Soren abriu os olhos lentamente, mesmo se sentindo extremamente cansado. Sua cabeça doía de uma forma insuportável, podia até sentir o sangue seco grudado em sua testa. Via grandes cortes e marcas em seus braços. Soren passou as mãos por todo seu corpo. Não sentia suas pernas. Olhou debaixo do cobertor, ao menos elas ainda estavam lá. O que havia de errado? Tentou mexer as pernas, porém nada aconteceu. Pensou em se levantar, mas não conseguia. Por quê? O que havia acontecido? A última coisa de que se lembrava era de se despedir de Gylfie e pular a janela... Gylfie, como será que ela está?

Como muita dificuldade conseguiu, Soren conseguiu se sentar. Olhou ao seu redor. Era um cômodo “diferente”. As paredes eram todas feitas de... Gelo? E o mais estranho era que Soren sentia que aquele lugar tinha algo de familiar para ele.

– Onde eu estou?

– No vale de gelo. – se assustou ao ouvir uma resposta.

Olhou para o lado. A voz vinha de uma mulher com cerca de uns vinte anos. Ela tinha cabelos loiros platinados e olhos azuis como o gelo.

– Vale de gelo?

– Flynn e Kristoff o encontraram. Está tão machucado, o que aconteceu?

Não respondeu. Ele encarou a mulher e buscou fundo em sua mente...

– Elsa?

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Anna estava deitada na grama, olhando para o céu e contando as estrelas, tentando não pensar em sua irmã. Ela disse que conseguiria, havia prometido a Elsa. A princesa esperava tanto por esse reencontro, e pensar que há um dia estavam tão perto... Mas quando Banguela quis levá-la, Anna deixou. Se havia alguma esperança de reviver Soluço, ela queria arriscar. Se tivesse o ignorado e continuasse por conta própria talvez já estivesse ao lado de sua irmã. Por que não conseguia?

– Não consegue dormir? – ela nem assustou, já estava se acostumando (e gostava) a ouvir sua voz. Soluço se aproximou e deitou-se de frente para ela.

– Pensando na Elsa. Eu não vou conseguir chegar a tempo.

– Ela é sua irmã, aposto que nem vai se importar.

– Eu espero.

Houve alguns segundos de silêncio.

– Soluço – ele balançou a cabeça, confirmando que estava ouvindo - Você já beijou alguém?

– Já. – estranhou a pergunta, mas não viu problema em contar. – Eu tinha uma namorada, Astrid.

– Tinha? O que aconteceu com ela?

– Não aconteceu nada. Nós simplesmente terminamos.

– Ah.

Mais alguns segundos de silêncio, mas foi de Soluço quebrá-lo.

– E você, Anna?

– Eu o que?

– Ah, você sabe, não é? Você tem um noivo, namorado...

– Oh, não. Não, eu não tenho nada não.

O rosto de Anna estava um pouco corado, mas nem tanto quanto o de Soluço.

–Posso fazer uma coisa louca?

– É... Acho que sim.

Anna rapidamente selou seus lábios aos dele. No começo o garoto estava de olhos abertos e arregalados de tão surpreso, mas com o tempo foi relaxando e aproveitando o momento. Não demorou muito para que sua língua pedisse passagem e para que ela acabasse cedendo. Anna arranhava de leve a nuca do jovem viking, enquanto as mãos de Soluço passeavam lentamente por suas costas. O beijo não era quente e intenso como Anna pensava. Era calmo e delicado, mas bom. Bom o suficiente para querer que nunca acabasse. Depois desse momento ambos passariam a odiar o oxigênio.