Negociando com o Inimigo escrita por Dani R


Capítulo 12
XII - The Mess I Made


Notas iniciais do capítulo

Então, faz tempo que não venho né? Desde o começo das minhas férias. E a esse ponto, eu já estou no segundo ano com as provas começando. E eu não tenho desculpas, a única é: falta de inspiração. Mas uma coisa eu posso prometer, eu NUNCA vou abandonar NCOI ou deixar em hiatus, porque eu sei o rumo que a história vai tomar e como vai terminar. Eu posso demorar para postar os capítulos, é claro, por não saber como colocar minhas ideias em palavras. Mas juro juradinho (Isa TKM feelings) que eu vou escrever essa fanfic incansavelmente até terminar.
A música de hoje é The Mess I Made do Parachute (www.youtube.com/watch?v=L7qdlVkgiz0). Agora se preparem, porque esse capítulo tá bem destruidor (em teoria, porque eu to beeeem enferrujada então minha escrita pode ter regredido).
Até as notas finais xx



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/504994/chapter/12

Should've held my ground
I could've been redeemed
For every second chance
That changed its mind on me
I should've spoken up
I should've proudly claimed
That oh my head's to blame
For all my heart's mistakes

Dormitório feminino nº 2 da Sonserina; 19 de Janeiro de 2023; 6h22min AM

Jade, Elise e Brittany — colegas de quarto de Dominique — já haviam ido para o Salão Principal tomar café, enquanto faziam três dias que a Weasley não subia para tomar café, ou almoçar, ou jantar e sequer ia à aula. Quando saía da cama, ia para o Salão Comunal, no máximo. Seus primos iam vê-la e tentar convencê-la a comparecer às aulas ou ir comer algo com eles, mas nada adiantava. O acontecimento no seu aniversário e os pensamentos que tinha de si mesma nos últimos dias a assombravam de maneira indescritível. Embora ficasse dias na cama, ela tinha olheiras pois nunca dormia. Ela nunca foi assim, de se abalar por coisas pequenas e meros pensamentos, e nem a própria sabia o que estava acontecendo. Mas havia uma pessoa que estava farta disso: James. Ele praticamente invadiu o dormitório da namorada e começou a falar:

— Dominique, eu não aguento mais isso! Você pode, por favor, se levantar dessa merda de cama, tomar um banho e ir comer alguma coisa? Por Merlin, isso tem que acabar!

James falou em um tom tão alto e invadira o dormitório de Dominique com tanta agressividade que a garota se assustou. Ela se escorou na cabeceira da cama e ao ouvir os gritos do garoto, ela fechou os olhos.

— Não é tão simples, James. — Ela disse, com a voz calma. James suspirou.

— Você não diz nem o motivo pra gente! É por causa do que Jade fez? Dominique, nós já falamos sobre isso, muitas vezes! Você passou por isso e foi tão forte...

— Não é só isso! — Dominique interrompeu, gritando. Ela começou a chorar, um choro que aumentava a cada segundo. — N-Não é só isso... Pode ter me deixado triste, mas tem outras coisas, Potter. Coisas que ninguém vai entender.

James franziu o cenho diante de Dominique chorando. Ele se aproximou cuidadosamente dela enquanto ela descontava suas tristezas em lágrimas. Ele pegou sua mão e sentou-se do seu lado, abraçando-a, enquanto ela molhava seu blusão da Grifinória.

— Você pode me fazer entender. — Disse, beijando o topo de sua cabeça. Dominique de repente parou de chorar e enxugou as próprias lágrimas, olhou para James e juntou forças para começar a falar.

— Eu tenho tido dúvidas... — Começou, e James jogou a cabeça para o lado como alguém que não compreendeu o que a outra pessoa disse, no caso, não compreendeu o que Dominique disse. — Sobre eu mesma. Sobre quem eu sou. Eu sou a garotinha boa que ama a família e os amigos? Sou a patricinha que está dentro a moda e só se importa com si mesma? Ou será que sou a garota má que sempre fui, a que destrói relacionamentos, trata as pessoas mal, não segue as regras e que é vingativa? O que quero dizer é, e se um dia e acordar e perceber que essa não sou eu? Que a minha mudança é apenas uma fase? E se um dia eu querer me revoltar de novo, mandar minha irmã e meus pais pro espaço, terminar com você e ficar de reclusa novamente? Isso tem me assombrado pra caramba, e eu... Eu não sei o que fazer sobre isso. Eu quero ser perfeita, mas eu não consigo.

