um “não”, aquela era a sua vida, em resumo... era perfeita. – Estava no Brasil, mas resolvi voltar assim que descobri o que aconteceu.

— Foram momentos difíceis – Comentou sabendo que com Bryan tudo era mais fácil, ela não precisava fingir. Ele não estava ali quando tudo aconteceu, e por mais estranho que isso poderia parecer, Caroline sentia-se melhor assim.

— Eu ainda não acredito que a Katherine tenha chegado a esse ponto – Bryan se sentou encarando a loira, precisava fingir, por mais que não gostasse da ideia de enganar a pessoa que mais o conhece, precisava tentar.

A verdade era que quando a morena saiu do hospital psiquiátrico, reencontrou ele em um jantar feito por Tatia, sua namorada na época. A Petrova havia o apresentado a um grupo de “rebeldes”, foi aí que tudo começou.

— Pois é – A loira abaixou a cabeça e logo sorriu, assumindo sua típica expressão “feliz” – Mas tudo bem...

— Soube que Tatia está na cidade também, ela não me comentou nada – Era preciso blefar, e isso ele fazia perfeitamente.

— Ah não! – Caroline revirou os olhos colocando as mãos em seus ombros – Ainda essa paixão pela Petrova vadia, achei que já tinha se curado.

Em segundos a loira se viu rindo das cocegas que o moreno fazia em sua barriga, era o seu ponto fraco. Tentou segurar as suas mãos, no entanto, nada parecia impedir aquela tortura.

— E o Enzo? Aquele retardado – Deu de ombros ouvindo a risada dele – O pior era o Tyler.

Caroline não conseguiu responder, seu celular vibrou e ela correu o procurando. Ouviu um sussurro de Bryan, “Quanto desespero”, não o olhou, mas sabia a ironia que seu olhar demonstrava.

Alô— a voz do loiro foi ouvida assim que Caroline achou o celular. – Caroline tá tudo bem? Você tá com a respiração descompassada.

— Vai implicar até com a minha respiração? – Perguntou vendo o moreno revirar os olhos e fingir uma sensação conhecida... tedio. – Como foi com a vagarina?

Como deveria ser— Aquela resposta aliviou Caroline que não segurou um longo suspiro – Eu só queria avisar que amanhã tenho os últimos interrogatórios, até o final de semana o caso vai ser encerrado.

— Isso é ótimo, tudo vai acabar – Sua voz saiu menos animada do que gostaria. Ela precisava que tudo acabasse, no entanto, isso significava que logo Klaus iria embora e não queria perder mais ninguém.

Hoje não vou poder ir aí— Nick ouviu um “tudo bem”, seguido de uma longa risada masculina – Tem alguém contigo?

— É o afiliado da minha mãe, voltou de viajem.

— Alguma ligação de sangue?— A pergunta fez Caroline rir e negar rapidamente, talvez fosse ciúmes, contudo, isso a fez sorrir – Amanha ainda cedo eu passo aí.

— Eu te amo – Foi um sussurro, porém, ela sabia que foi ouvida perfeitamente, não houve resposta, Klaus não sabia o que falar. – Então até amanhã.

Desligou sem ouvir outra palavra, teria que se acostumar com o jeito complicado dele de lidar com os sentimentos, não podia o mudar.

Seguiu Bryan que já estava no quarto de hospedes e viu quando ele abriu uma das suas malas, arregalou os olhos e se aproximou vendo a coleção que o moreno trazia.

— Tenho muito mais... – Comentou se aproximando da televisão - Vou mandar trazer quando me mudar para o meu apartamento.

— Eu tenho medo de você Bryan – Caroline se sentou na cama mexendo na mochila – Terror... terror, é tudo terror.

— Esse é o meu trabalho, pequena... – A loira sorriu incrédula. – Se gostasse desse gênero, saberia que eu sou um dos maiores críticos da América.

— Você é um profissional de filmes desse estilo? – Caroline perguntou sem acreditar, não podia imaginar alguém pagando por um trabalho daqueles.

— Não só de filmes, mas livros, avalio até as músicas... – Bryan sorriu orgulhoso e botou um dvd antigo – Esse é épico, mulher gravida do Diabo.

