Quase dez anos tinham se passado, desde que os Potters morreram e os gêmeos foram deixados na porta dos Dursleys, mesmo tendo se passado tanto tempo Privet drive não tinha mudado quase nada, o sol brilhava nos mesmos gramados, o numero quatro também estava igual. As únicas coisas diferentes eram o carro e alguns brinquedos espalhados pelo quintal.

Dentro da casa as únicas coisas diferentes eram as fotos encima da lareira, antes que mostravam o que parecia uma bola de praia com vários chapeis coloridos diferentes, agora mostravam um garoto grande e gordo, com sua primeira bicicleta, no carrossel da feira, brincando com seu pai no computador, sendo abraçado e beijado por sua mãe. Em nenhum lugar da casa dava sinais que existissem outras crianças ali.

No entanto os irmãos Potters ainda estavam ali, dormindo, mas ali. Foi a voz de tia Petunia que os tirou de seus sonhos, ou pelo menos acordou Harry, já que Violet continuava a dormir como uma pedra.

—Levantem! Acordem! Agora!—

Harry acordou assustado. A tia bateu à porta outra vez.

—Acordem!— gritou.

Harry ouviu-a caminhar em direção à cozinha e em seguida uma frigideira bater no fogão. Virou-se de costa e tentou se lembrar do sonho em que estava. Era um sonho gostoso. Havia uma motocicleta. Tinha a estranha sensação que já vira esse sonho antes.

A tia voltara à porta.

—Vocês já levantaram?—perguntou.

—Quase —

Respondeu Harry olhando para Violet que estava jogada na cama e só falta babar no travesseiro.

—Bem, andem depressa, quero que você tome conta do bacon e sua irmã faça as torradas. E não se atrevam a queimar nada. Quero tudo perfeito no aniversário do meu Dudinha—

O aniversario de Duda, como pudera esquecer? Harry levantou-se e foi ate sua irmã e começou a sacudi-la e chamar

— Vi acorda! Vamos Speedy acorda! Nós temos que fazer o café—

—Eu num quero Harry. Me deixa dormir vai— Violet nunca acordava de primeira, o que sempre rendia a Harry varias broncas

—Não da Vi, hoje é aniversario do porco e nós temos que fazer o café-da-manhã. Agora levanta Violet— Assim que Violet ouviu seu irmão lhe chamar pelo nome ela levantou. Harry só a chamava de Violet quando a coisa era seria se não era sempre Vi ou Speedy.

Com os dois irmãos acordados eles se vestiram tirando algumas aranhas das meias ou dos sapatos e seguiram em direção a cozinha. Ao chegarem lá viram uma mesa praticamente inteira coberta por presentes de aniversario, pelo que viam Duda ganhara o novo computador que queria uma segunda TV e uma bicicleta de corrida. Para que exatamente ele queria uma é um mistério, afinal ele odiava esportes. O único esporte que ele gostava era bater em Harry.

Duda era gordo, tinha também um pescoço pequeno quase inexistente, assim com seu pai Vernon, cabelos loiros e olhos azuis aguados,Tia Petunia geralmente falava que ele parecia um anjinho, Violet geralmente falava que ele parecia um porco de peruca o que rendeu o apelido de porco para Duda.

Talvez tivesse algo haver com morarem em um armário escuro, mas Harry e Violet eram pequenos e magros para a idade. Harry parecia ainda menor e mais magro do que realmente era porque só lhe davam para vestir as roupas velhas de Duda e Duda era quatro vezes maior do que ele, Harry tinha os cabelos castanhos para todos os lados e os olhos verdes sempre por trais de óculos com silver tape devido às vezes que Duda o socara no nariz, e joelhos ossudos. Violet Tinha os cabelos compridos e ruivos, seus olhos eram castanhos esverdeados. Quem a olhasse pensaria que era um anjo, mas ela era justamente o contrario, sempre que possível aprontava no colégio e era a única que conseguia ir contra Duda.

A única coisa que Harry gostava em sua aparência era uma cicatriz fininha na testa que tinha a forma de um raio. Existia desde que se entendia por gente e a primeira pergunta que se lembrava de ter feito à tia Petúnia era como conseguirá.

—No desastre de carro em que seus pais morreram— respondera ela. —E não faça perguntas. —

Não faça perguntas está era a primeira regra para levar uma vida tranquila como os Dursley. E é claro que Violet sempre quebrava essa regra ela só perguntava coisas para tirar sua tia do serio.

