Harry e...plantas escrita por HamsterC


Capítulo 12
"Desculpas"




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— Vocês tentaram? – perguntou a garota ruiva.

— Ela tentou – John apontou para Cassie.

— Eu não sabia o que estava acontecendo, minha consciência, ela, ela ainda não tinha se desenvolvido por completo.

— Ótimo, isso quer dizer que não conseguiram cumprir o que o velho mandou que fizessem.

— Uhum – concordou John, com um sorriso no rosto.

— Agora só falta levá-los para o nosso mundo, apagar as lembranças de Harry, encontrar os Iunossetes e Thaurinos, matá-los, ou levá-los de volta para o nosso mundo, eee… pronto!

Layla se virou para Gyel, sorriu, e em seguida tentou beijá-lo.

— Pra onde você vai? – Gyel havia se levantado, e fora neste momento que ela percebeu que ele estava estranho, desde da entrada no lago, desde a ida a esse outro mundo. — O que houve? E-Eu fiz alguma coisa errada? – ambos saíram do quarto de Harry, Layla o perseguiu até a cozinha.

— Não, Layla, não é você.

— Então o que é?

— Eu, Layla, nós, eu não quero mais isso. Já faz dois meses que estamos juntos! Você alguma vez já me perguntou como eu me sinto? Eu sempre tenho que segui-la, sempre tenho que escutá-la, eu sei de tudo sobre você, mas você sabe alguma coisa sobre mim? Já conheceu meus pais? Sabe o que eu sempre quis na vida? Os motivos pelo qual eu me juntei a você?

Ela ficou parada por alguns segundos, observando o garoto que estava ali na sua frente. O que havia acontecido com ele?

— Mas, mas, eu pensei que você não queria que eu perguntasse sobre a sua vida, sobre os seus pais que o despacharam de casa! Sobre a sua irmã que morreu em combate! O-O que está acontecendo? Por que ficou assim, de vez? Nós estamos com um problema! Isso não é hora de discus -

— Esse foi o único momento que encontrei para nós falarmos sozinhos. Cassie e John não ligam para nós e não sabem nem direito o que são. O garoto que vive aqui não está, por que diz ele que tinha problemas maiores para resolver, ignorando totalmente o grande problema principal. A mãe dele, que disse ele que estaria aqui, desapareceu. Estamos sós, Layla, podemos resolver isso agora.

— Eu estou sentindo a presença de algo – Cassie aparecera no corredor, seus cabelos marrons estavam bagunçados, e seu rosto assustado.

— C-Como eu não estou sentindo? – Layla virou-se para a garota. — Se realmente tivesse algo por perto, eu sentiria, Gyel também.

— Deve ser um alarme falso – falou Gyel, olhando para o teto.

— Por precaução, peguem armas – Layla levou suas mãos para a espada que estava nas costas de Gyel, mas o garoto a impediu, os dois se encararam por alguns segundos, e o garoto acabou sedendo a arma à garota.

Cassie fora para as gavetas da cozinha e pegou duas facas, ela olhou para Layla e Gyel, e voltou para o quarto de Harry.

—-----------o-----------

— Estamos quase chegando – o homem estava dirigindo, estava levando o corpo de Taila para o hospital.

— Graças a Deus, não aguento mais pegar em corpos – o companheiro estava lendo uma revista, enquanto o homem continuava dirigindo.

— Hei, você ouviu isso? – perguntou o que estava lendo a revista.

— Isso o que? Cê tá doido? Os mortos começaram a fa -

A cabeça do motorista fora atravessada por um tentáculo verde, o outro observou a cena, e não sabia se o que via era verdade, ou apenas uma alucinação.

— Tiago? – perguntou ele, assustado. — Nós, nós vamos bater.

O tentáculo enfim saíra da cabeça do homem, que espirrou sangue contra todo o vidro. O van do hospital se descontrolou, e acabou batendo contra outro carro, o carro foi arrastado para a parede, enquanto a van voara pelo ar, colidindo-se fortemente contra o solo, fazendo assim com que outros carros barroassem contra ela. O homem continuava acordado, dessa vez estava de cabeça para baixo, tentando se soltar do sinto que o prendia. Escutava um barulho cada vez mais alto nos fundos do veículo. Ele conseguira tirar o sinto, mas outro tentáculo aparecera, perfurando no coração. Ele ficou observando aquela coisa verde comê-lo pouco a pouco, e quando aquilo saíra dele, algo cortou-lhe a cabeça.