— E não precisa ser. — James respondeu. — Ninguém é perfeito e ninguém nunca vai ser. Seu passado não é importante, Dominique, nem o futuro. O que importa é o seu presente. E o que eu posso dizer aqui e agora, é que você é tudo isso. Você é boa, você ama, mas é sarcástica, rude e mandona. Às vezes você se importa com a dor dos outros, mas quando você está triste você só se importa com si mesma. Você é revoltada mas é delicada. Sabe quem você é? Você é Dominique Weasley. Você é única. E é por isso que eu te amo.

Dominique ficara sem reação. Ela olhou para James e beijou-o, com calma e delicadeza. Não conseguiria agradecer ou falar algo como forma de agradecimento que mostrariam sua gratidão naquele momento. Ela tinha, definitivamente, o melhor namorado do mundo. James sorriu e saiu da cama.

— Agora, eu quero que você saia dessa cama, vá tomar um banho, se arrumar daquele jeito que você faz e ir para o Salão Principal. Eu te espero.

Dominique resmungou, bufou, mas no fim saiu da cama e foi direto para o banheiro. Colocou seu uniforme, fez um penteado, fez maquiagem e voltou para o quarto. James sorriu ao ver Domi pseudo-recuperada. Ela sorriu de volta, embora soubesse que não estava totalmente bem. Maquiagem cobre a aparência, e não os sentimentos.

James ofereceu a mão para Domi segurar e olhou nos seus olhos. Aquela imensidão azul demonstrava tanto medo e rancor. Ele sabia que a garota odiava parecer fraca, mas ela ficou três dias deitada em uma cama e não dava sequer um sinal de vida após a humilhação em seu aniversário. Para as pessoas, isso era fraqueza; para Dominique, também. E ela fingiria que nada acontecera e daria desculpas fajutas, mas no final do dia encharcaria seu travesseiro. Como sempre, Jay sentiu a necessidade de apoiá-la e disse:

— Eu estarei com você o tempo todo. Não precisa ter medo.

Ela olhou para a mão aberta do namorado e suspirou, segurando-a com a sua própria logo depois. Seus olhos marejaram.

— Não estou com medo. — Respondeu com um tom firme na voz, mas uma lágrima acabou aparecendo. Ele enxugou-a e sorriu.

— Nada de lágrimas, loirinha.

Dominique respondeu com um sorriso de canto tímido, e eles fizeram seu caminho até o Salão Principal e a garota manteve a cabeça erguida e a expressão facial superior até chegarem lá.

Cada reação dos estudantes fora diferente: uns ficaram surpresos, outros riram de Domi, alguns sorriam e apoiavam-na, outros nem ligavam... Mas ela manteve a postura. Bem, até ver seus parentes, é claro.

— Dominique? É realmente você? — Ela ouviu alguém falar atrás dela, e praticamente pulou de susto. Quando se virou para ver quem era, era Fred. Ele automaticamente puxou-a para um abraço. — Nunca mais faça isso. Sério.

— Não se preocupe, Freddie. — Respondeu Dominique, retribuindo o abraço com a mesma sensação de segurança que seu melhor amigo e primo dava. — Eu estou bem.

Todos os outros também cumprimentaram-na, abraçaram-na e fizeram com que ela ficasse confortável. Ela acabou ficando na mesa da Grifinória mesmo, mas ninguém se importou. Dominique virou a cabeça para ver a mesa da Sonserina e lá estava ela... Jade. Olhando para a Weasley com a maior expressão de ódio do mundo. Domi apenas respondeu aquele olhar mandando um beijinho no ar e piscando; Jade deixou o garfo cair no prato, e isso fez um barulho estrondoso que fez todo o Salão Principal olhar para ela. Muitas pessoas, principalmente Dominique e seus familiares e amigos, riram.

Ela poderia não estar completamente recuperada. Mas mostrar superioridade diante de seu inimigo é uma das coisas mais importantes para Dominique. Não deixá-los saber que lhe atingiram e seguir em frente com um sorriso, cabeça erguida e nariz empinado.

— Você parece estar gostando desse bacon, Domi. Não para de abrir aquele seu sorriso de quem está prestes a armar algo contra alguém. — Disse Rose, que estava com vontade de falar aquilo desde minutos atrás quando notara o sorriso bizarro da prima.