Tio Vernon entrou na cozinha quando Harry estava virando o bacon.

—Penteie o cabelo— mandou a guisa de bom-dia. Mais ou menos uma vez por semana, tio Vernon espiava por cima do jornal e gritava que Harry precisava cortar os cabelos.

Harry deve ter feito mais cortes que o resto dos meninos de sua classe somados, mas não fazia diferença, seus cabelos simplesmente cresciam daquele jeito, para todo lado.

Enquanto Harry e Violet colocavam o café na mesa, o que foi difícil devido a grande quantidade de presentes, Duda contava as caixas.

—Trinta e seis— disse ele olhando para os seus pais

—São dois a menos que os do ano passado—

—Querido você não contou o da TiaMargs, viu esse embaixo do grandão da mamãe e do papai. —

—Tudo bem, trinta e sete então— disse Duda com a cara começando a ficar vermelha. Harry e Violet viram que ele começaria com um ataque de raiva e logo trataram de comer rápido os seus cafés para o caso de Duda virar a mesa. Tia Petuniatambém prevendo o ataque logo tratou de dar o que o filho queria, como sempre.

Duda era um garoto muito mimado, sempre arranjava briga no colégio, mas nunca levava bronca dos pais. Entretanto os irmãos Potters não tinham quase nada, sempre ganhando o que outrora fora de Duda roupas, brinquedos (geralmente quebrados) e algumas vezes comida. Os irmãos eram muitas vezes tratados como empregados, tendo que lavar a roupa à louça, fazer o café, almoço, e jantar. Isso sem levar em conta as vezes que eles não conseguiam cumprir os prazos e ficavam presos no armário sem comida e agua por até dois dias.

Enquanto Duda abria os seus presentes o telefone tocou e tia Petunia foi atender, Violet que era a única que não estava prestando atenção em Duda, ela percebeu que era algo relacionado a ela ou ao seu irmão já que Sra. Dursley ficava lançando olhares aborrecidos em sua direção. Quando ela voltou deu a melhor noticia que os Potters podiam esperar. Sra. Figgs tinha quebrado a perna e não poderia ficar com eles.

Sempre que os Dursleys tinham que sair e não queriam levar os irmãos, eles os deixavam com a senhora Figgs, ela era uma senhora que adorava os seus gatos, sempre que iam lá os Potters tinham que ficar vendo as fotos de cada um, ela ate que era legal, mas era chato ficar vendo as fotos de seus gatos mortos.

Logo o Senhor E Senhora Dursley começaram a discutir o que fariam com os gêmeos como se eles não estivessem ali, isso acontecia com certa frequência. Após alguns minutos tia Petunia teve a brilhante ideia de levar os Potters com eles para o Zoológico, mas deixa-los no carro. Tio Vernon não deixou é claro afinal o carro era novo e sabe-se lá o que esses delinquentes fariam com ele. Duda não gostando do rumo que a conversa de seus pais estava levando resolveu fingir um ataque de choro, ele não chorava de verdade fazia anos, mas sabia que se gritasse bastante sua mãe daria o que quisesse.

—Oh não chore Dudinha, mamãe não vai deixar que eles estraguem o seu dia especial— falou Tia Petunia abraçando o seu porquinho digo filho

—Eu... não... quero... eles... Lá— gritou Duda entre grandes e fingidos soluços

—Eles sem... sempre estragam tudo!— E lançou um sorriso maldoso entre o abraço de sua mãe.

Naquele momento a campainha toca para o desespero de tia Petunia e tio Vernon que ainda não sabiam o que iriam fazer com Harry e Violet

—Ah meu deus são eles Vernon! Eles chegaram!— alguns minutos depois Piers Polkiss entrava junto a sua mãe na casa dos Dursleys. Duda vendo seu amigo ali parou de fingir o choro na hora.

Cerca de uma hora depois os irmãos Potters estavam espremidos entre Duda e Piers a caminho do Zoológico, pela primeira vez seus tios não tinham a menor ideia do que fazer com eles, mas é claro que eles não iriam sem antes uma boa chamada de atenção por parte de tio Vernon.

— Eu estou avisando, qualquer gracinha, por menor que seja vocês iram ficar no armário ate o natal. Me entenderam ate o natal!— Harry logo viu pela cara de sua irmã que ela iria fazer alguma coisa, afinal ela sempre metia eles em encrenca.