As pessoas haviam parado seus carros, para observar o que havia ocorrido. A van ainda estava ali, jogada no meio do asfalto. Uma mulher se aproximou para ver o que havia ocorrido, e acabou vendo os dois corpos mortos. Ela gritou, mas ao escutar o barulho que vinha do fundo do veículo, ela parou. Perguntou-se se devia ver o que havia ali, mas decidiu voltar para o seu carro e seguir o caminho.

—-----------o-----------

— A Clara está? – Harry estava parado, nervoso, olhando para a mãe da garota, nunca havia ido até a casa dela, apenas a imaginou quando Clara contava como era ela.

Era grande. Havia uma mesa de jantar, sofás e uma televisão gigante pregada na parede. Quadros que não aparentavam serem baratos podiam ser vistos nas paredes vermelhas. No segundo andar, provavelmente, se encontravam os quartos e a tão falada sala de jogos. A mãe da garota estava sorrindo, e olhando para Harry ao mesmo tempo.

— Sim, ela está, você quer que eu a chame ou prefere ir ao quarto dela? – Valerie continuou sorrindo, tentou disfarçar por alguns momentos, mas não conseguia se conter.

— Eu acho que vou no quarto mesmo – Harry sorriu.

— Pode entrar.

Harry entrou na casa, tirou os sapatos por ordem da mulher, e enfim pôde andar pelo lugar. Valerie perguntou se ele queria alguma coisa, recusou, e apenas caminhou ao quarto da garota. Subiu lentamente os degraus da escada. Ao chegar no segundo andar, vira um pequeno espaço com uma estátua pequena protegida por um vidro em cima de um suporte de madeira, e um corredor espaçoso, cheio de quadros e portas. A primeira porta era o quarto de Clara, e antes de entrar, batera na madeira, chamando pelo nome da garota.

— Harry? – disse ela, abrindo a porta. — O que você está fazendo aqui?

Ela estava usando seus óculos, provavelmente estava lendo. Olhou para baixo, vestia um pijama cheio de gatinhos. Os cabelos castanhos da garota estavam despenteados e caídos sobre os ombros. Harry notou também o rosto levemente corado, fazendo-o ficar um pouco envergonhado.

— E-Eu meio que estou resolvendo algumas coisas – ele ficou em silêncio por alguns segundos, olhando para a garota em sua frente. — Posso entrar?

— Claro! – ela abriu a porta. — E não ligue para o meu chiqueiro.

Havia várias coisas jogadas pelos cantos do quarto. Quatro livros estavam sobre a cama, algumas roupas estavam sobre uma escrivaninha, que tinha vários lápis soltos por cima de papéis e fotos. O guarda-roupa estava aberto. Um notebook estava jogado sobre o chão. Havia também lingeries, calcinhas e sutiãs, jogados perto do espelho. Clara, ao vê-las, as catou, jogou no guarda-roupa, e o fechou rapidamente.

— Hehehe, e-eu meio que estava escolhendo algumas roupas para visitar o Jaime pela manhã.

— Não sabia que você acordava tão cedo.

— Minha mãe meio que me acordou agora, são, 5 horas, certo?

Harry olhou para seu relógio e confirmou o que a garota havia dito, e acabara percebendo que passara a noite inteira acordado, seus olhos provavelmente estavam cheios de olheiras.

— Quem é Jaime?

Clara fechou a porta, e continuou arrumando suas coisas enquanto Harry procurava um lugar para sentar.

— Jaime? Ele é meio que um pretendente inventado pela minhã mãe e meu pai, mas já disse a eles que não iria me casar com ele. No fim, eu meio que acabei ficando amiga dele, vou sair para visitá-lo 7 horas. Temos que aproveitar o fim de semana, certo?

— E você? Por que veio aqui? Já fiquei sabendo do assassinato que rolou por aqui, era amiga do Lucas, certo? Você devia ver como ele está, e não rondar pela rua esperando ser assaltado ou morto.

— Eu vim resolver uma coisa com você.

A garota ficou em silêncio, parou de arrumar suas coisas por um momento. Ela olhou para ele, e dificilmente, soltou o que queria falar.

— Eu ter escutado você transar com Eva na festa do seu aniversário? Se for isso, não, não precisa resolver. Simplesmente… não ligo.

— Me desculpa.

Os dois ficaram em silêncio novamente.

— Por que está pedindo desculpas? – ela continuou arrumando suas coisas, era uma forma de se transportar para outro lado do mundo, de desligar seu cérebro, tentava conversar como um robô, como se não ligasse para nada.