— Ah, Rose Rose... É apenas meu sorriso. — Respondeu. — Mas e você? Parece meio tristonha.

— Eu só briguei com o Scorp... Deixa pra lá. — Naquele ponto, as bochechas de Rose já estavam da mesma cor de seu cabelo. Ela sabia que Dominique era uma das muitas pessoas que queriam que ela e Scorpius admitissem seus sentimentos um pelo outro. Sentimentos que Rose nunca admitiria.

— Ahhhhh, Scorpius, hm? — Dominique fez uma cara maliciosa e começou a rir. Logo após, chegou mais perto da prima e sussurrou: — Quer que eu faça suas mãos?

— Se você quer que o que? Ah... Claro. Quer dizer, Não! Não! De jeito nenhum! Você está louca, Dominique? — Rose dizia tudo tão rápido com todo aquele nervosismo que pingos de suor escorriam em seu pescoço, e seus olhos se arregalavam.

Dominique piscou pra ela e terminou seu café, voltando para seu dormitório e terminar de se arrumar.

Sala de Feitiços; 19 de Janeiro de 2023; 11h12min AM

A torcida gritava o nome de James Sirius, considerado um dos melhores apanhadores do mundo. Os Cannons estavam perdendo o jogo, e James era sua única esperança. Precisava pegar o pomo.

E lá estava ele. Aquela bolinha de ouro extremamente pequena e traiçoeira; ele olhava para o apanhador do outro time. Estava completamente perdido dentro de campo. James riu, enquanto a torcida adversária tentava avisar seu apanhador do pomo que se localizava quase que fora do estádio.

Potter impulsionou sua vassoura e quase que na velocidade da luz, foi atrás do pomo que parecia inalcançável. Ele esticava seu braço o máximo que podia, e mesmo assim não conseguia pegar o pomo. Mas então ele fechou os olhos e respirou fundo. Quando percebeu, sua mão estava fechada com o pomo dentro. A torcida do Chudley Cannons gritava "Potter! Potter! Potter!" com euforia, enquanto ele abria sorrisos confiantes e jogava seu pulso para o ar.

— James, acorda cara. — Dizia Fred, enquanto sacudia o primo.

— Nós ganhamos! Ah, o que? Hm... Onde estou? — Perguntava James, coçando a nuca com sua cara típica de sono.

— Inglaterra. Hogwarts. Aula de Feitiços, que por acaso já está acabando. — Respondeu. — Você estava dormindo e sonhando com Quadribol de novo?

— É... Acho que sim. — Ele deitara a cabeça na classe e se levantou de novo, pegando seus materiais que sequer sacara para fora da mochila.

Pelo menos ele sabia que sua próxima aula seria de Transfiguração. Não estava tão perdido a esse ponto. Ele só teria que pegar seu livro no seu dormitório.

Mas de repente, ele percebeu alguém observando-o. Sua cabeça deu um giro de quase 360º, parecia uma coruja. Então ele percebeu alguém em um capuz com cabelo cacheado comprido com uma cor similar a ouro. Foi correndo para perseguir ele ou ela. Quando notou, estava em um corredor completamente vazio, afinal as outras aula já haviam começado.

— Quem é você? — Gritou.

A pessoa do capuz se virou. Era Jade, com um sorriso extremamente bizarro no rosto.

— Aquela que não desiste. — Ela soltou uma risada ainda mais bizarra que seu sorriso, e quando James tentou fugir ela apenas apontou sua varinha para ele. — Petrificus Totalus.

Apavorado e paralisado, sem poder fazer nada, James apenas ficou observando Jade enquanto ela colocava um tipo de poção na sua boca.

E de repente, ele apagou.

Sala Precisa; 19 de Janeiro de 2023; 11h37min AM

— O que você vai fazer com eles? — Perguntou Jade para uma mulher alta e de longos cabelos negros e volumosos, porém com as expressões do rosto muito parecidas com as da adolescente.

— Enganar eles. — A voz da mulher era grave, porém tinha seu tom charmoso devido ao sotaque francês. — Oh, parece que acordaram.

"Há algum tempo", pensara James. Estava tudo escuro, mas não escuro o bastante para ele não enxergar Lily e Albus, cada um amarrado em uma cadeira do lado do irmão mais velho com caras desesperadas. Se estivesse com sua varinha e não estivesse amarrado em uma cadeira, James Sirius com certeza iria matar aquelas duas por estarem fazendo isso com seus irmãos.