— Oi?. – Arqueou uma sobrancelha encarando a televisão – Você trabalha aonde?

— Em casa... – Riu como se a resposta fosse obvia – Em um site com extensão em revistas.

— Isso dá dinheiro? – Ele assentiu com um sorriso que dizia... “Mais do que você imagina” – Isso nunca foi um problema pra você.

— Verdade... – Bryan concordou rindo.

— Caramba... – A loira não conseguiu esconder a sua surpresa, sabia que Bryan trabalhava com jornalismo, no entanto, não pensava que ele fosse algo assim, que ele fosse “famoso”, é muito menos que curtia esse gênero, afinal, quando saiu da cidade, poderia assistir, contudo, não era essa obsessão que ela presenciava agora.

— Cidade pequena, não sei se é o que procura – Bryan sussurrou um “já encontrei” e não respondeu mais nada, apenas sorriu voltando seu olhar para a televisão.

O filme passava longe de ser agradável, para ela é claro, viu o moreno sorrir a cada segundo e confirmou a mudança que ele sofreu. Os dois não eram os mesmos, eles percebiam isso, um no olhar do outro.

— Amanhã vou te apresentar duas pessoas.... A gente tem um proposito – Caroline o encarou curiosa, só não esperava ouvir aquilo – Queremos provar que espíritos existem. Algumas mortes, Caroline, são culpas deles, mas o mundo esconde isso.

— Você acredita em fantasmas Bryan? – A visão de Bonnie ainda perturbava a loira, achar uma justificativa, que tirasse a possibilidade de não estar tendo alucinações, acabou acalmando e confortando a garota.

— Um dia Caroline... todos vão acreditar.

POV CAROLINE

Acordei sentido um braço em meu rosto, o braço de um abusado. O empurrei e vi Bryan todo atirado na cama. Encarei seu rosto, ele sempre foi um garoto muito bonito, mas se transformou em um homem ainda mais, se eu fosse homem, queria ser ele, enfim, não era algo que eu falaria em voz alta. Sou orgulhosa e Bryan é exibicionista demais. Ainda me lembro de como a vida nos separou e encarara-lo, ainda assim, ele me trazia boas lembranças.

Porém, existia lembranças que imploravam para ser esquecidas, pensando nisso, me lembrei da noite passada. A imagem de Bonnie me perturbava e não parecia existir respostas cabíveis, motivos lógicos sim, mas convincentes não.

Ouvi a campainha ser tocada e logo a voz da minha mãe e Klaus se fez presente de longe. Corri para o banheiro, torcendo para não ser vista, fiz minhas higienes rapidamente e sai com o mesmo vestido.

Niklaus estava lindo, como sempre. Os dois falavam sobre trabalho, é logico. Revirei os olhos e me aproximei lentamente, vi quando Klaus sorriu ao me ver, me sentei ao seu lado, de frente para a minha mãe, ela parecia concentrada demais em seu café.

— Como dormiu? – Klaus me encarou e sorriu, levando sua mão até a minha perna a apertado fortemente, mordi o lábio e suspirei – O que aconteceu amor?

— Bryan ainda está dormindo? – Perguntou minha mãe, me tirando completamente do transe.

— Sim... você sempre soube com o que ele trabalha? – Ela negou rindo.

— Eu só soube que ele era jornalista, nada a mais – Lizz me respondeu com uma animação surpreendente, aí tinha – Bryan é meu afilhado, Niklaus.

— Precisa ver a coleção de filmes e livros que ele tem, dessas coisas assustadoras sabe? – Klaus arqueou uma sobrancelha, um gesto totalmente irônico – E o pior, ele quer provar que espíritos existem.

— O que? – Percebi que Klaus e Bryan teriam que se esforçar para conviver, eles eram os opostos. Klaus acredita apenas no que vê, Bryan tem certeza que o mundo esconde muitas coisas, que cada lenda tem o seu fundo de verdade, que muitas pessoas não são o que parecem, é loucura, e o pior de tudo, ele acaba me fazendo pensar nessas possibilidades.

Dei de ombros rindo enquanto minha mãe tentava explicar a Klaus sobre a vida e o trabalho de Bryan, percebi que se não fosse os fantasmas, ele até seria uma pessoa parcialmente normal.