— Por ter escutado o que escutou – ele tirou o suor de sua testa, estava nervoso. — Ela me forçou, foi até engraçado…

— Para.

Clara virou-se, e encarou Harry, seus olhos estavam cheios de lágrimas. Não entendia o que estava acontecendo, não entendio o por que de ele falar aquilo.

— Por que? Eu quero pedir desculpas. Você é minha amiga, eu tenho que pedir desculpas…

— Você não… você não está pedindo desculpas – ela continuou o encarando, segurando as lágrimas que insistiam em cair.

— Não, eu…

— Por favor, não diga isso, apenas… peça desculpas e vá embora – ela não conseguira, estava chorando.

Harry se levantou, deu alguns paços lentos até chegar a garota. Ele levou suas mãos às bochechas de Clara, e olhou no fundo dos olhos dela.

— Eu gosto de você, sua idiota.

—-----------o-----------

O carro estava em sua velocidade máxima. Seu pai provavelmente já estava saindo do lugar. Estava em casa. Ele dobrou a rua, entrara em uma pista desconhecida, pouco movimentada, cheia de árvores ao redor. Ele continuou, até que enfim chegara à casa de seu pai. Ele estacionou, e saiu do carro. Pisou em algumas folhas secas, e parou em frente a porta da moradia. Era grande. As madeiras eram brancas, as janelas eram de vidro, havia uma piscina mais ao fundo, e grades ao redor do terreno para impedir que indivíduos entrassem.

Johnny tocou a campainha. Pôde escutar o “ding, dong” por toda a casa. Esperou alguns meros minutos, até que escutara a porta sendo destrancada. O que via era apenas uma mulher, sem roupas, com os seios a mostra, e as cochas despidas. Ela sorriu e lambeu os lábios.

— Quem é? – Tássio aparecera logo atrás dela. — Oh! Meu filho! Entre, entre! Lilian, pegue as coisas e coloque naquela caixa.

Johnny andou até o sofá, e sentou-se. Ficou observando a mulher pegar todos os brinquedos que já passaram dentro dela, e jogá-los na caixa que estava perto da escada. O homem estava também nu, terminando de beber o café que havia feito na cozinha. Quando terminou de beber, pegou um pequeno pacote, dentro havia uma pequena quantidade de pó branco, Tássio o colocou na mesa da cozinha, passou o dedo no pó jogado, e levou uma pequena quantidade ao nariz, em seguida, inspirou, e balançou a cabeça, soltando uma risada.

— Você quer? – ofereceu a Johnny.

— Não.

— Aain, eu quero – a mulher foi dando pulinhos até chegar ao homem, ela pegou uma faca em uma das gavetas, colocou o pó no objeto, e o levou ao nariz, inspirando logo em seguida.

Ela sorriu e beijou o homem.

— Então, o que quer aqui? Pensei que estava com raiva de mim, garoto. Todos estão com raiva de mim.

— Eu não estou – falou a mulher, ainda catando e jogando as coisas dentro da caixa.

— Eu queria perguntar uma coisa.

Tássio andou até a mulher, ignorando Johnny. O homem segurou a cintura de Lilian, e a penetrou logo em seguida, ela soltou um gemido, seguido de uma pequena risada. Ela se escorou na escada, e deixou que o homem prosseguisse com seus movimentos de vai e vem.

— O que? Decidiu me oferecer o dinheiro que eu havia pedido? Ficou com tesão depois de ver ela? – disse ele, arfando.

— Eu queria saber -

— Aaah – a mulher gemera e interrompera o garoto. — Mais rápido!

— Vamos, Johnny, diga!

— Você matou o meu pai?

Ele ouviu o homem dar algumas risadas, abafadas pelos gemidos irritantes de Lilian. Ele continuou a fazer os movimentos na mulher, mas depois de bater nas cochas dela e sussurrar algo em seu ouvido, ela beijou ele e foi até a cozinha, começara a preparar alguma comida.

— Eu sou seu pai, Johnny.

— É, mas não me tratou, ou educou, como sendo meu pai.

Tássio estava sorrindo, mas não falara mais nada. Ele fora até a mulher, que já estava vestida com um avental e preparando algo, e a abraçou, beijando-a em seguida no pescoço. Ele ouviu um pequeno estalo, e tanto ele, quanto a mulher, pararam o que estavam fazendo. Lilian ficou parada, enquanto Tássio se virou lentamente, com o sorriso permanente ainda no rosto. Johnny segurava a arma, apontando-a diretamente para a cabeça do homem.

— Você matou meu pai?


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