— Onde estamos? — Perguntou para a mulher na sua frente.

— Ah, querido. Vocês ainda estão em Hogwarts. Mais especificamente, na Sala Precisa. — Ela respondeu, abrindo um sorriso de canto. Logo, ela caminhou de ponta a ponta, observando os três irmãos feito uma águia. — Quase me esqueci, não me apresentei. Meu nome é Ursula Lestrange-Brusqué. Vocês podem me conhecer, seu pai anda me investigando.

— Você tem algum parentesco com Bellatrix Lestrange? — Lily raciocinou assim que Ursula acabara de falar.

— Sou a filha perdida. O legado. — Um sorriso maléfico surgiu em seu rosto, e ela voltou a andar de um lado para o outro com a expressão pensativa, como estivesse prestes a contar uma história. — Eu vivi a Segunda Guerra Bruxa. Quando ela aconteceu, eu era apenas uma adolescente órfã em Beuxbatons. Quando via o rosto dos meus pais nos jornais, cartazes de "procurado", eu tinha uma sensação estranha... Mas nunca sabia o que estava acontecendo. Só sabia que era uma guerra. Então, quando terminou, eu voltei para a França normalmente. Trabalhei, conheci meu marido, tive a Jade... Mas, cada jornal ou revista que eu lia falava sobre Harry Potter. Pessoas no trabalho, nos bares e no trabalho falavam sobre ele. Então, eu comprei alguns livros, peguei edições antigas d'O Profeta Diário. E então, comecei a estudar as duas guerras. Dois assuntos interessantíssimos. E eu entendi o lado de Lord Voldemort e seus seguidores. Os sangues-puros são extremamente superiores, o mundo bruxo existe por nossa causa e este tipo de sangue deve ser preservado. Imagine, um bando de trouxas mandando no mundo bruxo como está sendo hoje. Com medo que eu não fizesse parte dessa sociedade, já que cresci em um orfanato e não sabia nada sobre meus pais, eu comecei a investigar todas as famílias puro-sangue da minha época de nascimento, no fim da Primeira Guerra. Consegui um trabalho no ministério e tive acesso a muitos arquivos, até mesmo os confidenciais. E então eu vi os Lestrange. Com meu mesmo sobrenome, uma filha com o mesmo primeiro nome que eu, que cresceu no orfanato que eu cresci. Eu fiquei tão orgulhosa... E desde aquele dia, me esforço para honrar suas mortes e o que defendiam. E eu percebi que para eliminar algo ou alguém, no caso, os trouxas, devemos eliminar seus defensores primeiro.

— Você vai nos matar? — Dessa vez, foi Albus quem se pronunciou, com a voz trêmular.

— É claro que não... Se vocês aceitarem minha proposta.

— Que proposta?

— Se vocês não querem sua querida escola em chamas e seus coleguinhas e familiares salvos, afastem-se deles.

— O que?! — Os três irmãos gritaram ao mesmo tempo, mas só Lily continuou. — Isso é ridículo! O que você ganha com isso?

— Muitas coisas, bonitinha. — Ursula afinou a voz e riu de forma irônica. — E é claro, peçam para seu pai retirar as acusações contra mim. Eu darei para Jade um documento falso de uma casa no meio do nada que foi incendiada um mês atrás em que os corpos não foram identificados, ele virá como se fosse uma carta anônima. E surpresa! Os últimos donos documentados foram eu e meu marido. Jade, é claro, vai fingir um ataque de choro no meio do Salão Principal e vocês terão que fingir surpresa e logo após, direcionar este documento para seu pai. Pronto.

— Você matou nossa mãe e essas pessoas, e só Merlin sabe quem mais. Por que faríamos o que você quer? — Perguntou James, apenas pensando em sair dali logo.

— Porque, Potter. — Jade finalmente abriu a boca, mas para falar algo nada bom. — Se você não quiser ver sua preciosa namoradinha e todas as outras pessoas que você ama enterradas, você terá que fazer o que mandarmos até segunda ordem. E isso vale para vocês dois, também. — Ela apontou para Albus e Lily, que gritou.

— Vocês duas são psicopatas! Vocês realmente acham que não iremos buscar ajuda?

— Nós convenceremos vocês, ruivinha. Na pior maneira.