— Enfim, vamos Niklaus? – Ele assentiu se levantando. Abracei minha mãe, aproveitando para sussurrar que eu havia percebido a situação com Rebekah, ela simplesmente sorriu e disse que conversaríamos mais tarde.

— Podia me encontrar no Grill mais tarde... – Pedi dando um breve selinho em Nick.

— Se esse louco não te matar antes – Arregalei os olhos e ri, no entanto, vi uma seriedade estranha em seu olhar, ele não gostava de Bryan sem ao menos conhece-lo.

— Tá com ciúmes? – Klaus arqueou uma sobrancelha e sorriu.

— De alguém que acredita em demônios? Vai sonhando, love – Depois de falar isso, Klaus saiu me deixando sozinha com meus incômodos pensamentos.

– Não são demônios... são espíritos – Gritei sabendo que ele teria ouvido, não importava. Ri sozinha e logo me virei para voltar ao meu quarto e trocar de roupa, contudo, ao me virar senti algo passando rapidamente.

Balancei a cabeça e me convenci que teria que procurar um bom médico. Caminhei lentamente, o medo de ver algo já me dominava, porém, esse algo não poderia ser real.

Assim que abri a porta do meu quarto senti o perfume característico de Bonnie, ela estava ali, senti isso. Antes que pudesse fazer algo, eu a vi. Sem falar nada, ela apenas me encarou com o mesmo sorriso da noite passada, um sorriso diferente de antes, mas Bonnie estava morta. O tempo passou rapidamente e eu continuava a olhando, até ouvir a porta ser aberta.

— Caroline? – Olhei rapidamente para Bryan, ele me encarava preocupado. – Aconteceu alguma coisa? Você estava gritando.

Neguei, eu não tinha gritado, contudo, ele insistia em dizer que me ouviu chama-lo desesperada, não consegui me lembrar de ter feito isso e ele não pareceu se convencer. Senti sua mão me puxar para fora e logo me sentar no sofá.

Bryan me fazia perguntas e eu não conseguia responder nada, senti o espaço ao meu lado ser preenchido por ele que acabava de se sentar, sua mão foi até o meu rosto enxugando uma lagrima que descia solitariamente.

— Não gosto de te ver assim Caroline... – A voz de Bryan me acalmou e tive forças para falar.

— Eu estou vendo a Bonnie, é como se ela estivesse aqui, me torturando, buscando vingança por tudo o que fiz.

— Isso é muito comum! E eu vou te ajudar pequena – Ele disse antes de me abraçar, sabia que nele eu poderia confiar a minha vida, isso me confortava. – Só me diz uma coisa... seu namorado é o Niklaus Mikaelson?

— Como sabe? – Perguntei abrindo um sorriso apenas por ouvir aquele nome, me esqueci de tudo.

— Amara me ligou, ela não consegue segurar a língua – Sorriu – A gente se reencontrou a dois anos em Nova York, Tatia, ela e o namorado fazem parte de um grupo de teatro que ajudei no roteiro.

— Entendi... como conhece o Nick? – A possibilidade era realmente estranha.

— Não pessoalmente, conheci o pai dele, Mikael – O encarei pedindo mais detalhes e ele logo concedeu – Há um ano, ele invadiu minha festa de 21 anos, desgraçado. Estava no último caso... um homem vinha replicando algumas mortes de filmes de terror, Mikael sabia do meu conhecimento e me procurou.

— O que aconteceu?

— As mortes aconteciam em ordem de três filmes, foi complicado. Ele era realmente inteligente, competente, uma maravilha de assassino, no fim, um homem foi pego... e eu ainda acho que não era quem eles procuravam.

— Nossa... – Refleti, Bryan parecia certo que o homem que foi pego não era o certo, isso era muito estranho, no entanto, ele não podia ir contra as afirmações de Mikael, e não pareceu querer.

— Você tem medo desses filmes, pequena? – Neguei sorrindo, quando se sente na pele, a fantasia é ridícula – Deveria ter, eles são um prato cheio para a imaginação dos assassinos.


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Notas finais do capítulo

Como vocês viram, Bryan não é um personagem comum, é louco mesmo haha
O que acharam??



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