— Agora. — Ursula voltara a falar, e agora carregava três bolinhos na mão. — Comam esses bolinhos, e vocês vão apagar instantaneamente e acordarão em seus respectivos quartos em questão de segundos.

— Como saberemos que não está envenenado? — Perguntou Albus.

— Porque isso iria estragar meu plano, dã. — Ela respondeu e levitou os bolinhos até os irmãos, para que eles pudessem abocanhá-los. — Vamos, comam logo.

Os três se olharam com desconfiança, e depois de alguns segundos decidiram comer os bolinhos.

E apagaram... De novo.

— O que você quis dizer com "enganar eles", mãe? — Perguntou Jade, continuando a conversa que tiveram antes dos Potter acordarem,

— Ah, é sobre essa proposta. Só vamos fazer isso para enfraquecê-los. Eles são praticamente o que une os adolescentes da família. Se eles agirem de forma estranha e se afastarem de todos, todos eles ficam mal. E pronto, atacamos. E você pode aproveitar isso, filha. Ofereça você mesma como a causa do término do Potter mais velho e Dominique.

— Você é a melhor. — Disse Jade, sorrindo.

Dormitório masculino nº 5 da Grifinória; 19 de Janeiro de 2023; 12h03min PM

James acordou lentamente e ficou minutos sem saber onde estava. Quando abriu seus olhos completamente, viu que estava em seu quarto e se assustou. Olhou o relógio em sua mesa de cabeceira. Meio-dia. Meio-dia. Todos os seus colegas de quarto deviam estar almoçando.

Então ele lembrou o que aconteceu minutos atrás. Parecia um sonho, um pesadelo. Mas ele se lembrava claramente de ter saído da aula de Feitiços, então é claro que o que tinha acontecido na Sala Precisa era real.

Ele saiu da cama calmamente e desceu até o Salão Comunal, onde Albus e Lily se encontravam sentados no sofá conversando e com expressões tensas.

— Pessoal... — Ele disse enquanto descia da escada, e Lily olhou para ele e disse:

— Não, o que aconteceu na Sala Precisa não foi um sonho. E nós não iremos aceitar a proposta.

— É, tanto faz. Eu vou almoçar. — Respondeu, saindo dali.

E aí ele lembrou assim que Lily falou. A proposta. Se afastar de tudo e todos que eles amavam. É claro que não faria aquilo, não se afastaria de Dominique, Fred e todos os seus amigos e primos. Mas assim que andava até o Salão Principal, fora rapidamente empurrado até a parede e só viu quem fizera isso depois de alguns segundos. Jade.

— Você. — James olhou com raiva para a garota, que apenas sorriu.

— Euzinha. — Respondeu, com um sorriso falso estampado no rosto. — Pensando em aceitar a proposta, Potter?

— Não. Eu não vou fazer isso com a Dominique nem com meus amigos. E meus irmãos também não.

— Tsc tsc, resposta errada. Agora, olhe para nossa diagonal, a esquerda. — Ele suspirou, mas olhou. Lá estava ela. Dominique, em alguns metros de distância olhando para Jade e James com a cara mais intrigada possível. James fez uma expressão como alguém que não soubesse o que estava acontecendo e viu ela suspirar. Jade direcionou os lábios diretamente para o ouvido de James, e sussurrou: — Pois é, James Sirius. Imagine aquele lindo corpo no chão frio e mais pálido do que já é. Imagine aquele lindo cabelo coberto de sangue, aqueles olhos sem brilho algum. Essa será a Dominique que você verá se não terminar com ela imediatamente. E agora, você tem a opção de me beijar na frente dela. Assim, ela nunca mais vai querer saber de você. Mas pelo menos... Ela estará segura e viva. Então, se você não quer ver Dominique Weasley em um caixão e todos os seus familiares te olhando feio e te culpando pela morte dela, beije-me e tudo estará resolvido.

Ele fechou os olhos e se desesperou. Se fosse ele que morreria ao invés de Dominique, ele imediatamente afastaria Jade. Mas era Dominique. Ele não perdoaria si mesmo se algo acontecesse com ela e fosse sua culpa. Então, num impulso, beijou Jade. Mas não fora qualquer beijo, e sim um de cinema. Mas para ele, não significava nada. Aquele foi um beijo vazio, mas não para Jade, que retribuía com a paixão que James não sentia.

Assim que o beijo acabou e ele e Jade se separaram, Dominique já não estava mais ali. E finalmente percebendo a merda que fez, ele correu para achá-la. Não foi difícil; ela estava correndo em direção ao Salão Comunal da Sonserina, mas com aqueles saltos era difícil James não alcançá-la.

— Dominique! — Ele gritou, e ela se virou. Dominique estava com os olhos vermelhos, mas com uma expressão furiosa. James parou, para ver o que a garota faria. Ela andou até ele.

— Por que, James? Podia ser com qualquer uma, mas com a Jade? Por que faria algo assim comigo? — Perguntou, surpreendentemente calma. James fechou os olhos e engoliu em seco, pensando no que iria responder. Ele queria falar a verdade. Que tudo fora uma ilusão. Mas a bagunça estava feita, e não havia desculpas.

— Honestamente, Dominique? Eu não consigo manter um compromisso. Ela estava ali. E eu fiz aquilo sem pensar duas vezes. Era o único jeito de me livrar de você. — Respondeu, com o tom de voz mais grosso que poderia fazer. E quanto mais falava, mais se arrependia.

— Para se livrar de mim? Ela é a minha pior inimiga, James! Depois de tudo que passamos? Depois de todos aqueles discursos, palavras, gestos? — Agora sim, Dominique estava gritando. A raiva consumia cada vez mais seu corpo. — Então esse é quem você é, certo? Um idiota. Traidor. Medroso. Covarde. Sinceramente, nos últimos meses eu achava que você fosse a última pessoa que me machucaria dessa maneira. Agora eu sei o quão errada eu estava.

Cada palavra que Dominique dizia era uma facada no coração de James. Ele pressionou os lábios e disse uma das maiores bobagens que provavelmente diria:

— Foi você quem me seduziu, não foi? Por vingança para Jade. Você me conquistou do nada, com esse seu sanguezinho de Veela. Você é uma vadia, Weasley.

Ele só sentiu a mão de Dominique voar até seu rosto e uma ardência logo depois. Ele acabar de dar um tapa na sua cara. E James sabia que merecia. E então, ele viu ela ir embora. E parecia que dessa vez, era permanente.

Jardins de Hogwarts; 19 de Janeiro de 2023; 6h55min PM

— Você está louco, James?! — Gritou Lily. Ela e os dois irmãos se encontraram nos Jardins, no anoitecer para conversarem sobre o que James fizera na hora do almoço.

— Desculpe, Lily! Eu fiz sem pensar. Jade começou a falar e ameaçar e eu fiz o que ela pediu porque eu não deixaria ela machucar Domi, e nem me perdoaria se algo acontecesse com ela. — James respondeu, mas ele sabia que desculpas não seriam o suficiente.

— Mas isso é exatamente o que elas querem, seu idiota! — Albus também começou a gritar com o irmão. — Não ouviu o que elas disseram assim que acordamos sobre nos enganar? Eles querem que nós nos separemos para ficarmos fracos. E então, atacar.

— Eu fiz por impulso, Albus! Para proteger ela!

Lily olhou para James Sirius, incrédula com a burrice do irmão. Ela não conseguia compreender, e disse de novo:

— Pois saiba, James, que você está negociando com o inimigo. E nós vamos pagar pelo seu erro. Porque possivelmente, essa proposta pode até atrasar o ataque daquela louca, mas você com certeza vai voltar correndo para Dominique na primeira oportunidade. Se é que você já não perdeu ela pra sempre com isso que fez.

But oh, I'm staring at the mess I made
I'm staring at the mess I made
I'm staring at the mess I made
As you turn, you take your heart and walk away

And it's you, and it's you
And it's you, and it's you
And it's falling down, as you walk away
And it's on me now, as you go


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Então, tudo ta se desenvolvendo. James fez besteira (que novidade), a Lily é a mais sensata (outra novidade), e a Ursula é tão louca quanto a mãe. Doidinha. De pedra.
Bom, até o próximo capítulo (que vai sair SIM! e ~Spoiler Alert~: VAI TER DOMINIQUE DESTRUIDORA DE INIMIGAS QUE NEM NO COMEÇO DA FANFIC SIM!)
P.S.: Desculpa desculpa e mais outras milhares de desculpas pela demora. Espero que o capítulo tenha recompensado a demora (provavelmente não haha, mas valeu a tentativa). Até logo ^~^



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Negociando com o Inimigo" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.